“A borda caminhando para o centro”
Nem o clima de deserto que castigou Brasília no Sete de Setembro intimidou os cerca de 25 mil manifestantes da Marcha contra a Corrupção, em pleno centro do poder. A despeito do calor, a maioria foi de preto, para expressar seu luto diante da corrupção e da impunidade. Gente muito jovem, em grande parte, foi dizer aos Poderes da República que não aceita a complacência e o corporativismo com que corruptos costumam ser tratados. É gente consciente, cidadã, que com razão considera aberrante o desfecho do caso da deputada filmada recebendo dinheiro sujo e absolvida pela Câmara, em votação secreta, acobertada do público. Quem foi às ruas também não se conforma com o pragmatismo raso, que usa a necessidade de governabilidade como álibi eterno para políticos de todos os partidos. O movimento que pôs tanta gente no centro de Brasília não é espontâneo – rótulo enganador que sugere certa ingenuidade. Houve a iniciativa de quem se dispõe a não aceitar o lugar de mero espectador da política. Pipocou nas redes sociais, foi autoconvocatório. Barrou quem queria entrar com bandeiras de partidos. Pacífico, livre, não atacou o governo, mas disse o que o revolta. Agora desafia análises apressadas que, usando categorias e modelos mentais insuficientes para entender o presente, partem para rotular e desqualificar. “É de direita”, “é moralista”, “é apolítico”. Talvez porque não estavam lá, à frente, faturando para seu grupo a sempre forte presença da população na rua, assustadora para quem, no poder ou na periferia dele, está pronto a servi-lo a qualquer preço. Falam como coro grego que vê sua função de intermediário esvair-se, pois a própria plateia resolve assumir a ação. O povo apareceu, como gritaram em Brasília. Que é um movimento político, não há dúvida, mas não nos termos partidários ou do maniqueísmo da disputa entre esquerda/direita, progressista/conservador. No mínimo, as passeatas de Brasília e de outras cidades, mesmo que em menor número, mostraram que é possível se mobilizar em torno de um alinhamento ético e da busca por direitos e cidadania. Mostram ainda que as novas metodologias e formas de comunicação funcionam e podem crescer em força, capacidade de agregação e na prospecção de novos aplicativos democráticos. É a borda caminhando para o centro, o seu lugar legítimo. Isso deve incomodar muito quem pensa que as questões do poder não são da conta do povo. Como alguém postou no Twitter: “O basta à corrupção de hoje, fruto de uma espécie de autoconvocação, pode ser o embrião de um histórico movimento de cidadania”. Esperamos que sim, embora não saibamos ainda no que vai dar. Mas certamente vem por aí a política 2.0.
Fonte: Marina Silva para a Folha de São Paulo em 9/9/11.
Nota: O brasileiro se incomoda muito com a corrupção… dos políticos! Com as suas corrupções pessoais, acariciadas, costumeiras, nem tanto. Se você não leu o artigo “Jeitinho brasileiro ou preferência pela desonestidade?”, por favor, leia aqui. Obviamente eu abomino os desperdícios e desvios do nosso dinheiro pelos administradores que a maioria (não todos!) de nós escolheu. Porém outra coisa me chama mais a atenção – não falta muito para todos os que não estão se preparando para o retorno de Cristo estejam unidos sob uma só bandeira! Grandes e pequenos, ricos e pobres, católicos, “evangélicos” e nenhuns dos dois se unirão, deixarão de lado a política e sua decadência e se preocuparão em construir um enorme movimento contra os que estão genuinamente se preparando para o encontro com o Rei! “Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra” (Ap 13:12,13). “A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos” (:16). “Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.) Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (16:13-16). É Isso que dá enxergar a corrupção do vizinho e desculpar as suas próprias desonestidades e injustiças, e quantos professos cristãos estão nesse meio e estarão naquele “movimento contra”! Você está de que lado hoje? Pergunto hoje, pois, segundo a Bíblia o fim do mal não será muito diferente de seu começo, nem o amanhã do hoje! Veja como exemplo disso Mt 24:32-44. A “borda” formada pelos ímpios jamais atingirá o “centro” composto por Deus e Seus filhinhos, embora tente desde o momento em que Lúcifer se tornou Satanás (o Adversário). Lhe estimulo a sair da borda da maioria! Lute por seus direitos sem oprimir os direitos do próximo, sem descumprir seus deveres para com a Lei eterna de Deus! Venha para o Centro, para a Verdade, para o único Caminho, para o Jesus da Bíblia e não o das Igrejas! (Hendrickson Rogers)