maio 8, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Apocalipse – Possibilidades (capítulo 7)

Apocalipse 7

Ap

Texto (ARA, 3ª ed)

Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo

7.1

Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.

Depois da visão do sexto selo, eu, João, vi anjos administrando os sistemas dinâmicos (humanos, espirituais e naturais) em todo o planeta, mantendo uma relativa ordem apesar de a colisão entre esses sistemas — a quebra de leis matemáticas (morais e físicas) — exigir o caos ambiental global. Esses anjos impediam as catástrofes erradicadoras.

                             “O sétimo capítulo é um parênteses entre o sexto e o sétimo selos. O seu conteúdo não pertence nem a um nem a outro” (MELLO, 1959, p. 173). 

                            Ou seja, seu conteúdo é anterior ao 7° selo. No entanto, até aqui, percebo que nada impede de o selamento (Ap 7.1-8) ocorrer também no início do último cumprimento cíclico do 6° selo (confira o capítulo seis de “Apocalipse – Possibilidades”). Já a segunda metade de Ap 7 (9-17) ocorrerá durante o 7° selo e/ou após.

                            “Depois dessas coisas: Não depois do cumprimento de todos os eventos, mas depois de o profeta ter sido levado em visão ate o fechamento do sexto selo. Apocalipse 7 é apresentado de forma parentética. O capítulo acrescenta informações adicionais particulares concernentes ao sexto selo. Isso foi antes de o céu retirar-se como um livro que sc enrola, e depois dos sinais no Sol, na Lua e nas estrelas. Isso ocorre entre os versos 13 e 14” (FEYERABEND, 2005, p. 63).

                            “A visão dos quatro anjos nos quatro cantos da terra destinava-se a avivar a esperança do povo de Deus e trazer-lhes encorajamento ao se prepararem para a grande tribulação. Nesse preparo, convém fazer uma avaliação de nossas prioridades espirituais e decidir se precisam ser feitas algumas modificações. Ainda não é tarde demais para mudar. Por mais desesperada que pareça ser a nossa condição, a graça de Deus é suficiente. Sua sabedoria e poder são ilimitados. Ele deseja conduzir-nos em segurança através das provações que se acham à nossa frente” (BATTISTONE, 1989, p. 96, 97).

                            “A relação de Apocalipse sete com o sexto selo. Os capítulos desta seção do Apocalipse tratam do destino do mundo, a fixação dos destinos dos justos e dos ímpios. O sexto selo retrata os acontecimentos finais que ocorrerão exatamente antes do segundo advento de Jesus. Apoc. 6:15-17 mostra a fatalidade terrível dos ímpios no grande dia da ira de Deus, exatamente antes de Jesus voltar para reinar. Em Apocalipse 7 se nos mostra por contrasta [sic] a sorte dos justos – o selamento dos justos remanescentes em que são fixados seus destinos para sempre, e a retenção dos ventos para permitir que seja completada esta obra final. Os acontecimentos são paralelos aos apresentados na última parte do Apocalipse 6, sob o sexto selo. O sétimo capítulo de Apocalipse finaliza com uma pré-contemplação ao estarem diante do trono de Deus, louvando-O e regozijando-se em sua salvação” (THIELE, 1960, p. 175, 176). 

                            Os capítulos 7 e 14 não falam sobre o remanescente de Ap 12.17. Eles tratam dos 144.000. Me parece que os 144.000 são um sobconjunto dos remanescentes, mas não são o mesmo conjunto.

                            “Nesta profecia vemos quatro anjos sôbre os quatro quadrantes da terra — Norte, Sul, Leste e Oeste — retendo os quatro ventos nestes e dêstes quatro pontos cardiais. Isto denota uma imensa obra que está em operação na terra sob poderosos anjos” (MELLO, 1959, p.173).

                            “Quatro cantos – O mundo inteiro”(BATTISTONE, 1989, p. 99). “Na Bíblia, a expressão ‘quatro cantos’ denota universalidade ou inteireza” (BATTISTONE, 1989, p. 97). Quatro anjos – “Os ‘quatro anjos’ de Apocalipse 7:1 simbolizam todos os anjos do Céu que se empenham em ajudar a humanidade. (Ver Heb. 1:14.)” (BATTISTONE, 1989, p. 97). Quatro ventos – “Contendas e pragas do tempo de angústia final” […] Que é simbolizado pelo ‘ventos da Terra’ detidos pelos anjos? Apoc. 7:1. Leia cada uma destas passagens e mencione o que ela diz sobre o vento ou sobre os ventos: Dan. 7:2 e 3; “Jer. 49:36; “Jer. 23:19; “Osé. 13:15” (BATTISTONE, 1989, p. 99).

                            “Os quatro cantos da Terra: Esta expressão denota os quatro pontos cardeais, e significa que esses anjos, cm sua esfera particular, têm a Terra toda a cargo deles” (FEYERABEND, 2005, p. 63). 

                            “Os estandartes fictícios da paz oferecida pelas nações, uma às outras, não são senão o restringimento dos ventos das lutas de suas paixões políticas detidos pelos quatro anjos. Apenas algumas rajadas sopram da grande tempestade que virá ao soltarem os ventos. Os acontecimentos internacionais falam em alta voz de que se aproxima o momento decisivo em que os ventos serão soltos, e tudo termine num terrível caos” (MELLO, 1959, p. 174).

                            “Que significariam esses ventos? Há antecedentes proféticos na Bíblia que nos dão a chave. Representam guerras (Ex.: Jeremias 49:36, 37). O fato de que a guerra que se está retendo em Apocalipse 7 viria dos quatro pontos cardeais da Terra, dá a entender que se trata de uma guerra mundial” (BELVEDERE, 1987, p. 58).

                            “Os ventos que sopram estão associados à ira divina em Apocalipse 6:17 e ocorrem durante a época da ‘grande tribulação’ mencionada posteriormente na cena (Ap 7:14). Os ventos que sopram são outra maneira de descrever as sete últimas pragas, que consistem na plenitude da ira divina (Ap 15:1). Logo, representam as sete últimas pragas que serão derramadas sobre os ímpios pouco antes da segunda vinda de Cristo. Por determinado período, porém, a intervenção divina restringe essas forças destrutivas, impedindo que causem dano à Terra. Elas são contidas enquanto ocorre o selamento do povo de Deus(STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 54).

                            “Estamos na iminência de importantes e solenes acontecimentos. Cumprem-se as profecias. Uma estranha e acidentada história está sendo registrada nos livros do Céu. Tudo em nosso mundo se mostra em estado de agitação. Há guerras e rumores de guerras. As nações estão iradas, e é chegado o tempo dos mortos para serem julgados. Os acontecimentos se sucedem, alternando-se e apressando o dia de Deus, que está muito próximo. Só nos resta, por assim dizer, um pequeno instante. Mas, conquanto nação se esteja levantando contra nação e reino contra reino, não se desencadeou ainda um conflito geral. Ainda os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra estão sendo retidos até que os servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potências do mundo hão de mobilizar suas forças para a ultima grande batalha” (WHITE, 2008c, p. 336).  

                            “São João vê os elementos da Natureza — terremoto, tempestade, e lutas políticas — representados como sendo retidos por quatro anjos. Esses ventos estão sendo controlados, até que Deus dê a ordem para serem soltos. Nisto está a segurança da igreja de Deus. Os anjos de Deus obedecem às Suas ordens, controlando os ventos da Terra, para que não soprem sobre a Terra, nem no mar, nem nas árvores, até que os servos de Deus sejam assinalados na fronte” (WHITE, 2008b, p. 370).

                            “Anjos acham-se hoje a refrear os ventos das contendas, para que não soprem antes que o mundo haja sido avisado de sua condenação vindoura; mas está-se formando uma tempestade, prestes a irromper sobre a Terra; e, quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de lutas que nenhuma pena poderá descrever”(WHITE, 2008a, p. 145).

                            “Apesar de que na Segunda Guerra Mundial morreram 98.000.000 de pessoas, a estrutura da terra não foi danificada, nem a vida marítima, nem o reino vegetal. Contudo, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, que destruíram essas duas cidades ao final da Segunda Guerra Mundial, nos ajudam a compreender o que poderia ocorrer. […] Evidentemente, a guerra de que se está falando aqui não está no passado. Não é a Primeira Guerra Mundial, nem a segunda, pois os danos que são profetizados se aplicam com mais propriedade a uma guerra termonuclear, capaz de danificar a Terra, a vida no mar e a vida vegetal. Portanto, refere-se a uma guerra mundial como a que poderia ocorrer se fossem usadas armas como as atuais” (BELVEDERE, 1987, p. 58).

7.2

Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar,

Também vi outro anjo vindo de Deus, o qual possuía o carimbo selador do próprio Deus que não pára de atuar em benefício da humanidade; esse anjo gritou com força para os anjos administradores (aqueles que, caso permitissem, poderiam deixar o planeta Terra num completo caos),

                             “O anjo que subia da banda do Sol nascente – Apresenta-se aqui outro anjo literal, com o encargo de outra obra específica. A expressão que nossa versão traduz literalmente: “do nascente do sol”, refere-se evidentemente mais ao modo do que ao local. Assim como o Sol vai subindo a princípio com raios oblíquos e relativamente fracos, e vai aumentando de força até que brilham em todo o seu meridiano poder e esplendor, assim também a obra deste anjo começa em fraqueza, avança com sempre crescente influência e termina em força e poder” (SMITH, 1979, p. 102).

                            “[…] o anjo que sobe do nascimento do sol, com o selo do Deus vivo, é um mensageiro divino encarregado da obra de reforma que deve ser realizada entre os homens relativa à observância do sábado do quarto mandamento. Os agentes desta obra na Terra são, é claro, ministros de Cristo, porque aos homens é dada a missão de instruir os outros na verdade bíblica. Mas, como há ordem na execução de todos os conselhos divinos, não parece improvável que um anjo literal possa ter como cargo a direção desta reforma” (SMITH, 1979, p. 108). 

                          Num contexto bem específico: entre o 5° e o 6° selos, no final do fim dos tempos, antes do novo “grande terremoto” (6° selo), antes do armagedom, (meses?) antes da volta do Senhor! Os acontecimentos que os anjos impedem em Ap 7.1 e 2 deverão ocorrer no 6° selo.  Qualquer aplicação dessa verdade sabática antes desse período da história da Terra gera contradições teológicas e tentativa de segregação exclusivista. Ex.: quem não santifica o sábado está perdido; quem professa guardar o sábado está selado. Isso só será verdadeiro no fim do tempo do fim na vida dos 144.000, a última geração de cristãos.

                            “Este anjo tem uma obra definida a realizar na terra num tempo enquanto os outros quatro ainda seguram os quatro ventos. De muita significação é a sua subida da banda do sol nascente. Isto é, duma obra mundial rápida como o rápido subir do sol; duma nova obra como um novo nascer do sol. O subir do anjo do nascente do sol, e portanto com costas para êste astro, evidencia sua mensagem contra a adoração do sol nos últimos dias, pelo falso cristianismo, como veremos no capítulo treze versículos dezesseis e dezoito” (MELLO, 1959, p. 175). 

                            “O selo de Deus é concedido a quem vive em íntima união com Cristo e recebe continuamente o dom gratuito da Sua justiça. O selo é ‘o seu nome e o nome do Pai’ (Apoc. 14:1). O nome de Cristo e o nome do Pai são símbolos do Seu caráter (ver Parábolas de Jesus, p. 330.)” (GULLEY, 1996, p. 6). “O selo não é alguma ‘marca que pode ser vista, mas a consolidação na verdade, para que eles [o povo de Deus] não possam ser abalados’ (Comentário de Ellen G. White, SDABC, vol. 4, p. 1.161)” (BATTISTONE, 1989, p. 101).

                            Entendo que Deus precisa dá um basta nas obras do diabo. Se Ele fosse esperar maturidade espiritual dos que O aceitaram, “consolidação na Verdade”, receio que o grande conflito poderia se estender por mais décadas, séculos e milênios. Sendo assim, Deus, em Sua infinita sabedoria e misericórdia sublime, escolheu o tempo. Nesse tempo, Ele determinou que o problema do mal começaria a ser resolvido de forma explícita não somente para Suas criaturas extraterrestres, mas principalmente diante de nós terráqueos. A “consolidação da Verdade” talvez seja algo contínuo e inacabável, ou seja, algo que não pode ser condição para o fim do mal. A condição única (talvez) seja a própria mente de Deus e Suas determinações sábias, justas e amáveis. Algumas crianças talvez possam começar a enxugar pratos de vidro com 6 aninhos. Outras, nem com 10. O tempo cronológico não se sobrepõe ao filosófico e sempre serão necessários pais responsáveis e conhecedores tanto dos filhos quanto dos perigos para decidir o tempo adequado.

                            “Apocalipse 7 não está falando do selo do evangelho que é aplicado pelo Espírito Santo para dar-nos a certeza de que somos filhos de Deus. Os de Apocalipse 7 já o receberam. Como sabemos? Porque o selo de Apocalipse 7:1-3 é aplicado sobre os servos de Deus, o que demonstra que já são convertidos” (BELVEDERE, 1987, p. 59).

                             “João vê mais um anjo vindo ‘do nascente do sol’ (Ap 7:2), uma d nação antiga para o leste. Esse anjo ordena aos quatro anjos que não liberem ainda os ventos, até que o selamento do povo de Deus se complete. Nos tempos antigos, o selamento tinha diversos significados. Documentos eram selados a fim de validar seu conteúdo ou protegê-los de adulterações. O significado fundamental do selamento era indicar posse sobre um bem. Em outras palavras, a impressão do selo em um objeto designava propriedade. Esse é o significado de selar no Novo Testamento. De acordo com Paulo, o sentido do selo é que o Senhor conhece os que Lhe pertencem (2Tm 2:19). Ter o selo com o nome de Deus na fronte significa que Ele é o dono dos salvos (Ap 14:1). 

                            “No Novo Testamento, o selo identifica quem pertence ao povo fiel a Deus. O Senhor reconhece quem pertence a Ele e o sela com o Espírito Santo (2Co 1:21, 22; Ef 1:13, 14). A presença do Espírito Santo é o sinal de um cristão genuíno – aquele que lavou as vestes e as alvejou no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7:14). Perder o Espírito Santo significa perder o selamento: Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4:30). 

                            “Essas passagens mostram que o selamento do povo de Deus no Novo Testamento não se limita ao tempo do fim. O selamento dos fiéis ocorre ao longo de toda a história, mas esse processo chega ao clímax no tempo do fim. Haverá um período de prova para distinguir quem está do lado de Deus e quem está do lado de Satanás. Os que se aliam à besta recebem a marca dela na fronte ou na mão direita (Ap 13-16, 17), mas quem adora a Deus é selado apenas na fronte (Ap 14:1). 

                           “O selamento retratado em Apocalipse 7 é a ratificação final daqueles que pertencem ao Senhor. Assim, o selo funciona como sinal de proteção no tempo do fim. Aqueles que têm o selo de Deus na fronte são protegidos das forças destruidoras das sete últimas pragas. São eles que conseguem resistir ao grande dia da ira (Ap 7:3).  

                            “Esse conceito remonta a Ezequiel 9:1 a 11, uma passagem sobre a destruição de Jerusalém antes do exilio. Nessa visão, o profeta vê um mensageiro celestial com um estojo de escrevedor a seu lado. Deus ordena que o mensageiro passe pela cidade e marque a testa dos fiéis. Então o Senhor manda os executores matarem todos aqueles que não receberam a marca na testa. Também recebem a instrução explícita de não tocar aqueles que foram marcados. O sinal na testa distingue aqueles que estão do lado de Deus e os diferencia dos infiéis e idólatras. Logo, o selo os protege do juízo iminente.  

                            “Assim como os israelitas marcados foram protegidos na visão de Ezequiel, o povo selado de Deus é resguardado do sopro simbólico dos ventos escatológicos. Esse selamento os identifica como o povo de Deus e os protege das consequências nocivas das sete últimas pragas. Desse modo, a pergunta feita em Apocalipse 6:17 recebe a resposta definitiva: as pessoas que serão capazes de resistir ao dia da ira divina são os que pertencem ao povo selado de Deus” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 54 e 55).

                             “Selo ou sinal são sinónimos [sic] na Bíblia (Gênesis 17:11; Ezequiel 9:4; Romanos 4:11). Os selos antigos continham três elementos principais: nome do governante, seu cargo e a jurisdição ou domínio. O sábado de Deus é o único dos Dez Mandamentos que contém Seu nome: “o Senhor teu Deus”; Seu título ou função: Criador, ‘pois em seis dias fez o Senhor’; e Seu território ou jurisdição: “o céu e a Terra, o mar e tudo o que neles há” (Êxodo 20:8-11). O sábado do sétimo dia é um eterno sinal de lealdade a Deus. É o símbolo externo de uma fé viva e profunda. Podemos ainda afirmar que, por extensão, são selados apenas aqueles que forem leais não só ao sábado, mas a toda a Lei de Deus. Tiago afirma que se alguém guarda nove mandamentos e tropeça em um, se torna culpado de todos (Tiago 2:10)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 23). 

                            Sem dúvida o quarto mandamento por si só (tanto por estar entre os 10 quanto por exigir submissão à autoridade do Fabricante) já será um divisor de águas. O sábado e um “mandamento” anterior a ele (“homem e mulher os criou”, Gn 1.27) exigem completa obediência ao Fabricante, pois ignoram quaisquer convenções éticas entre os membros das sociedades dos povos. Ou a Revelação bíblica ou a ética coletiva/situacional/evolucionista. Não existe negociação. 

                    “Da banda do sol nascente (oriente, leste) – O anjo do selamento (Apoc. 7:2) e os reis que destroem a moderna Babilônia (Apoc. 16:12) vêm do leste, ou do “lado no nascimento do sol” (Isa. 41:25). A origem disso é que Ciro, que destruiu a antiga Babilônia veio do Leste” (GULLEY, 1996 p. 2). “O Oriente é um símbolo importante na Bíblia. O tabernáculo original e o templo da visão de Ezequiel estavam voltados para o Oriente (Êxo. 27:13-15; Ezeq. 40:16). A tribo de Judá, da qual descendia Jesus, acampava-se no lado oriental do acampamento de Israel no deserto (Núm. 2:3). …O ‘Oriente’ ou ‘Sol nascente’ desceu do Céu à Terra quando Jesus veio remir a humanidade. Malaquias refere-se ao Messias dizendo que ‘nascerá o Sol da Justiça, trazendo salvação nas Suas asas’ (Mal. 4:2). […] Ciro e seu exército eram tipos de Cristo e os anjos celestiais que derrotarão a Babilônia moderna (Apoc. 17:14)” (BATTISTONE, 1989, p. 98 e 99).

                    “O anjo do selamento (o outro anjo) – O anjo do selamento é Cristo. O anjo do selamento em Apocalipse 7:2 pode ser considerado como a própria pessoa de Cristo. É Ele quem sela Seu povo e traz o raiar do dia espiritual para os pecadores que crêem. Assim como a vitória de Ciro tornou possível o seu decreto libertando Israel do cativeiro em Babilônia, a vitória de Cristo (Apoc. 5:5, 9 e 10) possibilita que Ele separe Seu povo da ‘Babilônia’ moderna e que os sele para a eternidade” (BATTISTONE, 1989, p. 99). 

                            “O poderoso anjo é visto subindo do Oriente (ou nascente do Sol). O mais poderoso dos anjos tem na mão o selo do Deus vivo, ou [extraído do folheto The Sin of Licentiousness] dAquele que é o único que pode dar a vida, que pode gravar nas frontes o sinal ou inscrição, dizendo a quem será concedida a imortalidade, a vida eterna. É a voz desse mais elevado dos anjos que tem autoridade para ordenar aos quatro anjos que segurem os quatro ventos até que se realize esta obra, e até que ele ordene que os soltem. Os que vencem o mundo, a carne e o diabo, serão os agraciados que receberão o selo do Deus vivo.

                            “Aqueles cujas mãos não são limpas, cujo coração não é puro, não terá o selo do Deus vivo. Os que planejam pecado e o praticam, serão omitidos. Somente os que, em sua atitude diante de Deus, desempenham a parte dos que se arrependem e confessam os pecados no grande dia antitípico da expiação, serão reconhecidos e assinalados como dignos da proteção de Deus. O nome dos que firmemente aguardam, e esperam o aparecimento do Salvador e por ele velam — mais ardorosa e ansiosamente do que os que esperam pela manhã — será contado como dos selados. Aqueles que, embora tendo toda a luz da verdade a lhes brilhar sobre a alma, e devendo ter obras correspondentes a sua profissão de fé, ainda assim são atraídos pelo pecado, erigindo ídolos em seu coração, corrompendo sua alma diante de Deus, e contaminando aqueles que com eles se unem no pecado, terão seus nomes apagados do livro da vida, e serão deixados nas trevas da meia-noite, sem óleo nos vasos nem nas lâmpadas. 

                            “Mas para vós, que temeis o Meu nome nascerá o Sol da Justiça, e salvação trará debaixo das Suas asas.” Esse selamento dos servos de Deus é o mesmo que foi mostrado em visão a Ezequiel. O mesmo anjo que puniu Sodoma está dando a nota de advertência: “Escapa-te por tua vida.” As taças da ira de Deus não podem ser derramadas para destruir o ímpio e suas obras, enquanto todo o povo de Deus não tiver sido julgado, e não tiver sido decidido tanto o casodos vivos como dos mortos. E mesmo depois de os santos terem sido assinalados com o selo do Deus vivo, Seus eleitos terão provas individualmente. Virão aflições pessoais, mas a fornalha é vigiada de perto por um olho que não deixará que o ouro seja consumido. Sobre eles está a marca indelével de Deus. Deus pode alegar que o Seu próprio nome ali está escrito. Deus os circunda. Seu destino está escrito: “DEUS, NOVA JERUSALÉM.” São a propriedade de Deus, a Sua possessão” (WHITE, 2008b, p. 370-372). 

                            No entanto, Mello (1969, p. 180) afirma que: “O anjo do selamento não é o selador ou o agente que sela os servos de Deus. O anjo é tão sòmente o portador do sêlo. O selador deve ser Aquêle que é o único capaz de convencer os homens da obrigação de observarem a lei de Deus e de aceitarem o Sábado como sêlo e sinal de Deus. O Espírito Santo é, pois, o Selador, o Agente que convence os homens a aceitarem o Sábado como repouso, sinal e sêlo de Deus. Diz S. Paulo: “Fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Efésios 1.13). “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção”(Efésios 4.30)”. 

                            “Vi então que Jesus não abandonaria o lugar santíssimo sem que cada caso fosse decidido, ou para a salvação ou para a destruição; e que a ira de Deus não poderia manifestar-se sem que Jesus concluísse Sua obra no lugar santíssimo, depusesse Suas roupas sacerdotais, e Se vestisse com vestes de vingança. As nações estão-se irando agora, mas, quando nosso Sumo Sacerdote concluir Sua obra no santuário, Ele Se levantará, envergará as vestes de vingança, e então as sete últimas pragas serão derramadas.

                            “Vi que os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no santuário, e então viriam as sete últimas pragas. Essas pragas enfureceram os ímpios contra os justos, pois pensavam que nós havíamos trazido os juízos de Deus sobre eles, e que, se pudessem livrar a Terra de nós, as pragas cessariam. Saiu um decreto para se matar os santos, o que fez com que esses clamassem dia e noite por livramento. Esse foi o tempo da angústia de Jacó. Gênesis 32. Então todos os santos clamaram com angústia de espírito, e alcançaram livramento pela voz de Deus. Os cento e quarenta e quatro mil triunfaram. Sua face se iluminou com a glória de Deus” (WHITE, 2007, p. 77). 

                            “O Selamento do povo de Deus e o Selamento do povo de Satanás são eventos que ocorrem paralelamente. O Selo do Deus Vivo sela nos filhos de Deus guardadores do sábado, o caráter de Jesus, enquanto que o Selo da Besta, o sinal de submissão a Satanás, sela nos guardadores do domingo o caráter de Satanás. Os selados pelo Selo do Deus Vivo, não mais se perderão, e os selados pelo sinal da besta, não mais se salvarão. […] Por […] duas visões Deus revelou a Ellen G. White cenas que estão relacionadas diretamente ao Selamento mencionado em Apoc. 7. Primeiramente o Selamento dos 144.000, os primeiros a serem selados e revestidos do poder do Espírito Santo para proclamarem o Alto Clamor (Apoc. 7:3, 4). Como resultado da proclamação do Alto Clamor de Apoc. 18:4 uma multidão, vinda de Babilônia, une-se ao remanescente de Deus, e então são também selados pelo Selo do Deus Vivo. Essa multidão que ninguém podia contar é apresentada em Apoc. 7:9” (RAMOS, 2006, p. 289, 294, 265). 

                            Mas, os textos seguintes deixam claro que são todos os salvos de todos os tempos, e não os salvos dentre a última geração. Se não fosse assim, onde estariam os salvos de todas as épocas, em Ap 7.10-17?

7.3

dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.

dizendo: Continuem impedindo as pressões dos sistemas dinâmicos de gerarem o pandemônio, até que lá no Santuário celestial, seja completado o serviço judicial que reconhecerá a decisão de cada ser humano e seu caráter honesto como o caráter de Deus, manifestada, neste tempo específico da história humana, pela obediência ao quarto mandamento da Lei de Deus.

                            “O quarto mandamento da lei de Deus, não só contém o sêlo de Deus como êle próprio é o sêlo de Deus, o sêlo de Sua lei, a garantia, a segurança da imutabilidade, perpetuidade e inalterabilidade do sagrado Decálogo. Vejamos como reza o quarto mandamento: “Lembra-te do dia do Sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás tôda a tua obra. Mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fêz o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que nêles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do Sábado, e o santificou” (Êxodo 20.8-11). 

              A validade da Lei de Deus não é dada por um mandamento ou selo. Aqui a analogia ultrapassa seus limites. A perpetuidade e imutabilidade da Lei são derivadas do caráter divino. Ele é irrepreensível em Seu estilo de vida. Sua Lei também!

                            “Eis diante de nós o sêlo de Deus no mandamento sabático do repouso semanal do sétimo dia. Apontando ao homem o sábado, o sétimo dia da semana, como repouso do Senhor, fá-lo Deus ver nêle o sêlo da Sua autoridade suprema e universal. Os requisitos do sêlo do Rei do universo são evidentíssimos no quarto mandamento do Decálogo. Nêle está o Seu nome, que O coloca acima de tudo e de todos. Está também nêle claramente delineado o Seu título, isto é, Sua apresentação como Criador. E ainda deparamos no mesmo mandamento, com absoluta evidência, a jurisdição de Deus, os Seus domínios sem fronteiras, aliás, os céus, a terra e o mar. Em outros termos, o sêlo de Deus está inserido no quarto mandamento: O Senhor Deus, Criador dos céus, da terra e do mar e de tudo quanto nêles há.

                            “E’ êste [sic] Seu sublime sêlo, a essência do quarto mandamento sabático, que dá validade e imutabilidade à lei de Deus e revela o verdadeiro autor do Decálogo. O quarto mandamento do Sábado do sétimo dia, portanto, contém a assinatura de Deus como Legislador da grande lei do Seu universo. Sem o quarto mandamento do Sábado do sétimo dia, a lei não terá autoridade alguma. Pois ficaria desconhecido o seu Legislador” (MELLO, 1969, p. 177).

                            Se alguém enxerga a necessidade de obediência aos 9 mandamentos, mas rejeita a validade do mandamento sabático, isso não altera a origem da Lei nem o futuro da Lei. O caso deve ser julgado pelas autoridades competentes lá no Tribunal de Cristo e a sentença versará sobre a intenção do transgressor, e não sobre a autoridade da Lei, até porque a sentença só será dada pelo fato de a autoridade da Lei coexistir com a desobediência à Lei. 

                            “João contemplou em visão o quadro da terrível destruição que ocorrerá nos últimos dias. Nesse tempo de terror universal, todos os poderes do mal efetuarão um violento ataque final contra o mundo e especialmente contra o povo de Deus” (BATTISTONE, 1989, p. 105). “Em sua rebelião contra Deus, Satanás trata de danificar e destruir tudo o que pertence ao Criador, incluindo o mundo e suas criaturas” (BELVEDERE, 1987, p. 50).

                    “Até – A preposição até sugere que, quando o último sincero receber o sinal do sábado em sua vida, os ventos se soltarão em meio à violência descrita em Apocalipse 11:18, e o Senhor virá para destruir ‘os que destroem a Terra’” (BELVEDERE, 1987, p. 62). 

                    “Até que hajamos assinalado – Cristo quer que os crentes vivos entrem numa relação com Ele que suporte o escrutínio (ou exame minucioso) do Universo. […] O juízo que precede o Segundo Advento não terminará antes que os servos de Deus sejam selados definitivamente (Apoc. 7:3). Então o caráter deles estará inteiramente de acordo com a vontade de Deus (Apoc. 14:1). Eles cumprirão o que é declarado em Apocalipse 14:5: ‘Não se achou mentira em sua boca; não tem mácula’” (BATTISTONE, 1989, p. 74 e 75).

                            A obediência aos mandamentos divinos deveria ser completa em todas as épocas. Mas, se esse fosse o caso, a humanidade ainda estaria no jardim do Éden e sem pecado. O sábado é “uma parte importante da experiência de justiça pela fé em Cristo” para a última geração de cristãos, já que infelizmente, historicamente esse mandamento além de desobedecido tem sido também desprezado e contrafeito. Os 144.000 parecem ser “Adão e Eva recém-caídos”, ou seja, embora caídos, com um arrependimento e conhecimento amplo prático sobre o evangelho, sobre toda a revelação de Deus à Terra. 

                    “O sábado, um sinal perpétuo: Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre Mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a Terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento” (Exodo 31:16 e 17).

                    “Somente para os israelitas? O sábado não foi feito, no monte Sinai, apenas para os judeus. Ele foi feito na criação, ao nascer o nosso mundo (Gênesis 2:1-3). Jesus disse que ele foi feito por causa da humanidade (Marcos 2:27).

                    “Quem é Israel? O termo Israel teve a sua origem na noite em que Jacó lutou com o anjo (Gênesis 32:24-30). O novo nome lhe foi dado de maneira a coadunar-se com o seu novo caráter. O termo Israel é sinônimo de cristão e quer dizer vitorioso, aquele que venceu, um príncipe ou filho dc Deus. Todos os verdadeiros cristãos são israelitas, e todos os verdadeiros israelitas são cristãos. Muitas das promessas feitas aos judeus passaram para o Israel espiritual. Paulo diz: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gálatas 3:29). “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente” (Romanos 2:28 e 29). Salvação e santificação foram prometidas aos judeus, e são dadas a todos os que aceitam a Cristo. 

                      O selamento é efeito, não causa de se ter o caráter de Deus.

                    “O sinal da santificação: “E também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” (Ezequiel 20:12). “Santificai os meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Ezequiel 20:20). Deus não olha a aparência exterior, mas leva em conta o caráter, e coloca o Seu selo naqueles que são retos de coração. Se você guarda o sábado, você é diferente de outros cristãos. É como se você estivesse marcado. Uma marca peculiar é colocada sobre você, que o distingue tanto dos professos religiosos como do mundo secular. Esta marca é uma das mais peculiares que uma pessoa pode adotar, e uma das maiores cruzes” (FEYERABEND, 2005, p. 65, 66; grifo acrescentado). 

                            Em lugar do “é colocada”, grifado no parágrafo anterior, se estamos a estudar a profecia de Apocalipse 7, deveríamos escrever “será colocada/vem sendo ou no cumprimento deste capítulo”. 

                    “O sábado, um sinal perpétuo: Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. Entre Mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a Terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento” (Exodo 31:16 e 17).

                    “Somente para os israelitas? O sábado não foi feito, no monte Sinai, apenas para os judeus. Ele foi feito na criação, ao nascer o nosso mundo (Gênesis 2:1-3). Jesus disse que ele foi feito por causa da humanidade (Marcos 2:27).

                    “A obra do selamento, que logo será levada a cabo, como predita no capítulo sete do Apocalipse, tem o objetivo de convidar homens e mulheres a prepararem-se para receber o sêlo de Deus, quando todos terão evidentemente de decidir entre o sêlo de Deus e o sinal da bêsta” (MELLO, 1969, p. 181).

“Visto que o anjo com o selo [Apoc. 7:13] representa o mesmo movimento que o terceiro anjo, o qual acautela as pessoas contra a ‘marca da besta’, é evidente que o ‘selo de Deus’ abrange uma verdade que está sendo ensinada em contraste com o erro. A mensagem do primeiro anjo convida o mundo a retornar à adoração do Criador e faz alusão ao quarto mandamento (Apoc. 14:7; comparar com Êxodo 20:8 e 11). Os que atendem às três mensagens angélicas são apresentados como ‘os que guardam os mandamentos de Deus’ (Apoc. 14:12). O enfoque é o mandamento do sábado e a obediência a ele, como fator que distingue os verdadeiros adoradores de Deus dos adoradores da besta.  

“Deus restringe os ventos da guerra total até que a mensagem do selamento tenha realizado a sua missão – a apresentação da verdade do sábado e a advertência acerca da aceitação do falso dia de repouso” (COFFMAN, 1989, p. 60 e 61). 

7.4

Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:

Então, eu escutei alguém falar a quantidade de pessoas reconhecidas como tendo tomado a decisão de confiar em Deus e receber Seu caráter honesto: eram pessoas de várias nacionalidades, religiões e culturas bem distintas, representadas metaforicamente como vindas das antigas doze tribos de Israel, as quais tipificam essas culturas diferentes de onde esses aprovados e carimbados pelo próprio Deus vieram:

                         

“O número 144 mil é resultado da multiplicação de 12 x 12 x 1.000 = 144.000. Doze é o número das tribos de Israel do Antigo Testamento. Representa também o número da igreja construída sobre o fundamento dos doze apóstolos (Efésios 2:20). Na Nova Jerusalém, as doze portas são nomeadas após as doze tribos de Israel e seus doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos, representando, assim, o Israel tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Assim, o número 144 (12 x 12) representa a totalidade de Israel, ou seja, a totalidade do povo de Deus – Antigo e Novo Testamento. O número mil pode ter diferentes significados no Antigo Testamento. 

“Ele pode ser um número literal, mas também pode denotar uma subdivisão tribal (Números 31: 5; Josué 22:14, 21; 1 Samuel 10:19; 23:23) ou uma unidade militar de cerca de 1.000 soldados. Israel como uma nação foi organizada administrativamente em unidades tribais. No tempo da guerra, no entanto, seu exército foi organizado em unidades militares de 1.000, com suas subunidades (Números 1:16; 10: 4; 31: 4-6; 1 Samuel 8:12; 18:13; Êxodo18:21, 25; 1 Samuel 22:7).  

“Assim, MIL era uma unidade militar básica no antigo Israel. A frase “milhares de Israel” é usado como um sinónimo para o exército de Israel e tem a mesma conotação que “os batalhões de Israel”. Os 144 mil selados compõem-se de 144 unidades militares, doze de cada tribo, significando uma totalidade de Israel. João utiliza imagens de uma batalha para retratar a igreja em seu aspecto de luta terrestre, uma igreja militante. Os 144 mil estão prestes a passar pela grande tribulação e é natural e muito apropriado entender os selados em termos militar de um exército organizado em unidades militares prontas para a guerra” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 23). 

“[…] os 144.000 são o fiel e selado povo de Cristo que estará vivendo na Terra quando Ele vier” (BATTISTONE, 1989, p.103). “[símbolo da] última geração vivente do povo de Deus. – As doze tribos representam a última geração de crentes fiéis que participaram da experiência de justiça pela fé em Cristo. (Comparar com Gál. 3:27-29.) As tribos literais não existem mais, e é inconcebível que só 144.000 judeus ‘poderão subsistir’ (Apoc. 6:17) na segunda vinda de Jesus” (COFFMAN, 1989, p. 57 e 58).  

“No Novo Testamento, a Igreja estabelecida por Jesus e organizada pelos doze apóstolos constitui o novo Israel. […] Em sua carta aos Romanos, Paulo demonstra que verdadeiro judeu é aquele que experimentou uma transformação espiritual em Cristo Jesus (Rom. 2:28 e 29; 9:6 e 7). […] Podemos dizer, portanto, que ao falar dos 144.000 sob o aspecto das doze tribos de Israel, João se referia a cristãos que estariam vivendo no fim do tempo. Os que estão em Cristo Jesus são de fato o novo Israel” (BATTISTONE, 1989, p. 103).  

“A verdadeira questão é a espécie de pessoas que eles são. […] o povo de Deus se compõe de cristãos de todas as nacionalidades. Todo crente genuíno é um membro do verdadeiro ‘Israel de Deus’ (Gál. 6:15 e 16). De acordo com o ponto de vista do Novo Testamento, os 144.000 são cristãos que vivem para Deus durante a crise final da história humana” (COFFMAN, 1989, p. 58 e 59). 

“A profecia do assinalamento não trata do Israel carnal que foi condenado como nação por ter rejeitado o Filho de Deus. Outra evidência é que a obra do selamento não foi efetivada em tempo algum entre o antigo Israel quando contava ainda doze tribos intactas. Pois, trata-se duma obra mundial e não só na Palestina. Muito menos poderá tratar-se de uma obra entre os judeus atuais que contam apenas uma tribo, ou seja a de Judá, espalhada pelo mundo. Outro fator que prova não tratar-se das antigas doze tribos de Israel é que há alterações que não continham entre elas, mo [sic] passado.  

“Por exemplo: A revelação não apresenta a tribo de Dan de nenhum modo, aparecendo em seu lugar a tribo de Levi que não fazia parte das doze antigas, mas era a tribo do sacerdócio. Também a tribo de Efraim não aparece com êste nome mas com o nome de José. Os acontecimentos que cumprem a profecia do assinalamento, testificam tratar-se duma obra atual entre o povo verdadeiro de Deus que, por seus característicos tão diversos e internacionais, conta também doze tribos. 

“Nas portas da Nova Jerusalém encontram-se os nomes das doze tribos, e é claro que não é possível tratar-se dum povo rejeitado por Deus. Pois através de suas portas entrarão e sairão todos os remidos de todas as nacionalidades e não de uma raça única. Assim todos os remidos pertencerão à doze tribos. Nos fundamentos do muro da cidade estão os nomes dos doze apóstolos de Cristo, que não têm nenhuma relação com aquelas antigas tribos que se esfacelaram pela incredulidade e rejeição de Deus.  

“Quem são os 144.000? O número dos assinalados com o sêlo de Deus é um número prefixado pela inspiração. Os 144.000, é bem de ver, não são os únicos que serão salvos; pois em seguida o profeta descreve uma visão em que vê outra multidão incontável. […] êles (sic) deverão estar vivendo na terra ao mesmo tempo e numa mesma época definida” (MELLO, 1959, p. 182).  

Por outro lado, no artigo “Os 144.000 do Apocalipse” (disponível em: https://blogdoprofh.com/2011/07/01/os-144-000-do-apocalipse/), vê-se a possibilidade de pessoas que já descansam no pó serem ressuscitadas e fazerem parte dos 144.000. No capítulo 14, nos primeiros quatro versos, esse assunto retorna e recebe mais luz.

“A cena do selamento de Apocalipse 7 é tomada de Ezequiel 9, que retrata em linguagem simbólica a destruição de Jerusalém antes do Exílio. O profeta Ezequiel viu um homem vestido de linho que havia recebido a ordem de passar pela cidade e marcar com um sinal na testa os homens que eram fiéis, antes que os executores chegassem. Eles deveriam matar a todos, mas aqueles que tivessem o sinal em suas testas deveriam ser poupados (Ezequiel 9:6).  

“Na crise final da história deste mundo, o selo aplicado aos 144 mil é um sinal de proteção, assim como na visão de Ezequiel onde os marcados foram protegidos durante o julgamento que se abateu sobre Jerusalém (Ezequiel 9:1-7). Então a primeira característica deste grupo, os 144 mil, é que possuem o selo de Deus, ou seja, são leais aos mandamentos de Deus, inclusive o quarto, que requer a observância do santo sábado (Êxodo 20:8-11). Enquanto aqueles que possuem o selo de Deus recebem também Seu nome sobre a fronte, a marca da besta consiste no nome da besta na testa ou na mão (Apocalipse 13:16-17; 14:9; 16:2; 19:20). 

“A recepção do selo de Deus ou marca da besta denota conformidade com o caráter de Deus ou de Satanás. No conflito final todo mundo terá ou a imagem de Deus ou a do inimigo de Deus. O selo de Deus não é um sinal visível. A característica que identifica os selados é seu firme. compromisso em guardar os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Isso é o que significa ter o “nome” ou caráter de Deus escrito em suas testas (Apocalipse 14:1)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 23). 

“Quem quer que porventura rejeite o repouso semanal do sétimo dia, estará rejeitando o próprio Legislador da lei e estará preferindo uma lei a cujo legislador excluiu premeditadamente. A rejeição do Sábado do quarto mandamento equivale à rejeição do sêlo do Criador do universo. Demasiado tarde crerão os inimigos da verdade que o Sábado do quarto mandamento é o “sêlo do Deus Vivo”. O Sábado é também denominado nas Escrituras Sagradas de “Sinal de Deus”, o que é sinônimo de “Sêlo de Deus” (MELLO, 1969, p. 177). 

O parágrafo acima só tem legitimidade em dois, e somente dois, contextos. Primeiro: onde todos os que sabem sobre o mandamento sabático vivem sob a teocracia do próprio Legislador da Lei que contém esse mandamento, ou seja, são testemunhas e/ou descendentes de testemunhas da promulgação da Lei.  

Segundo: onde todos os que rejeitam o 4° mandamento o fazem como uma escolha dentre apenas duas: ou o criacionismo bíblico (o qual inclui o sábado) ou o evo-teísmo da teologia liberal. Os que vivem nesse contexto, todos eles, têm consciência de que essas duas opções acarretarão sobre seus eleitores também um de dois destinos: ou crime doloso perante as autoridades da Terra online (mídias, religiosos, cientistas evolucionistas, magistrados e parlamentares), ou crime doloso contra o Criador da vida e do universo, uma verdadeira insurreição contra Sua autoridade de Fabricante.  

Somente nesses contextos extremos e singulares (únicos?) a rejeição do sábado refletirá a rejeição da autoridade de Deus sobre Sua criação, bem como a santificação do sábado (sobretudo em meio à pressão e perseguição nacional e internacional) assinalará a decisão pelo evangelho eterno. Fora dessas situações, esse parágrafo vai de encontro a Mateus 7.1-5 e é claramente um juízo temerário, sem qualquer apoio bíblico.  

“Que outras informações o Apocalipse fornece sobre os 144 mil? (Apocalipse 14:4-5). O fato de não se contaminarem com mulheres se refere à decisão de não participarem de práticas idólatras, que em profecia equivale a adultério e fornicação (Apocalipse 2:14-15, 20-25; 17:1-7; Ezequiel 16:1-58; 23:1-49). Os 144 mil não tiveram relações ilícitas com ‘a grande meretriz’ (Apocalipse 17:1), ‘a grande Babilônia, a mãe das prostitutas’ (verso 5), nem com suas filhas que também são prostitutas.  

“Afirma-se que os 144 mil são ‘virgens’. A palavra grega não dá a ideia de que se trata só de mulheres. O vocábulo pode aplicar-se a ambos os sexos, como também em português. São chamados ‘virgens’ porque levam o sinal da pureza. São castos e têm-se mantido permanentemente incontaminados. Conservam uma fé pura. O fato de que não aceitaram nenhum tipo de relação ilícita com outros organismos religiosos, corrompidos em suas doutrinas, é um sinal de que têm alcançado êxito em se manterem fiéis a Deus.  

“O fato de Apocalipse 7:4 mencionar os 144 mil como sendo formado ‘de todas as tribos dos Filhos de Israel’, tem levado alguns a sugerir que esse grupo será formado apenas por judeus literais. Essa interpretação, no entanto, carece de base bíblica e de fundamentação histórica. Primeiro, as tribos mencionadas em Apocalipse 7 não são exatamente as mesmas que aparecem na promessa de Ezequiel 48:1-8 e. 23-29 (ver também Gênesis 49:1-28).  

“Em segundo lugar, dez tribos não existiam mais. O reino do Norte de Israel, que era composto de dez tribos, desapareceu da história com a conquista assíria no século VIII a.C. (2 Reis 17:5-23). A maioria das pessoas pertencentes a essas dez tribos foram deportadas da Palestina e espalhadas entre as nações no Oriente Médio. No curso da história, eles se tornaram assimilados a essas nações (2 Reis 17: 24-41) ou amalgamados entre si.  

“Finalmente, no Novo Testamento a salvação ‘em Cristo’ desfaz toda e qualquer distinção étnica (Gálatas 3:26-29). Diante disso, somos levados à conclusão de que os 144 mil serão formados pela última geração do povo remanescente de Deus, também chamado de Israel espiritual (Romanos 9:6-8; Gálatas 3:29; 6:16; Tiago 1:1; 1 Pedro 2:9-10).  

“Assim, uma vez que na época de João apenas duas tribos ainda existiam (Judá e Benjamim), parece ser mais lógico supor que aqui temos uma referência ao Israel espiritual, aos crentes fiéis dos dias que antecederão a Volta de Cristo. Na visão João vê uma grande multidão vestida de branco, com palmas nas mãos e um cântico nos lábios. Este é o cântico da vitória, ou seja, terminou o tempo de prova e eles agora se encontram diante de Deus” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 23, 24). 

Samuel Ramos (2006, p. 283 e 284) resume em três as hipóteses a respeito dos 144.000:  

“• Serão salvos só 144.000 pela pregação das Três Mensagens Angélicas desde 1844 até a volta de Jesus, incluindo os que morreram fiéis na mensagem do terceiro anjo;  

Os 144.000 são o total de salvos entre os vivos por ocasião da volta de Jesus. Eles são os únicos salvos que permanecerão vivos sem passarem pela morte. Os demais justos morrerão antes das sete pragas para serem ressuscitados na volta de Jesus;

Os 144.000 são um grupo especial selecionado dentre os salvos vivos, mas não serão os únicos salvos a permanecerem vivos até a volta de Jesus. Os 144.000, por ser um grupo pequeno, são representantes de todos os salvos vivos”.

Esse autor examina cada uma delas, refuta com facilidade a primeira hipótese e fica com a terceira, ou seja, crê que ela seja a verdadeira. Ele o faz no contexto de Apocalipse 14 (o leitor poderá estudar um pouco mais sobre esse grupo especial de salvos no capítulo 14 de Apocalipse – Possibilidades também). Alguns contrapontos importantes à terceira hipótese são: 

1º) Se os 144.000 são uma fração dos salvos vivos, onde estão os salvos vivos que não fazem parte dos 144.000 na profecia?  

2°) Se os 144.000 são os que “subsistirão” à ira do Cordeiro, os salvos vivos que supostamente não fazem parte dos 144.000 não “subsistirão”, ou seja, deixarão de estar/ser salvos? O que constitui uma contradição.  

3°) Como será possível alguém vencer a besta, sua imagem e seu número (cf. Ap 15.2), estar vivo e salvo após o decreto de morte (Ap 13.15) e ainda assim não fazer parte dos 144.000?

Samuel Ramos (2006), no capítulo 14 (1ª parte, p. 277 – 302), apresenta quatro grupos de salvos: os 144.000; os salvos contemporâneos aos 144.000; os ressuscitados previamente e os ressuscitados por Jesus em Sua segunda vinda. 

Mas, e se os 144.000 forem as primícias dos salvos, ou seja, os primeiros frutos de toda a grande colheita de redimidos? E se o fato de eles estarem vivos não tiver a ver com serem uma fração dos salvos vivos, mas sim com serem uma fração de todos os salvos, de todas as gerações e épocas?  

Eu não vejo esses 4 grupos do estudioso Ramos (2006). Vejo apenas três grupos de salvos na véspera do retorno do Rei: os 144.000 (todos os vivos após o decreto de morte), salvos já ressuscitados e salvos que ainda estarão dormindo. Estes dois últimos parecem ser descritos por João através da “grande multidão” de Apocalipse 7.9-17.

“À medida que a visão continua, João ouve o número dos que foram selados: ‘Cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel’ (Ap 7:4). Isso mostra que o selamento está completo e as forças destruidoras das sete últimas pragas estão prestes a ser liberadas. Os 144 mil estão prestes a passar pela grande tribulação. Quem são os 144 mil? O contexto revela que são o povo de Deus vivo pouco antes do fim. Uma vez que o Apocalipse é um livro simbólico, os 144 mil não devem ser entendidos como um número literal (cf. Ap 1:1).  

“Na literatura apocalíptica, os números costumam ter significado simbólico. O algarismo 144 mil é formado por 12 vezes 12, que dá 144 e então é multiplicado por mil. Na Bíblia, o número 12 funciona como símbolo da igreja. No Antigo Testamento, 12 é o número das tribos de Israel. No Novo Testamento, também é o número da igreja, edificada sobre o fundamento dos 12 apóstolos (Ef 2:20). Portanto, 144 – 12 tribos vezes 12 apóstolos – representa a totalidade do povo de Deus no tempo do fim, não um grupo seleto, separado do corpo de Cristo. 

“Assim como o número 144 mil, as 12 tribos de Israel não são literais por no mínimo dois motivos. Em primeiro lugar, as 12 tribos de Israel já não existem mais. Durante a conquista do reino do norte de Israel pelos assírios, as dez tribos foram levadas para o cativeiro (2Rs 17:6-23). Elas se integraram a outras nações rapidamente e desapareceram. As duas tribos que restaram, Judá e Benjamim, foram posteriormente levadas para o cativeiro na Babilônia. Depois, voltaram à Palestina e ficaram conhecidas como os judeus da era do Novo Testamento. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C., os judeus foram dispersos por todo o Império Romano e até mesmo as duas tribos que restaram perderam sua existência nacional. O judaísmo atual não representa todas as 12 tribos.  

“Em segundo lugar, a lista das tribos em Apocalipse 7 não é uma lista comum das 12 tribos de Israel. As tribos de Dã e Efraim não aparecem nela, sendo substituídas por José e Levi. Isso revela que Apocalipse 7 não se refere às tribos históricas de Israel. Trata-se, por outro lado, de uma lista teológica, não de uma lista histórica”. 

“O motivo para a exclusão de Dã foi o fato de que essa tribo foi a primeira a se corromper com a idolatria (Jz 18:27-32). Posteriormente na história de Israel, a tribo de Dã se tornou o centro de adoração a ídolos, competindo com a adoração no templo de Jerusalém (1Rs 12:28-31). Esse também é o motivo para a exclusão de Efraim. Essa tribo do Antigo Testamento simbolizava apostasia e idolatria (2Cr 30:1, 10; Os 4:17; 8:11). Esses são os motivos mais prováveis para a exclusão de Dã e Efraim da lista escatológica das tribos de Israel em Apocalipse 7.  

“Os 144 mil correspondem ao verdadeiro Israel que permanece leal a Deus. Eles lavaram as vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7:14). Foram selados e pertencem a Deus. Não ‘se macularam com mulheres’ (Ap 14:4) – nesse caso, as mulheres simbolizam as igrejas apóstatas. A infidelidade que caracterizava as tribos de Dã e Efraim não tem lugar em meio ao povo selado de Deus. Somente os fiéis ao Senhor poderão permanecer em pé diante do trono divino a fim de receber a herança eterna (Ap 7:14-17).  

“As 12 tribos em Apocalipse 7 simbolizam todo o povo de Deus. A igreja no Novo Testamento é chamada de 12 tribos de Israel (Tg 1:1). Paulo denomina a igreja de ‘Israel de Deus’ (Gl 6:16). Os cristãos também são descendentes de Abraão e herdeiros das promessas da aliança (Gl 3:29). Os 144 mil, formados por 12 mil pessoas de cada uma das 12 tribos, representam o povo de Deus logo antes do fim. Esse é o grupo selado e preparado para sofrer a grande tribulação das sete pragas, totalmente protegidos pelo selo de Deus na fronte. 

“Ao falar sobre o povo de Deus na iminência da grande tribulação, o Apocalipse utiliza uma linguagem bélica. Os 144 mil são retratados como um exército que segue o modelo do antigo Israel ao sair para a guerra. Seu número é composto por 12 vezes 12, vezes mil. Nas cenas de batalha do Antigo Testamento, uma unidade militar básica era composta por mil (heb. eleph) homens (Nm 31:3-6; 1Sm 8:12; 22:7). Os 144 mil consistem em 12 tribos. Cada uma tem 12 unidades militares de mil, totalizando 144 mil soldados. Ou seja, o número simbólico 144 mil representa um exército com 144 unidades militares, prontas para batalhar contra Satanás e seu exército de 200 milhões (Ap 9:16).  

“Apocalipse 19:18 mostra que o exército de Satanás também é organizado em unidades militares de mil (o termo ‘comandantes’ no original grego chiliarchos denota um comandante de mil soldados, o mesmo termo é empregado em Ap 6:15). 

“Consequentemente, os 144 mil são uma referência simbólica à igreja militante, organizada como o antigo Israel em unidades militares, prestes a ingressar na batalha final, a maior da história do planeta: a batalha do Armagedom (cf. Ap 16:16). Ao passo que o selo simbólico identifica os 144 mil como aqueles que estão do lado de Deus no conflito final, ele também os protege dos justos juízos de Deus que logo recairão sobre os ímpios” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 55-57).

7.5

da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;

da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;

7.6

da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;

da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;

7.7

da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;

da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;

7.8

da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.

da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.

                            “Quem são os 144 mil? Tiago começa o seu livro com estas palavras: “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na Dispersão, saudações” (Tiago 1:1). Para quem ele estava escrevendo? O seu livro era dirigido para os cristãos, pois ele os chama de “meus irmãos” (Tiago 1:2). Alguns eram conversos do paganismo e outros eram judeus, mas todos estavam incluídos nas doze tribos. Como pode ser? Na vigorosa figura de linguagem do enxerto usada pelo apóstolo Paulo, o pé de oliva representa Israel (Romanos 11:17-24).

                            “Literal ou simbólico? O Apocalipse está repleto de símbolos. Se tomarmos os 144 mil literalmente, todos devem ser judeus oriundos das doze tribos. Todos são homens e todos são virgens. Desde que os judeus regressaram da Babilônia, no 62 século a.C., não foi feita nenhuma tentativa de coibir o casamento entre homens e mulheres das diferentes tribos, exceto no caso da tribo sacerdotal de Levi. Já no tempo de Jesus, as doze tribos estavam totalmente misturadas. Não existem 12 mil representantes puros de cada uma das doze tribos. Os 144 mil não são um reavivamento do Israel literal, mas um símbolo do Israel espiritual, a verdadeira igreja de Deus. O número 12 mil assinalado para cada tribo e o número 144 mil são baseados no quadrado de 12, representando algo completo, uma promessa de que o povo de Deus dos últimos tempos incluirá todos aqueles que O buscam pela fé, e que, juntos, comporão a completa, simétrica, gloriosa e formosa igreja de Cristo, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante” (Efésios 5:25-27)” (FEYERABEND, 2005, p. 68, 69; grifo acrescentado).

                            A “verdadeira igreja de Deus” de pé nos dias que antecedem a volta do Senhor, e não uma denominação religiosa com CNPJ. As pessoas que compõem esse grupo fantástico são visíveis; seu vínculo religioso, por outro lado, não parece ser visível. Cada geração teve seu remanescente. Os 144.000 são o remanescente da última geração de seres humanos.

                            “O significado do número: O número doze é o número do reino de Deus. No antigo Israel havia 12 tribos, 12 varas, 12 pedras apanhadas no Jordão, 12 pedras no peitoril do sumo sacerdote, 12 apóstolos, 12 fundações no muro da Nova Jerusalém e 12 portões na cidade. Nesses capítulos, encontramos muitas passagens metafóricas, e corremos o risco de perder a beleza deste símbolo se insistirmos em um número estritamente literal. O número significa algo que é completo, inteiro.

                            “Doze portões: Sobre cada um dos doze portões da Cidade Santa está o nome de cada uma das doze tribos. A cidade também tem doze fundações sobre as quais estão os nomes dos doze após tolos-reis que dominarão sobre as doze nações.

                            “Escolhidos de Deus: Existe muita especulação sobre quem serão os 144 mil. É mais fácil discutir o caráter dos 144 mil do que tentar explicar quem são. Assim como o Senhor escolheu o antigo Israel e doze patriarcas e mais tarde escolheu doze discípulos, assim também Ele, no fim dos tempos, nas cenas finais da história da Terra, escolherá 144 mil para uma obra especial.

                            “As primícias: Os 144 mil são as primícias de Deus e do Cordeiro (Apocalipse 14:4). Eles não são todos os da última geração que foram salvos. Se assim fosse, seriam chamados de vindimas” (FEYERABEND, 2005, p. 69, 70).

                            Todos os salvos da última geração vivos? Por exemplo: irmãos podem ser separados pela morte, e um está entre os 144.000 e o que descansa em Cristo, não? Hipoteticamente, os dois farão parte da última geração, os dois estarão salvos, mas somente um fará parte das “primícias” ou não? Como abordado na p. 106, é possível que membros dos 144.000 tenham passado pela morte, como comentamos no artigo https://blogdoprofh.com/2011/07/01/os-144-000-do-apocalipse/.

                    “Um estudo das colheitas da Palestina e da instrução dada por Deus com respeito à colheita nos mostra que havia duas colheitas: uma na primavera e outra no outono, sendo a maior delas no outono. Foi ordenado que Israel tomasse as primícias e as oferecesse ao Senhor. As primícias eram as melhores escolhas, os frutos mais especiais, a parte da colheita que amadureceu primeiro. Mas era apenas uma parte do todo, cuidadosamente selecionada, marcada, reservada e dedicada ao uso santo. A colheita final era a maior.

                            “Divisões de caráter: O caráter, somente, é a base da obra de selamento. Os nomes das tribos são nomes de caráter, e os que desenvolvem o caráter terão o seu nome sob a tribo que ostenta um nome indicando esse caráter.

                            “Issacar é classificado como um forte animal de carga (Gênesis 49:14). Os que levam fardos são aqui descritos. A causa de Deus precisa de mais pessoas como Issacar, mais pessoas capazes de levar fardos.

                            “Naftali “profere palavras formosas” (Gênesis 49:21). De espírito livre e tranqüilo, ele vê mil lugares onde pode falar palavras de ânimo. O carregador de fardos não deve pensar que, só porque carrega pesados fardos, ele é mais importante. Ele é apenas um entre doze” (FEYERABEND, 2005, p. 70).

                            “Característicos nas doze tribos – No seu livro: The Cross and Its Shadow (‘A Cruz e Sua Sombra’), S. N. Haskell adota o conceito de que cada pessoa que fizer parte dos 144.000 será incluída na tribo que corresponda melhor ao seu caráter e experiência. Ao considerarmos as sugestões que se seguem, talvez tenhamos uma idéia da tribo a que pertenceremos se fizermos parte dos 144.000.

                            “Da tribo de Judá – Os componentes desta tribo são reconhecidos como dirigentes de confiança em ocasiões de perplexidade.

                            “Da tribo de Rúben – As pessoas incluídas nesta tribo têm sido ‘inconstantes como a água’, sem força de vontade para fazer algo de bom. Mas examinam sinceramente o coração para descobrir suas próprias debilidades, e pela graça de Deus, essas fraquezas são transformadas em força.

                            “Da tribo de Gade – Estes se erguem acima da apostasia e da derrota, reconhecem suas transgressões, reivindicam as promessas de Deus, lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro e entram na cidade de Deus como vencedores.

                            “Da tribo de Aser – Acham-se tão repletos do Espírito Santo que permitem que Ele suavize as asperezas de sua vida. Proferem palavras de conforto e animação para os outros.

                            “Da tribo de Naftali – Estes proferem ‘palavras formosas’. Em ocasiões e situações difíceis, eles permanecem destemidamente no posto do dever, preferindo sacrificar a vida a comprometer a causa de Deus.

                            “Da tribo de Manassés – Amam a paz e se alegram por terem sido libertos do mal. Tem grande prazer nas coisas espirituais.

                            “Da tribo de Zebulom – Quando os inimigos do Senhor são numerosos e agressivos, este grupo se expõe ao opróbrio e à morte. Alguns deles, como Zebulom no passado, talvez sejam hábeis no manejo da pena e exercerão grande influência, trazendo vitória para a Causa de Deus.

                            [Mas ninguém dos 144.000 morrerá! Compare com as histórias do Dilúvio e das 10 pragas sobre o Egito.]

                            “Da tribo de José -Os componentes desta tribo se distinguem pela integridade. Nunca deixam de ser leais a Deus e têm prazer em realizar Sua vontade.

                            “Da tribo de Benjamim – Paulo foi o benjamita típico: zeloso e dedicado. Os que pertencerem a esta tribo terão feito tudo que estava ao seu alcance para propagar o evangelho” (BATTISTONE, 1989, p. 104).

                            “Da tribo de Simeão – Este filho de Jacó era agressivo, chegando até a cometer homicídio. Os seus pecados foram, porém, confessados e perdoados. Os salvos desta tribo talvez se caracterizem por grandes pecados que foram perdoados.

                            “Da tribo de Levi – Quando Israel caiu em apostasia no Sinai, esta tribo se distinguiu por sua fidelidade. Aqueles que serão incluídos na tribo de Levi permanecerão fiéis à Causa de Deus quando outros estiverem vacilando e caindo.

                            “Da tribo de Issacar – Os característicos desta tribo consistem principalmente em abnegação e boa vontade para levar fardos pesados. Visto que desempenham muito bem as suas responsabilidades, são colunas na Causa de Deus. Não são pessoas impulsivas, mas equilibradas e dignas de confiança” (BATTISTONE, 1989, p. 105).

                            “Efraim e Dan são omitidos: E interessante notar que a lista das tribos aqui é diferente de outros lugares. As tribos de Efraim e Dã são omitidas, e as tribos de Levi e José são colocadas no lugar delas. Efraim e Dã eram líderes na idolatria e na rebelião. Dã era “serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os talões do cavalo e faz cair o seu cavaleiro por detrás” (Gênesis 49:17). A omissão dessas duas tribos é para nos impressionar com o pensamento de que nem o idólatra nem o que é traiçoeiro serão contados entre os 144 mil, “em cuja boca não se achou engano” (Apocalipse 14:5)” (FEYERABEND, 2005, p. 70).

                            “Doze mil são selados de cada uma das doze tribos, mostrando que nem todos os que nos registros do Céu tinham um lugar entre estas tribos quando começou a obra de selamento, suportaram a prova e foram vencedores no final, porque os nomes já inscritos no livro da vida, serão riscados se não vencerem (Apocalipse 3:5)” (SMITH, 1979. p. 113).

                            Os que nascem da água e do Espírito (Jo 3), assim como os que têm fé (I Jo 5), vencem o mundo. Ou seja, quem é nascido de Deus e tem a fé de Jesus não terá seu nome riscado no livro da vida, uma vez que, embora pecadores, decidiram diariamente se submeter ao processo divino de reeducação-santificação-transformação. Ou será que mesmo em meio a essa decisão o pecador pode continuar sendo escravo do pecado (Rm 6)?

                             Há uma reflexão sobre isso em https://blogdoprofh.com/2012/12/06/o-novo-nascimento-e-predestinacao/, em duas partes.

7.9

Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;

 

Após essas cenas eu vi uma enorme multidão, incontável para mim, também composta por todas as nacionalidades, tribos, todos os povos e épocas, todos os idiomas pós Torre de Babel e todas as culturas humanas — essas pessoas estavam em pé perante o trono de Deus e de Jesus, Seu Cordeiro. Elas vestiam roupas brancas e tinham em suas mãos folhas de palmeiras, ou seja, haviam sido salvas pela graça e justiça de Deus e venceram no grande conflito contra Satanás;

                            “Depois destas coisas – A visão dos remidos no Céu é uma cena de vitória e celebração. A visão é apresentada fora da ordem cronológica. O sexto selo (Apoc. 6:12-17) descreve a Segunda Vinda de Jesus. …o sétimo selo (Apoc. 8:1) só se refere sucintamente à trasladação dos remidos para o Céu. O capítulo 7 é um intervalo entre o sexto e o sétimo selo. … Assim, a visão dos santos no Céu é seguida por uma breve explicação da maneira pela qual eles chegaram ali” (BATTISTONE, 1989, p. 109).

                            Não necessariamente “remidos no Céu”, a menos que seja uma cena posterior ao 7° selo! Talvez seja uma cena de “remidos no arrebatamento”. Mas 7.1-8 precisa ocorrer antes do 6° selo e/ou no início desse selo, de modo que o capítulo 7 pode não está de todo entre o 6° e o 7° selos, mas somente sua segunda metade, 7.9-17. E, ponderando novamente: 7.9 pode ser uma cena posterior ao 7° selo? A segunda parte do verso responde que sim, pois localiza cosmologicamente essas pessoas: “diante do trono”. Ou o trono móvel estaria fora do lugar santíssimo do Santuário celestial?

                            “Depois de ver a obra do assinalamento do povo de Deus dêstes últimos dias, o profeta em seguida contempla todos os santos salvos, uma inumerável multidão “de tôdas as nações, e tribos, e povos e línguas”, de todos os séculos da história do mundo. Esta grandiosa reunião de todos os santos, diante do trono de Deus e perante o Cordeiro, tomará lugar imediatamente ao vir Jesus buscá-los para a glória eterna. Todos trajarão uma vestimenta única — as vestes brancas simbólicas da justiça do Salvador. Ostentarão palmas em suas mãos como emblemas da grande vitória alcançada sob o poder de Jesus” (MELLO, p. 184, 1959).

                            “A multidão inumerável – Os remidos de todas as épocas” (BATTISTONE, 1989, p. 115).

                            “Em contraste com os 144.000, a multidão é como a areia do mar. Alguns estudantes da Bíblia consideram isso uma referência à promessa de Deus à Abrão, de que os seus descendentes seriam tão numerosos como as estrelas nos céus (Gen. 15:5), e à promessa a Jacó, de que a descendência dele seria como a areia do mar (Gen. 32:12). A visão traz coragem àqueles que tendem a preocupar-se com os bancos vazios nos cultos da igreja, ao passo que os estádios de futebol e outros jogos esportivos se acham lotados. A visão torna claro que o propósito redentor da parte de Deus não será frustrado” (BATTISTONE, 1989, p. 110).

                            “De todas as nações, tribos, povos e línguas – Isto cumpre a grande comissão de Cristo e, nos últimos dias, o repto da proclamação mundial das mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12. […] A multidão inumerável abrange os fiéis de todas as épocas” (BATTISTONE, 1989, p. 109 e 110).

                            “Quem era a grande multidão? “São os que vieram de grande tribulação.” Que grande tribulação é essa? Todos os cristãos passam por tribulações para entrar no reino de Deus (Atos 14:22). A Bíblia fala sobre o tempo de angústia “qual nunca houve, desde que houve nação” (Daniel 12:1). Isso se refere a um tempo de angústia mental (Jeremias 30:4-7). Quanto vai durar esse tempo? A Bíblia não nos diz. Os sete anos de tribulação ensinados por pregadores populares são baseados em especulações, fora de referências contextuais” (FEYERABEND, 2005, p. 71).

                             Existem estudiosos que entendem diferente. Para eles, a “grande multidão” e os 144.000 são o mesmo grupo. 

                             “Após ouvir o número dos selados, João contempla uma grande multidão que ninguém é capaz de contar, de todas as nações, tribos, línguas e povos. Todos estão vestidos de branco e permanecem em pé diante do Cordeiro e do trono, louvando a Deus e ao Cordeiro pela salvação. Muitos cristãos presumem que, em contraste com os 144 mil, a grande multidão seja o povo de Deus de todas as eras. Apocalipse 7, porém, não parece apoiar essa crença.  

                             “João deixa claro que a grande multidão também é a última geração do povo de Deus. Note que, em Apocalipse 7:9, João vê a grande multidão trajada com vestes brancas diante do trono de Deus. Posteriormente, um dos anciãos lhe explica que aquelas pessoas vestidas de branco são as que saíram da grande tribulação (v. 14). Elas lavaram as vestes no sangue do Cordeiro e, por isso, estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite em seu templo (v. 15). Isso mostra que a grande multidão é a última geração do povo de Deus – aqueles que passarão pela grande tribulação das sete últimas pragas” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 57 e 58). 

                              Embora o autor acima tente fundamentar sua crença numa outra base mais abaixo, é importante lembrar que não são apenas os salvos da última geração que receberão vestes brancas (cf. Ap 6.11), e o termo “tribulação” não é característica exclusiva da última geração de salvos (cf. Mt 24.21). Por outro lado, as características “vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos”, finalzinho desse verso 9, são sinônimos de vitória/justificação, algo que todos os salvos terão e não apenas os 144.000. O próprio Ranko Stefanovic e sua tradutora reconhecem isso alguns parágrafos à frente.

                             “Ao identificar esse grupo, é importante ter em mente uma característica literária do Apocalipse. Trata-se do padrão ‘ouvi’ e ‘vi’. Com frequência, João ouve acerca de algo na visão. Em seguida, ele vê o que ouvira antes, porém, com um símbolo e uma perspectiva diferente. Por exemplo, em Apocalipse 5:5, João ouve que o Leão da tribo de Judá venceu. Mas o que ele vê alguns instantes depois é o Cordeiro como tendo sido morto (v. 6). O Leão e o Cordeiro são dois símbolos de Cristo: o Leão mostra o que Cristo fez, e o Cordeiro revela como Ele fez. Essa é a situação que encontramos em Apocalipse 7. João ouve que o número do povo selado de Deus é 144 mil; mas, para ele, esse povo parece uma multidão grande e incalculável. Isso mostra que os 144 mil e a grande multidão são o mesmo grupo – o povo de Deus do tempo do fim em diferentes momentos e circunstâncias” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 58 e 59). 

                             Eu não consegui enxergar esse padrão. Não vejo esses pares ouvi-vi nem essa suposta função deles. O que vejo não são pares dessas expressões, mas unidades “ouvi”, “vi”, não necessariamente associadas. 

                            “Em pé diante do trono – Na presença de Deus no santuário celestial” (BATTISTONE, 1989, p. 115). “O santuário celestial também é o espaço no qual Deus se encontra com o Seu povo (Apoc. 7:9-11 e 15), o lugar no qual eles têm acesso a Ele. No lugar específico dentro da criação, no qual Deus está disponível, Ele pode ser alcançado de qualquer ponto do Universo” (GULLEY, 1996, p. 3A). Ou, como já sugerido, na presença de Deus durante o arrebatamento, uma vez que o santuário celestial deverá ser visto pelos salvos somente após o cumprimento do 7° selo, que acontece paralelamente ao segundo advento de Jesus e ao arrebatamento.

                            Novamente, Ramos (2006, p.) tem um ponto de vista diferente: “Alguns podem sugerir que essa grande multidão não representa os convertidos pelo Alto Clamor, mas sim, os salvos de todos os tempos. Porém, o contexto de Apoc. 7 é o juízo pré-advento, pois as cenas mencionadas em Apoc. 4 e 5 de louvor ao Pai e ao Cordeiro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos ao redor do trono, são repetidas novamente aqui no capítulo 7:10-12; e o juízo pré-advento de Apoc. 7 tem a ver com o Julgamento dos Vivos e o Selamento, que é a fase final da obra de Jesus no Santíssimo. […] Os quatro anjos que seguram os quatro ventos (Apoc. 7:1) só vão soltar os ventos após o selamento dos 144.000, as primícias, e da grande multidão, os conversos da hora undécima. Essa grande multidão é a grande Seara dos Salvos Vivos que juntamente com as Primícias dos Salvos Vivos, os 144.000, passarão pela grande tribulação, e o período das sete pragas” (RAMOS, 2006, p. 296. 297).

                            Mas como pode ser isto se os 144.000 serão os únicos salvos sobreviventes da última geração? E como essa grande multidão morrerá se após o fechamento da porta da graça nenhum salvo será mártir?

                            “Esse texto de Ellen G. White [O Grande Conflito, 648, 649] descreve ao mesmo tempo a experiência dos 144.000 e da grande multidão, ambos os grupos estão mesclados na mesma descrição, e isto porque ambos atravessarão juntos o período das Sete Pragas, e a angústia de Jacó; eles participam da mesma experiência. A grande multidão e o grupo dos 144.000 são descritos como saindo vitoriosos sobre a besta e o Decreto Dominical. Apoc. 7, quando estudado no contexto do juízo pré-advento, torna evidente o Selamento de dois diferentes grupos de pessoas, isto é, as Primícias dos Salvos Vivos e a Seara dos Salvos Vivos: o selamento dos 144.000 termina no verso 8, e a partir do verso 9 a atenção do profeta se dirige à “multidão a qual ninguém podia contar,” a grande Seara dos Salvos Vivos” (RAMOS, 2006, p. 299, 300).

                            Após o texto mencionado, Ellen fala sobre os salvos de todas as épocas! Ou seja, talvez ela não tinha essa intenção aqui descrita pelo Samuel. É verdade que os termos “besta” e “sinal”, “número do seu nome”, são escatológicos (besta nem tanto) e específicas do Apocalipse joanino. E, muito provavelmente, Ellen tenha associado essas expressões com a “multidão” dos “144.000”, em lugar da “grande multidão” mencionada por João. Aconselho a leitura dos parágrafos anteriores e posteriores ao texto em questão de O Grande Conflito.

                            “Jesus e os que ressuscitaram com Ele são as primícias dos mortos, e os 144.000, as primícias dos vivos. A grande Seara de Salvos Mortos, cujas primícias já estão no céu, só ressuscitará na segunda vinda de Jesus (I Cor. 15:20, 23; Mat. 27:51-53; Efes. 4:8); e a grande Seara de Salvos Vivos, cujas primícias são os 144.000 permanecerão vivos até a volta de Jesus, sem experimentarem a morte” (RAMOS, 2006, p. 300).

                            “Terminado o selamento João contempla uma inumerável multidão que, em arrebatamento, adora a Deus perante o Seu trono. Esta vasta multidão é constituída pelos salvos de toda nação, povo, tribo e língua, que foram ressuscitados na segunda vinda de Cristo, mostrando que o selamento é a última obra realizada em favor do povo de Deus antes da trasladação” (SMITH, 1979, p. 113, 114).

                             De acordo com o outro entendimento, temos: 

“Parece claro que os 144 mil são retratados como a igreja militante, organizada em 144 divisões militares, marchando para a guerra final da história deste mundo. A grande multidão, em contrapartida, é apresentada como a igreja triunfante, que saiu da guerra e celebra a vitória. O conflito terminou e por isso já não há mais necessidade de uma organização em divisões militares. Para João, aquelas pessoas parecem uma multidão impossível de ser calculada. O motivo para não conseguir contá-la não está relacionado com o grande número, mas com a aparência de uma multidão inumerável, em contraste com os 144 mil, que podem ser numerados com facilidade” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 58). 

                             Mas, o profeta não escreveu sobre “aparência” e sim sobre o que ele viu. 

                             “Nenhuma passagem da Bíblia diz que, no tempo do fim, Deus terá uma última geração de santos que atingirá um nível de santidade não alcançado por aqueles que viveram antes. Os 144 mil não são um grupo seleto, separado do restante do povo do Senhor, que receberá privilégios especiais não concedidos ao restante dos remidos. Os 144 mil não são os únicos perseguidos nem os primeiros a ser selados. Além disso, não são os únicos remidos nem os primeiros a ser considerados sem mácula diante do trono. No reino de Deus, todo o Seu povo, sem distinção, recebe a promessa de vestes brancas (Ap 3:4, 5; 6:11; 19:8). Isso denota que todos os integrantes do povo de Deus sejam iguais perante o Senhor, sem clãs, hierarquias ou privilégios disponíveis apenas para uns, mas não para outros” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 58 e 59). 

                            E onde estão os demais membros do corpo de Cristo, os salvos desde Adão até a penúltima geração? Se os 144.000 não são “um grupo seleto”, “separado do corpo de Cristo”, por que a profecia, segundo a ótica do autor acima, só foca neles capítulo sete todo, sem mencionar a vitória, a justificação e a luta/dor dos demais salvos? 

                            “Vestes brancas: A última geração deposita sua esperança de vida nos méritos do sangue derramado pelo seu divino Redentor, fazendo dEle a fonte da sua justiça” (FEYERABEND, 2005, p. 71).

                            “Vestes brancas – As vestiduras brancas usadas pelos remidos representam a justiça de Cristo recebida pela fé (Apoc. 19:7 e 8)” (BATTISTONE, 1989, p. 110).

                            “A justiça de Cristo dada de graça ao crente é representada nos símbolos do Apocalipse por roupas e vestimentas. (Ex.: Apocalipse 7:9, 13, 14). Os que acompanham a Cristo estão vestidos de roupas brancas, os quais lavaram suas roupas e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Há preciosas promessas de vida eterna para os que lavam suas roupas no sangue de Cristo (Apocalipse 22:14; 3:4, 5)” (BELVEDERE, 1987, p.51).

                            “Palmas” ou folhas de palmeira – Símbolos de regozijo e vitória” (BATTISTONE, 1989, p. 115).

                            “No décimo quinto dia do sétimo mês, e durante os sete dias que vinham em seguida, os israelitas deviam viver em cabanas ou barracas … As colheitas do outono haviam terminado, e o Dia da Expiação estava no passado. Aliviados de pecados e ansiedades, o povo de Deus podia ter uma festa de descanso e regozijo espiritual. Habitavam em cabanas feitas de ramos de palmeiras para comemorar a direção de Deus durante o período no deserto (Deut. 16:12-15) e Suas maravilhosas bênçãos desde então” (BATTISTONE, 1989, p. 110, 111)

                            “A festa dos tabernáculos antitípica começará quando os justos forem arrebatados para o encontro com Jesus. E continuará até que sejam recebidos no Céu, na grande diante do trono de Deus” (BATTISTONE, 1989, p. 116). 

7.10

e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.

e também diziam em altas vozes: Só fomos salvos por causa do nosso Deus que está diante de nós em Seu trono, e também por causa de Jesus, Aquele que morreu em nosso lugar!

7.11

Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,

Eu vi todos os anjos de Deus também em pé circundando o trono, os sacerdotes humanos glorificados e as quatro criaturas; e então todos eles se prostraram inclinando seus rostos até o chão em reverência e adoração a Deus,

7.12

dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!

e disseram: Assim seja! Todo louvor, glória, sabedoria, agradecimentos, honra, poder e capacidades sejam rendidos ao nosso Deus, pela eternidade a nossa frente. Assim seja!

                            “Os resgatados entoam um cântico de louvor que ecoa repetidas vezes pelas abóbadas do Céu: “Salvação ao nosso Deus que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” E anjos e serafins unem sua voz em adoração. Tendo os remidos contemplado o poder e malignidade de Satanás, viram, como nunca dantes, que poder algum, a não ser o de Cristo, poderia tê-los feito vencedores. Em toda aquela resplendente multidão ninguém há que atribua a salvação a si mesmo, como se houvesse prevalecido pelo próprio poder e bondade. Nada se diz do que fizeram ou sofreram; antes, o motivo de cada cântico, a nota fundamental de toda antífona, é — Salvação ao nosso Deus, e ao Cordeiro” (WHITE, 2013b, p. 580).

                            “A multidão louva a Deus por Sua salvação – As exclamações de alegria e triunfo dos remidos atribuem a salvação a Deus. Não há nenhuma indicação de auto-elogio, nenhuma referência a realizações humanas. Eles enfrentaram o inimigo, lutaram contra ele e saíram vitoriosos unicamente pela graça de Deus. […] Louvor dos anjos – Os milhares de milhares de anjos que rodeiam o trono de Deus participam espontaneamente do júbilo da grande multidão. Eles se prostram diante de Deus e Lhe prestam perfeito e sétuplo tributo ou preito de louvor. […] Para sempre – ‘Para sempre’ não é suficiente para louvar a Deus pela salvação que Ele proveu” (BATTISTONE, 1989, p. 110, 111 e 115). Fantástica dedução!

                            “Numa aclamação retumbante e unânime agradecerão os santos a Deus e ao Cordeiro a misericordiosa salvação de que foram alvos. E os milhões de milhões de anjos, sensibilizados pela manifestação de gratidão dos santos, associar-se-ão com êles na adoração a Deus, pois os acompanharam na terra e os serviram cada dia, e então alegrar-se-ão com êles diante do grande trono” (MELLO, 1959, 185). 

7.13

Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?

Um dos sacerdotes humanos glorificados falou comigo: Estes que você está vendo com roupas brancas, João, quem são eles e de onde vieram?

7.14

Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,

 

Eu lhe respondi: com todo respeito, o senhor sabe mais do que eu. Daí ele me contou: Eles, João, vieram do grande conflito entre Deus e Satanás ao longo da História humana desde Adão e Eva; eles atenderam ao convite divino de confiar Nele, se relacionarem com Ele pela fé e obediência; eles revelaram aceitar o sacrifício de Jesus em seu estilo de vida;

7.15

razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.

e por esse motivo é que se encontram agora perante o trono de Deus, pois diariamente andavam com Ele e trabalhavam pra Ele; e Aquele que está sentado no trono os abrigará Pessoalmente para sempre.

7.16

 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,

Eles não passarão mais pela fome e sede, nem sofrerão mais a vida dura de aflições e dificuldades diárias,

7.17

pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.

porque Jesus Cristo, Aquele que você está vendo sentado no trono, será como um pastor de ovelhas que conduz sabiamente seu rebanho até a melhor das fontes de água disponível — a água de Sua própria vida. Deus irá enxugar dos olhos desses filhos guerreiros toda lágrima.

                            “Vieram de grande tribulação – Perseguição através dos séculos, mas especialmente no tempo de angústia final” (BATTISTONE, 1989, p. 115).

                            “A visão dos remidos destina-se a trazer encorajamento e conforto à Igreja dos últimos dias. Em Seu sermão no Monte das Oliveiras (S. Mateus 24 e 25), Jesus disse aos discípulos que, antes de vir o fim, haveria tal aflição que o mundo nunca havia testemunhado. Por meio dessa mensagem a Seus discípulos, ele fala a nós hoje. Seu objetivo não era produzir terror, mas salientar a necessidade de estar espiritualmente alerta. […] devemos concentrar a atenção no futuro triunfo que Cristo promete para a Igreja, e não na tribulação terrestre que está à nossa frente. Devemos visualizar-nos pela fé com os remidos no Céu e expressar uns aos outros a certeza que Cristo provê em Sua Palavra. Isto será benéfico para a nossa experiência espiritual” (BATTISTONE, 1989, p. 109).

                            “Devido ao pecado, nossa condição não é natural, e deve ser sobrenatural o poder que nos restaure, do contrário, não tem valor. Existe unicamente um poder capaz de quebrar o domínio do mal no coração dos homens, e esse é o poder de Deus em Jesus Cristo. Unicamente por meio do sangue do Crucificado existe purificação do pecado. Sua graça, tão-somente, nos habilita a resistir e subjugar as tendências de nossa natureza caída” (WHITE, 2013a, p. 307).

                            “Santuário (ou templo) – No templo celestial os justos se ocuparão no julgamento dos ímpios durante o Milênio (Apoc. 20:4-6; I Cor. 6:2). Por mil anos os salvos de todas as épocas servirão a Deus ‘de dia e de noite no Seu santuário [ou templo]’ (Apoc. 7:15). No fim dos mil anos não haverá nenhum templo na Nova Jerusalém, aqui na Terra. João declara: ‘Nela não vi santuário; porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro.’ Apoc. 21:22. A eterna Cidade dos salvos na Terra renovada não conterá nenhum templo ou santuário porque o problema do pecado terá sido eliminado definitivamente. O santuário ou templo celestial é o lugar de mediação e julgamento, devido ao pecado. Visto que o pecado será completamente destruído no fim do Milênio (Apoc. 20:9), não haverá mais necessidade de um lugar de intercessão e julgamento. […] Todas as vezes que é mencionado no livro do Apocalipse, o templo de Deus se encontra no Céu” (BATTISTONE, 1989, p. 114).

                            “Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá; porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais das águas” Isaías 49:10.

                            “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede: Isso mostra que eles passaram fome e sede. Nas sete últimas pragas, os pastos, com todos os frutos e a vegetação, ficam secos (Joel 1:18-20), e os rios e fontes tornam-se em sangue (Apocalipse 16:4-7). Nesse tempo, a dieta de justiça será reduzida para pão e água, e isso será certo (Isaías 33:16). Nem sol cairá sobre eles: Nas pragas, o Sol recebe poder para “[abrasar] os homens com fogo” (Apocalipse 16:8 e 9). Os justos são protegidos dos seus efeitos mortais. Eles agora encontram-se tão próximos do trono e tão envoltos pela intensa luz do Pai e do Filho que não se nota mais a luz do Sol” (FEYERABEND, 2005, p. 71, 72).

                            No entanto, Elias recebeu carne, além de pão e água. E Malaquias profetizou sobre o Elias escatológico, Ml 4.5, 6. Jesus o identificou com João, o batizador, o qual também parece ser um símbolo vivo dos que prepararão o caminho do Rei no fim do tempo do fim.

                            “Estes são os que vieram de grande tribulação” (Apocalipse 7:14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois “lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro.” “Na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis” diante de Deus. “Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra.” Apocalipse 7:15. Viram a Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede” (WHITE, 2013b, p. 565).

                            (A ausência do “intercessor” é pelo fato de o juízo pré-advento ter se encerrado e a porta da graça para os que não quiseram entrar por ela ter se fechado. Mas isto não é sinônimo de ausência de Deus ou da ajuda divina. Todos os que estavam na arca de Noé, por exemplo, sobreviveram ao Dilúvio pela presença e ajuda de Deus! Já as pessoas que rejeitaram a segurança da arca e zombaram das advertências de Deus por meio de Noé, foram destruídos pela ausência da atuação do Intercessor.)

                            “Mas “nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem Sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” Apocalipse 7:16, 17. Em todos os tempos os escolhidos do Salvador foram educados e disciplinados na escola da provação. Seguiram na Terra por veredas estreitas; foram purificados na fornalha da aflição. Por amor de Jesus suportaram a oposição, o ódio, a calúnia. Acompanharam-nO através de dolorosos conflitos; suportaram a negação própria — e experimentaram amargas decepções.

                            “Pela sua própria experiência dolorosa compreenderam a malignidade do pecado, seu poder, sua culpa, suas desgraças; e para ele olham com aversão. Uma intuição do sacrifício infinito feito para reabilitá-los, humilha-os à sua própria vista, enchendo-lhes o coração de gratidão e louvor, que os que nunca decaíram não poderão apreciar. Muito amam, porque muito foram perdoados. Havendo participado dos sofrimentos de Cristo, estão aptos para serem co-participantes de Sua glória. Os herdeiros de Deus vieram das águas-furtadas, das choças, dos calabouços, dos cadafalsos, das montanhas, dos desertos, das covas da Terra, das cavernas do mar.

                            “Na Terra eram “desamparados, aflitos e maltratados.” Milhões desceram ao túmulo carregados de infâmia, porque firmemente se recusavam a render-se às enganosas pretensões de Satanás. Pelos tribunais humanos foram julgados como os mais vis dos criminosos. Mas agora “Deus mesmo é o Juiz.” Salmos 50:6. Revogam-se agora as decisões da Terra. “Tirará o opróbrio do Seu povo.” Isaías 25:8. “Chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor.” Ele determinou “que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, vestido de louvor por espírito angustiado.” Isaías 62:12; 61:3.

                            “Não mais são fracos, aflitos, dispersos e opressos. Doravante devem estar sempre com o Senhor. Acham-se diante do trono com vestes mais ricas do que já usaram os mais honrados da Terra. Estão coroados com diademas mais gloriosos do que os que já foram colocados na fronte dos monarcas terrestres. Os dias de dores e prantos acabaram-se para sempre. O Rei da glória enxugou as lágrimas de todos os rostos; removeu-se toda a causa de pesar. Por entre o agitar dos ramos de palmeiras, derramam um cântico de louvor, claro, suave e melodioso; todas as vozes apreendem a harmonia até que reboa pelas abóbadas do céu a antífona: “Salvação ao nosso Deus que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” E todos os habitantes do Céu assim respondem: “Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre.” Apocalipse 7:10, 12” (WHITE, 2013b, p. 565-567).

                            “Os mais exaltados daquela hoste de resgatados que estão em pé diante do trono de Deus e do Cordeiro, vestidos de branco, conhecem a luta necessária para vencer, pois vieram de grande tribulação” (WHITE, 2008c, p. 65, 66).

                            Nenhum salvo teve/tem/terá vida fácil? Todos emergirão de conflitos ainda que internos, mentais? (Cf. At 14.22, 2ª Tm 1.8, 2.3,4 e 3.12)

                            “Um grupo celestial. – A pergunta feita por um dos anciãos a João: “Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?”, considerada em relação com a resposta de João: “Meu senhor, tu o sabes”, dão a entender que João não sabia, e pareceriam ilógicas se se referisse a toda a grande multidão que estava diante dele. Porque João sabia quem eram e de onde tinham vindo, porque acabava de dizer que eram pessoas – remidas sem dúvida – de todas as nações, tribos, povos e línguas. E João podia responder: Estes são os remidos de todas as nações da Terra. Nenhum grupo se apresenta ao qual mais naturalmente se fizesse alusão do que ao grupo de que se fala na primeira parte do capítulo: os 144.000.

                            “João vira de fato este grupo no seu estado mortal, quando receberam o selo do Deus vivo no meio das perturbadas cenas dos últimos dias; mas ao encontrarem-se aqui entre a multidão dos remidos, a transição é tão grande, e a condição em que agora aparecem é tão diferente, que não os reconhece como o grupo especial que viu selado na Terra. E a este grupo parecem especialmente aplicáveis as especificações que se seguem:

                            “Vieram da grande tribulação. – Embora seja verdade até certo ponto, para todos os cristãos, que “através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14:22), isso se aplica de um modo muito especial aos 144.000. Eles passam pelo tempo de angústia qual nunca houve desde que houve nação (Dan. 12:1). Experimentam a angústia mental do tempo da angústia de Jacó (Jer. 30:4-7). Hão de subsistir sem mediador através das terríveis cenas das sete últimas pragas, que são manifestações da ira de Deus na Terra, como veremos em Apocalipse 15 e 16. Passam através do mais duro tempo de angústia que o mundo jamais conheceu, mas triunfam e são libertados.

                            “Vestes brancas. – Eles lavam as suas vestes e as branqueiam no sangue do Cordeiro. A última geração recebem [sic] conselhos muito enfáticos sobre a necessidade de adquirir a veste branca (Apoc. 3:5, 18). Os 144.000 recusam violar os mandamentos de Deus (Apoc. 14:1, 12). Ver-se-á que puseram sua esperança de vida eterna nos méritos do sangue derramado de seu divino Redentor, e fizeram dEle sua fonte de justiça. Há ênfase especial ao dizer-se deles que lavaram suas roupas e as alvejaram no sangue do Cordeiro.

                            “As primícias. – O versículo 15 descreve o posto de honra que eles ocupam no reino e sua proximidade de Deus. Noutro lugar são chamados “primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apoc. 14:4).

                            “Nunca mais terão fome. – O versículo 16 diz: “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede.” Isto mostra que já tiveram fome e sede. A que se pode referir isto? Como sem dúvida se refere a alguma experiência especial, não poderá referir-se às suas provações no tempo de angústia, mais especialmente durante as sete últimas pragas? Nesse tempo os justos ficarão reduzidos a pão e água, mas estas coisas lhes “serão certas” (Isaías 33:16), e terão o suficiente para o sustento. Todavia não poderá suceder que quando os pastos se secarem com todos os frutos e vegetação (Joel 1:18-20), e os rios e fontes se converterem em sangue (Apocalipse 16:4-9), reduzindo a sua relação com a Terra e as coisas terrenas ao mais baixo limite, os santos que passarem por esse tempo serão levados transitoriamente aos extremos graus de fome e sede? Mas uma vez ganho o reino, “nunca mais terão fome, nunca mais terão sede.”

                            “O profeta continua, em referência a este grupo: “Nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.” Os 144.000 vivem no tempo em que é dado poder ao Sol “para abrasar os homens com fogo” (Apoc. 16:8, 9). Embora sejam protegidos do mortal efeito produzido sobre os ímpios que os rodeiam, não podemos supor que a sua sensibilidade esteja tão embotada que esse terrível calor não lhes cause qualquer sensação desagradável. Não, e quando entrarem nos campos da Canaã celeste estarão preparados para apreciar a promessa divina de que nem sol nem calma alguma os prejudicará.

                            “O Cordeiro os apascentará. – Outro testemunho acerca do mesmo grupo, e que se aplica ao mesmo tempo, diz: “São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá.” Apocalipse 14:4. Ambas as expressões apresentam o estado de íntima e divina comunhão em que o bendito Redentor em relação a Si próprio os admite.

                            “O salmista parece aludir à mesma promessa, nesta bela passagem: “Eles se banqueteiam na fartura da tua casa; tu lhes dás de beber do teu rio de delícias.” (Sal. 36:8, NVI). A fraseologia desta promessa feita aos 144.000 encontra-se também parcialmente na seguinte profecia saída da pena de Isaías: “Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do Seu povo de toda a Terra; porque o Senhor o disse.” Isaías 25:8 (SMITH, 1979, p. 114-115).

                            Areceli S. Mello (1959, p. 185, 186) também crê que o ancião não se referiu à grande multidão, mas apenas aos 144.000 contidos nela, e que a resposta que ele mesmo deu à sua própria indagação, toda ela, descreve somente os 144.000, e não aos salvos de toda a história da humanidade:

                            “Foi uma pergunta feita ao profeta: “Êstes que estão vestidos de vestidos brancos, quem são, e donde vieram?” Mas João não pôde responder à pergunta. E por que não? Porque não se tratava daqueles que haviam ressuscitados e que compunham a multidão incontável, mas duma outra multidão que, embora estivesse também diante do trono, êle havia apenas ouvido e descrito o seu número que era de 144.000.

                            “Esta multidão dos assinalados e selados, o profeta ainda não havia contemplado. Êle somente diz que ouvira o seu número, não tendo visto. Eis a razão porque não pudera responder à pergunta do ancião. Se a pergunta se referisse à multidão dos ressuscitados, êle imediatamente saberia responder, pois isto lhe fôra comunicado antes. Mas o mesmo ancião respondeu à pergunta, e a fêz de tal modo que não deixou dúvidas de que sua pergunta havia aludido de fato aos 144.000 distintos ali também presentes e em um grupo em separado. Em primeiro lugar, diz o ancião, êstes vieram de grande tribulação. “Êstes…”, quer dizer todos os que o ancião incluira na sua pergunta ao profeta. Todos juntos numa “grande tribulação”, o que só é possível quanto aos 144.000 que em breve terão de enfrentá-la. Trata-se do mesmo “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo”, referido por Daniel na sua profecia do capítulo doze versículo primeiro, que é o mesmo tempo das sete últimas pragas.

                            “A razão da vitória dos 144.000 jaz no fato de que “lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro”. Êles lavaram. Na verdade tudo é feito pelo poder de Deus; mas a aceitação tem que vir espontânea da parte do pecador. E’ por isso que diz que êles lavaram as suas vestes em Seu sangue. Aceitaram o Seu sacrifício expiatório por seus pecados. E nisto obtiveram a eterna vitória.

                            “Aos 144.000 serão conferidos privilégios especiais. Além dos já considerados e de outros contidos em capítulos subsequentes, os versículos quinze a dezessete falam ainda de outros importantes. Êles estarão “diante do trono de Deus, e O” servirão “de dia e de noite no Seu templo; e Aquêle que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra”. Êste sublime privilégio de estar junto de Deus e O servirem dia e noite, e outros mais, levam-nos a crer que a morada dos 144.000 será sempre com Deus e com Jesus, na santa cidade, a Nova Jerusalém”.

                            O mesmo privilégio dos demais salvos, correto? Estar diante de Deus e o servir não será exclusividade dos 144.000. Ou será?

                            “O versículo quatro do capítulo quatorze parece fortalecer firmemente êste pensamento. “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sêde; nem sol nem calma [sic] alguma cairá sôbre êles”. Isto denota que por certo tempo e conjuntamente, sofrerão fome, sêde e serão fatigados pelo calor do sol.

                            “Nesta circunstância, como já apreciamos, vemos o tempo de angústia e das sete pragas por onde hão de passar antes de serem libertados e gozarem seus privilégios. E a resposta do santo ancião ao amado profeta, sôbre os 144.000, assim termina: “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos tôda a lágrima”. Esta gloriosa promessa, secundada pelas palavras do versículo quatro do capítulo quatorze, evidencia incontestàvelmente, [sic] que os 144.000 gozarão da eterna e estreita amizade de Jesus e de Sua constante companhia, tal como no caso do pastor em relação a seu rebanho. Há quase 3.000 anos referira-se Davi a esta amável e desvelada companhia do Bom Pastor, dizendo: “Êles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias”. [Sl 36.8] E para completar o eterno gôzo, suas lágrimas serão enxugadas, pelo que suas lutas, pezares [sic] e sofrimentos estarão enterrados para sempre no passado” (MELLO, 1959, p. 185, 186).

Referências:

BATTISTONE, Joseph J. Lições da Escola Sabatina, 2º Trimestre de 1989, nº 374, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

COFFMAN, Carl. Lições da Escola Sabatina, 3º Trimestre de 1989, nº 375, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

BELVEDERE, Daniel. Seminário: As Revelações do Apocalipse. Edição do Professor, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2ª ed., 1987.

 FEYERABEND, Henry. Apocalipse, Verso por Verso: Como entender os segredos do último livro da Bíblia. 1. ed. Tradução de Delmar F. Freire. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

GULLEY, Norman R. Lições da Escola Sabatina, 3º Trimestre de 1996, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

MELLO, Araceli S. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959.

OLIVEIRA, Arilton; BRANCO, Frederico; SOUZA; Jairo; QUEIROZ, Manassés; ANDRADE, Milton; IRAÍDES, Társis. Apocalipse. Escola Bíblica, Novo Tempo. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2015.

SMITH, Urias. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

STEFANOVIC, Ranko; NASCIMENTO, Cecília Eller. O Apocalipse de João: desvendando o último livro da Bí-blia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018.

THIELE, Edwin R.; BERG, Henrique. Apocalipse – esboços de estudos, 1960. Disponível em: <http://www.iasdsapiranga.com.br/assets/esbo%C3%A7os-do-apocalipse.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

WHITE, Ellen G. A Ciência do Bom Viver, 2013a. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/A Ciência do Bom Viver.pdf>. Acesso em: ago. 2019.

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______, Ellen G. Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 2008b. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos.pdf>. Acesso em: mai. 2019.

______, Ellen G. Testemunhos Seletos, v. 2, 2008c. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos%20Seletos%202.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. Vida e Ensinos, 2007. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Vida%20e%20Ensinos.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

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