“Vai uma tatuagem aí?”
Alex Costa é pastor, tem 44 anos e 80% do corpo coberto com 176 tatuagens.
A primeira tatuagem foi um Olho de Horus, símbolo egípcio, que mais tarde descobriu que simboliza o olho de Lúcifer. A última foi um biomecânico, o desenho mostra como se sua cabeça fosse aberta e dentro tivesse peças de computador. “Graças a Deus o cabelo esconde”, brinca o pastor.
Recentemente Alex lançou o livro ‘Tatuagens de A a Z’ no qual compartilha sua experiência e revela os diferentes significados dos desenhos. Em entrevista ao GUIAME, o pastor ensina mais sobre esses símbolos.
“Sempre que você for a um estúdio de tatuagem, ele vai te falar o lado positivo do significado, mas, através de reportagens, eu comecei a descobrir o lado negativo de cada desenho. Descobri que existiam símbolos de assassinos, de tráfico de drogas, que eu tinha no meu corpo e que não era nada daquilo”, diz Alex, “comecei a me incomodar pelo fato de ninguém falar sobre isso, tanto que o livro ‘De A a Z’ é o foco de todas essas visões. Você vai pegar a águia, por exemplo, e vai saber o que ela significa para a Bíblia, o que ela significa para psicólogos de uma empresa, para a polícia, para os bandidos e vai descobrir que é completamente diferente um significado do outro”.
Alex Costa concedeu entrevista a rádio Novo Tempo confira em nossa página de vídeos!
O pastor conta que a rosa, que para nós significa romantismo, amor, carinho, para psicólogos significa uma pessoa com dificuldade de relacionamento. “Por essa diversidade de informações, achamos que as pessoas tinham que estar ‘ligadas’ para quando falar pra um filho não fazer uma tatuagem, ter argumentos, e não se basear apenas em um capítulo ou versículo da Bíblia, mas se basear em todo um histórico”, expõe.
Alex Costa relata que tornou-se um verdadeiro anti-crente quando estava no mundo e que aos 22 anos teve um primeiro contato com o evangelho, mas que não foi genuíno. A verdadeira conversão aconteceu há quatro anos quando entregou sua vida de corpo e alma a Deus. “Ele me pediu duas coisas e disse: ‘você vai pegar quem tem tatuagem e mostrar a verdade e a verdade vai libertar e quem não tem, você vai impedir que faça’”.
“Eu creio que Deus me permitiu viver servindo ao inimigo por 23 anos para aprender as armas dele nessa área e hoje lutar contra ele”, afirma o pastor.
Preconceito
O preconceito é algo comum na vida do pastor Alex, a diferença é que quando estava no mundo, vivia um tipo de preconceito e hoje, como cristão, é outro tipo.”É muito natural a pessoa comentar ‘mas, pastor com tatuagem?!’, mas sem me conhecer é como a pessoa falar do meu livro sem ter lido, então não tem relevância, relata Alex, “eu fiz o livro baseado na ordenança do Espírito Santo, as vidas que estão sendo salvas é que me interessam. Não sou nada, sou apenas instrumento. É claro que tem pessoas que vão levantar contra, dizendo que estamos no tempo de falsos profetas, mas eu não quero ser profeta nenhum, o único e verdadeiro profeta é Jesus Cristo, eu só levo a palavra dEle para quem precisa ouvir.”
Um exemplo dado pelo pastor é encontrar um jovem se drogando na rua às 3hs da manhã. Ao se aproximar, todo tatuado, o jovem pensa que Alex irá se drogar junto com ele. “Eu chego e falo ‘cara, eu tenho um barato muito mais legal pra você, vamos comigo?’. Ele pensa que vai ganhar uma droga melhor ainda e quando vê está em uma clínica de recuperação sendo salvo (…) se eu tivesse de terno e gravata, sem tatuagem, talvez ele não deixaria eu me aproximar”.
Apesar do preconceito vivido por um lado, Alex tem certeza de que tudo o que viveu permite a proximidade necessária para falar aos jovens.
“Uma coisa é uma pessoa que não tem tatuagem dizer aos jovens que não faça. Eles normalmente dizem que o pai é quadrado, que o pastor não sabe nada. Outra coisa é uma pessoa que tem 176 tatuagens, dizer para ele não fazer. Não estou me baseando em ‘achismo’, estou me baseando em um testemunho de quase 30 anos. Eu me molhei na tempestade, isso dá mais credibilidade no que estou falando”, conclui.
Fonte: Rádio Novo Tempo via guiame.com.br. Correção ortográfica e Edição por Hendrickson Rogers.