Espiritismo e Evolucionismo – filosofias nocivas ligadas deliberadamente!
– Existe algum tipo de afinidade entre o Espiritismo de Allan Kardec e o Evolucionismo de Charles Darwin?
“É a mesma da de Allan Kardec: 18 de abril de 1857. Tal certidão de ambos inexiste em termos cartorários. Com efeito, ninguém jamais encontrará nos registros cíveis da França o nome de Allan Kardec, entretanto esse personagem francês é bem conhecido pela história mundial… Explica-se: em 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon (França), nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail, descendente de uma antiga família lionesa, católica, de nobres e dignas tradições. Ele se tornaria famoso pelos seus invulgares dotes morais e intelectuais, inteiramente voltados para a educação, como professor e tradutor, além de autor de inúmeras obras pedagógicas, destinadas à instrução primária, secundária e até mesmo superior, algumas com aplicação até hoje na frança.” (150 anos de Allan Kardec. Editora Petit, 2006, p. 17-18).
CHARLES DARWIN E O EVOLUCIONISMO Adrian Desmond e James Morre, comentam o seguinte:
“Darwin adotou um materialismo assustador. Poucos meses antes [de viajar à bordo do HMS Beagle], havia concluído em seus cadernos secretos que a mente humana, a moralidade, e até mesmo a crença em Deus, eram simples artefatos do cérebro. […] Darwin sentou-se sobre sua teoria da evolução por vinte anos, mal discutindo consigo mesmo seus pensamentos mais íntimos sobre ‘homens-macacos’ e símios que desenvolviam moralidade, criticando-se severamente como um ‘capelão do demônio’. Mesmo em 1859, ele teve de ser incitado com firmeza a publicar Origin of Species [A origem das Espécies]. Darwin finalmente liberou o livro, mas praticamente sem nenhum palpite sobre as origens do homem.” (Darwin: A vida de um evolucionista atormentado. Geração Editorial, 2001, p. 18).
“Em 1842 Darwin escreveu um resumo em 35 páginas de suas concepções acerca da evolução e da seleção natural. Dois anos depois [ou seja, em 1844], elaborou uma versão mais detalhada, com 231 páginas. O texto de 1844 continha duas partes. Na primeira, Darwin discorria sobre as variações entre os organismos, tanto nos criados ou cultivados pelo homem quanto nos encontrados na natureza, e descrevia o modo de atuação da seleção natural. Darwin ainda não estava pronto para publicar sua teoria [a de 1859], mas sabia que seu trabalho representava o que chamou de ‘um passo considerável na ciência’ e não queria que fosse perdido.” (Charles Darwin: A revolução da evolução. Companhia das Letras, 2007, p. 71).
O CRIACIONISMO NA VISÃO ESPÍRITA KARDECISTA O artigo que será analisado é de autoria de Paulo da Silva Neto Sobrinho, que é bacharel em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-BH) e, de acordo com o seu site, é adepto ao espiritismo kardecista desde 1987 e também é articulista de alguns periódicos que tem como público-alvo pessoas da sua fé. O título do artigo é “Criacionismo e Evolucionismo”, foi publicado em setembro de 2001 e está disponível no próprio site do autor (clique aqui para baixar o PDF). O artigo possui, como esperado, várias citações de Allan Kardec e é assim que ele se inicia. Não irei me prender linha por linha, mas utilizarei na íntegra algumas partes que considero um sofisma e explicarei adiante o motivo de assim eu pensar.
“[…] A alegoria, nela, tem lugar considerável, e, sob esse véu, esconde verdades sublimes, que aparecem se se procura o fundo do pensamento, porque, então, o absurdo desaparece” (A Gênese. Araras, SP, 1993).
“Percebe-se, claramente, que na realidade os adeptos do criacionismo, garantido pela Bíblia, no Livro Gênesis [sic], estão a lançar anátema sobre a Teoria da Evolução, pelo menos por dois motivos:
1° – Por não querer (ou poder?) mudar a opinião sobre a Bíblia já que dizem ser ela infalível.
2° – Por repugnar a muitos a ideia de que possamos ter vindo do macaco.”
“A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina. […] Inferências erroneamente tiradas dos fatos observados na Natureza têm, entretanto, dado lugar a supostas divergências entre a ciência e a revelação; e nos esforços para restabelecer a harmonia, tem-se adotado interpretações das Escrituras que solapam e destroem a força da Palavra de Deus. Tem-se pensado que a geologia contradiga a interpretação literal do relatório mosaico da criação. Pretende-se que milhões de anos fossem necessários para que a Terra evolvesse do caos; e com o fim de acomodar a Bíblia a esta suposta revelação da ciência, supõe-se que os dias da criação fossem períodos vastos, indefinidos, abrangendo milhares ou mesmo milhões de anos. Tal conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em harmonia consigo mesmo e com o ensino da Natureza. Relativamente ao primeiro dia empregado na obra da criação, há o seguinte registro: “E foi a tarde e a manhã o dia primeiro” (Gênesis 1:5). E substancialmente o mesmo é dito de cada um dos seis primeiros dias da semana da criação. Declara a Inspiração que cada um desses períodos foi um dia formado de tarde [isto é, noite] e manhã, como todos os dias desde aquele tempo. Em relação à obra da própria criação diz o testemunho divino: “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos 33:9). Para Aquele que assim poderia evocar à existência inumeráveis mundos, quanto tempo seria necessário para fazer surgir a Terra do caos? Deveríamos, a fim de dar explicação às Suas obras, fazer violência à Sua palavra?” (Educação, p. 128-129).
“Se, após matar Abel, Caim vai para outra região e lá encontra uma mulher, tendo um filho com ela, e pouco depois chega mesmo a fundar uma cidade, na qual põe o nome do seu filho. Ora, que mulher é essa, que povo é esse? Já que para se fundar uma cidade temos que pressupor que existam pessoas para habitá-la.” (p. 1-2).
“A lei que preside à formação dos minerais conduz, naturalmente, à formação dos corpos orgânicos. A análise química nos mostra todas as substâncias, vegetais e animais, compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos.” (A Gênese. Araras, SP, 1993).
PURO E IMPURO “Ao que Deus purificou não consideres comum” (Atos 10:15). O autor do artigo utiliza este texto para provar que a Bíblia apoia a ideia que o ser humano originou evolutivamente “de uma espécie animal inferior” (p. 2). E conclui dizendo:
“Analogamente, poderíamos dizer que não existe nada que Deus tenha criado que poderíamos classificar de coisa repugnante, não é mesmo?”
O texto de Atos 10:15 serviu, na visão do autor, para demonstrar que o macaco, ao qual o ser humano teve origem, não é impuro e nem repugnante, pois foi criado por Deus. Neste argumento verifico tantas falhas que confesso ao caro leitor, nem sei por onde começar. Primeiramente, está claro aqui uma contradição, pois o autor afirma que o ser humano não foi criado, pois evoluiu do macaco, mas o macaco não é impuro ou repugnante porque foi criado. Além disso, o contexto de Atos 10 é frequentemente distorcido, inclusive por protestantes, para afirmar que Deus permitiu-nos comer qualquer alimento, pois foi Deus que criou e se Ele criou, então é puro. Todavia, o contexto da visão de Pedro (leia todo o capítulo) não é alimentação, mas a quebra de paradigma que este apóstolo tinha em pregar o evangelho aos gentios que, na visão, foram comparados aos animais impuros, pois os judeus assim os consideravam. Deus disse que o evangelho da salvação de Cristo Jesus não é apenas para os judeus, porque todos os seres humanos foram criados por Deus e eleitos para serem salvos pela fé em nosso Salvador. Utilizar este texto tanto para dizer que o macaco do qual “evoluímos” ou afirmar que podemos incluir em nossa dieta qualquer tipo de animal é usar de má fé com o texto bíblico, pois não é isso que está escrito. No livro de Levíticos, capítulo 11, há a clara distinção entre animais puros e impuros. Deus, o Criador de todas as coisas, sabe muito bem o que nos faz bem e o que nos faz mal e, então, só Ele pode dizer o que podemos comer ou não e lá há a clara proibição de se alimentar de alguns animais (ex: porco, peixe sem escama, etc.) Estas regras são leis de saúde e foram dadas aos hebreus, mas não somente aos hebreus. Se valia para ajudar a manter saúde deles, certamente ajudará a nossa.
CRIACIONISTA: UM ENTRAVE AO AVANÇO DA CIÊNCIA?
“Mas veja como o homem se comporta. Muitos medicamentos somente puderam ser úteis ao homem, porque foram antes testados em animais, tais como: macacos e ratos; deveria, por coerência, se repugnar, quando forem utilizar tais remédios” (p. 2).
De acordo com o contexto das palavras do referido autor, o sujeito “homem” do início da citação é especificamente aquele que rejeita a ciência que “comprova” que viemos do macaco. A visão expressa pelo autor é tipicamente a mesma que a mídia manipulada e manipuladora utiliza quando se refere ao grupo de pessoas que rejeitam as interpretações parciais da ciência com objetivo de defender um dogma chamado Darwinismo. A ordem de Deus ao primeiro casal foi: “[…] enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1:28). O SENHOR permitiu que o ser humano “dominasse” os animais. O ser humano não era um deles, mas alguém acima deles. Foi o único criado à imagem e semelhança de Deus. Não há este atributo em nenhuma outra criação. A pesquisa científica séria com animais trouxe inúmeros benefícios ao ser humano, desde que respeitado os padrões éticos de pesquisa com estes seres vivos criados por Deus. Muitos cientistas são criacionistas e contribuem para o avanço da ciência. Vários dos fundadores da ciência moderna eram criacionistas. O argumento de que aqueles que creem pela fé e pela razão em um Deus Criador são um entrave ao avanço da ciência é um absurdo sem tamanho!
EVOLUCIONISMO E KARDECISMO DE MÃOS DADAS
“Do ponto de vista corporal, e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais não difere senão por nuanças na forma exterior; de resto, a mesma composição química que todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução.” (A Gênese. Araras, SP, 1993).
Se o caro leitor tinha dúvida antes se seria possível que o Kardecismo havia recebido influência da pseudo-teoria científica do Darwinismo, creio eu que esta dúvida não existe mais após a análise da citação de Allan Kardec acima inserida do artigo (p.2-3) do autor até aqui analisado. Todo o texto do fundador do espiritismo, do qual citamos apenas uma parte suficiente para compreendermos seu raciocínio, tenta levar a mente do leitor à confirmação que o ser humano é realmente um animal como os outros e faz isso partindo da premissa da anatomia comparada (semelhanças morfológicas). Semelhança não é igualdade. Se o nosso intestino for semelhante ao do porco, nem de longe eu poderia afirmar que, no geral, somos semelhantes ao porco. Na verdade, as semelhanças morfológicas não são o problema para o evolucionismo e sim as diferenças. Para que exista as inúmeras e cruciais diferenças entre nós e os macacos houve a necessidade de um complexo sistema bioquímico funcionando totalmente sincronizado e isso não pode ter evoluído, pois a seleção natural (o acaso) não produz informação genética. Uma visão mais ampla e coerente sobre a semelhança genética entre humanos e macacos pode ser encontrada em outro artigo [clique aqui], lei-o e tire suas conclusões.
CONCLUSÕES O artigo prossegue por mais alguns parágrafos, utilizando até um documentário antigo sobre biologia comportamental e comunicação de macacos, com objetivo de mostrar o quanto eles são semelhantes a nós. Como apelo final, o autor afirma:
“Enfim, quem teve a oportunidade de assistir tal documentário não ficou com a menor dúvida que se não descendemos deles, a nossa origem é a mesma. Mas as evidências não param por ai, veja o que a Revista ‘IstoÉ’ 1679, dez/2001, publica a seguinte nota, na Coluna ‘Século 21’ (p. 91):
‘Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução.’
Ora, isso vem justamente colocar mais forte ainda a origem comum entre nós e eles, os macacos. Quando o homem perceber que o que é mais importante é o nosso espírito, e com isso decida dar menos valor ao corpo físico, talvez passe a admitir que tenha vindo de animais inferiores. Mas, até que isso chegue, muitos ficarão irritados ao afirmarmos que viemos do macaco. Pobres macacos evoluídos.”
Sinceramente, ao ler principalmente esta parte final, senti-me que ser criacionista é viver na idade da pedra, enquanto ser espírita é ter mente aberta e ser evoluído mentalmente e espiritualmente. Uma classe superior. Caro leitor, por favor não confunda a crítica a este artigo como algo contrário aos espíritas. São duas coisas diferentes. Deus ama a todos e não há nada que possamos fazer para aumentar ou diminuir o amor dEle por nós, independente se você é budista, católico, protestante ou espírita. Jesus morreu por todos nós! O que não posso mais é me silenciar diante de ensinamentos incoerentes. Qualquer pessoa tem o direito de fazer uma análise crítica dos textos publicados aqui em seu blog. É assim, discutindo com respeito, debatendo com objetivo de aprender e revendo conceitos errôneos, que a ciência sempre avançou e continuará avançando. Sobre esta questão cerebral, utilizo aqui um texto de Phillip Johnson:”A verdadeira dualidade em todos os níveis da biologia é a dualidade da matéria e da informação. Os filósofos da ciência da mente deixam de entender o pleno caráter da informação, porque admitem que seja produzida por um processo material (isso é, darwiniano) e, assim, não é algo fundamentalmente distinto da matéria. Mas isso é apenas um preconceito que seria refutado pelo pensamento não-preconceituoso. Não existe evidência científica de que o cérebro, ou qualquer célula individual dentro dele, foi ou poderia ter sido criado pela matéria sem a assistência de uma inteligência pré-existente. Os cientistas que acreditam que a seleção natural tenha criado o cérebro o fazem, não por evidências, mas, apesar das evidências.” (Ciência, intolerância e fé, p. 136, 2007).
QUESTIONAMENTO INICIAL Sobre nossa primeira indagação, não temos mais dúvidas que há mais afinidade entre o Espiritismo Kardecista e o Evolucionismo de Darwin do que imaginamos. Isso me faz questionar: Seria o Darwinismo, com seu conceito materialista evolutivo algo conveniente a doutrina espírita que ensina justamente a evolução espiritual? Fica evidente que sim! Caro leitor, não se deixe enganar. A Bíblia é a revelação de Deus aos seres humanos. É um carta de amor que nos ajuda a não errar o alvo. Está escrito:
“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9:27).
Se você quiser saber mais sobre o que a Bíblia ensina sobre o estado dos mortos, clique aqui.
Fonte: Biologia Teísta.