maio 8, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Apocalipse – possibilidades (capítulo 1)

 

Apocalipse 1 

Ap

Texto (ARA, 3ª ed)

Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo

1.1

Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,

 

A Trindade deu ao ressurreto Jesus a permissão (ou a função) de entregar a Seus seguidores um vislumbre de acontecimentos futuros. Então, Jesus incumbiu ao anjo Gabriel de entregar esses vislumbres ao profeta João,

                             João acreditava na Trindade? Ele tinha conhecimento dessa crença? Talvez não fosse sua intenção apontar para a Divindade trina aqui, ao se referir a Deus. Talvez ele se referiu apenas ao Pai (como parece acontecer no verso 6b). No entanto, parece-me que o Cristo cria na Trindade, e se isto for verdade, independentemente da intenção do profeta-escritor, ao mencionarmos a Trindade aqui elevamos o texto a um ponto de vista transcendental — o do Revelador Jesus Cristo. Confira o livro “JAVÉ” (2009), disponível em: https://blogdoprofh.com/2018/11/05/livro-jave/.

                     “Tudo no Apocalipse, desde sua estrutura até o conteúdo, tem um único propósito: revelar Jesus Cristo. Por essa razão, as primeiras palavras do livro são: ‘Revelação de Jesus Cristo’ (Apocalypsis Iesou Christou). Essa expressão geralmente é entendida como (1) ‘Revelação de Jesus Cristo’ ou (2) ‘Revelação sobre Jesus Cristo’ (Ap 1:2). O fato de ser uma ‘revelação’ refuta aqueles que acreditam que o Apocalipse é muito difícil de entender. Por que o Senhor teria incluído esse livro na Bíblia se não quisesse que ele fosse compreendido por aqueles que o lessem?” (GULLEY, 2018, p. 24).

                             Com relação ao anjo Gabriel confira Dn 10.21 e Lc 1.26 e também Smith (1904), ou no PDF em português “Considerações sobre Daniel & Apocalipse”, 2014, na página 216. Disponível em <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/apl/portugues/Smith/Daniel%20e%20Apocalipse.pdf>, acesso em: 18 nov. 2016.

                             “Em Apocalipse 1:1, também declara-se: “Ele enviou o Seu anjo para torná-la conhecida ao Seu servo João” (NVI). Encontramos aqui uma expressão muito importante no livro. A frase tornar conhecida é uma tradução da palavra grega semainō, que significa “mostrar por sinais simbólicos”. Essa palavra é usada na tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta), na qual Daniel explicou ao rei Nabucodonosor que, pela estátua feita de ouro, prata, bronze e ferro, Deus “fez saber ao rei o que [haveria] de ser futuramente” (Dn 2:45).

                             “Ao empregar a mesma palavra, João declarou que as cenas e os eventos do Apocalipse foram mostrados a ele em visão por meio de apresentações simbólicas. Guiado pelo Espírito Santo, João registrou fielmente essas apresentações simbólicas conforme as tinha observado nas visões (Ap 1:2). Portanto, a linguagem das profecias do Apocalipse, em sua maioria, não deve ser interpretada literalmente. Via de regra, a leitura da Bíblia pressupõe uma compreensão literal do texto (a menos que o texto aponte para um simbolismo pretendido). Mas quando lemos o Apocalipse, precisamos interpretá-lo simbolicamente (a menos que o texto aponte para um significado literal).

                             “Embora as cenas e eventos preditos sejam reais, eles geralmente eram expressados em linguagem simbólica. Ter em mente que o caráter do Apocalipse é, em grande parte, simbólico nos protegerá contra a distorção da mensagem profética. Ao tentarmos determinar o significado dos símbolos empregados no livro, devemos ter cuidado para não impor ao texto um significado que resulte da imaginação humana ou dos significados atuais desses símbolos. Em vez disso, devemos ir à Bíblia e aos símbolos encontrados em suas páginas para compreender os símbolos do Apocalipse.

                             “Na verdade, ao tentar desvendar o significado desses símbolos, devemos lembrar que a maioria deles foi tirada do Antigo Testamento. Ao retratar o futuro na linguagem do passado, Deus quis imprimir em nossa mente que Seus atos de salvação no futuro serão muito semelhantes aos Seus atos de salvação no passado. O que Ele fez pelo Seu povo no passado, fará por ele novamente no futuro. Ao tentar decodificar os símbolos e imagens do Apocalipse, devemos começar prestando atenção ao Antigo Testamento” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 15). 

1.2

o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.

 

e ele recebeu a palavra de Deus, pois recebera o dom espiritual de ser profeta, e registrou aquilo que lhe foi apresentado em áudio e/ou imagens sobrenaturalmente.

                             A “palavra de Deus” pode ser o mesmo que o “testemunho de Jesus Cristo”, pois Ele é a Palavra ou o Verbo divino, Jo 1.1. João equiparou as Escrituras veterotestamentárias à palavra de Jesus em seu evangelho (cf. Jo 2.22). Aqui, creio que ele faz o mesmo. Assim sendo, assim como a expressão “palavra de Deus” denota/conota revelação sobrenatural divina dada ao portador do dom profético (p. ex., 1° Rs 18.31 e Lc 3.2), segue que a expressão joanina “testemunho de Jesus” é sinônima da anterior “palavra de Deus”, preservando seu significado: revelação divina. Seria essa também a intenção de João nessa passagem? 

1.3

Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.

 

São e serão felizes: a pessoa que lerá o que escrevi nesta carta para os outros; os seus ouvintes e os que, dentre esses, se comprometerem com os conteúdos, pois o cumprimento dessas profecias relacionadas aos dias que antecedem o retorno do Senhor Jesus ao planeta Terra está chegando.

                             Primeira de sete bem-aventuranças contidas no livro. A segunda está em Ap 14.13. 

1.4

João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono

 

Eu, João, tenho o objetivo primário de escrever para os irmãos das sete igrejas (cf. o verso 11) que se encontram na Ásia. Desejo a vocês a graciosa salvação e a paz que só Deus o Pai – o qual existe, sempre existiu e aparecerá na volta de Jesus, e só o Espírito Santo (Aquele que também é Senhor dos exércitos dos anjos de Deus), que também está junto ao trono, podem dar

                             Compare a expressão “da parte daquele que é, que era” com Ap 11.17 e 16.5.

                             “E que há de vir”; confira a mesma expressão em Ap 1.8 e 4.8.

                             Os “sete Espíritos”; confira a mesma expressão em Ap 4.5 e 5.6.

                             Veja no mapa a proximidade entre a ilha de Patmos (cativeiro romano do profeta João) e essas sete regiões: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_igrejas_do_Apocalipse.

                             O “qual existe, sempre existiu e aparecerá na volta de Jesus”. Essa expressão também pode referir-se à Jesus, confira o verso 8 (apesar de nesta pesquisa buscar-se a intenção do escritor e não apenas uma boa aplicação de seus escritos): o Messias ou Cristo, o qual sempre existiu como Deus e a partir de algum momento como Anjo, antes de Se tornar Homem, e depois ascendeu ao Céu como Deus, Anjo e Homem para continuar Suas funções relacionadas à redenção da humanidade e virá assim que concluí-las.

                             Sobre as três naturezas de Jesus Cristo, estude o artigo “Jesus Cristo – JAVÉ, Anjo, Arcanjo, Miguel e Príncipe”, disponível em: https://blogdoprofh.com/2011/07/17/jesus-cristo-jave-anjo-arcanjo-miguel-e-principe/.

                             Se Jesus é o arcanjo (1 Ts 4.16) Miguel, “o grande príncipe” (Dn 12.1) ou o Comandante, tanto dos soldados humanos como dos anjos (ou “espíritos ministradores”, Hb 1.14), “do exército do SENHOR“ (Js 5.14,14), ao assumir Sua terceira natureza, a humana, seria o caso de o Espírito Santo ter assumido essa função (originalmente) de Jesus?

                             Se Jesus é também o “SENHOR [YHWH], o Deus dos exércitos” (Os 12.4,5), já que, partindo da hipótese de que Ele é o arcanjo Miguel [ἀρχάγγελος, lê-se “ar-khang’-el-os”, ou seja, anjo chefe], então Miguel também é o anjo do Sinai (At 7.38) que também é Deus (Gn 31.11-13) e “SENHOR” (Lv 7.38 e Zc 3), e assim sendo, poderíamos conjecturar que o Espírito Santo, o “outro Consolador” [παράκλητος, lê-se: “par-ak’-lay-tos”, ou seja, ajudador, intercessor, consolador], Jo 14.16, grifo nosso, também pode receber o título/a função de SENHOR dos exércitos dos anjos?

                             É uma possibilidade não esclarecida no Apocalipse nem nos outros 65 livros bíblicos, no entanto é uma explicação (correta ou incorreta). Caso essa possibilidade seja verdadeira, o fato de Jesus ter igualado o Espírito Santo (ou de Deus ou do SENHOR) a Sua Pessoa (Jo 14.16 e 1 Jo 2.1, p. ex.) torna correta nossa explicação, pois os sete espíritos de Ap 1.4, 4.5 e 5.6, podem se referir tanto à Pessoa do Espírito Santo como aos anjos por Ele comandados.

                            Mas, há também a possibilidade de o Senhor Espírito ser Senhor dos anjos desde sempre e não apenas a partir da encarnação de Jesus, já que além de Jesus ter essa função, Zc 13.7 (p. ex.) parece apontar para o Pai. Essa teoria também explicaria a íntima e indissociável parceria entre o Cordeiro (Jesus, cf. Jo 1.29) e Seus sete olhos “que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6), além de inferir a possibilidade de o trono do Pai e do Cordeiro ser também o do Espírito Santo (cf. 4.5).

                             Conclusão: caso essa teoria esteja correta, a pessoa divina do Espírito Santo e Seus anjos podem estar sendo mencionados, sem perda nem ganho (pois Um é Comandante e os outros são Seus comandados-representantes), nos textos que mencionam “os sete espíritos” (compare com Ap 3.1 e 8.2). E por que “sete” e não apenas um Espírito de Deus? A quantidade sete, assim como, a maior fatia do Apocalipse, é derivada do AT. E como o objetivo do profeta era instruir as sete igrejas, as quais se tornaram (como veremos) símbolos de toda a história da igreja cristã desde a primeira vinda de Jesus até Sua segunda vida (isto é, a quantidade sete é usada como metáfora de algo pleno e completo), faz sentido uma quantidade simbólica plena que abranja essas igrejas representativas de toda a história da igreja cristã (p. ex. 100% do Espírito envolvido; mas como Ele é Deus, restam tantos 100% quantos forem necessários para Ele atuar onde quer que seja), de modo que os outros setes do Apocalipse, alguns deles retirados explicitamente do AT (“sete candeeiros”, p. ex.), parecem seguir essa ideia.

                             Os próprios setes do AT apontam nessa direção: sete pessoas foram salvas com a pregação de Noé; sete foram os dias nos quais Israel rodeou as muralhas de Jericó; sete foram os povos destruídos por Deus para que Seu povo recebesse Canaã como herança; sete mil pessoas não haviam se contaminado com o culto a Baal na época de Elias, e etc. Os judeus estudiosos demonstraram estar familiarizados com esse sentido do número sete, ao tempo do primeiro advento (cf. Lc 20.31-33). O Senhor Jesus também ao usar o sete num contexto de plenitude positiva e negativa (como ocorre no Apocalipse): “Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe”. “Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro” (Lc 17.4 e 11.26, grifos nossos).

                             “O Apocalipse começa com uma saudação semelhante às saudações encontradas nas cartas de Paulo. O livro foi evidentemente enviado em forma de carta às sete igrejas na Ásia Menor, nos dias de João (veja Ap 1:11). No entanto, o Apocalipse não foi escrito apenas para essas igrejas, mas para todas as gerações de cristãos ao longo da História. 

                            “Ambos os textos apresentam uma saudação epistolar: “Graça e paz a vós outros”. Essa expressão consiste na saudação grega charis (graça) e na saudação hebraica shalom (paz, bem-estar). Como podemos ver, a partir desses textos, os Doadores da graça e da paz são as três Pessoas da Divindade. Deus, o Pai, é identificado como Aquele “que é, que era e que há de vir” (veja Ap 1:8; 4:8). Isso se refere ao nome divino Yahweh: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3:14), uma referência à existência eterna de Deus. 

                            “O Espírito Santo é referido como os “sete espíritos” (compare com Ap 4:5; 5:6). Sete é o número da plenitude. Os “sete espíritos” indicam que o Espírito Santo estava atuando em todas as sete igrejas. Essa imagem se refere à onipresença do Espírito Santo e Sua constante atuação entre o povo de Deus através da História, habilitando-o a cumprir sua vocação” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 16). 

1.5

e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,

 

e, além dessas Duas Pessoas divinas, da parte também de Jesus Cristo, Aquele que recebeu da Trindade a permissão (ou função) de revelar a nós Seus seguidores o que em breve há de acontecer, e creio que tudo aquilo que Ele recebeu nos passará fielmente; sim, Ele merece a minha confiança, pois também é o principal (e a Causa) dos que já se depararam com a morte e a venceram; e mais, Ele é o Soberano dos reis das nações e não o imperador romano! Jesus, precisamente Aquele que “remove reis e estabelece reis” (Dn 2.21). Sim, eu definitivamente acredito em Seu testemunho porque Ele nos ama, e provou isto em Sua morte na cruz, a qual nos deu alforria da escravidão do pecado (Rm 6),

                             “A fiel testemunha”: Neemias 9.29-33: “Testemunhaste contra eles, para que voltassem à tua lei; porém eles se houveram soberbamente e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelo cumprimento dos quais o homem viverá; obstinadamente deram de ombros, endureceram a cerviz e não quiseram ouvir. No entanto, os aturaste por muitos anos e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito, por intermédio dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos; pelo que os entregaste nas mãos dos povos de outras terras.

                             “Mas, pela tua grande misericórdia, não acabaste com eles nem os desamparaste; porque tu és Deus clemente e misericordioso. Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio, a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje. Porque tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, e nós, perversamente” (grifos acrescentados).

                             Confira os seguintes textos que relacionam o costume da primogenitura hebréia com a vinda do Primogênito divino de Deus e a salvação dos primogênitos da humanidade (perceba, inicialmente, com Jr 31.9, p. ex., que o primogênito não é necessariamente o primeiro mas o principal dos filhos, dentro de um contexto): Cl 1.18; Rm 8.29; Sl 89.27; Cl 1.15; Hb 1.6 e 12.23.

                             Confira a partir do sétimo parágrafo da p. 126: perceba que, embora essa não tenha sido a intenção de João, o Espírito Santo também pode ser considerado a “Fiel Testemunha” desse versículo, e o Pai da mesma forma.

                             “Jesus é identificado por três títulos: “a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra” (Ap 1:5). Eles se referem à Sua morte na cruz, à Sua ressurreição e ao Seu reino no Céu.

                             “João declarou o que Jesus fez: Ele “nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai” (Ap 1:5, 6; ARC). No original grego, a expressão “nos ama” se refere ao amor constante de Cristo, que envolve passado, presente e futuro. Aquele que nos ama nos libertou dos nossos pecados pelo Seu sangue. No grego, o verbo “libertar” se refere a um ato completado no passado: quando Jesus morreu na cruz, Ele proveu uma completa e perfeita expiação pelos nossos pecados” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 16).

1.6

e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

 

e, então, nos transformou em súditos do reino eterno, sacerdotes para o Seu Deus (cf. 5.10 e 20.6) e Pai, como Ele dizia (cf. Jo 20.17). Por isso desejo a glória e o domínio eterno semente a Deus (o Pai?). Que assim seja!

                             “Foi-lhe dado [a Jesus] domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído […] os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade […] até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino” (Dn 7.14, 18 e 22). 

                            “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.5 e 6).

                            “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1ª Pe 2.9-12).

1.7

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!

 

E do modo como Jesus ascendeu ao Céu (cf. At 1.9-11) voltará novamente à Terra, envolto em nuvem; e todos os que estiverem vivos naquele dia e momento O verão, inclusive aqueles que O mataram – irão ressuscitar só para vê-Lo, como Ele predisse (cf. Mt 26.64). As pessoas que escolheram a Terra como sua origem e seu destino, em vez de Deus, irão se lamentar e muito se entristecerão ao vê-Lo retornando como prometera, sobre as nuvens. Eu acredito que isso irá acontecer desse jeito. Que assim seja!

                             “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés”. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.” (Sl 22.16, Is 53.5 e Zc 12.10).

                            Confira o significado de traspassar em Jz 5.26, 1° sm 31.4, 2° Sm 18.14, 2° Rs 18.21 e Jó 36.12, e compare-o com Jo 19.34-37. 

                            “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória”. “Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar”. “Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio” (Mt 24.30, Lc 6.25 e Ap 18.9). 

                            Jesus Cristo foi assunto ao Céu de modo visível, audível e, portanto, público. Muitos testemunharam esse momento (cf. 1ª Co 15.6), de modo que não houve discrição em Seu retorno ao Céu, muito menos mistério ou arrebatamento secreto ao Céu. 

                            Jesus não foi o primeiro profeta a predizer isso: o profeta Daniel, no cativeiro babilônico, o fez em Dn 12.1 e 2. O profeta Zacarias, após o cativeiro babilônico, o fez em Zc 12.10. Jesus Cristo profetizou essa ressurreição prévia de acordo com Mateus 26.64 e Marcos 14.62. 

1.8

Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.

 

“Eu sou o originador e terminador de tudo”, diz a Trindade (embora João talvez tenha pensado em referir só Deus o Pai), Aquele que existe, sempre existiu e aparecerá na volta de Jesus (cf. v. 4), o Todo-poderoso.

                             Confira a mesma expressão em Ap 21.6 e 22.13. Compare com a expressão sinônima “Primeiro e Último” de Isaías 41.4, 44.6 e 48.12, e do próprio João em Ap 1.17. 

                            Jesus parece receber esse título de acordo com Ap 1.17, 22.12 e 13. Aliado a esses textos, nos evangelhos e em algumas cartas, Jesus Se iguala ao Pai em natureza e capacidade (embora noutras passagens Ele Se posiciona funcionalmente abaixo do Pai, numa subordinação apenas funcional, não absoluta). Ele é o “Eu Sou” de Êxodo 3 (Jo 8.58).

                            Ele e o Pai são Um (Jo 10.30; 5.18). Ele entregou Sua a vida voluntariamente e a retomou sem ajuda (Jo 10.17,18; 2.19; 11.25). Tomé O chamou de Deus (Jo 20.28). Paulo também (Rm 9.5 e Tt 2.13). E Pedro também O chamou “Deus” (2ª Pe 1.1). Ou seja, o título pantokrator (no grego) que João atribuiu nesse versículo talvez somente ao Pai, pode ser atribuído a Jesus sem perda nem ganho de significados. O mesmo parece ocorrer com a Pessoa do Espírito Santo, por causa de Jesus compará-Lo a Si em João 14.16 (cf. 1.4, nota de rodapé n° 10). Quero dizer, se Jesus é Todo-poderoso, então o Espírito Santo também o é. Além dessa evidência concreta, encontro uma talvez taõ concreta quanto no AT.

                            Comparando os textos dos profetas Sofonias e Ageu que seguem, vem a indagação: o Espírito e o Rei YHWH habitavam juntos no meio do povo de Israel ou o Espírito era o próprio Rei YHWH? “O SENHOR [YHWH] afastou as sentenças que eram contra ti e lançou fora o teu inimigo. O Rei de Israel, o SENHOR, está no meio de ti; tu já não verás mal algum.”; “porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos; segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito habita no meio de vós; não temais” (Sf 3.15 e Ag 2.4,5). Assim, a inferência da Trindade nesse texto tem fundamento, embora talvez não tenha sido essa a intenção do escritor. 

1.9

Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

 

Eu, João, irmão (em Cristo) de vocês a quem escrevo, e coparticipante com vocês dos sofrimentos infligidos pelos judeus religiosos e romanos pagãos contra os seguidores de Jesus, mas, assim como vocês, também me mantenho no reino que recebemos por meio de Jesus, com constância e comprometimento. Fui lançado pelos romanos na pequena ilha-cárcere de Patmos, pois eu não parava de levar Jesus e Seus ensinamentos (cf. 1.2, nota de rodapé 3) a tantas quantas pessoas eu conseguia e, por causa disso, fui aprisionado.

1.10

Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,

 

Recebi uma visão divina num sábado, o dia do Senhor Jesus, e nela ouvi uma voz que falava comigo, vinda de alguém atrás de mim; o som era extraordinário e o comparo ao sonido da trombeta,

                             A mesma (“em espírito”) expressão ocorre em 4.2, 17.3 e 21.10. 

                            Estaria João querendo dizer que a visão por ele recebida foi no dia que o Senhor (Jesus) quis enviá-la a ele? Ou no dia em que Jesus retornaria à Terra? Ou sua intenção foi expressar-se de acordo com os ensinamentos de Jesus, de que Ele era Senhor do sábado (Mc 2.28)? Optei pela segunda hipótese, por fazer mais sentido (existiria uma quarta hipótese razoável ou até mais?) em relação às duas primeiras.

                            João escreveu em seu evangelho sobre Jesus, o sábado e os judeus religiosos, assim como os outros evangelistas, mas ele foi o único que mencionou: “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”. “Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado” (Jo 5.18 e 9.14). Talvez a noção joanina de guarda do sábado tenha sido mudada pela noção de Jesus a respeito desse assunto.

                             Ele escreveu que os “guardadores” do sábado judeus acusavam Jesus de não guardar o sábado (de acordo com a noção deles) e mesmo assim Se anunciava igual a Deus, o que para eles era uma contradição e evidência da não divindade (e portanto, blasfêmia) de Jesus. Mas, João viu como era a noção de Jesus quanto à santificação ou guarda do sábado. João escreveu que Jesus guardava o sábado (Jo 15.10), e se Ele era Deus (e João acreditava nisso), então a Sua maneira de guardar o sábado era a correta, era a original, aquela que Ele como Criador ou Senhor do sábado havia ensinado ao primeiro casal, mas que foi distorcida com o passar do tempo, tendo se tornado um enorme fardo (cp. Mt 23.3,4) ao tempo da primeira vinda de Cristo (e como muitos dos líderes religiosos judeus não criam na divindade de Jesus, isto é, que Ele era o Messias, viam em Sua noção da guarda do sábado um fundamento para essa descrença).

                            Assim como em todos os demais temas, Jesus ensinou a interpretação original, o significado verdadeiro da guarda do sábado e isso João não esqueceu ao ponto de chamar o sábado de dia do Senhor (Jesus). Creio que a intenção do profeta nessa expressão é algo próximo disso.

                            Ignorei a versão romanista, católica, dessa expressão, “no domingo”, pois é uma distorção bíblica, não merecendo sequer o status de hipótese. Que meus amados irmãos católicos reconheçam a veracidade do que lhes digo, e concedam a Jesus o senhorio e não às tradições.

1.11

dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

 

e a voz me disse: as cenas que você vê, descreva-as do seu jeito e envie tudo o que escrever para aquelas sete igrejas na Ásia, a saber: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

1.12

Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro

Quando virei para saber quem era que falava comigo eu vi sete candeeiros de ouro

                             “Farás também um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pedestal, a sua hástea, os seus cálices, as suas maçanetas e as suas flores formarão com ele uma só peça. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele” (Êx 25.31, 37).

                            O candelabro visto por João aparentemente difere do candelabro do Santuário que Deus pedira a Moisés para construir, com relação às lâmpadas. Ao que parece, no verso seguinte (v. 13), elas não estavam fixadas formando uma só peça, mas como soltas/espalhadas formando um candelabro estilizado, ou melhor, uma vez que Moisés viu o original no monte (v. 40) e construiu com o povo de Israel cópias do que vira, talvez o candelabro em peça única seja a cópia daquilo que João viu. 

1.13

e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.

 

e, entre os candeeiros (no centro?), eu avistei uma pessoa humana que me lembrou o Filho do homem, com roupa até os pés, vestes de sacerdote inclusive com o cinto logo abaixo do peito, também de ouro.

                             “Filho de homem”. Compare com Ez 2.26; Dn 10.5. 

                    “Além das duas principais divisões, no livro do Apocalipse há também outra camada estrutural, fundamentada no santuário hebraico. Esse tema do santuário não se limita a nenhuma das duas principais divisões, mas percorre ambas. No santuário terrestre, o ritual começava no pátio, no altar do holocausto, onde os animais eram mortos. Após a morte do animal, símbolo do sacrifício na cruz, o sacerdote entrava no primeiro compartimento do santuário, o que era um modelo do que Cristo fez no santuário celestial após Sua ascensão. Isso é representado pela cena de Jesus caminhando entre os candelabros (Ap 1:13)” (GULLEY, 2018, p. 23). 

                    “Vestes talares”. Confira Êx 28.2, 8, 40, 41-43. Compare com Lc 20.46,47. 

                            “João viu Jesus vestido como Sumo Sacerdote, caminhando entre os candelabros. A imagem de Jesus andando entre os candelabros aponta para a promessa de Deus ao antigo Israel de que andaria entre o povo como seu Deus (Lv 26:12). No livro do Apocalipse, os candelabros representam as sete igrejas na Ásia a quem essa revelação foi originalmente enviada (Ap 1:20). E, como veremos no estudo de quarta-feira, os candelabros também simbolizam Sua igreja ao longo da História. 

                            “Mediante o Espírito Santo, Cristo continua cuidando de Sua igreja na Terra. Ele estará continuamente com Seu povo até levá-lo a seu lar eterno. Além disso, a imagem de Jesus como Sumo Sacerdote entre os candelabros vem da prática ritual no templo de Jerusalém. A tarefa diária de um sacerdote era manter acesas e brilhando as lamparinas do lugar santo. Ele preparava e reabastecia as lamparinas que estavam se apagando, substituía os pavios das lamparinas que haviam se apagado, as reabastecia com óleo fresco e depois tornava a acendê-las. Dessa maneira, o sacerdote conhecia individualmente a situação de cada lamparina. De igual forma, Jesus conhece as necessidades e circunstâncias de Seu povo, e intercede por ele pessoalmente. 

                            “[…] Jesus Se apresentou com os seguintes títulos de Deus: “o primeiro e o último” (veja Is 44:6; 48:12). A palavra grega para “último” é eschatos, da qual vem a palavra escatologia (estudo dos eventos do tempo do fim). Isso mostra que o foco da escatologia está em Jesus Cristo, que tem a última palavra sobre os eventos finais. Ele é “Aquele que vive” e tem “as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18). 

                            “Por Sua morte e ressurreição, Jesus recebeu autoridade para abrir as portas da morte (Jó 17:16; Sl 9:13). Todos os que Nele confiam ressurgirão da sepultura para a vida eterna (1 Co 15:21-23). Os seguidores fiéis de Jesus não precisam temer, pois até os mortos estão sob Sua vigilância. E se é assim com os mortos, muito mais com os vivos! (Veja 1 Ts 4:16, 17) (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 22).

1.14

A sua cabeça (Cp. Dn 10.6) e cabelos eram brancos (Cp. Dn 7.9) como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo (Cp. Dn 10.6);

 

A cabeça e os cabelos daquela pessoa eram brancos e os comparo ao que eu conheço com essa cor: lã e neve bem branquinhas! Já os seus olhos eu os comparo as chamas do fogo;

1.15

os pés, semelhantes ao bronze polido (Cp. Dn 10.6), como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.

 

já os seus pés são como uma peça de bronze bem polido, que foi refinado em fornalha; e a sua voz que escutei eu comparo com o som de muitas águas jorrando.

                             O profeta Daniel a comparou com a “voz” como voz de “muita gente” (Dn 10.6). Outras comparações: Ez 1.24; 43.2; Ap 19.6.

1.16

Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes (cp. Hb 4.12 e Ap 2.12). O seu rosto (cp. Ez 2.26 e Dn 10.6) brilhava como o sol na sua força.

 

Ele tinha em sua mão direita sete estrelas como as do céu à noite, e eu vi saindo de sua boca uma espada afiada que corta por meio de suas duas laterais, representando o poder de ação imediata de sua palavra ou intenção pronunciada (cp. Hb 4.12; Is 49.2 e 11.4; Ef 6.17.). O rosto dele brilhava tanto como o sol no momento de sua maior força.

1.17

Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último

 

Após contemplá-lo, imediatamente fiquei inconsciente e caí como se tivesse morrido diante dele. Daí ele me tocou com a mão direita e disse: “Não fique com medo exagerado apesar de Minha glória resplendente e da reação de seu organismo! Eu sou o originador e terminador de tudo

                             O mesmo ocorreu com os profetas Ezequiel e Daniel. Cf. Ez 1.28-2.2 e Dn 10. Êx 33.20.

                             “Nesses versos, Jesus aparece no primeiro compartimento do santuário celestial. A revelação Dele nessa função foi tão grandiosa que João caiu a Seus pés em temor. Jesus, sempre com palavras de conforto, disse ao apóstolo que não tivesse medo e Se revelou como o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último (referências à Sua existência eterna como Deus). Posteriormente, Ele falou sobre Sua morte e ressurreição, e a esperança que é trazida pela Sua ressurreição. Jesus tem as chaves da ‘morte e do inferno’. Em outras palavras, Ele disse a João nesse verso o que havia dito a Marta por ocasião da morte de seu irmão, palavras que João também registrou: ‘Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em Mim não morrerá, eternamente. Crês isto?’ (Jo 11:25, 26)” (GULLEY, 2018, p. 25).

1.18

e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.

 

e Aquele que está vivo, muito embora Eu tenha morrido, mas voltei à vida eterna, e possuo o controle da morte, podendo abrir a sepultura e trazer à vida quem Eu quiser.

1.19

Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas.

 

Por gentileza, descreva o conteúdo que já lhe foi apresentado e o que você está vendo agora, e continue a anotar o que virá depois destas cenas.

1.20

Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.

 

E já vou lhe adiantar alguns significados dos muitos simbolismos que irei utilizar, evitando assim que Roma pagã, a futura Roma papal e outros poderes político-religiosos que surgirão impeçam a disseminação desse material: com relação às sete estrelas que você viu em Minha mão direita, isto é um símbolo dos sete mensageiros das sete igrejas que lhe mencionei, os quais receberão o conteúdo que você está anotando; e quanto aos sete candeeiros no meio dos quais estou são as próprias igrejas”.

                             “As mensagens que Jesus instruiu João a enviar às sete igrejas estão registradas em Apocalipse 2 e 3. O significado delas se aplica em três níveis:

                            “Aplicação histórica. Essas mensagens foram originalmente enviadas a sete igrejas localizadas em cidades prósperas da Ásia do primeiro século. Os cristãos dessas cidades enfrentavam sérios desafios. Várias cidades haviam estabelecido em seus templos adoração ao imperador como símbolo de sua lealdade a Roma. O culto ao imperador se tornou obrigatório. Os cidadãos também deveriam participar de eventos públicos e cerimônias religiosas pagãs. Em virtude de muitos cristãos se recusarem a participar dessas práticas, eles enfrentavam o julgamento, e às vezes até o martírio. Comissionado por Cristo, João escreveu as sete mensagens para ajudá-los nesses desafios.

                            “Aplicação profética. O Apocalipse é um livro profético, mas apenas sete igrejas foram escolhidas para receber essas mensagens. Esse fato também indica o caráter profético das mensagens. As condições espirituais nas sete igrejas coincidem com as condições espirituais da igreja de Deus em diferentes períodos históricos. As sete mensagens pretendem apresentar, do ponto de vista celestial, uma visão geral do estado espiritual do cristianismo desde o primeiro século até o fim do mundo.

                             “Aplicação universal. Assim como todo o livro de Apocalipse foi enviado como uma carta única, que deveria ser lida em todas as igrejas (Ap 1:11; 22:16), assim as sete mensagens também contêm lições que podem ser aplicadas aos cristãos de todas as eras. Dessa maneira, elas representam diferentes tipos de cristãos em lugares e épocas diferentes. Por exemplo, embora a característica geral do cristianismo hoje seja retratada pela igreja de Laodiceia, alguns cristãos podem se identificar com as características de algumas das outras igrejas. A boa notícia é que, seja qual for nossa condição espiritual, Deus “vai ao encontro dos caídos seres humanos onde eles se acham” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 22)” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 23).

Referência:

GULLEY, Norman. Preparação para o Tempo do fim. Lição da Escola Sabatina. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n° 492, abr., mai., jun., 2018. Adultos, Aluno.

SMITH, Uriah. Thoughts on Daniel and the Revelation, the response of history to the voice of prophecy Review and Herald Publishing Company, Batle creeck, Michigan, 1904. Disponível em: <http://www.champs-of-truth.com/books/dr/index.htm>. Acesso em: nov. 2016.

STEFANOVIC, Ranko; MODZEIESKI, Carla N. O Livro do Apocalipse. Lição da Escola Sabatina. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n° 495, jan., fev., mar., 2019. Adultos, Aluno.

 

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