O Cálculo Judaico para a História da Terra e o Fim do Mundo
Que relação existe entre o cálculo judaico de 5.758 anos para a história da Terra (até 1998) e a teoria dos seis mil anos para o fim do mundo?
Sobre o verbete “Chronology”, a Encyclopaedia Judaica explica que o método judaico de calcular os anos a partir da criação do mundo (Anno Mundi) tornou-se de uso popular cerca do nono século d.C. “Em vários cômputos rabínicos a ‘Era da Criação’ iniciou em um dos anos entre 3762 e 3758 a.C. A partir do século 12 d.C., porém, passou a ser aceito que a ‘Era da Criação’ começou em 3761 a.C. (para ser exato, no dia 7 de outubro daquele ano). Esse cômputo é baseado em sincronismos de elementos cronológicos mencionados na Bíblia e em cálculos encontrados na antiga literatura judaica pós-bíblica.” Por sua vez, a teoria de que a história do mundo se limita a seis mil anos de pecado, seguidos de um milênio sabático, está baseada na inferência de que cada um dos seis primeiros dias da semana da Criação (Gênesis 1) representa mil anos (ver II Pedro 3:8). E, além disso, que o sétimo dia (Gênesis 2:1-3) simboliza esse sétimo milênio (ver Apocalipse 20). A interpretação de cada dia da Criação como mil anos apareceu pela primeira vez na literatura judaica no livro pseudoepígrafo de II Enoque 33:1 e 2 [este livro não é bíblico], popularizando-se posteriormente entre vários intérpretes judeus e cristãos preocupados com o fim do mundo. Se o ano da criação da Terra fosse mesmo 3761 a.C., com duração de apenas seis mil anos, então o seu fim haveria de ocorrer aproximadamente no ano 2240 de nossa era. Mas tal cálculo especulativo não é aceitável, pois as genealogias do Antigo Testamento requerem, pelo menos, quatro mil anos da Criação ao nascimento de Cristo, para serem sincronizadas. Além disso, estudos, que procuram harmonizar cronologicamente a história bíblica de outros povos do mundo antigo, têm proposto mais de quatro mil anos da Criação ao nascimento de Cristo. Mesmo que aceitássemos a curta cronologia do arcebispo anglicano James Ussher (1581-1656), que estabelece arbitrariamente a Criação como havendo ocorrido no ano 4004 a.C. (quatro mil anos antes do nascimento de Cristo), teríamos sérias dificuldades, pois, nesse caso, os seis mil anos deveriam ter-se cumprido em 1997. Mas o mundo não chegou ao fim nesse ano! Sabemos, pelos sinais que Cristo nos deixou (ver Mateus 24; Lucas 21), que o fim de todas as coisas está próximo. Não devemos nos esquecer, no entanto, da referência à tardança relacionada com o tempo em que a segunda vinda de Cristo há de acontecer (ver Mateus 25:5), bem como das várias advertências de que não nos compete especular quanto ao tempo específico em que esse evento há de ocorrer (ver Mateus 24:36, 42; Atos 1:7).
Sobre o verbete “Chronology”, a Encyclopaedia Judaica explica que o método judaico de calcular os anos a partir da criação do mundo (Anno Mundi) tornou-se de uso popular cerca do nono século d.C. “Em vários cômputos rabínicos a ‘Era da Criação’ iniciou em um dos anos entre 3762 e 3758 a.C. A partir do século 12 d.C., porém, passou a ser aceito que a ‘Era da Criação’ começou em 3761 a.C. (para ser exato, no dia 7 de outubro daquele ano). Esse cômputo é baseado em sincronismos de elementos cronológicos mencionados na Bíblia e em cálculos encontrados na antiga literatura judaica pós-bíblica.” Por sua vez, a teoria de que a história do mundo se limita a seis mil anos de pecado, seguidos de um milênio sabático, está baseada na inferência de que cada um dos seis primeiros dias da semana da Criação (Gênesis 1) representa mil anos (ver II Pedro 3:8). E, além disso, que o sétimo dia (Gênesis 2:1-3) simboliza esse sétimo milênio (ver Apocalipse 20). A interpretação de cada dia da Criação como mil anos apareceu pela primeira vez na literatura judaica no livro pseudoepígrafo de II Enoque 33:1 e 2 [este livro não é bíblico], popularizando-se posteriormente entre vários intérpretes judeus e cristãos preocupados com o fim do mundo. Se o ano da criação da Terra fosse mesmo 3761 a.C., com duração de apenas seis mil anos, então o seu fim haveria de ocorrer aproximadamente no ano 2240 de nossa era. Mas tal cálculo especulativo não é aceitável, pois as genealogias do Antigo Testamento requerem, pelo menos, quatro mil anos da Criação ao nascimento de Cristo, para serem sincronizadas. Além disso, estudos, que procuram harmonizar cronologicamente a história bíblica de outros povos do mundo antigo, têm proposto mais de quatro mil anos da Criação ao nascimento de Cristo. Mesmo que aceitássemos a curta cronologia do arcebispo anglicano James Ussher (1581-1656), que estabelece arbitrariamente a Criação como havendo ocorrido no ano 4004 a.C. (quatro mil anos antes do nascimento de Cristo), teríamos sérias dificuldades, pois, nesse caso, os seis mil anos deveriam ter-se cumprido em 1997. Mas o mundo não chegou ao fim nesse ano! Sabemos, pelos sinais que Cristo nos deixou (ver Mateus 24; Lucas 21), que o fim de todas as coisas está próximo. Não devemos nos esquecer, no entanto, da referência à tardança relacionada com o tempo em que a segunda vinda de Cristo há de acontecer (ver Mateus 25:5), bem como das várias advertências de que não nos compete especular quanto ao tempo específico em que esse evento há de ocorrer (ver Mateus 24:36, 42; Atos 1:7).
Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, julho de 1998.