Evidências da Ressurreição de Jesus Cristo – 2ª parte
1) Analisando os evangelhos
Vou tentar colocar aqui um breve resumo, pontuando os relatos acerca dos eventos após a morte de Jesus para comparar os 4.
Mateus
1 – Jesus clama: “Deus meu, Deus meu. Por que me desamparastes?”. Então morre.
2 – O véu do templo se rasga, de cima para baixo e há um terremoto.
3 – Muitos santos ressuscitam, entram em Jerusalém e aparecem a muitos.
4 – O centurião vê o terremoto e reconhece Jesus como Filho de Deus.
5 – Foi presenciado por Maria Madalena e Maria, mãe de José e Thiago.
6 – Um homem rico, José de Arimatéia pede o corpo e o guarda no seu sepulcro.
7 – Pilatos é lembrado que Jesus predisse sua ressurreição e manda a guarda vigiar o sepulcro.
8 – Na madrugada de sábado para domingo, Maria Madalena e a outra Maria visitaram o sepulcro.
9 – Houve um terremoto, um anjo apareceu e removeu a pedra que selava o sepulcro.
10 – Os guardas se assustaram e desmaiaram.
11 – O anjo disse para elas irem para Galiléia que veriam Jesus.
12 – Elas vão e encontram Jesus no caminho.
13 – Os principais dos sacerdotes deram dinheiro aos guardas para que dissessem que alguém roubou o corpo enquanto eles dormiam.
14 – Jesus aparece para os discípulos, que o adoraram, mas alguns duvidaram.
Marcos
1 – Jesus clama: “Deus meu, Deus meu. Por que me desamparastes?”. Então morre.
2 – O véu do templo se rasgou, de cima para baixo.
3 – O centurião vê o terremoto e reconhece Jesus como Filho de Deus.
4 – Foi presenciado por Maria Madalena e Maria, mãe de José e Thiago, além de outras mulheres que andavam com ele.
5 – José de Arimatéia pede o corpo de Jesus a Pilatos
6 – Pilatos se surpreende por Jesus morrer tão rápido, se certifica com o centurião que ele estava morto, e cede o corpo a José.
7 – Ao nascer do sol elas chegam ao sepulcro e encontram a pedra que guardava o sepulcro já aberta.
8 – Lá dentro encontram um jovem com vestes brancas e compridas que disse que Jesus havia ressuscitado.
9 – Jesus apareceu a Maria Madalena, que tentou convencer os que estavam com Jesus de que ele tinha ressuscitado, sem sucesso.
10 – Jesus apareceu pra mais dois deles, que também tentaram convencer os outros, mas não conseguiram.
11 – Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado.
12 – Jesus “foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus”
Lucas
1 – O véu do templo rasgou-se ao meio.
2 – Jesus diz “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito” e morre.
3 – O centurião reconhece que Jesus era justo.
4 – Foi presenciado por todos os conhecidos de Jesus e pelas mulheres.
5 – José, senador de Arimatéia, pede o corpo de Jesus e o põe em um sepulcro onde ninguém ainda havia sido posto.
6 – Na madrugada de domingo elas foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus com perfume.
7 – Acharam a pedra revolvida.
8 – Não acharam o corpo de Jesus.
9 – Dois homens com vestes reluzentes apareceram e disseram que Jesus ressuscitou.
10 – As mulheres anunciaram a ressurreição aos onze discípulos e aos demais.
11 – As mulheres eram Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Thiago, e outras.
12 – Pedro vai até o sepulcro e vê que o corpo não está lá, apenas os lençóis.
13 – Dois discípulos andavam e Jesus apareceu a eles. Eles não o reconheceram.
14 – Eles chegaram à cidade à qual dirigiam-se. Jesus comeu com eles, eles perceberam que era Jesus e este desapareceu.
15 – Eles voltam a Jerusalém e anunciam aos onze e a outros, e nessa hora aparece Jesus.
16 – Eles achavam que Jesus era um espírito, então Jesus mostrou as mãos e os pés com as feridas, mas eles ainda não acreditaram.
17 – Jesus comeu com eles e eles creram.
18 – Jesus foi com eles até Betânia, os abençoou e foi elevado ao céu.
João
1 – Jesus diz: “está consumado” e morre.
2 – Os centuriões quebram as pernas dos outros dois que haviam sido crucificados com Jesus, mas quando viram que Jesus já estava morto não lhe quebraram as pernas.
3 – Um dos soldados lhe furou ao lado com uma lança, e saiu sangue e água.
4 – O centurião reconheceu que Jesus era Filho de Deus.
5 – José de Arimatéia pede o corpo a Pilatos e o guarda, em um lugar onde ninguém ainda havia sido posto.
6 – Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, ainda escuro, e viu a pedra retirada do túmulo.
7 – Ela correu e foi a Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava, e lhes disse que alguém roubou o corpo de Jesus.
8 – Eles chegam ao sepulcro e encontram os lençóis e os panos, mas não o corpo.
9 – Os discípulos voltam e Maria fica ali, chorando.
10 – Maria vê dois anjos onde estivera o corpo de Jesus.
11 – Então ela vira pra trás e vê Jesus. Não o reconhece no início.
12 – Maria Madalena anuncia Jesus às pessoas.
13 – Os discípulos encontravam-se reunidos e com as portas trancadas, então Jesus aparece.
14 – Jesus mostra as feridas e fala para que recebessem o Espírito Santo. Eles se alegram, mas Tomé não estava com ele.
15 – Oito dias depois, estavam reunidos, novamente com as portas fechadas e Jesus aparece.
16 – Jesus pede que Tomé toque nas feridas e este crê.
17 – Jesus operou muitos outros sinais, que não estão escritos no livro.
18 – Jesus se manifestou a Pedro, Tomé, Natanael e outros 4 discípulos na praia, onde fez um milagre de conseguirem pegar a rede cheia de peixes quando antes não podiam.
19 – Jesus comeu com eles.
20 – Jesus explica com que tipo de morte Pedro e João haveriam de morrer.
A primeira coisa que se nota é que os relatos possuem muita coisa diferente. A última frase de Jesus, por exemplo, difere entre João, Lucas, e Mateus e Marcos. No livro de Mateus, as mulheres encontram o anjo do lado de fora, nos livros de Lucas e Marcos elas encontram o anjo do lado de dentro, e no livro de João apenas Maria encontra o anjo, e mesmo assim só depois de já ter conversado com Pedro e João. O próprio Jesus aparece pra ela na mesma hora. O único livro que diz que havia uma guarda no sepulcro é o de Marcos. O livro de Lucas diz que Jesus foi elevado ao céu. O de Marcos sugere. Os outros não relatam nada, embora o livro de João deixe claro que não relatou todos os sinais de Jesus. Em Lucas o véu do templo se rasga antes de Jesus morrer, em Mateus e Marcos é depois.
Enfim…
Tem muita coisa diferente entre eles.
Como lidar com as contradições?
Essa é uma crítica feita por muitos. Não se pode acreditar nos relatos da ressurreição simplesmente eles possuem diferenças. Será? Vejam essa citação:
“É possível divergências e ambas as testemunhas estarem falando a verdade – as culturas e conceitos pessoais são agregados à pessoa. Toda testemunha capta apenas parcialmente o fato (o cérebro seleciona as informações ocorridas). É impossível a existência de depoimentos idênticos. Testemunhos iguais revelam que as testemunhas foram orientadas – a prova não é segura para lastrear a decisão, o que não demonstra que seja mentirosa.”
Vocês podem achar que estou citando um teólogo ou um historiador cristão defendendo os relatos dos evangelhos. Não. Esse é um dos princípios da psicologia do testemunho. Esse trecho foi dito pela DESEMBARGADORA DRA. SUZANA CAMARGO MIRANDA.
Os foristas formados e formandos em direito devem saber explicar melhor que eu. Quando um advogado ou promotor chama uma testemunha, se o relato dela for absolutamente idêntico ao das outras isso indica que elas foram orientadas a falar aquela mesma versão dos acontecimentos.
Aliás, o fato de haverem pequenas contradições menores entre os evangelhos não só não diminui a historicidade dos mesmos, como até aumenta! Isso porque, essas divergências provam que os relatos não passaram por nenhum processo de edição para que entrassem em conformidade, e que cada um dos 4 têm fontes independentes (ainda que se acredite que Mateus e Lucas utilizaram o evangelho de Marcos como uma de suas fontes).
Na verdade, nenhum investigador se prende às divergências entre os relatos das testemunhas, e sim, às semelhanças. E os 4 concordam que Jesus morreu, foi enterrado no sepulcro de José de Arimatéia, o túmulo estava vazio, e as primeiras pessoas a presenciar a ressurreição de Jesus foram mulheres, que foram informadas disso por anjos.
Então vamos tentar verificar, primeiramente, a verossimilhança e a coerência interna para saber se os evangelhos são honestos ou não.
A auto-difamação
Nós sabemos que a única pessoa que é realmente exaltada nos evangelhos é Jesus. Os discípulos, autores dos evangelhos (ou discípulos destes discípulos, como se acredita que ocorre com o evangelho de João) em várias oportunidades retratam a si mesmos de maneira pouco envaidecedora. A bíblia relata, por exemplo, que quando Jesus morreu os discípulos ficaram com medo, se trancaram em Jerusalém e planejaram como eles poderiam fugir para a Galiléia e voltar para suas vidas de pescadores. Ora, se a intenção deles era tão somente exaltar a Jesus, não haveria necessidade deles denegrirem a própria imagem. Isso é anti-natural. As pessoas procuram se promover, não se denegrir.
Inclusive é isso que atesta o renomado psicólogo brasileiro Augusto Cury. Veja:
“Durante muitos anos, procurei estudar as biografias de Cristo. Por diversas vezes, me perguntava se Cristo realmente tinha existido (…). Provavelmente fui mais ateu do que muitos daqueles que se consideravam grandes ateus, como Karl Marx, Friedrich Nietzche e Jean-Paul Sartre. Por isso, pesquisava a inteligência de Cristo indagando continuamente se ele não era fruto da imaginação humana, da criatividade literária, ou se realmente tinha existido (…). Se os evangelhos fossem fruto da imaginação literária desses autores, eles não falariam mal de si mesmos. O homem tende a esconder suas fragilidades e seus erros, mas os biógrafos de Cristo aprenderam a ser fiéis a sua consciência.Aprenderam com Cristo a arte de destilar a sabedoria dos erros. Ao estudar as biografias de Cristo, constatamos que a intenção consciente e a inconsciente de seus autores era apenas expressar com fidelidade aquilo que viveram, mesmo que isso fosse totalmente estranho aos conceitos humanos.” (O Mestre dos Mestres; Augusto Cury)
O testemunho das mulheres
Todos nós vemos que as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus foram mulheres. Isso contrasta bastante com a covardia dos discípulos, no momento.
Esse é um dado que pode parecer irrelevante para leigos, mas para quem conhece os costumes da época, percebe que esse dado é de enorme relevância. A opinião das mulheres não era levada em consideração. Aliás, os relatos de mulheres não tinham nem mesmo valor jurídico na época!
Flávio Josefo escreveu que a tradição judaica afirmava: “Não permita que evidências sejam aceitas através das mulheres por causa de sua leviandade e da temeridade de seu sexo.” (Antiguidades judaicas iv 8:15)
Era como se eu hoje resolvesse dizer que um disco voador apareceu em pleno Rio de Janeiro, e no meio de um hospital psiquiátrico, e que todos os pacientes de lá o tinham visto. Quem iria dar crédito?
O descabimento dos relatos
Esse título é estranho, mas eu explico. Se a intenção dos autores fosse fundar uma nova religião, e para isso eles tivessem elaborado esses textos a respeito de Cristo, eles poderiam ter tornado os relatos muito mais simpáticos à idéias existentes na época.
Aliás, isso ACONTECEU, de fato, em Roma, alguns séculos mais tarde. Com o crescimento rápido e progressivo do cristianismo, os cultos aos deuses romanos perdiam força. Então Constantino adotou o cristianismo como religião oficial de Roma, porém diluiu vários aspectos dos cultos aos deuses romanos no cristianismo. Como por exemplo, a adoração aos Santos. Aconteceu algo parecido no Brasil com a incorporação de entidades vindas de religiões africanas ao catolicismo, mesclando-as com os santos.
Exemplo do que eu disse acima.
Mas voltando à época da ressurreição…
Se a intenção dos discípulos fosse ganhar novos seguidores, há vários exemplos que eles poderiam utilizar para ganhar simpatizantes para a causa.
Se eles dissessem, por exemplo, que a ressurreição de Jesus era uma metáfora para que ele fosse ao Pleroma (a totalidade dos poderes divinos e o campo das idéias), teria tido apoio dos gnósticos, dos seguidores de Sócrates e Platão. Se eles dissessem que Jesus morreu mas foi um homem íntegro teria tido apoio dos epicureus e dos historiadores. Se eles dissessem que Jesus reencarnou teria tido apoio dos seguidores de Pitágoras, dos egípcios e dos orientais que acreditavam na transmigração de almas. Se eles dissessem que Jesus iria ressuscitar no dia do juízo final teriam o apoio dos judeus, e teriam tido mais facilidade e aceitação entre eles.
Mas não foi o que ocorreu. Essa idéia de ressurreição física e imediata era uma novidade aos conceitos da época e de difícil aceitação por qualquer povo e cultura que a ouvisse.
Paulo quando chegou a Atenas e começou a pregar para os atenienses ele teve boa aceitação. Até que…
“Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: A respeito disso te ouviremos em outra vez.” (Atos 17:32)
Então se a história tivesse sido deliberadamente inventada, com o intuito de fundar uma nova religião, provavelmente eles teriam escolhido algo que pudesse se misturar e difundir com idéias já existentes, para que pudesse ganhar mais aceitação e adeptos.
Conclusões?
Essas análises provam, sem sombra de dúvidas, que tudo que aconteceu é realmente verdade?
Não!
Não provam. Mas elas servem como pistas de que os relatos foram honestos.
Em última análise, mesmo supondo-se que elas servissem como prova incontestável, ainda assim isso não significaria que os relatos são verdadeiros, apenas que seus autores acreditavam no que estavam escrevendo.
Existem algumas teorias pra suportar essa idéia, a teoria de que eles houvessem se confundido e crido na ressurreição que não ocorreu, e a idéia de que Jesus sofreu um processo de mitificação ao longo dos anos.
Vamos analisar primeiro a segunda hipótese.
2) A mitificação de Jesus
Vamos avaliar aqui um caso de uma história provavelmente real que sofreu uma mitificação ao longo dos anos.
“Rômulo e Remo eram filhos gêmeos do deus Marte e de Reia Sílvia. Para garantir o trono, Amúlio assassina os descendentes varões de Numitor e obriga sua sobrinha Reia Sílvia a tornar-se vestal (sacerdotisa virgem, consagrada a deusa Vesta), no entanto, esta engravida do deus Marte e desta união foram gerados os irmãos Rômulo e Remo. Como punição Amúlio prende Reia em um calabouço e manda jogar seus filhos no rio Tibre. Como um milagre, o cesto onde estavam as crianças acaba atolando em uma das margens do rio, onde são encontrados por uma loba que os amamenta; próximo às crianças estava um pica-pau, ave sagrada para os latinos e para o deus Marte, que os protege. Tempos depois, um pastor de ovelhas chamado Fáustulo encontra os meninos. Ele os recolhe e leva-os para sua casa onde são criadas por sua mulher Aca Laurência. Rômulo e Remo crescem junto dos pastores da região praticando caça, corrida e exercícios físicos; saqueavam as caravanas que passavam pela região a procura de espólio. Em um dos assaltos, Remo é capturado e levado para Alba Longa. Fáustulo, então, revela a Rômulo a história de sua origem. Este parte para a cidade de seus antepassados liberta seu irmão, mata Amúlio, devolve Numitor ao torno e dá a sua mão todas as honrarias que lhe fossem devidas. Percebendo que não teriam futuro na cidade, os gêmeos decidem partir da cidade junto com todos os indesejáveis para então fundarem uma nova cidade no local onde foram abandonados. Rômulo queria chamá-la Roma e edificá-la no Palatino, enquanto Remo desejava nomeá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino. Como forma de decidir foi estabelecido que deveria-se indicar, através dos auspícios, quem seria escolhido para dar o nome à nova cidade e reinar depois da fundação. Tal gerou divergência entre os espectadores o que gerou uma acirrada discussão entre os irmãos que terminou com a morte de Remo. Uma versão alternativa afirma que, para surpreender o irmão, Remo teria escalado o recém-construído pomerium quadrangular da cidade e, tomado em fúria, Rômulo teria assassinado-o.”
Bom, essa é uma história que provavelmente aconteceu. Alguém fundou Roma. Só que essa pessoa foi mitificada ao longo dos anos. Para que esse tipo de mitificação ocorra, é necessário que se passem várias gerações.
Em outras palavras, para que o mito esteja totalmente consolidado é necessário que já não tenha mais nenhum resquício de alguém que conheça a história real, visto que essa pessoa poderia facilmente negar a história e acabar com o mito.
Não é o que acontece com Jesus.
A primeira epístola de Paulo aos tessalonicenses data de cerca de 50 anos depois de Cristo. E ela já fala da ressurreição. Isso dá um intervalo de apenas cerca de 20 anos entre a morte de Jesus e a fé na ressurreição!
É muito pouco tempo entre o evento real e a consolidação do mito. Alguns estudiosos acreditam que a mensagem da ressurreição já era maciçamente pregada apenas 50 dias após o evento!
Aliás, o apóstolo Paulo fala em testemunhas oculares ainda vivas, que poderiam ser consultadas:
“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem.” 1 Coríntios 15:3-6
Tácito, historiador romano, também cita os cristãos em 64d.C. durante o incêndio que assolou Roma na época de Nero. (http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1cito_e_os_crist%C3%A3os)
Algumas pessoas conjecturaram que essa citação seria uma fraude ou interpolação, porém isso foi descartado e hoje sabe-se que a escrita é autêntica.
Ou seja, o cristianismo e a ressurreição de Jesus já estavam consolidados em um intervalo de tempo muito menor do que se espera para consolidação de um mito.
Mas mesmo Jesus não escapou da mitificação. Veja o trecho sobre a ressurreição narrada no evangelho apócrifo de Pedro:
Citação: |
Esse, sim, é um relato floreado a respeito da ressurreição de Jesus. Repare que ele diz que todo o povo estava reunido em volta do túmulo esperando pra ver a ressurreição, que os anjos batiam com a cabeça nas nuvens e Jesus mais alto ainda…
Esse é um relato do século II. Ou seja, dois séculos após o evento. Aí havia tempo o bastante para a criação de um mito. Esse evangelho de Pedro muito provavelmente foi escrito pelos gnósticos, e foi desconsiderado como inspirado por Deus durante o concílio de Nicéia, junto com outros evangelhos igualmente fantasiosos.
Então não existem mitos de tempo presente?
Sim, existem. Isso também é possível. Existe um caso muito peculiar, aqui no Brasil mesmo.
Conta a história que duas pontes estavam sendo construídas sobre o rio Capibaribe, em Pernambuco. As construções atrasaram e o povo falava que era mais fácil fazer um boi voar do que ver a ponte terminada. Maurício de Nassau resolveu terminar essa ponte, e para atrair mais pessoas para sua obra, disse que iria fazer um boi voar, ali, na frente de todos.
“Conforme a crónica de frei Manuel Calado, a fim de obter um maior número de pessoas pagando pedágio na ponte, no dia da sua inauguração, Nassau havia feito anunciar que um boi manso, pertencente Melchior Álvares, iria voar.
Para a festa, para a qual foram convidados os membros do Supremo Conselho, mandou abater e esfolar um boi, e encher-lhe a pele de erva seca, tendo posto esta encoberta no alto de uma galeria que tinha edificada no seu jardim. Pediu a Melchior Álvares emprestado um boi muito manso que aquele tinha, e o fez subir ao alto da galeria e, depois de visto pelo grande número de pessoas presentes, mandou-o fechar em um aposento, de onde tiraram o outro couro de boi cheio de palha, e o fizeram vir voando por umas cordas com um engenho, para grande admiração de todos. Tanta gente passou de uma para outra parte da ponte que, naquela tarde, rendeu mil e oitocentos florins, não pagando cada pessoa mais que duas placas à ida, e duas à vinda.
O episódio é recordado, entre outros, numa canção de Chico Buarque, “Boi Voador Não Pode”.”
Um caso mais recente é o do ilusionista Criss Angel. Muita gente afirma que o ilusionista tem um pacto com satanás, de onde ele tira poderes pra realizar proezas sobre-humanas em seus shows. Dezenas de pessoas o viram levitar entre dois prédios em plena rua de Nova Yorque.
“has anyone considered that criss angel may well be a ET a lot of people are saying hes pretending to be jesus or evil, perhaps I feel that in the very near future we will hear a lot more from criss, lets be open minded people “
Esse forista acredita que o Criss Angel é um extraterreste. Quando alguém ele retrucou ele ainda respondeu:
“ok thats fine can you please enlighten me on how he walks on top of water and levitates above the trees, do you think it is possible that he maybe a ET or do you feel overall that they dont exist, in the video of him levitating at the golf course was that a ufo in the sky? if not was it a illusion, plane or some other vehicle in the sky. im truly interested in knowing how he does it.”
As pessoas tendem a atribuir ao sobrenatural aquilo que elas não sabem explicar. O que os dois casos possuem em comum é que maravilhas foram realizadas bem diante dos olhos de várias pessoas.
Ou seja, a criação de um mito de tempo presente necessita de um evento extraordinário acontecendo. E é isso que advogam os adeptos da primeira teoria dita mais atrás. Uma sucessão de eventos aconteceu que fez com que as pessoas tivessem a impressão de que Jesus realmente ressuscitou.
Então vamos tentar analisar a plausibilidade de todas essas teorias.
3) A teoria do desmaio
Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissope, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” (João 19:28-30)
Algumas pessoas afirmam que Jesus na verdade nunca morreu na cruz. Inclusive, algumas chegam a supor que o vinagre relatado no caso acima seria alguma espécie de fitoterápico que simula uma espécie de anestésico, que daria a impressão de que Jesus havia morrido, quando na verdade ainda vivia.
Acho muito difícil, pra não dizer impossível, que essa teoria se sustente por alguém com bom senso crítico.
Jesus não poderia resistir aos ferimentos
Em primeiro lugar Jesus não dormiu na noite anterior àquela que foi crucificado. Ele foi espancado várias vezes e açoitado, e entrou em colapso a caminho da crucificação, carregando a cruz.
Em segundo lugar Jesus foi traspassado por uma lança após o momento da sua morte.
“O peso da evidência histórica e médica indica claramente que Jesus estava morto antes de ter sido ferido em seu lado e sustenta a visão tradicional de que a lança, que penetrou entre sua costela direita, provavelmente perfurou não somente o pulmão direito, mas também o pericárdio e o coração, assegurando, assim, sua morte. Conseqüentemente, interpretações baseadas na posição de que Jesus não morreu na cruz não vão de encontro ao conhecimento médico da atualidade.”
Esse parágrafo foi publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA). Quem quiser pode ler o original aqui:
Na verdade eu, como estudante de medicina posso simplificar as coisas:
O que os médicos do JAMA analisaram e disseram foi que provavelmente o líquido que saiu junto com o sangue de Jesus foi o líquido pericárdico (líquido que fica entre o coração e a membrana que o envolve, o pericárdio), o que seria uma evidência cabal da morte de Jesus.
Mas mesmo se a gente desconsiderar esse fato, Jesus provavelmente teria morrido de choque hipovolêmico (hemorragia maciça) ou asfixia por doença pulmonar restritiva (o peso do corpo sobre o pulmão o impediria de respirar, eventualmente).
Mesmo se Jesus não estivesse morto na cruz, não sobreviveria ao sepultamento
Ainda que tal droga conseguisse mimetizar tão perfeitamente o estado de morte que pudesse enganar os soldados (que checaram a morte dele 2x e nem lhe quebraram as pernas), Jesus teria ficado sepultado por 3 dias sem oxigênio, água ou alimentos. Além disso ele provavelmente teria sido levado a outras complicações letais, como infecções e choque. Não teria como ele sobreviver os 3 dias sem tratamento médico.
Mas ainda que ele tivesse sobrevivido a isso tudo, ele dificilmente conseguiria sair de lá dentro. Como um homem no estado dele conseguiria remover sozinho a pedra do túmulo? E passar despercebido pelos guardas?
Sobrevivendo a isso tudo, ele conseguiria pregar o cristianismo?
“É impossível que um homem que fugira de um túmulo, semi-morto, e que vagueara de um lado para outro fraco e doente, necessitado de cuidados médicos e da aplicação de bandagens às suas feridas, precisando de encorajamento e outros cuidados, pudesse dar aos discípulos a impressão de que era um vitorioso sobre a morte e sobre o túmulo, de que era o príncipe da vida, uma impressão que iria constituir a base para o futuro ministério deles. Recobrando-se de um desmaio somente, ele teria enfraquecido a impressão que deixara neles em vida e na sua morte, e, quando muito, teria emprestado à sua imagem um tom de lirismo, mas absolutamente não poderia haver transformado seu sofrimento em entusiasmo, nem elevado sua reverência, tornando-a adoração.” (David Friedrich Strauss)
Além da teoria do desmaio, existe uma outra teoria para explicar o túmulo vazio de Jesus. O roubo do corpo. Então vamos analisar a plausibilidade dessa teoria.
4) O corpo foi roubado
Esta é provavelmente a teoria mais difundida entre os céticos da ressurreição. Em primeiro lugar vamos analisar a hipótese do túmulo ter sido encontrado vazio.
O túmulo vazio
Nós temos diversas evidências na história de fontes históricas extra-bíbicas falndo sobre a morte de Jesus na cruz e sua condenação por Pôncio Pilatos. Então nós sabemos que ele foi sepultado, e também sabemos que a história da ressurreição só poderia se espalhar com a velocidade com que se espalhou se o túmulo estivesse vazio.
“A ressurreição não poderia ser sustentada em Jerusalém por um dia sequer, ou mesmo por uma hora, se o túmulo vazio não fosse aceito por todos como um fato consumado.” – > Paul Althaus, Universidade de Erlangen, Alemanha (citado por Josh McDowell; “As evidências da Ressurreição de Cristo”; Editora Candeia; São Paulo, 1994; p.119)
Vamos lembrar que história da ressurreição começou a ser pregada em Jerusalém, e seria muito fácil desconfirmar a história, bastaria visitar o túmulo e ver o corpo.
Na verdade creio que nenhum estudioso sustenta a idéia de que houvesse um corpo dentro do túmulo.
“Quando cada argumento é pesado e considerado, a única conclusão plausível para o historiador deve ser a de que as mulheres que foram prestar seu último lamento a Jesus encontraram, para sua consternação, não um corpo, mas um túmulo vazio.” Geza Vermes (The Ressurrection)
Detalhe que Geza Vermes é judeu! Ele não é cristão, mas admite que tudo indica que o túmulo estava, de fato, vazio.
O Dr. Paul L. Maier professor de História Antiga na Universidade de Western Michigan, conclui: “Se toda a evidência é verificada cuidadosamente e com justiça, é realmente justificável, de acordo com os padrões da pesquisa histórica, concluir que o túmulo no qual Jesus foi sepultado estava realmente vazio na manhã da primeira Páscoa. E nenhum sinal de evidência apareceu ainda, nas fontes literárias, epigrafia ou arqueologia, que pudesse negar esta afirmação”.
Só um adendo na objetivação do dr. Paul, já existe uma evidência contrária na arqueologia, o túmulo de Talpiot, mas ele é amplamente desconsiderado, especialmente depois do documentário “The Jesus Tomb Unmasked”.
Bom, como quase nenhum estudioso contesta o fato do túmulo vazio, também não vou me prender nele. O que os mais céticos contestam são as circunstâncias pelas quais o corpo desapareceu. Vamos analisar cada uma delas aqui.
Os motivos
Os romanos:
Bom, os romanos não eram candidatos a querer o corpo desaparecido. Vamos lembrar que o surgimento de uma doutrina filosófica poderia colocar em risco a aceitação passiva dos judeus em relação ao domínio que o império romano exercia sobre eles.
Tanto isso é verdade que Roma foi uma feroz combatente do cristianismo até que Constantino adotou a religião de forma oficial, três séculos mais tarde.
Os principais entre os judeus:
Esses eram outros que não queriam a nova filosofia se expalhando. primeiro porque ela colocava em xeque a autoridade deles, segundo porque foram eles mesmos que levaram à morte de Jesus. Eles não iriam potencializar a filosofia contra a qual eles lutaram tão arduamente.
Os discípulos:
Eles poderiam até ter os motivos, (ainda que isso seja meio obscuro) mas será que tinham os meios? Vou discutir sobre isso um pouco mais adiante.
Alguém não conectado a Jesus:
É difícil teorizar porque alguém teria a intenção de roubar o corpo de Jesus, não sendo um desses três. Poderia ser alguém como Leonardo da Vinci, que roubava corpos de um cemitério para estudar anatomia. Ainda assim a escolha pelo corpo de Jesus, em particular, parece ser obtusa, ainda mais porque o corpo estava sendo vigiado por soldados romanos.
José de Arimatéia:
Ele era o dono do sepulcro onde Jesus foi enterrado. Ele poderia ter roubado o corpo secretamente, de maneira que os discípulos pensassem que Jesus ressuscitou. Mas ele enfrentaria as mesmas dificuldades que os citados acima, que discutirei agora.
Os meios
Este é o decreto de Nazaré. Ou a Inscrição de Nazaré.
A origem dela é meio obscura. Ela fazia parte do acervo pessoal de um colecionador chamado Franz Cumont. Ele morreu em 1925 seu lote foi doado. A única inscrição nela que remete à algum dado histórico diz “marble slab sent from Nazareth in 1878” (laje de mármore enviada de Nazaré em 1878). Sua autenticidade já foi questionada, mas hoje sabe-se que ela é datada por volta de 42.D.C. e é autêntica. Na fonte tem mais dados sobre ela.
A inscrição diz:
“Édito de César: É minha decisão que túmulos e tumbas permaneçam perpetuamente inviolados. Mas se alguém delatar que outra pessoa destruiu, ou de alguma forma retirou aqueles que foram sepultados, ou moveu o corpo para outro lugar com intenção maléfica, ou cometeu algum crime contra o morto, ou removeu a pedra que sela o sepulcro, contra esses eu ordeno que haja um julgamento, principalmente se for por motivo religioso. Pois é necessário que se honre aqueles que foram sepultados. Ninguém deve retirar o corpo sob nenhuma circunstância. Mas se alguém não cumprir minha ordem, é meu desejo que sofra a pena capital, sob acusação de violação da sepultura”
Quando ela foi descoberta, divulgou-se de que ela seria uma reação do imperador romano (Cláudio, o César da época) à notícia do desaparecimento do corpo de Jesus. Isso poderia ser a prova indiscutível da ressurreição de Jesus.
Na verdade os céticos argumentam que mesmo a origem dela é incerta. Segundo eles, Nazaré era uma cidade portuária e mercantil (embora não se saiba muito a respeito da cidade) e que a laje poderia ter sido comprada por alguém lá e lá ficado até ser adquirida pelo colecionador. Além disso, eles também argumentam que esse tipo de decreto era comum entre os romanos, e que isso não seria uma reação à descoberta do desaparecimento do corpo.
Independente disso, esse decreto deixa uma certeza: as leis sobre a violação de túmulo eram extremamente rígidas! Quem quer que o violasse, estaria sujeito à pena capital, seja o dono do sepulcro, ou familiares e pessoas próximas ao morto.
Sem contar que o ladrão do túmulo teria uma missão difícil para roubar o corpo. Ele estava guardado por soldados romanos. Quem quer que o fizesse precisaria esperar que os guardas dormissem, remover a pedra de duas toneladas silenciosamente, e sair com o corpo sem serem notados.
A resposta de Pilatos aos fariseus foi “Vocês têm uma guarda”, o que pode ser interpretado a partir dessa frase é: eles tinham uma guarda do exército romano ou já tinham a sua própria guarda como a polícia do templo. As autoridades predominantes concluem que uma guarda romana fora colocada lá. De outra forma, por que os fariseus iriam pedir a Pilatos que mantivesse o sepulcro em segurança? Eles não precisariam de sua autorização para colocar uma guarda que estava sob suas ordens.
As guardas romanas eram da ordem de cerca de 10 a 30 soldados.
Apesar disso, o número de guardas é apenas uma especulação. Ninguém sabe ao certo quantos guardas havia. Alguns estudiosos afirmam que seria apenas 4. Outros que havia mais de 25 ali, que se revezavam em turnos.
Além disso, os guardas colocaram o selo romano no túmulo.
“E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.”
(Mateus 27:66)
O livro de Mateus coloca uma luz sobre o assunto:
“E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados,
Dizendo: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram.
E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança.
E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje.” (Mateus 28:12-15)
Algumas pessoas argumentam que esse já era um boato que ocorria na época, como se percebe quando Mateus usa a expressão “até os dias de hoje”. Com isso, eles alegam que os soldados poderiam ter sido subornados pelos ladrões do corpo.
Mas vejam, se os soldados aceitassem o suborno eles estariam arriscando suas próprias vidas! Na situação descrita em Mateus o corpo já havia desaparecido. Ou eles aceitavam o suborno e contavam com um aliado pra dissuadir o imperador da pena capital, ou eles mantinham a história da ressurreição miraculosa e perdiam a vida. Os guardas colocaram o selo romano no túmulo pra ter certeza de que ele jamais seria rompido, pois uma vez rompido o selo, os guardas também pagariam com suas vidas.
Além do mais, como eu já disse, a ideia de todos os guardas dormindo ao mesmo tempo, e dos ladrões conseguindo remover a pedra silenciosamente e roubar o corpo furtivamente é muito ilógica. Fora o risco altíssimo ao qual eles estariam se submetendo. Sem contar que o caráter moral dos judeus da época considerava um sacrilégio fazer isso no dia de sábado.
Representação dos túmulos da época de Jesus.
A disposição dos lençóis
Existem dois dados relevantes aqui acerca dos lençóis que envolveram Jesus.
1) “Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte.” (João 20:6-7)
O Sudário não estava junto com os panos no chão. Ele estava enrolado e em um lugar à parte. Isso não demonstra a ideia de fuga! Os lençóis, aparentemente, também não estavam jogados.
“Não sei dizer o porquê disso, mas a ARA omite uma palavra do verso 6 e do verso 7. No verso 6, é dito que ele [Pedro] “também viu os lençóis.” Em grego, a frase diz literalmente: “e viu os lençóis colocados” ( καὶ θεωρεῖ τὰ ὀθόνια κείμενα ). Neste caso, a expressão τὰ ὀθόνια κείμενα (ta othonia keimena) diz que os lençóis estavam dispostos, colocados, não jogados. Inclusive, segundo o Analytical Lexicon of the Greek New Testament, o verbo κείμαι (keimai), que na expressão aparece no particípio presente passivo plural acusativo neutro (em concordância com e qualificando τὰ ὀθόνια ), significa, literalmente, o resultado de colocar algo em algum lugar, com ênfase no sentido espacial [2]. Em outras palavras, κείμενα significa colocados espacialmente, dispostos. Ainda, segundo Lidell, o verbo κείμαι, originalmente, significa deitar esticado, reforçando o sentido de que os lençóis estavam dispostos, organizados, esticados e não jogados [3].
No verso 7, é dito que o lenço ( σουδάριον ) “não estava com os lençóis.” Em grego, a frase diz literalmente: “não com os lençóis colocado” ( οὐ μετὰ τῶν ὀθονίῶν κείμενον ). Nesse caso κείμενον (keimenon) se refere à σουδάριον (soudarion), ambos no neutro singular, e não à τῶν ὀθονίῶν (tōn othoniōn), genitivo plural. O que está sendo dito é que ao invés de estar colocado espacialmente, o lenço está ἐντετυλιγμένον (entetyligmenon), dobrado, em outro lugar. Assim, João está contrapondo o lugar onde os lençóis e o lenço estão, mais do que a sua disposição. Enquanto os lençóis estão dispostos, organizados de um lado, o lenço está em outro lugar dobrado. Apesar de não podermos, taxativamente, afirmar, biblicamente, que os lençóis estavam dobrados, podemos com segurança afirmar que eles estavam, no mínimo, organizados e não jogados.”
2) O segundo é mais óbvio. Se alguém fosse roubar o corpo de Jesus, bastava pegar o corpo e levá-lo. Para que alguém se daria ao trabalho de desenfaixar o cadáver e levar o corpo nu de Jesus?
Outras teorias para explicar o sumiço do corpo
Teoria do túmulo errado: Essa teoria pra mim não é nem digna de nota. Estou colocando porque sei que ela existe e quero fazer uma compilação bem completa.
Acho que é muita forçação de barra acreditar que todo mundo esqueceu qual era o túmulo e foi procurar o corpo em outro. Até porque as mulheres já haviam estado lá antes. Se o próprio império romano tivesse realocado o corpo nesse ínterim, eles o teriam apresentado na época pra acabar com os crescentes rumores da ressurreição.
Teoria do não-sepultamento: Essa teoria diz que Jesus em vez de sepultado foi jogado em uma vala qualquer junto com os outros crucificados. Mas se esse fosse o caso os evangelhos não teriam como ser tão específicos sobre o túmulo onde Cristo foi enterrado. Ele foi enterrado no túmulo de José de Arimatéia, um membro do conselho! Se isso fosse uma invenção qualquer um em Jerusalém teria descreditado os relatos e a história da ressurreição não teria crescido ali naquele local.
Uma outra coisa que depõe contra o fato de que o corpo de Jesus foi roubado é que Jesus apareceu para muita gente depois. Vamos analisar esse fato.
5) As aparições de Jesus
Os evangelhos dizem que Jesus apareceu a:
1) Maria Madalena (João 20:10-18)
2) Maria e outras mulheres (Mateus 28: 1-10)
3) Pedro (1 Corintios 15:5)
4) Dois discípulos (Lucas 2:13-35)
5) Dez discípulos (Lucas 24:36-49; João 20:19-23)
6) Onze discípulos (João 20:24-29)
7) Sete discípulos (João 21)
8) Todos os discípulos -> grande comissão (Mateus 28:16-20; Marcos 16:14-18)
9) Quinhentas pessoas (1 Corintios 15:6)
10) Tiago (1 Corintios 15:7)
11) Todos os apóstolos -> ascensão (Atos 1:4-8)
12) Paulo (Atos 9:1-9; 1 Corintios 15:8)
O caso do apóstolo Paulo é emblemático.
Ele era um judeu convicto e um feroz perseguidor do cristianismo. Ele chegou inclusive a matar alguns cristãos, como o caso de Estêvão, narrado no livro de Atos. Ele era um perseguidor tão contumaz que pediu permissão para ir para outra cidade, Damasco, para combater o avanço do cristianismo lá também.
Só que nesse caminho ele teve uma visão e a partir daí, de ferrenho combatente se tornou um dos maiores cristãos.
Existem duas fontes diferentes que relatam a visão de Paulo. O evangelista Lucas (autor do livro de Atos), e próprio Paulo confirma a história.
Ele teve sua vida transformada naquele momento, além disso, ele creditava sua própria salvação ao fato de que Jesus ressuscitou:
“Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10:9)
Vale lembrar que o apóstolo Paulo morreu torturado e decapitado por Nero, em 67d.C. exatamente por sustentar essa versão da história.
Então alguma coisa certamente ele viu.
Vamos analisar a teoria que tenta explicar isso.
A teoria da alucinação
Essa teoria diz que as aparições de Jesus são apenas fruto da imaginação dos que viram. Do mesmo jeito que muitas pessoas vêem espíritos em casas mal assombradas apenas porque acreditam que eles estejam lá, os discípulos viram Jesus apenas porque isso era algo que eles queriam ver.
Como diz o ditado: “A assombração sabe pra quem vai aparecer”.
Então vamos analisar essa hipótese.
A pré-disposição para ver Jesus existia?
Tudo indica que não. Eis aqui os motivos:
1) Os discípulos provavelmente não entenderam que Jesus haveria de ressuscitar, ou não acreditaram, porque eles se reuniram em Jerusalém para discutir como eles fariam para fugir de lá e voltarem para suas vidas de pescadores.
2) A princípio, ninguém acreditou que Jesus havia ressuscitado:
“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.” (João 20:1-2)
Reparem que Maria Madalena, a princípio, não acreditou na ressurreição, mas sim que o corpo havia sido roubado.
“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” (João 20:24-25)
3) Eles não reconheceram Jesus quando o viram.
“E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.” (João 20:14)
Nada disso demonstra um estado de sugestionamento. Além deles não crerem quando contaram que Jesus havia ressuscitado, não o reconheceram quando o viram. Isso é totalmente diferente das visões de pré-sugestionamento, onde qualquer coisa diferente que se vê ou escuta é logo atribuída àquilo que se quer ver ou interpretar.
4) A mudança de postura.
O apóstolo Paulo perseguia e matava cristãos. A visão dele não pode ser de maneira nenhuma atribuída à idéia de alguém sugestionado, visto que a última coisa que ele iria querer ver é alguém que colocasse em xeque tudo aquilo que ele julgava ser o mais correto padrão ideológico que existia.
As alterações da percepção
Essas são as alterações da percepção que nós temos, segundo os conhecimentos atuais da psiquiatria:
5. FALSAS PERCEPÇÕES:
a. PAREIDOLIAS: percepções fantásticas em um objeto real (imagens de animais quando se olha para as nuvens, mas o observador sabe que o objeto observado é uma nuvem);
b. ILUSÕES: percepções deformadas do objeto real momentaneamente aceita pelo juízo de realidade.
c. ALUCINAÇÕES: aparecimento de uma imagem na consciência sem um objeto real (imagem alucinatória), com as características de uma imagem perceptiva real e por isso aceita pelo juízo de realidade:
– Alucinações Visuais: podem ser elementares (fagulhas, clarões), diferenciadas (figuras, visões), lilipudianas (diminuídas) e guliverianas (gigantes);
– Alucinações auditivas: são as mais comuns, podem ser elementares (zumbidos, estalidos) e diferenciadas (vozes). Na esquizofrenia as vozes se dirigem ao paciente (primeira pessoa) e na alucinose alcoólica falam dele (terceira pessoa).
– Alucinações olfativas e gustativas: são raras e quase sempre associadas, consistem em cheiros desagradáveis (gás, lixo, animais mortos).
– Alucinações táteis: formigamento, picadas, queimaduras, animais repugnantes, relacionadas ao uso de cocaína e anfetaminas.
– Alucinações cenestésicas: relacionadas a sensibilidade visceral. Por exemplo, o paciente diz que seu intestino está amolecendo e apodrecendo.
– Alucinações sinestésicas: fusão e troca de duas imagens de qualidades sensoriais diferentes. Por exemplo, ver a cor do som.
– Alucinações cinestésicas: relacionada aos movimentos.
– Alucinações hipnagógicas (ocorre ao adormecer) e hipnopômpicas (ao acordar). Não significam doença, pois podem ocorrer em indivíduos sem doenças psiquiátricas.
d. PSEUDO-ALUCINAÇÕES: não possui projeção no espaço e nem corporeidade. Surge como vozes internas ou imagens internas e podem ocorrer nas mesmas situações das alucinações.
e. ALUCINOSES: possuem projeção no espaço externo e ocorre certa estranheza do paciente quando ao fenômeno perceptivo ocorrido, podem surgir no rebaixamento do nível de consciência e em lesões pedunculares e occipitais, assim como no alcoolismo (por exemplo: alucinose alcoólica).
A visão de Jesus se encaixaria, provavelmente, no critério Alucinação, e precisaria haver uma superposição de várias delas. Mas existem muitas coisas que depõem contra a teoria da alucinação.
As alterações da percepção são muito particulares. Se você for hoje a um hospital psiquiátrico vai ver pessoas com os mais variados distúrbios possíveis. Uns acham que são ETs, outros que são um sapo, outros que conversam telepatiamente com o Lula, outros que vêem monstros asquerosos, etc.
Alguém pode argumentar que na época de Freud e de outros, em que esses distúrbios começaram a ser descritos era muito clássico pessoas que achavam que eram Napoleão Bonaparte. Ele era uma figura história importante e relevante na época. No contexto histórico do Brasil atual, é extremamente raro distúrbios psiquiatricos envolvendo Napoleão. Da mesma forma, poderia ser comum que as pessoas vissem Jesus, já que a pregação da sua ressurreição já era um fato notório.
Mas mesmo assim não é comum que as pessoas vejam exatamente a mesma pessoa, e que ela faça a mesma cena. Aliás, essas percepções particulares passam pela mente das pessoas, como as pessoas que alegam verem ETs, e que todas elas vêem aquele mesmo padrão holywoodiano de um humanóide com cabeção e pele geralmente acinzentada ou esverdeada.
Jesus, por outro lado, fez coisas surpreendentes nessas aparições, o que contraria a lógica de um distúrbio psiquiátrico. Vejam:
“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.” (Atos 1:9)
Além do mais, mesmo que a alucinação pudesse se apresentar dessa forma, ainda assim não seria coerente crer que mais de 5 centenas de pessoas tivessem tido a mesma alucinação, simultaneamente.
Eles também não pareciam ser pessoas atormentadas por alterações constantes de percepção. O apóstolo Paulo parecia estar em seu perfeito juízo. Vejam esse trecho:
“Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.” (Gálatas 2:15-18)
Percebam que ele cria toda uma linha argumentativa pra expôr o motivo pelo qual ele fala sua mensagem. Ele queria dizer aos gálatas que não havia necessidade de se circuncidarem mais, como os judeus, para se relacionarem com Deus, então se eles vivem pela fé mas voltam para a lei, então já estão trasngredindo a lei, por terem-na abandonado em primeiro lugar.
Essa linha de argumentação mostra uma pessoa em plena capacidade cognitiva, não uma pessoa atormentada por distúrbios psiquiátricos.
E mesmo sabendo que esse tipo de alucinação pode ocorrer em pessoas normais e até intelectuais, como nos casos de luto ou evento pós-traumático agudo, psicoses transitórias ou histeria, em nenhum momento o apóstolo Paulo se mostrou como sendo uma pessoa suscetível a esse tipo de transtorno, até porque ele também se baseava no testemunho de outras pessoas.
Mas tem mais.
Atitudes físicas
“Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (Lucas 24:39)
“Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; O que ele tomou, e comeu diante deles.” (Lucas 24:42-43)
Jesus foi tocado pelos discípulos, e comeu com eles. Alucinação não se alimenta. Ou ainda que se tenha uma visão de alguém se alimentando, essa visão não pode consumir a comida oferecida, se esta for real. Alucinações também não podem ser tocadas, ainda que existam algumas formas de alucinações táteis, elas não coexistem com alucinações visuais.
Além disso, as alucinações geralmente duram alguns segundos ou minutos, e tendem a mudar constantemente. Jesus ficou com eles por quarenta dias!
“Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.” (Atos 1:3)
Por fim, uma última hipótese, que é uma espécie de superposição de algumas dessas já apresentadas.
6) A teoria da conspiração
Essa teoria diz que os discípulos, de alguma forma, sumiram com o corpo e criaram uma história fantasiosa a respeito de Jesus.
Em primeiro lugar, como eu já mostrei, os escritos não parecem ser forjados, e as teorias do sumiço do corpo também são bem obscuras, além dessa atitude não condizer com a conduta moral dos apóstolos.
De qualquer forma, creio que a mais contundente prova contra a teoria da conspiração é a seguinte: todos os apóstolos entregaram suas vidas para defender a mensagem do evangelho!
Vou repetir aqui o que coloquei no outro post, a morte dos discípulos:
ANDRÉ
Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias” (João 1.35-42; Mateus 10.2). O lugar do seu martírio foi em Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Diz a tradição que ele foi amarrado a uma cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse.
BARTOLOMEU
Tem sido identificado com Natanael. Natural de Caná de Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Mateus 10.3; João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.
FILIPE
Natural de Betsaida, cidade de André e Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-se que pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis.
JOÃO
O apóstolo que recebeu de Jesus a missão de cuidar de Maria. “O discípulo que Jesus amava” (João 13.23). Pescador, filho de Zebedeu (Mateus 4.21 O único que permaneceu perto da cruz (João 19.26-27). O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (João 20.1-10). A tradição relata que João residiu na região de Éfeso, onde fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Apocalipse 1.9). Após sua libertação teria retornado a Éfeso. Teve morte natural com idade de 100 anos.
JUDAS TADEU
Foi quem, na última ceia, perguntou a Jesus: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?” (João 14:22-23). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. Diz a tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.
JUDAS ISCARIOTES
Filho de Simão, traiu a Jesus por trinta peças de prata, enforcando-se em seguida.(Mateus 26:14-16; 27:3-5).
MATEUS
Filho de Alfeu, e também chamado de Levi. Cobrador de impostos nos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum (Marcos 2.14; Mateus 9.9-13; 10.3; Atos 1.13). Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Há várias versões sobre a sua morte. Teria morrido como mártir na Etiópia.
MATIAS
Escolhido para substituir Judas Iscariotes (Atos 1.15-26). Diz-se que exerceu seu ministério na Judéia e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia.
PAULO
Israelita da tribo de Benjamim (Filipenses 3.5). Natural de Tarso, na Cilícia (hoje Turquia). Nome romano de Saulo, o Apóstolo dos Gentios. De perseguidor de cristãos, passou a pregador do evangelho e perseguido. Realizou três grandes viagens missionárias e fundou várias igrejas. Segundo a tradição, decapitado em Roma, nos tempos de Nero, no ano 67 ou 70 (Atos 8.3; 13.9; 23.6; 13-20).
PEDRO
Pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (Mateus 17.1-4). Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Segunda a tradição, sua crucifixão verificou-se entre os anos 64 e 67, em Roma, por ordem de Nero. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição de Cristo.
SIMÃO, o Zelote
Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em Mateus 10.4, Marcos 3.18, Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado.
TIAGO, O MAIOR
Filho de Zebedeu, irmão do também apóstolo João. Natural de Betsaida da Galiléia, pescador (Mateus 4.21; 10.2). Por ordem de Herodes Agripa, foi preso e decapitado em Jerusalém, entre os anos 42 e 44.
TIAGO, O MENOR
Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, martirizado provavelmente no ano 62.
TOMÉ
Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (João 20.25). Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.
Uma mentira só é sustentada enquanto há lucro para quem a diz. Essas pessoas foram perseguidas, torturadas e mortas por pregar a mensagem da ressurreição de Jesus!
7) Considerações finais
Bom, as últimas considerações quero fazer são a de que além de todas essas teorias dificilmente se sustentarem sozinhas, a maior parte delas depende de outras, o que torna tudo muito menos provável. A teoria da alucinação, por exemplo, depende de uma teoria de sumiço do corpo, visto que mesmo vendo Jesus em visão, a presença do corpo inviabilizaria a idéia da ressurreição, assim como a teoria do mito espontâneo. A teoria do desmaio depende da teoria da conspiração. Etc.
Se alguém for analisar as evidências sem conclusões pré-estabelecidas vai ver que tudo indica que Jesus realmente ressuscitou.
Quero deixar uma citação para reflexão de todos. É de Pinchas Lapide, judeu ortodoxo, e inclusive cônsul israelense na Itália. Já escreveu mais de 30 livros, e um deles especificamente sobre a ressurreição. Sem negar suas tradições judaicas ou se converter ao cristianismo ele afirmou o seguinte:
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