Cronologia da historicidade da doutrina bíblica da Trindade – 3ª parte
Século 4
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Atanásio, jovem secretário do bispo Alexandre e
presbítero da igreja de Alexandria, participou do Concílio de Nicéia e, apesar de ter desempenhado papel menor nos debates, o concílio modelou sua vida de tal maneira que ele gastou o resto de sua vida tentando manter o ponto de vista niceano a respeito de Cristo. Atanásio refutou as leituras arianas de Atos 2:36 e Hebreus 3:2, por exemplo, apresentando a ambiguidade do verbo poieo (fazer ou tornar), ignorada por Ário. Provérbio 8:22 representou um interessante desafio para Atanásio – Ário e Orígenes interpretavam esse texto como se referindo literalmente a Cristo! Como Atanásio possuía razões políticas para não aparecer em completo desacordo com Orígenes, ele provavelmente preferiu entender o texto como significando que Cristo submeteu-Se a uma mudança de status quando veio à Terra. |
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Uma corrente
filosófica popular sustentava que Deus não podia ser afetado por qualquer tipo de paixão ou sentimento, por mudanças e variações, e por experiências como sofrimento e a morte! Pelo fato de ainda não existir uma clara definição da dupla natureza de Jesus Cristo capaz de compreender Sua natureza divina como mantendo os atributos de Deus e ao mesmo tempo Sua natureza humana exibindo os atributos da humanidade, a insistência em que Deus preenchesse as descrições filosóficas da divindade representou um sério desafio à descrição niceana do Pai e do Filho como sendo ambos plenamente Deus! Mesmo Atanásio parecia estar falando de dois Deuses e até mesmo três, quando se adiciona o Espírito Santo, ao passo que a definição filosófica de Deus assevera que Ele é “Um” e indivisível. Jesus simplesmente não correspondia às noções dos filósofos sobre como um Deus real devia ser! |
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Para os cristãos estudiosos do quarto século
que criam na eternidade do Filho, esse conjunto de expectativas não correspondidas levou-os a assumir que o Filho era essencialmente diferente do Pai! “Trindade”, “Três em Um” simplesmente desafiava todas as categorias matemáticas em uso desde Aristóteles. O mesmo era verdade em relação ao termo homoousios (“de uma mesma substância”), escolhido em Nicéia para representar o Pai e o Filho como sendo da mesma natureza. O termo apresentava dois possíveis significados em seu uso filosófico: os crentes poderiam entendê-lo como retratando Pai e Filho tanto como dois indivíduos de um tipo – dois Deuses, ou então como um indivíduo dividido em duas partes – Deus dividido em dois modos (o modalismo de Sabélio). O único raciocínio correto desses pensamentos é que o termo enfatiza o contraste entre Deus e a criatura! Atanásio argumentava em favor da nomenclatura Trindade e homoousios afirmando que todos os seres criados compartilhavam um conjunto de características, ao passo que a Divindade compartilha um conjunto diferente de características. Pai e Filho possuem a mesma natureza porque ambos Se encontram do mesmo lado do abismo (o lado do Criador) existente entre Criador e criatura. Trata-se de uma separação “bíblica”! Eles são dignos de adoração. Anjos e homens, não. Por volta do tempo de sua morte em 373, Atanásio convencera a maioria dos teólogos cristãos de que era necessário utilizar a nova terminologia, em vez de restringirem-se aos termos que apareciam na “Bíblia”. Em virtude das barreiras existentes entre os que falavam e escreviam grego e os que usavam latim, e dos desafios adicionais para os que utilizavam o grego como segundo ou terceiro idioma, passaram-se décadas para que todos entendessem os novos significados desses termos. Alinhamentos ou realinhamentos políticos também desempenharam papel maior na discussão dos termos e seus significados! |
Esta pesquisa está em construção. Aguardem por seu desfecho! A primeira parte da Cronologia aqui e a segunda, aqui! A quarta parte já está disponível aqui! (Hendrickson Rogers)