novembro 23, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Evolucionistas refutaram o argumento da complexidade irredutível?

Resumo

Um dos principais exemplos de Design Inteligente é falso? Ou esta é outra estória “então tá” dos evolucionistas?

Os títulos de dois artigos recentes de notícias científicas chamaram minha atenção: “Mais ‘Evidências’ de Design Inteligente Derrubadas pela Ciência” e “‘Evidência’ de Design Inteligente Não Comprovada pela Ciência Real”.1 A evidência em questão é uma máquina molecular. Membros do Movimento do Design Inteligente e cientistas criacionistas têm muitas vezes afirmado que máquinas moleculares são irredutivelmente complexas e não poderiam ser formadas pela evolução. Contudo, evolucionistas agora afirmam que o mecanismo de “pré-adaptação” é uma maneira em que essas máquinas moleculares podem ter evoluído.

O que é uma máquina molecular e por que ela é irredutivelmente complexa?

Máquinas moleculares são estruturas complexas localizadas no interior ou na superfície de células. Um exemplo familiar são os flagelos bacterianos. Essa estrutura semelhante a um chicote é composta de muitas proteínas, e sua rotação propulsiona as bactérias através de seu ambiente. A máquina molecular em questão em um recente artigo no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences é uma máquina de transporte de proteínas localizada na mitocôndria.2 Esta máquina transporta proteínas através da membrana da mitocôndria para que elas possam executar a importante função de fazer energia.

Máquinas moleculares são consideradas irredutivelmente complexas. Uma máquina irredutivelmente complexa é composta de várias partes essenciais, e todas essas partes devem estar presentes para que ela funcione adequadamente. Se apenas uma dessas peças estiver faltando, a máquina não é funcional. A evolução, que supostamente trabalha passo a passo ao longo de grandes períodos de tempo, não pode formar essas máquinas complexas. A evolução não é orientada a objetivos; ela não pode trabalhar para um resultado específico. Se acontecesse de uma parte da máquina se formar por mutação aleatória (o que, por si só, não é plausível. Ver “Are Mutations Part of the ‘Engine’ of Evolution?”), mas as outras partes da máquina não tiverem sido formadas ao mesmo tempo, então o organismo que contém aquela parte individual (por si mesma não-funcional) não teria uma vantagem de sobrevivência específica e não seria selecionada pela seleção natural. Como a parte não oferece qualquer vantagem ao organismo, provavelmente desapareceria da população, e a evolução estaria de volta à estaca zero para formar as partes da máquina. Não há essencialmente qualquer maneira de juntar as partes ao longo do tempo porque as partes individuais não têm função (sem as outras partes) e não dão ao organismo uma vantagem de sobrevivência. Lembre-se: todas as partes necessárias devem estar presentes para que a máquina funcione e transmita uma vantagem de sobrevivência que poderia ser selecionada.

Então, como a evolução pode explicar as máquinas moleculares irredutivelmente complexas?

A incapacidade de encontrar mecanismos que acrescentem informação necessária ao genoma para formar as partes das máquinas moleculares e a incapacidade da evolução de Darwin em reunir as partes para as máquinas (não há direção ou objetivo) levaram os evolucionistas a desenvolver a ideia da “pré-adaptação”. Dito de forma simples, “pré-adaptação” é a formação de novas partes para uma nova máquina molecular (a partir de partes já existentes que executam outra função) antes que a máquina seja necessária ao organismo. Algumas citações ajudarão a esclarecer.

Os autores do estudo, Abigail Clements et al, declaram: “Propusemos que máquinas ‘essenciais’ simples tenham sido estabelecidas nos primeiros eucariontes aproveitando-se de proteínas bacterianas pré-existentes que antes forneciam outras funções”.3

Sebastian Poggio, coautor do estudo, declarou: “[Os pedaços] estavam envolvidos em alguma outra função distinta. Eles foram recrutados e adquiriram uma nova função”.4

O escritor Brandon Keim, da revista Wired Science, coloca desta forma: “As peças necessárias para uma máquina celular particular… estavam lá, muito tempo antes. Era simplesmente uma questão de tempo até que se juntassem em uma entidade mais complexa”. Ele também declara:

“O processo pelo qual as partes se acumulam até que estejam prontas para se encaixar mutuamente é chamado de pré-adaptação. Esta é uma forma de “evolução neutra”, em que o acúmulo de partes não fornece qualquer vantagem ou desvantagem imediata. A evolução neutra fica fora das descrições de Charles Darwin. Mas uma vez que os pedaços se unem, mutação e seleção natural podem cuidar do resto…”.5

Estas citações invocam imagens de blocos de construção Lego dos meus tempos de infância. Os mesmos blocos poderiam ser colocados juntos de muitas maneiras diferentes para formarem estruturas diferentes. Os autores do estudo sugerem que proteínas que desempenham uma função podem ser alteradas (via mutação 6) e usadas para uma função diferente. Isto elimina a necessidade de adicionar uma nova informação genética e requer apenas uma modificação da informação atual. Clements et al. declaram: “Este modelo concorda com a proposição de Jacob da evolução como um ‘funileiro’, que constrói máquinas a partir de peças recuperadas”.7

O problema com este conceito é: por que a evolução “guardaria” peças que são intermediárias entre suas funções antigas e as funções novas? As peças, ou proteínas, ficam em um beco sem saída. Elas provavelmente não executam mais suas antigas funções porque foram alteradas por mutações, e ainda não executam suas novas funções na máquina molecular, porque nem todas as peças já estão presentes.8 Estudos já mostraram que bactérias tendem a perder informação genética que não é necessária em seu ambiente atual.

Por exemplo, o conhecido ecologista microbiano Richard Lenski demonstrou que bactérias cultivadas em um ambiente de laboratório por muitos anos perdem informação do seu genoma para fazer flagelos.9 As bactérias estão sendo abastecidas com nutrientes e não necessitam de flagelos para se moverem em busca de uma fonte de alimentos. Bactérias são organismos modelo quando se trata de economia e eficiência, e aquelas bactérias que perdem a informação para produzir flagelos ficam em vantagem sobre as bactérias que necessitam de energia e nutrientes para construir estruturas que não são úteis no ambiente atual. Portanto, mesmo se peças novas para uma nova máquina molecular pudessem ser feitas, via mutação, a partir de partes ou proteínas usadas para outra função, o processo da seleção natural as eliminaria. As peças, ou proteínas, já não servem à sua função antiga, e não podem servir à sua função nova até que todas as partes para a máquina estejam presentes.

Em particular, perceba o uso dos verbos nas citações acima, tais como “aproveitar-se de”, “recrutar”, “juntar-se” e “encaixar-se”. Estes são todos verbos de ação que invocam a imagem de alguém ou algo colocando as partes juntas. Voltando à analogia do Lego, é necessário um designer inteligente (eu!) para colocar os blocos de Lego juntos para formar estruturas diferentes. Apenas deixar os blocos no chão ou sacudi-los em seu recipiente de armazenamento não resulta em nada além de uma grande bagunça de blocos! Embora os poderes de “funilaria” e “encaixe” sejam conferidos à mutação e à seleção natural, elas são incapazes de projetar e construir máquinas moleculares.

Conclusão

Pré-adaptação é outra estória evolucionista “então tá” que tenta evitar os problemas do necessário ganho de informação e da característica da evolução de não possuir objetivos. Ela não consegue responder como partes em transição entre suas velhas e novas funções seriam naturalmente selecionadas e acumuladas para construir uma máquina molecular.

Michael Gray, biólogo celular da Universidade de Dalhousie, declara: “Você olha para máquinas celulares e diz: ‘por que cargas d’água a biologia faria algo como isto?’ É bizarro demais. Mas quando você pensa nisso em uma forma evolucionista neutra, na qual estas máquinas emergem antes que haja necessidade delas, então faz sentido”.10 Só faz sentido se você partir do pressuposto que a evolução é verdadeira e conferir poderes à mutação e à seleção natural que a evidência mostra que elas não têm.

Clements et al escrevem: “Não há dúvida de que as máquinas moleculares são dispositivos notáveis, com módulos independentes capazes de reconhecimento de substratos de proteínas, desdobramento, enfileiramento e translocação através das membranas”.11 A evidência é clara, conforme diz Romanos 1:20, que o Deus Criador pode ser conhecido através de Sua criação. Muitas pessoas ficarão maravilhadas com as complexidades das máquinas moleculares e ainda negarão que elas são obras das mãos de Deus. Mas isso não muda a verdade de Sua Palavra que Ele é o Criador de todas as coisas.

Referências

  1. Brandon Keim, “More ‘Evidence’ of Intelligent Design Shot Down by Science,” Wired Science; Tudor Vieru, “Intelligent Design ‘Evidence’ Unproven by Real Science,” Softpedia.
  2. Abigail Clements, et al., “The Reducible Complexity of a Mitochondrial Molecular Machine,” Proceedings of the National Academy of Sciences 106 no. 37 (2009): 15791–15795.
  3. Clements, ref 2.
  4. Keim, ref 1.
  5. Keim, ref 1.
  6. Clements et al. declaram que “relativamente pouca mutação” seria exigida para alterar proteínas existentes atualmente para modificá-las para uso em uma máquina molecular. Contudo, seu próprio trabalho mostrou que a proteína em questão requeria a “engenharia” (em suas palavras) de um ponto de mutação em um local específico na proteína e a adição de várias sequências (não originais da proteína) para converter a função da proteína. Isto é mais do que apenas uma “mexidinha” com proteínas pré-existentes. Isto é uma adição de informação à proteína para o que não há mecanismo natural conhecido.
  7. Clements, ref 2.
  8. Não é plausível que mutações aleatórias formem todas as partes de uma máquina molecular de uma só vez.
  9. Veja “A Poke in the Eye?
  10. Ref 2.
  11. Clements, ref 2.

Fonte: Answers In Genesis. Correção nas referências por Hendrickson Rogers.

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