Transformou-se o grande rei Salomão num homossexual?
“Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de todo fiel para com o Senhor, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai. Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas. Assim, fez Salomão o que era mau perante o Senhor e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai. Nesse tempo, edificou Salomão um santuário a Camos, abominação de Moabe, sobre o monte fronteiro a Jerusalém, e a Moloque, abominação dos filhos de Amom. Assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses”. (I Reis 11:3-8)
Vamos investigar o modo pelo qual Salomão seguiu a “outros deuses”:
“Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas”.
Astarote era pra muitos dos povos orientais antigos a deusa do amor e da fertilidade. Os cultos a essa deidade sidônia eram marcados por expressões de sensualidade e impureza. Em descobertas arqueológicas “suas imagens a mostram nua com os traços sexuais grandemente destacados. Em seu culto se praticava a prostituição como ritual religioso, culto bem antigo na Transjordânia nos tempos de Abraão”. (Dicionário Bíblico Adventista em espanhol, p.112).
A partir daqui fica claro que as perversões de Salomão englobaram a imoralidade sexual, desde quando obteve mais de uma mulher se tornou um transgressor das leis de Deus quanto ao matrimônio e o adultério!
Milcom – “deus dos amonitas. Nada se sabe sobre ele nas fontes extra-bíblicas, apesar de seu ‘nome’ aparecer em selos amonitas e numa inscrição em pedra do século IV a.C. Também um certo deus ‘Mlkm’ é mencionado nos textos de Ugarit. Esse termo significa ‘rei’, e pode ter sido um título ao invés de um nome (como ocorre com Baal, um título que significa ‘senhor’, ‘amo’, aplicado a muitos deuses locais dos cananeus). Alguns sugerem que em I Reis 11:7 se deve ler ‘Milcom’ em vez de Moloque”. (Dicionário Bíblico Adventista em espanhol, p.787).
“Edificou Salomão um santuário a Camos, abominação de Moabe, sobre o monte fronteiro a Jerusalém, e a Moloque, abominação dos filhos de Amom”.
Camos – “principal deus adorado pelos moabitas, os quais receberam o nome de ‘povo de Camos’ (veja Nm 21:29). … Esse povo atribuiu todas as suas vitórias a ajuda de Camos e todas as derrotas à ira dele. Ocasionalmente se lhe ofereciam sacrifícios humanos (veja II Reis 3:27). Desde os dias de Salomão até os dias de Josias, Camos foi adorado em Judá (II Reis 23:13). A menção dessa deidade na mensagem de Jefté em Juízes 11:24 pode implicar que os amonitas também o adoravam”. (Idem, pp.964 e 965).
Moloque – “nome de um deus a quem se ofereciam sacrifícios humanos; não identificado ainda. Originalmente o nome provavelmente foi Melek, ‘rei’, que era um título que os hebreus também aplicavam ao verdadeiro Deus. Se foi assim, pode ser que os judeus posteriores, considerando vergonhoso se referir com a mesma palavra que empregavam ao verdadeiro Deus, mudaram a pronúncia de Moloque (Môlek) ao tomar as vogais ‘o’ e ‘e’ da palavra hebraica bôsheth, vergonha.
“Alguns eruditos negam a existência desse deus na antiguidade; no entanto, textos descobertos em vários lugares documentam sua existência. Um deus Malkûm, mencionado pela primeira vez em 4 textos de Drehem (no final do 3º milênio a.C.), aparece como Mulûk nos de Mari e como Malik em três escritos assírios que o identificam como Nergal, a divindade assírio-babilônica do mundo subterrâneo. Um texto recentemente descoberto de Ugarit fala claramente de um ‘sacrifício a Mlk, com o qual acabam as dúvidas quanto à divindade de Mlk. Na língua púnica, estreitamente aparentada com a hebraica, môlek aparece com o significado de ‘voto’, ‘promessa’. Conseqüentemente, alguns estudiosos explicam a expressão ‘passar pelo fogo a Moloque’ como sendo ‘passar pelo fogo como cumprimento de um voto a determinada deidade’! A palavra môlek pode ter possuído esse significado em Cartago, mas na Bíblia parece limitar-se a designar um deus pagão a quem se ofereciam sacrifícios, entre os quais também haviam os sacrifícios humanos.
“A lei proibia categoricamente a consagração dos filhos a Moloque (II Reis 23:10) e condenava a morte àqueles que a transgredissem (Lv 18:21; 20:1-5). Mas mesmo assim os israelitas freqüentemente seguiram a prática dos sacrifícios humanos. Veja Jr 7:31; 19:4,5; 32:35; Ez 16:21; 23:37,39. Acaz e Manassés queimaram seus filhos no alto de Tofete, no vale de Hinom, ao sul de Jerusalém (II Cr 28:1,3; 33:1,6); porém o piedoso rei Josias destruiu este lugar para que não se repetisse esse ato (II Reis 23:10). Uma declaração do profeta Amós (Am 5:26) citada por Estevão (At 7:43) parece indicar que os hebreus possuíram em algum momento um santuário portátil dedicado a Moloque. Contudo, alguns eruditos entendem que sikkûth, traduzido por ‘tabernáculo’ na versão atualizada (ARA), é um nome próprio: Sakkut. Como conseqüência colocam vogais diferentes no termo traduzido ‘vosso Moloque’, para que se leia ‘vosso rei’, de modo que a frase seja : ‘Sakkut vosso rei’”. (Dicionário Bíblico Adventista em espanhol, pp. 805,806).
Mesmo sendo um rei instituído por Deus, Salomão, mais do que muitos outros, seguiu um caminho perverso e imoral. Como pode permitir sacrifícios humanos em seu reino? (E talvez até sacrificar passiva ou ativamente filhos seus de suas mulheres pagãs!) E quanto aos rituais devassos em adoração às deidades de suas mulheres? O culto àqueles deuses “implicava ritos demasiadamente horríveis para serem mencionados. Tão monstruosos eram os crimes cometidos em honra a esses deuses, que o Senhor ordenou que os povos oriundos de Canaã – os quais eram devotos desses – fossem destruídos completamente (Veja Dt 7:2-5)”. (Comentário Bíblico Adventista em espanhol, p.799).
Até aqui não vemos nenhuma menção que prove a bissexualidade de Salomão, embora o que vimos deixe claro que a moral e os valores desse homem foram rebaixados a um nível tão desprezível, onde muitas suposições interessantes poderiam até ser levantadas, apesar de não comprovadas!
“A conduta de Salomão trouxe sua inevitável penalidade. Sua separação de Deus pela comunhão com idólatras foi sua ruína. Renunciando sua aliança com Deus, perdeu o domínio de si mesmo. Sua eficiência moral desapareceu. Sua fina sensibilidade embotou-se, e cauterizou-se sua consciência. Aquele que no início de seu reinado havia demonstrado tanta sabedoria e simpatia em restituir um desamparado bebê a sua desafortunada mãe (I Reis 3:16-28), caiu tão baixo a ponto de consentir na construção de um ídolo ao qual se ofereciam em sacrifício crianças vivas. Aquele que na sua juventude fora dotado de discrição e entendimento, e que em sua forte varonilidade havia sido inspirado a escrever: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14:12), em seus últimos anos afastou-se tanto da pureza a ponto de favorecer ritos licenciosos e revoltantes relacionados com a adoração de Camos e Astarote.
“Aquele que na dedicação do templo tinha dito a seu povo: “Seja o vosso coração perfeito para com o Senhor nosso Deus” (I Reis 8:61), tornara-se um transgressor, negando no coração e na vida suas próprias palavras. Ele tomou licença por liberdade. Procurou – mas a que preço – unir a luz com as trevas, o bem com o mal, a pureza com a impureza, Cristo com Belial. Depois de haver sido um dos maiores reis que já empunharam um cetro, Salomão tornou-se um libertino, instrumento e escravo de outros. Seu caráter, outrora nobre e viril, tornou-se debilitado e efeminado. Sua fé no Deus vivo foi suplantada por dúvidas ateístas. A incredulidade mareou sua felicidade, enfraqueceu-lhe os princípios e degradou-lhe a vida. A justiça e magnanimidade dos primórdios de seu reinado, transmudara-se em despotismo e tirania.
“Pobre, frágil natureza humana Pouco pode Deus fazer por homens que perdem o senso de dependência dEle. Durante esses anos de apostasia, o declínio espiritual de Israel progrediu firmemente. Como poderia ser diferente se seu rei havia unido seus interesses com instrumentalidades satânicas? Através dessas instrumentalidades o inimigo operou para confundir a mente dos israelitas com respeito ao verdadeiro e ao falso culto; e eles se tornaram presa fácil. O comércio com outras nações levou-os a íntimo contato com os que não tinham amor a Deus, e seu próprio amor por Ele foi grandemente diminuído. Seu agudo senso do elevado e santo caráter de Deus foi amortecido. Recusando seguir na trilha da obediência, transferiram sua vassalagem para o inimigo da justiça. Tornou-se comum a prática de intercâmbio matrimonial com idólatras, e os israelitas depressa perderam sua repulsa pela idolatria. A poligamia foi tolerada. Mães idólatras levaram seus filhos a observar ritos pagãos. Na vida de alguns o puro culto religioso instituído por Deus foi substituído pela idolatria do mais negro matiz.
“Salomão fora dotado com maravilhosa sabedoria; mas o mundo afastou-o de Deus. Os homens hoje não são mais fortes do que ele o era; são igualmente inclinados a ceder às influências que lhe provocaram a queda. Assim como Deus advertiu Salomão do perigo que o ameaçava, assim adverte Ele hoje a Seus filhos a que não ponham em perigo suas almas pela afinidade com o mundo. “Saí do meio deles”, pede Ele, “e apartai-vos, … não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”. II Cor. 6:17 e 18. No meio da prosperidade ronda o perigo. Através dos séculos, riquezas e honra sempre têm-se feito seguir do perigo para a humildade e espiritualidade.
“Não é o copo vazio que se torna difícil de ser transportado; é o copo cheio que precisa ser cuidadosamente equilibrado para ser conduzido. A aflição e adversidade podem causar tristeza, mas é a prosperidade que representa maior perigo para a vida espiritual. A menos que o ser humano esteja em constante submissão à vontade de Deus, a menos que seja santificado pela verdade, a prosperidade fará que ressurja a inclinação natural para a presunção. No vale da humilhação, onde os homens dependem de Deus para serem ensinados e guiados em cada passo, há relativa segurança. Mas os homens que se plantam, por assim dizer, num elevado pináculo, e que, por causa de sua posição, presumem possuir grande sabedoria – esses estão no mais grave perigo. A não ser que tais homens façam de Deus sua confiança, seguramente cairão. Sempre que a ambição e o orgulho são tolerados, a vida é maculada; pois o orgulho, não sentindo necessidade, cerra o coração para as bênçãos infinitas do Céu. Aquele que faz da glorificação de si mesmo seu alvo encontrar-se-á destituído da graça de Deus, por cuja eficiência as verdadeiras riquezas e a mais satisfatória alegria são conquistadas.
“Mas o que tudo entrega e tudo faz por Cristo conhecerá o cumprimento da promessa: “A bênção do Senhor é que enriquece, e não acrescenta dores.” Pv. 10:22. Com o gentil toque da graça o Salvador expulsa da alma a inquieta e não santificada ambição, mudando a animosidade em amor, a incredulidade em confiança. Quando Ele Se dirige à alma, dizendo: “Segue-Me” (Mt. 9:9), o mágico encantamento do mundo é quebrado. Ao som de Sua voz, o espírito de avareza e ambição foge do coração, e os homens se erguem, emancipados, para segui-Lo”. (Profetas e Reis, pp.57-60, ênfase nossa).
Com singular visão a escritora Ellen nos apresenta seu comentário preciso sobre a decadência de Salomão e ainda nos convida a termos uma relação de submissão integral para com o mesmo Deus de Salomão! Mas e quanto as frases sublinhadas, como saber se sua visão “precisa” não cometeu algum exagero?!
“Seu caráter, outrora nobre e viril, tornou-se debilitado e efeminado”, afirmou ela! Antes de expor nosso falso zelo pela verdade, atacando a escritora com afirmações fortes, e demonstrar, sim, nossos preconceitos contra aqueles que possuem uma visão diferente da nossa, devemos indagar – o que ela quis dizer com a palavra “efeminado”? O óbvio às vezes se apresenta como uma miragem para os precipitados e presunçosos; grave isso amigo leitor.
Analisemos o contexto no qual está inserido esse adjetivo:
“Depois de haver sido um dos maiores reis que já empunharam um cetro, Salomão tornou-se um libertino, instrumento e escravo de outros. Seu caráter, outrora nobre e viril, tornou-se debilitado e efeminado. Sua fé no Deus vivo foi suplantada por dúvidas ateístas. A incredulidade mareou sua felicidade, enfraqueceu-lhe os princípios e degradou-lhe a vida. A justiça e magnanimidade dos primórdios de seu reinado, transmudara-se em despotismo e tirania. Pobre, frágil natureza humana. Pouco pode Deus fazer por homens que perdem o senso de dependência dEle”.
Ellen procura explicitar o contraste entre a vida passada e a vida presente do monarca, enfatizando a força que há num relacionamento de submissão ao Senhor e a fraqueza que resulta no uso do livre arbítrio sem a presença de Deus! Em nenhum momento anterior ou posterior ela fala sobre algum desequilíbrio sexual específico de Salomão, a não ser quanto a sua união ilícita com mais de uma mulher!
Ou seja, chamo a sua atenção ao fato de efeminado ser um adjetivo ambivalente, assim como o termo viril, também usado por ela. Ellen NÃO está afirmando a masculinidade passada e a feminilidade presente de Salomão! Mas sim, confirmando o relato bíblico de que o sábio e esforçado (ou enérgico ou simplesmente viril) rei, por desobedecer à poderosa e irrevogável Lei de Deus, se tornara ‘debilitado e efeminado’ ou ainda debilitado e excessivamente fraco de caráter!
Que tal lermos um pouco mais o livro dos não-burros?
Efeminar: (1) Tornar-se efeminado; afeminar. (2) Fazer perder a energia; tornar fraco.
E ainda, que tal reconhecermos a veracidade da escritora Ellen G. White nesse seu comentário detalhado e fundamentado, como sempre, na boa palavra de nosso Deus?
Procuremos a sabedoria de Salomão e a submissão de Jesus! Caso contrário nossas tradições e nossos preconceitos nos levarão a um destino semelhante ao de Salomão (antes de se voltar a Deus), e também seremos efeminados!
Fonte: Perguntas & Respostas, v. 2, pp. 16-19.
Então, efeminado significa ser fraco? Pois, não sei o que é pior, se as mulheres fortes, masculinizadas de hoje ou homens fracos efeminados do passado? Não sei como Ellen White ainda não caiu na graça dos gays modernos!!!
Então, efeminado significa ser fraco? Pois, não sei o que é pior, se as mulheres fortes, masculinizadas de hoje ou homens fracos efeminados do passado? Não sei como Ellen White ainda não caiu na graça dos gays modernos!!!