novembro 22, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Espiritismo e Evolucionismo – filosofias nocivas ligadas deliberadamente!


– Existe algum tipo de afinidade entre o Espiritismo de Allan Kardec e o Evolucionismo de Charles Darwin?
Para tentarmos encontrar respostas a esta pergunta, primeiramente, buscaremos conceitos que formam a estrutura do pensamento filosófico tanto do Kardecismo, quanto do Darwinismo. E, em um segundo momento, analisaremos um artigo espírita sobre criacionismo.
ALLAN KARDEC E O ESPIRITISMO De acordo com Eurípedes Kühl, o surgimento do Espiritismo: 

“É a mesma da de Allan Kardec: 18 de abril de 1857. Tal certidão de ambos inexiste em termos cartorários. Com efeito, ninguém jamais encontrará nos registros cíveis da França o nome de Allan Kardec, entretanto esse personagem francês é bem conhecido pela história mundial… Explica-se: em 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon (França), nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail, descendente de uma antiga família lionesa, católica, de nobres e dignas tradições. Ele se tornaria famoso pelos seus invulgares dotes morais e intelectuais, inteiramente voltados para a educação, como professor e tradutor, além de autor de inúmeras obras pedagógicas, destinadas à instrução primária, secundária e até mesmo superior, algumas com aplicação até hoje na frança.” (150 anos de Allan Kardec. Editora Petit, 2006, p. 17-18). 

Mais adiante, no mesmo livro, o autor continua descrevendo a vida e obra de Allan Kardec até que, aos 50 anos de idade ele teve contato com “mesas que se erguiam nos ares, desenhavam movimentos e respondiam, por pancadas, às perguntas” (p. 18) das pessoas que estavam em volta. Ao presenciar o fenômeno, Allan Kardec começou a investigá-lo e chegou a conclusão que haviam forças pensantes por trás daqueles fatos, logo, afirmou serem espíritos de pessoas mortas que davam vida e inteligência ao fenômeno. A esta descoberta, o autor do livro supracitado refere como “brilhante dedução” (p. 18). O espiritismo chegou ao Brasil em 1865, mas foi popularizado através de Bezerra de Menezes e Chico Xavier e, atualmente, o Brasil é país que reúne o maior número de espíritas em todo o mundo. Estima-se que existam 15 milhões de espíritas ao redor do mundo, destes, 3,8 milhões são brasileiros, de acordo com  IBGE Censo 2010.

CHARLES DARWIN E O EVOLUCIONISMO Adrian Desmond e James Morre, comentam o seguinte:

“Darwin adotou um materialismo assustador. Poucos meses antes [de viajar à bordo do HMS Beagle], havia concluído em seus cadernos secretos que a mente humana, a moralidade, e até mesmo a crença em Deus, eram simples artefatos do cérebro. […] Darwin sentou-se sobre sua teoria da evolução por vinte anos, mal discutindo consigo mesmo seus pensamentos mais íntimos sobre ‘homens-macacos’ e símios que desenvolviam moralidade, criticando-se severamente como um ‘capelão do demônio’. Mesmo em 1859, ele teve de ser incitado com firmeza a publicar Origin of Species [A origem das Espécies]. Darwin finalmente liberou o livro, mas praticamente sem nenhum palpite sobre as origens do homem.” (Darwin: A vida de um evolucionista atormentado. Geração Editorial, 2001, p. 18).

A Teoria da Evolução de Darwin tem sido claramente debatida por este blog e demonstrada sua imparcialidade no trato das evidências científicas, por isso, iremos direto para a análise crítica do artigo. 
QUEM INFLUENCIOU QUEM? Antes de qualquer coisa, vale ressaltar que nossa busca por respostas do questionamento inicial tem progredido. O livro A origem das espécies foi publicado em 1859, mesma década que os espíritas comemoram o surgimento do Kardecismo. Todos nós somos influenciados de alguma forma ou por algum tempo. Existem influências boas e outras ruins, isso depende muito do rumo que você deseja seguir em sua vida ou se você não quer rumo nenhum. Sendo assim, me pergunto: Darwin influenciou Kardec ou Kardec influenciou Darwin? Isso claro, partindo da premissa que temos 50% de chance de que haja pontos de afinidade entre ambos. Darwin só publicou A origem das espécies em 1859, enquanto Kardec começou a publicar suas conclusões em 1857, logo, se alguém foi influenciado, este foi Darwin, porque Kardec começou a publicar seus trabalhos dois anos antes, certo? Ao que tudo indica, não! Rebecca Stefoff, afirma o seguinte:

“Em 1842 Darwin escreveu um resumo em 35 páginas de suas concepções acerca da evolução e da seleção natural. Dois anos depois [ou seja, em 1844], elaborou uma versão mais detalhada, com 231 páginas. O texto de 1844 continha duas partes. Na primeira, Darwin discorria sobre as variações entre os organismos, tanto nos criados ou cultivados pelo homem quanto nos encontrados na natureza, e descrevia o modo de atuação da seleção natural. Darwin ainda não estava pronto para publicar sua teoria [a de 1859], mas sabia que seu trabalho representava o que chamou de ‘um passo considerável na ciência’ e não queria que fosse perdido.” (Charles Darwin: A revolução da evolução. Companhia das Letras, 2007, p. 71). 

Logo, podemos concluir que é possível que Allan Kardec tivesse conhecimento da filosofia materialista do evolucionismo. Este fato é corroborado tanto pela proximidade geográfica (Darwin na Inglaterra e Kardec na França), quanto pelos primeiros escritos de Darwin terem sido publicados antes dos primeiros escritos de Kardec. Analisaremos abaixo um artigo sobre criacionismo publicado no site de um escritor espírita e tentaremos, através de uma análise científica e teológica, obter outros fundamentos para nos ajudar a responder o questionamento inicial.

O CRIACIONISMO NA VISÃO ESPÍRITA KARDECISTA O artigo que será analisado é de autoria de Paulo da Silva Neto Sobrinho, que é bacharel em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-BH) e, de acordo com o seu site, é adepto ao espiritismo kardecista desde 1987 e também é articulista de alguns periódicos que tem como público-alvo pessoas da sua fé. O título do artigo é “Criacionismo e Evolucionismo”, foi publicado em setembro de 2001 e está disponível no próprio site do autor (clique aqui para baixar o PDF). O artigo possui, como esperado, várias citações de Allan Kardec e é assim que ele se inicia. Não irei me prender linha por linha, mas utilizarei na íntegra algumas partes que considero um sofisma e explicarei adiante o motivo de assim eu pensar.

RELATO ALEGÓRICO DA CRIAÇÃO Falando sobre a ignorância de se considerar a Bíblia como um livro de ciência e sobre a revelação de Deus contida nas Escrituras o autor cita o seguinte texto de Allan Kardec:

“[…] A alegoria, nela, tem lugar considerável, e, sob esse véu, esconde verdades sublimes, que aparecem se se procura o fundo do pensamento, porque, então, o absurdo desaparece” (A Gênese. Araras, SP, 1993).

É evidente que a Bíblia apresente inúmeros estilos literários, embora uns sejam mais prevalentes que outros. Todavia, logo se percebe a ideia defendida pelo autor do artigo que, logo no início, utiliza esta citação com objetivo de deixar claro que a visão espírita do relato da criação de Gênesis (o primeiro livro da Bíblia) é alegórico e não literal e histórico, como o texto hebraico sugere. Interessante notar que acusar o relato da criação semanal da Bíblia de ser alegórico não uma atitude exclusiva dos kardecistas, mas também dos protestantes, pois, em sua maioria, ensinam que Deus não criou a terra e a vida nela em uma semana literal de sete dias de 24 horas. Para defender este posicionamento, utilizam um texto totalmente fora do contexto (2Pe 3:8). Seguindo adiante, o autor deixa claro que aqueles que aceitam a Bíblia tal como ela é querem segurar o avanço da ciência e sua atitude é considerada “uma infantilidade pueril, para não dizer ignorância sem tamanho” (p. 1). Como visto, o autor do artigo espírita abertamente defende o evolucionismo e rejeita o criacionismo, acusando os que aceitam a literalidade bíblica como pessoas que temem o progresso da ciência. Quanta desinformação! Mas é compreensível e não devemos condená-lo por este motivo, em especial porque sua formação acadêmica não proporcionou um forte embasamento na área das ciências biológicas. Mais adiante há a seguinte afirmação:

“Percebe-se, claramente, que na realidade os adeptos do criacionismo, garantido pela Bíblia, no Livro Gênesis [sic], estão a lançar anátema sobre a Teoria da Evolução, pelo menos por dois motivos:

1° – Por não querer (ou poder?) mudar a opinião sobre a Bíblia já que dizem ser ela infalível.

2° – Por repugnar a muitos a ideia de que possamos ter vindo do macaco.” 

Respeito a idade e o conhecimento do autor, mesmo porque Jesus morreu por ele também. Todavia, estes não são os dois motivos pelos quais eu sou criacionista. Passou longe! O ser humano possui livre-arbítrio concedido por Deus e mudar de opinião não é algo ruim, é bom e a Bíblia mesmo sugere isso quando diz “transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2). O que não posso fazer é mudar de uma ideia sólida para outra que está sobre terreno movediço. A Bíblia é infalível nas questões salvíficas. Nenhum cristão tem a Bíblia como um livro de ciências, tal afirmação é um absurdo, quase como que declarar que todos adeptos do criacionismo são pessoas sem formação acadêmica. A Bíblia não é um livro de ciência, apesar de conter alguns princípios científicos. A Bíblia não foi psicografada, as ideias foram sopradas aos escritores. Deus respeitou o conhecimento, o estilo literário e a educação de cada escritor, mas a fonte da informação é Deus, Ele é o autor primário. O segundo motivo não é aceito pelos criacionistas por dois outros motivos: Deus disse que nos criou e não há nem evidências científicas que comprovem o que Darwin [supostamente] disse: que viemos do macaco. Veja como a Bíblia não contradiz a ciência. A ausência de fósseis de transição é o maior problema para a teoria de Darwin que, mesmo assim, é aceita como a mais pura e bonita verdade, um avanço científico. Que tristeza! A biologia que eu tanto amo está atrasada no tempo quarenta anos porque deram mais crédito a Darwin do que a Mendel. Um dos textos acima diz que Darwin ficou apreensivo ao publicar seu estudo. Lhe digo que se ele vivesse em nossos dias, com o avanço da biologia molecular, ai sim que não publicaria mesmo. A biologia molecular demonstra contundentes evidências de um planejamento inteligente e não de acaso. Quero finalizar esta parte com o comentário da escritora cristã Ellen G. White:

“A ciência está sempre a descobrir novas maravilhas; mas nada traz de suas pesquisas que, corretamente compreendido, esteja em conflito com a revelação divina. […] Inferências erroneamente tiradas dos fatos observados na Natureza têm, entretanto, dado lugar a supostas divergências entre a ciência e a revelação; e nos esforços para restabelecer a harmonia, tem-se adotado interpretações das Escrituras que solapam e destroem a força da Palavra de Deus. Tem-se pensado que a geologia contradiga a interpretação literal do relatório mosaico da criação. Pretende-se que milhões de anos fossem necessários para que a Terra evolvesse do caos; e com o fim de acomodar a Bíblia a esta suposta revelação da ciência, supõe-se que os dias da criação fossem períodos vastos, indefinidos, abrangendo milhares ou mesmo milhões de anos. Tal conclusão é absolutamente infundada. O relato bíblico está em harmonia consigo mesmo e com o ensino da Natureza. Relativamente ao primeiro dia empregado na obra da criação, há o seguinte registro: “E foi a tarde e a manhã o dia primeiro” (Gênesis 1:5). E substancialmente o mesmo é dito de cada um dos seis primeiros dias da semana da criação. Declara a Inspiração que cada um desses períodos foi um dia formado de tarde [isto é, noite] e manhã, como todos os dias desde aquele tempo. Em relação à obra da própria criação diz o testemunho divino: “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos 33:9). Para Aquele que assim poderia evocar à existência inumeráveis mundos, quanto tempo seria necessário para fazer surgir a Terra do caos? Deveríamos, a fim de dar explicação às Suas obras, fazer violência à Sua palavra?” (Educação, p. 128-129).

A ESPOSA DE CAIM Depois de apresentar os dois “revolucionários” motivos pelos quais um criacionista não se torna um evolucionista, ele utiliza o velho e já conhecido “problema” da esposa de Caim para confirmar que a Bíblia apresenta o relato da criação de forma alegórica, pois, como o autor mesmo diz:

“Se, após matar Abel, Caim vai para outra região e lá encontra uma mulher, tendo um filho com ela, e pouco depois chega mesmo a fundar uma cidade, na qual põe o nome do seu filho. Ora, que mulher é essa, que povo é esse? Já que para se fundar uma cidade temos que pressupor que existam pessoas para habitá-la.” (p. 1-2).

Adão e Eva tiveram muitos filhos, de ambos os sexos (Gênesis 5:4). A Bíblia não menciona com freqüência os nomes de filhas, mas elas estavam presentes. Sem dúvida, Caim casou-se com uma irmã. Isto não iria causar problemas genéticos entre pessoas criadas tão recentemente. O acúmulo de mutações deletérias desde aquela época tem tornado os casamentos entre parentes bastante inconvenientes, devido à probabilidade aumentada de nascerem descendentes geneticamente defeituosos. Abraão aparentemente casou-se com uma meia-irmã (Gênesis 20:12). Isto sugere que casamentos entre familiares eram socialmente aceitos naquela época. Adão viveu 930 anos. Sete, seu filho, viveu 912 anos. É provável que Caim deve ter vivido algo em torno de 900 anos. Logo, os filhos, sobrinhos, netos [etc.] de Caim tranquilamente podem ter fundado uma cidade pela quantidade de parentes. Para uma abordagem científica sobre o tempo de vida relatado no livro do Gênesis, clique aqui. Percebe-se que o autor utiliza a estratégia de levar o leitor, geralmente leigo no estudo profundo das Escrituras, até uma aparente contradição para apoiar seu ponto de vista e forçar o leitor a aceitar, assim como ele, o relato da criação como alegórico. Mas caro leitor, nunca esqueça o que irei lhe dizer: Sempre que houver uma aparente contradição nas Escrituras, tenha certeza que somos nós que carecemos de mais informação. A Bíblia não se contradiz. Sabe por que? Porque foi o mesmo Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, que inspirou cada um dos quarenta escritores da Bíblia. A Bíblia tem apenas um autor, é YHWH, nosso Deus. Não há contradição!

APELO À ABIOGÊNESE O autor cita outro texto de Kardec, no qual ele afirma:

“A lei que preside à formação dos minerais conduz, naturalmente, à formação dos corpos orgânicos. A análise química nos mostra todas as substâncias, vegetais e animais, compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos.” (A Gênese. Araras, SP, 1993).

Encontramos nesta citação uma teoria evolucionista chamada de “evolucionismo químico”, que afirma que os compostos orgânicos, aqueles que formam o DNA, a célula, etc., são, na verdade, compostos inorgânicos “evoluídos”. Nitidamente aqui, Allan Kardec escreve de forma muito similar à ideologia evolucionista de Darwin, confirmando uma possível influência do naturalista inglês na formação da doutrina espírita. O problema desta afirmação é que vida só provém de vida e Louis Pasteur, o pai da microbiologia (que, por sinal, era criacionista) provou cientificamente que vida só provém de vida. Aliás, aqui também não temos nenhuma evidência científica que comprove que moléculas inorgânicas se transformaram em orgânicas. E para quem perguntar: Ah, mas e o experimento de Urey-Miller? Leia aqui e decepcione-se com esta “evidência”! Darwin, como vimos na citação de um livro, logo no início deste artigo, era fortemente influenciado pela filosofia materialista, logo, ele abolia qualquer explicação que envolvesse a necessidade de um Planejador Inteligente. Sendo assim, o único escape é apelar para a abiogênese (vida não vem de vida) e isso prevalece até hoje. Os criacionistas não aceitam isso, primeiro porque a Bíblia diz que “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1) e, segundo, porque a ciência não comprova tal afirmação. Os evolucionistas que não aceitam que vida não vem de vida e os criacionistas é que são os desordeiros que tentam impedir o avanço da ciência. Por favor! No fundo, acredito que o autor concorde com o pensamento criacionista, veja o que ele escreveu: “Entretanto, é mais racional admitirmos ter vindo de um ser vivo que de uma matéria inorgânica, até mesmo por respeito às próprias Leis Divinas” [sic] (p. 2). A triste realidade do contexto deste escrito do autor é que o “ter vindo de um ser vivo” é uma referência ao macaco e não a Deus.

PURO E IMPURO “Ao que Deus purificou não consideres comum” (Atos 10:15). O autor do artigo utiliza este texto para provar que a Bíblia apoia a ideia que o ser humano originou evolutivamente “de uma espécie animal inferior” (p. 2). E conclui dizendo:

“Analogamente, poderíamos dizer que não existe nada que Deus tenha criado que poderíamos classificar de coisa repugnante, não é mesmo?”

O texto de Atos 10:15 serviu, na visão do autor, para demonstrar que o macaco, ao qual o ser humano teve origem, não é impuro e nem repugnante, pois foi criado por Deus. Neste argumento verifico tantas falhas que confesso ao caro leitor, nem sei por onde começar. Primeiramente, está claro aqui uma contradição, pois o autor afirma que o ser humano não foi criado, pois evoluiu do macaco, mas o macaco não é impuro ou repugnante porque foi criado. Além disso, o contexto de Atos 10 é frequentemente distorcido, inclusive por protestantes, para afirmar que Deus permitiu-nos comer qualquer alimento, pois foi Deus que criou e se Ele criou, então é puro. Todavia, o contexto da visão de Pedro (leia todo o capítulo) não é alimentação, mas a quebra de paradigma que este apóstolo tinha em pregar o evangelho aos gentios que, na visão, foram comparados aos animais impuros, pois os judeus assim os consideravam. Deus disse que o evangelho da salvação de Cristo Jesus não é apenas para os judeus, porque todos os seres humanos foram criados por Deus e eleitos para serem salvos pela fé em nosso Salvador. Utilizar este texto tanto para dizer que o macaco do qual “evoluímos” ou afirmar que podemos incluir em nossa dieta qualquer tipo de animal é usar de má fé com o texto bíblico, pois não é isso que está escrito. No livro de Levíticos, capítulo 11, há a clara distinção entre animais puros e impuros. Deus, o Criador de todas as coisas, sabe muito bem o que nos faz bem e o que nos faz mal e, então, só Ele pode dizer o que podemos comer ou não e lá há a clara proibição de se alimentar de alguns animais (ex: porco, peixe sem escama, etc.) Estas regras são leis de saúde e foram dadas aos hebreus, mas não somente aos hebreus. Se valia para ajudar a manter saúde deles, certamente ajudará a nossa.

CRIACIONISTA: UM ENTRAVE AO AVANÇO DA CIÊNCIA?

“Mas veja como o homem se comporta. Muitos medicamentos somente puderam ser úteis ao homem, porque foram antes testados em animais, tais como: macacos e ratos; deveria, por coerência, se repugnar, quando forem utilizar tais remédios” (p. 2). 

De acordo com o contexto das palavras do referido autor, o sujeito “homem” do início da citação é especificamente aquele que rejeita a ciência que “comprova” que viemos do macaco. A visão expressa pelo autor é tipicamente a mesma que a mídia manipulada e manipuladora utiliza quando se refere ao grupo de pessoas que rejeitam as interpretações parciais da ciência com objetivo de defender um dogma chamado Darwinismo. A ordem de Deus ao primeiro casal foi: “[…] enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1:28). O SENHOR permitiu que o ser humano “dominasse” os animais. O ser humano não era um deles, mas alguém acima deles. Foi o único criado à imagem e semelhança de Deus. Não há este atributo em nenhuma outra criação. A pesquisa científica séria com animais trouxe inúmeros benefícios ao ser humano, desde que respeitado os padrões éticos de pesquisa com estes seres vivos criados por Deus. Muitos cientistas são criacionistas e contribuem para o avanço da ciência. Vários dos fundadores da ciência moderna eram criacionistas. O argumento de que aqueles que creem pela fé e pela razão em um Deus Criador são um entrave ao avanço da ciência é um absurdo sem tamanho!

EVOLUCIONISMO E KARDECISMO DE MÃOS DADAS

“Do ponto de vista corporal, e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais não difere senão por nuanças na forma exterior; de resto, a mesma composição química que todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução.” (A Gênese. Araras, SP, 1993).

Se o caro leitor tinha dúvida antes se seria possível que o Kardecismo havia recebido influência da pseudo-teoria científica do Darwinismo, creio eu que esta dúvida não existe mais após a análise da citação de Allan Kardec acima inserida do artigo (p.2-3) do autor até aqui analisado. Todo o texto do fundador do espiritismo, do qual citamos apenas uma parte suficiente para compreendermos seu raciocínio, tenta levar a mente do leitor à confirmação que o ser humano é realmente um animal como os outros e faz isso partindo da premissa da anatomia comparada (semelhanças morfológicas). Semelhança não é igualdade. Se o nosso intestino for semelhante ao do porco, nem de longe eu poderia afirmar que, no geral, somos semelhantes ao porco. Na verdade, as semelhanças morfológicas não são o problema para o evolucionismo e sim as diferenças. Para que exista as inúmeras e cruciais diferenças entre nós e os macacos houve a necessidade de um complexo sistema bioquímico funcionando totalmente sincronizado e isso não pode ter evoluído, pois a seleção natural (o acaso) não produz informação genética. Uma visão mais ampla e coerente sobre a semelhança genética entre humanos e macacos pode ser encontrada em outro artigo [clique aqui], lei-o e tire suas conclusões.

CONCLUSÕES O artigo prossegue por mais alguns parágrafos, utilizando até um documentário antigo sobre biologia comportamental e comunicação de macacos, com objetivo de mostrar o quanto eles são semelhantes a nós. Como apelo final, o autor afirma:

“Enfim, quem teve a oportunidade de assistir tal documentário não ficou com a menor dúvida que se não descendemos deles, a nossa origem é a mesma. Mas as evidências não param por ai, veja o que a Revista ‘IstoÉ’ 1679, dez/2001, publica a seguinte nota, na Coluna ‘Século 21’ (p. 91):

‘Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução.’

Ora, isso vem justamente colocar mais forte ainda a origem comum entre nós e eles, os macacos. Quando o homem perceber que o que é mais importante é o nosso espírito, e com isso decida dar menos valor ao corpo físico, talvez passe a admitir que tenha vindo de animais inferiores. Mas, até que isso chegue, muitos ficarão irritados ao afirmarmos que viemos do macaco. Pobres macacos evoluídos.” 

Sinceramente, ao ler principalmente esta parte final, senti-me que ser criacionista é viver na idade da pedra, enquanto ser espírita é ter mente aberta e ser evoluído mentalmente e espiritualmente. Uma classe superior. Caro leitor, por favor não confunda a crítica a este artigo como algo contrário aos espíritas. São duas coisas diferentes. Deus ama a todos e não há nada que possamos fazer para aumentar ou diminuir o amor dEle por nós, independente se você é budista, católico, protestante ou espírita. Jesus morreu por todos nós! O que não posso mais é me silenciar diante de ensinamentos incoerentes. Qualquer pessoa tem o direito de fazer uma análise crítica dos textos publicados aqui em seu blog. É assim, discutindo com respeito, debatendo com objetivo de aprender e revendo conceitos errôneos, que a ciência sempre avançou e continuará avançando. Sobre esta questão cerebral, utilizo aqui um texto de Phillip Johnson:”A verdadeira dualidade em todos os níveis da biologia é a dualidade da matéria e da informação. Os filósofos da ciência da mente deixam de entender o pleno caráter da informação, porque admitem que seja produzida por um processo material (isso é, darwiniano) e, assim, não é algo fundamentalmente distinto da matéria. Mas isso é apenas um preconceito que seria refutado pelo pensamento não-preconceituoso. Não existe evidência científica de que o cérebro, ou qualquer célula individual dentro dele, foi ou poderia ter sido criado pela matéria sem a assistência de uma inteligência pré-existente. Os cientistas que acreditam que a seleção natural tenha criado o cérebro o fazem, não por evidências, mas, apesar das evidências.” (Ciência, intolerância e fé, p. 136, 2007).

QUESTIONAMENTO INICIAL Sobre nossa primeira indagação, não temos mais dúvidas que há mais afinidade entre o Espiritismo Kardecista e o Evolucionismo de Darwin do que imaginamos. Isso me faz questionar: Seria o Darwinismo, com seu conceito materialista evolutivo algo conveniente a doutrina espírita que ensina justamente a evolução espiritual? Fica evidente que sim! Caro leitor, não se deixe enganar. A Bíblia é a revelação de Deus aos seres humanos. É um carta de amor que nos ajuda a não errar o alvo. Está escrito:

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hebreus 9:27).

Se você quiser saber mais sobre o que a Bíblia ensina sobre o estado dos mortos, clique aqui

Fonte: Biologia Teísta.

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