O Céu precisa ser purificado?
“Hebreus 9:23 – As figuras das coisas que estão no céu tinham que se purificar?”
“Hebreus 9:22 – Purifica quase todas as coisas? O que não é purificado?”
[Indagações enviadas por Emília, de Portugal, para o Projeto “Mil e Uma Perguntas”em 2003]
Quando Paulo afirma que “as figuras das cousas que se acham nos céus” se purificavam através dos sacrifícios de sangue (veja Hb 9:22), ele se refere aos elementos terrenos que foram construídos segundo o modelo mostrado a Moisés no monte (Êx 25:40). Tudo o que se referia ao Santuário terrestre que precisava de purificação, vez após vez era purificado também com o sangue dos animais. No final do verso 23 lemos: “mas as próprias cousas celestiais, com sacrifícios a eles superiores”. Que coisas no céu precisam de uma purificação? No céu há impurezas? Bom, para respondermos a essas indagações se faz necessário lembrarmos que todas as cerimônias sacrificais apontavam para o maior e último dos sacrifícios – o sacrifício de Deus por meio de Jesus Cristo, “que tira o pecado do mundo”(Jo 1:29). Usando um simbolismo didático, o Senhor revelou a imundícia da transgressão da Lei, isto é, a imundícia do pecado! Já que a Lei não seria destruída, seu legislador o seria por amor de Seus filhos numa certa data. Até essa data, o pecador destruiria um inocente animal após lançar sobre este seu pecado! O sangue do animal era levado para dentro do Santuário terrestre, o tornando automaticamente contaminado… O Santuário era purificado, uma vez por ano, de toda a contaminação simbólica. O sacrifício de Deus “para tirar os pecados de muitos”(Hb 9:28) foi pontualmente realizado e nosso Sacerdote levou, simbolicamente, o sangue desse sacrifício para o Santuário original – aquele cujo escopo inspirara a construção do Santuário terrestre! Ora se transferimos, simbolicamente, nossas transgressões para o “Cordeiro de Deus ”, Este é, então, o culpado das mesmas e deve sofrer a pena! O sangue do “Culpado” simbolicamente contamina o Santuário celestial, assim como acontecia no terrestre: “Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel”(Lv 16:16)!! Mas o Cordeiro é o próprio sumo Sacerdote de modo que, mesmo “contaminando” o Santuário celestial por levar sobre Si nossas transgressões (veja Is 53), Jesus começou a fazer a purificação desse Santuário em 22 de outubro de 1844, como Daniel 8:14 nos assegura! Ou seja, a purificação do Santuário celestial será consumada quando não restar pecados sobre os quais o sangue do Cordeiro precise ser aplicado, para a salvação do pecador! “Sede santos, porque Eu sou santo” diz o Senhor! (Veja I Pe 1:16) Assim como o dono da casa é, imaginamos ser a sua residência! É certo que a habitação do Todo-poderoso e Santo Deus é santa e imaculada! Se há algo no céu a ser purificado é o meu pecado assumido por Jesus na cruz, e levado SIMBOLICAMENTE ao Santuário para ser “aniquilado”(Hb 9:26) através da ministração do dom de Cristo sobre mim, já que lá Ele está “por nós, diante de Deus” (Hb 9:24). Observemos que Paulo conclui que: se no Santuário terrestre usou-se sacrifícios de animais para sua purificação, no supremo Santuário celestial devem ser usados “sacrifícios a eles superiores”! Jesus só morreu uma vez, contudo Seu sacrifício é ministrado a todos os pecadores que O buscam e tantas quantas vezes O buscam!!! Também percebemos que Seu “único sacrifício cumpriu cada um dos requisitos que simbolizavam os sacrifícios do sistema antigo” (Comentário Bíblico em espanhol). Logo, não basta o sacrifício… é preciso o serviço realizado no Santuário para o cancelamento do pecado! Amado e obedecido seja nosso sábio Deus, para sempre! Ele sabe o que faz e como deve fazer!! Quanto ao fato de “quase todas as cousas, segundo a lei, se purificam com sangue”, Paulo como judeu dedicado bem sabia que “tudo o que pode suportar o fogo fareis passar pelo fogo, para que fique limpo; todavia, se purificará com a água purificadora; mas tudo o que não pode suportar o fogo fareis passar pela água”(Nm 31:23). Veja ainda Nm 19 e Lv 5: 11-13. (Perguntas & Respostas, v.1, pp. 23 e 24)