novembro 23, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Apocalipse 18 – uma introdução

Como os demais capítulos do grande Apocalipse, este capítulo apresenta a “Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as cousas que em breve devem acontecer”. Aproveito a introdução desta pesquisa para estimular a você, amigo estudante, a separar um tempo para a leitura seguida de uma escavação do livro da Revelação! É contraditório amar a Jesus e não amar Suas revelações, não acha? Talvez o conteúdo do último livro da Bíblia pareça definitivamente obscuro. Mas, a Matemática da 7ª série [8° ano] também não foi meio complicada? Ou, pra você que possuía e provavelmente ainda possui uma mente inclinada a cálculos, a Literatura e a Geografia geralmente não tinham muito significado, quando foram estudadas em sua época colegial! Sua mente hoje, sem dúvida, tolera as áreas de conhecimentos que lhe são necessárias para seu bom desempenho profissional, ainda que esses mesmos assuntos tenham lhe causado sérios desagrados anos atrás… Se é possível essa adaptação mental de modo que consigamos viver razoavelmente bem sucedidos, quão infinitamente possível é gostarmos das revelações de Jesus e as compreendermos – por amor a Ele e para nosso inestimável sucesso! Apesar de Ele ter entregado a Revelação de Deus a anjos e homens, para que estes transmitissem a Seus outros filhos, é o próprio Deus quem nos faz receber e assimilar sua Revelação, “pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos”! (Veja Atos 17:22-28)
Verso 1
Depois destas cousas
Devemos entender aqui que João recebeu o conteúdo desse capítulo logo após a recepção do conteúdo de Apocalipse 17. João NÃO está dizendo: “Assim que se cumprir o capítulo 17, será cumprido o capítulo 18”. Como prova disso, volte ao capítulo 7 e confira: “Depois disto, vi…”, diz João no verso primeiro, relatando a partir daí o selamento do povo de Deus mesmo tendo acabado de relatar a volta de Jesus nos últimos versos de Apocalipse 16! (Veja ainda a página 26). Parece irrelevante essa análise inicial, mas ela traz à cena uma marcante característica do Apocalipse: a ordem de seus capítulos (e mesmo a dos versos) não define a ordem dos acontecimentos revelados neles!
Vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória. Então, exclamou com potente voz (verso 2)
A linguagem figurada da visão de João nos revela os mensageiros de Jesus, guiados pela providência divina, que possuíam enorme autoridade em sua maneira de levar avante sua missão – proclamar o último chamado de Deus a Seus filhos que se encontram em Babilônia! E todos os continentes, sem a exceção de um único Estado ou pequeno povoado do mundo, foram iluminados pela manifestação do caráter de Deus na vida desses mensageiros, como nunca antes! “O anjo que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo, deve iluminar a Terra toda com a sua glória. Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário poder. O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus; a mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI; mas isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última advertência do terceiro anjo. “Esta obra será semelhante à do dia de Pentecoste. Assim como a ‘chuva temporã’ foi dada, no derramamento do Espírito Santo no início do evangelho, para efetuar a germinação da preciosa semente, a ‘chuva serôdia’ será dada em seu final para o amadurecimento da seara. “A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início. “Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes. “A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus”. (O Grande Conflito, pp.611 e 612) Imagine como a tecnologia poderá e deverá ser usada por esses mensageiros, para abarcar todo o Planeta! Penso que, apesar de o astuto inimigo de Deus desejar globalizar o mundo com o propósito de espalhar suas mentiras e contrafações da Verdade mais rapidamente, ao mesmo tempo em que tenta colocar os portadores dessa Verdade dentro de uma circunferência global bem fechada para persegui-los melhor, o Senhor da sabedoria usará o veneno da serpente contra ela mesma – a “Aldeia Global” terá suas trevas espancadas mais rapidamente através do manuseio da tecnologia “do mal” pelo Exército de Cristo! “O conhecimento existente no mundo pode ser adquirido, pois todos os homens são propriedade de Deus e são usados por Ele para cumprir Sua vontade em determinados aspectos, mesmo que rejeitem o homem Cristo Jesus como seu Salvador. A maneira pela qual Deus usa os homens nem sempre é discernida, mas Ele o faz. Deus dotou os homens de talentos e capacidade inventiva, a fim de que seja efetuada a Sua grande obra em nosso mundo. As invenções da mente humana parecem proceder da humanidade, mas Deus está atrás de tudo isso. Ele fez com que fossem inventados os rápidos meios de comunicação para o grande dia de Sua preparação”. (Fundamentos da Educação, p.409)
Verso 2
A grande Babilônia
Babilônia (Bab-ilu) = Porta dos deuses, significado original! Babilônia (Balal) = Confusão, significado pejorativo criado pelos hebreus. De posse desses significados e observando que no Apocalipse o símbolo ‘mulher’ se refere tanto a Igreja fiel de Deus como a Igreja de Satanás – os religiosos infiéis decididos (veja os capítulos 12 e 17), analise o seguinte comentário: “A prostituta Babilônia considera-se como uma ‘porta de Deus’, como a porta de Deus. Estra ecclesiam non salus est, foi durante séculos a sua doutrina oficial em latim. ‘Fora da igreja [romana] não há salvação’. Evidentemente, no entanto, aos olhos de Deus ela era um lugar de confusão. Seus ensinamentos, uma corruptora mistura de verdade e erro, criaram uma confusão monumental. “Ela ensinou que o dia do juízo ocorrerá por ocasião do segundo advento – mas também ensinou que os pecadores são condenados ao inferno imediatamente depois que morrem. Ela ensinou que Deus é amor – mas também que Ele faz os pecadores queimarem em seu tormento literalmente para sempre e sempre. Ela ensinou que a Bíblia é a Palavra de Deus – mas quando os concílios eclesiásticos divergem da Bíblia, eles são mais claros e possuem maior autoridade que esta. Ela ensinou que todos os dez mandamentos são laços morais indissolúveis – mas em seus catecismos ela removeu do segundo mandamento a proibição de culto às imagens e modificou o mandamento do sábado, de modo a colocar o domingo como dia santificado em lugar do sábado de Deus. “Na tiara que traz à testa [veja Apocalipse 17:5], a prostituta identificou-se como ‘Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes’. Durante muito tempo tem a Igreja Católica se rotulado como a ‘Igreja-mãe’. Em determinado sentido, ela tem estado correta ao assim proceder, pois ela deu origem a muitas igrejas-filhas. Triste é dizê-lo: quando observadas pelo seu pior aspecto, as filhas também demonstram uma forte tendência para se tornarem ‘prostitutas’. (Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, pp.476 e 477)
Caiu, caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo
O segundo anjo do capítulo 14 tem uma mensagem muitíssimo semelhante a esta. As diferenças essenciais são (1) o tempo do cumprimento das mensagens idênticas e (2) o próprio conteúdo delas! (1) “O primeiro anjo é seguido por um segundo, que proclama: ‘Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.’ Ap 14:8. Esta mensagem foi entendida pelos adventistas como o anúncio da queda moral das igrejas em conseqüência de sua rejeição da primeira mensagem. A proclamação “Caiu Babilônia” (Ap 14:8), foi dada no verão de 1844, e como resultado, cerca de cinqüenta mil abandonaram estas igrejas. “Por algum tempo muitas igrejas receberam bem o seu trabalho, mas decidindo-se contra a verdade do advento, desejaram suprimir todo o exame desse assunto. Aqueles que haviam aceitado a mensagem foram colocados numa posição de grande provação e perplexidade. Amavam suas igrejas, e relutavam separar-se delas, mas, sendo ridicularizados e oprimidos, e negado o privilégio de falarem de sua esperança, ou de assistirem às pregações sobre a vinda do Senhor, muitos afinal se levantaram e lançaram de si o jugo que lhes fora imposto. “Os adventistas, vendo que as igrejas rejeitavam o testemunho da Palavra de Deus, não mais podiam considerá-las como constituindo a igreja de Cristo, ‘coluna e firmeza da verdade’ (I Tm 3:15); e quando a mensagem ‘Caiu Babilônia’ (Ap 14:8), começou a ser anunciada, eles se sentiram justificados da separação de sua antiga associação”. (História da Redenção, pp.364-366) (2) No tempo da segunda mensagem de Apocalipse 14, Babilônia ainda não havia se tornado “morada de demônios”, pelo menos não completamente! “Desde a rejeição da primeira mensagem, uma triste mudança ocorreu nas igrejas. Quando a verdade é desprezada, o erro é recebido e acariciado. O amor a Deus e a fé em Sua Palavra esfriaram. As igrejas ofenderam o Espírito do Senhor, e este tem sido em grande medida retirado delas”.  (História da Redenção, p.366; ênfase nossa)
Esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável
Percebendo que muitas das profecias apocalípticas foram escritas por João numa linguagem idêntica à que foram escritas as profecias do Antigo Testamento (leia, por exemplo, Isaías 21:9 e Jeremias 51:8), penso que a expressão acima enfatiza o estado irremediável e, portanto permanente, que se encontrarão as organizações religiosas que misturam a Verdade com a mentira – Igreja Católica, Protestantes apóstatas e os espíritas. Veja: “Por isso as feras do deserto com os chacais habitarão em Babilônia; também os avestruzes habitarão nela, e nunca mais será povoada, nem habitada de geração em geração, como quando Deus destruiu a Sodoma e a Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o SENHOR; assim, ninguém habitará ali, nem morará nela homem algum”, é o que vemos na profecia contra Babilônia, anunciada pelo profeta Jeremias!(Jr 50:39,40) Note os animais citados: chacais e avestruzes, afora as feras do deserto. Tanto os chacais quanto os avestruzes são animais imundos, segundo o mandamento de Deus em Levítico 11! A presença deles em Babilônia, segundo Jeremias, representava o fim daquele império, irremediavelmente. João escreveu que, não somente os avestruzes, mas “todo gênero de ave imunda” habitaria a Babilônia religiosa – o que, para mim, significa um fim proporcionalmente mais irremediável que o término do império babilônico: a presença de alguns avestruzes = o fim, não há mais solução! A presença de todo gênero de ave imunda = o fim elevado ao fim!!
Verso 3
Todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição
“Os habitantes da Terra serão enganados (veja 17:8) para que cooperem com a política da Grande Prostituta (veja ainda 13:8). Este engano se realizará pelos dirigentes religiosos. “Este vinho é a política enganosa de Satanás para submeter todo o mundo ao seu domínio – as mentiras de seus ensinos promovem sua política”! (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia em espanhol, p.863) Juntos das contrafações satânicas, como técnicas sensacionais para seduzir as nações, estão os seus “grandes sinais” (Ap 13:13) e a sua “feitiçaria” (Ap 18:23). “A aliança entre o cristianismo apóstata e os poderes políticos da Terra, é o meio pelo qual Satanás se propõe unir o mundo sob seu governo”. (CBASD em espanhol, p.863) Com sua fúria contra o Deus do amor e da verdade, a potestade do mal enreda “furtiva mas rapidamente” (A Batalha Final, p.145) os que deveriam ser chamados filhos de Deus e aqueles que teimosamente adiam seu compromisso com o Senhor!
Com ela se prostituíram os reis da terra
Esta expressão equivale à prostituição ocorrida no Antigo Testamento. Veja como exemplos: “Estas coisas se te farão, porque te prostituíste com os gentios e te contaminaste com os seus ídolos”! (Ezequiel 23:30). “O Meu povo consulta o seu pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá resposta; porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus”! (Oséias 4:12). “Usada em sentido figurado, como aqui, se refere a uma aliança ilícita dos [falsos] cristãos com outro senhor que não é Cristo. Neste caso uma união político-religiosa entre uma igreja [apóstata] e as nações da terra. … Poderes políticos disporão sua autoridade e seus recursos à Grande Meretriz, e através disso ela tentará cumprir seu propósito de matar todo o povo de Deus [17:6 e 14] e governar os “que habitam sobre a Terra” (veja 17:8). Os ‘reis da Terra’ serão seus cúmplices nesse crime”. (CBADS em espanhol p. 863, com modificações).

Fonte: Perguntas & Respostas, v. 2, pp. 27-31.
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