Religião ou ciência: O que o cérebro prefere?
Pesquisadores da Universidade Case Western Reserve e da Faculdade Babson, nos Estados Unidos, por meio de oito estudos independentes, chegaram à conclusão de que o cérebro humano se comporta de forma diferente quando vê o mundo através das “lentes” da ciência e da religião.
A pesquisa indicou que aqueles que têm crenças espirituais ou religiosas aparentam suprimir uma rede cerebral usada para o pensamento analítico e se engajam melhor no pensamento empático. Igualmente, os não religiosos suprimem o pensamento empático para usar o analítico.
Segundo Tony Jack, o principal pesquisador desse estudo, deixar de lado o pensamento crítico para acreditar no sobrenatural nos ajuda a atingir a compreensão social e emocional; se bem que, pessoalmente, não creio que precisemos abandonar o pensamento crítico quando o assunto é religião. Muito pelo contrário. Muitas vezes, na verdade, é preciso duvidar para crer.
Para os pesquisadores, essas duas redes do cérebro, a religiosa e a científica, se revezam para encarar as diferentes situações do dia a dia. Apesar disso, os pesquisadores afirmam que nem a religião nem a ciência, unicamente, poderiam trazer as grandes respostas da vida. A natureza humana, a forma como fomos projetados permite que exploremos nossas experiências usando os dois padrões de pensamento. Na verdade, possivelmente seja exatamente isto o que nos caracterize como humanos e nos assemelhe a Deus: nossa racionalidade e nossa espiritualidade inerentes.
Os pesquisadores também argumentam que a ciência e a religião não devem ser vistas como forças opostas. O estudo aponta que vários grandes cientistas tiveram e têm crenças religiosas, incluindo 90% dos ganhadores do Prêmio Nobel. Isso mesmo. Você entendeu bem. A imensa maioria dos cientistas premiados com o Nobel tem algum tipo de crença.
Tony Jack diz que, “longe de estar sempre em conflito com a ciência, dentro das circunstâncias corretas as crenças religiosas podem promover a criatividade científica”.
E dentro das “circunstâncias corretas”, a ciência pode ser perfeitamente aceita pela religião. É o que ocorre com o método científico, por exemplo, uma ferramenta muito útil para investigar o mundo que nos rodeia. É o que ocorre, também, com as conclusões a que chegamos com base em evidências concretas, derivadas de observação direta da natureza. Assim, a verdadeira ciência e a boa teologia dão-se as mãos para nos ajudar a entender a vida e o Universo em que vivemos, em seus domínios material e espiritual, que, na verdade, são uma coisa só.
Agora, quando se trata de filosofias que posam de ciência, como a hipótese da macroevolução ou mesmo o naturalismo metafísico, a coisa muda de figura. A boa teologia jamais poderá concordar com essas visões de mundo ateias que, obviamente, negam a religião e a existência do Criador e não podem, elas mesmas, ser submetidas a qualquer investigação científica empírica, uma vez que se tratam de filosofia.
Entre os grandes cientistas que não dicotomizaram ciência e religião – na verdade as compatibilizaram e, por isso, enxergaram mais longe – estão Galileu Galilei, Isaac Newton, Johannes Kepler, Nicolau Copérnico, Blaise Pascal e muitos outros. Fizeram boa ciência (na verdade, ajudaram a criar o método científico) e acreditavam em Deus e na Bíblia.
Assim, o mundo não precisa estar dividido entre pessoas religiosas e pessoas que acreditam na ciência. Podemos ser pessoas que se valem das duas e que promovem um “culto racional”, conforme Romanos 12:1.
Pra que enxergar o mundo com monóculos se podemos dispor de um potente binóculo?
Fonte: ASN.