novembro 21, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

O raciocínio circular evolucionista – ouroboros

Dezenas de baleias fossilizadas, na mesma posição de morte, no deserto mais alto do mundo, foram envenenadas por algas ao longo de milhares de anos. Nenhuma alga foi encontrada (confira). 

Raciocínio circular é como um ouroboros, ou uma cobra que come a própria cauda, na mitologia de antigas civilizações. Curiosamente, uma das coisas que o ouroborosrepresenta é a evolução da vida. Um raciocínio circular, de acordo com o método científico, se forma quando uma afirmação explica outra afirmação, que por sua vez é a explicação da primeira. Ficou perdido? não se preocupe, com um exemplo fica mais claro: imagine que alguém diga que “o mar é azul porque reflete o céu, e o céu é azul por causa do mar”. Isso se chama tautologia, do grego tautós (mesmo) e logos (assunto), e pode representar um tipo de falácia.[1]

Pois bem, na matéria abaixo, da BBC, podemos ver uma situação em que o raciocínio circular do evolucionismo acontece de maneira não tão sutil. Não estou dizendo aqui que os cientistas envolvidos foram tautológicos nem falaciosos. Fizeram um trabalho formidável, sem dúvida, mas, infelizmente, nossa sociedade está presa a algumas “verdades” que podem estar nos impedindo de enxergar o que parece óbvio (vou explorar isso em outro post).

Em síntese, as baleias fossilizadas foram encontradas em número surpreendente no Chile, mortas e soterradas aparentemente todas em conjunto.

Os cientistas foram pesquisar como isso poderia ter acontecido, afinal, não é todo dia que se acha um cemitério de mais de 40 cetáceos e dezenas de outros espécimes marinhos soterrados em um deserto na cordilheira dos Andes. Para um criacionista bíblico, pouca dúvida restaria sobre a causa desse sepultamento em massa. Mas boa parte dos cientistas infelizmente não considera seriamente o relato bíblico e, portanto, precisa encontrar uma explicação que se encaixe no paradigma atual.

Não estou defendendo que a ciência deva abrir espaço para misticismo e esoterismo – que não é o caso da Bíblia (não há espaço aqui para explicar por que, agora; prometo um postfuturo), mas a premissa de excluir ex-ante (de antemão) a possibilidade de o relato bíblico ser verdadeiro tem levado a mais complicações do que explicações.

As baleias “morreram envenenadas por algas, ao longo de milhares de anos”. No mesmo lugar. Soterradas, sucessivamente, na mesma posição corporal. Mais ou menos como aquele cidadão que tropeçou e caiu na faca do desafeto dele. Dezessete vezes.

E assim se forma o círculo: a evolução provê um cenário hipotético (imaginário) do passado, e as evidências atuais do nosso ambiente proveem explicação para esse passado. E isso seria altamente esperado, se as evidências contemporâneas não tivessem que ser paulatinamente “ajustadas” (hum… “marretadas”) para se encaixarem na cosmovisão evolucionista.

Diz um amigo meu que, nesse processo de marretar evidências para caberem nas teorias, você junta perna de aranha, asa de morcego, pó de giz, tomilho, kichute e, quando menos percebe, está explicando o processo de amamentação dos aracnídeos. Ele é da área de finanças, mas a metáfora é perfeita.

Mas já falei o suficiente. Abaixo está a reportagem, você poderá ler e tirar suas conclusões. Eu retornarei no fim para um fechamento.

O esplêndido cemitério chileno de baleias fossilizadas explicado

É uma das descobertas fósseis mais surpreendentes dos últimos anos – um cemitério de baleias encontradas ao lado da Rodovia Panamericana no Chile. E agora os cientistas acreditam que podem explicar como tantos animais foram preservados em um único local há mais de cinco milhões de anos [sic]. Foi o resultado de não um, mas quatro encalhamentos em massa separados, relatam em um jornal da Royal Society.

A evidência sugere fortemente que todas as baleias ingeriram algas tóxicas. Os mamíferos mortos e moribundos foram então levados para um estuário e para as areias planas onde foram enterrados ao longo do tempo.

Era bem sabido que esta área no Deserto de Atacama do Chile preservava fósseis de baleias. Seus ossos podiam ser vistos saindo das faces das rochas, e o local adquiriu o nome Cerro Ballena (“colina das baleias”) como resultado. Mas foi somente quando foi feito um corte para ampliar a Rodovia Pan-Americana que pesquisadores americanos e chilenos tiveram a oportunidade de estudar completamente os leitos fósseis.

Eles receberam apenas duas semanas para concluir seu trabalho de campo antes que a empreiteira voltasse para concluir a construção da nova estrada. A equipe [de cientistas] começou a gravar o máximo de detalhes possível, incluindo a criação de modelos digitais 3D do esqueleto in situ e a remoção de ossos para estudos adicionais no laboratório.

Identificados nos leitos havia mais de 40 rorquais  [N.T.: baleias da família Balaenopteridae] individuais – o tipo de cetáceo grande que inclui as modernas baleias azuis, finas e minke. Entre eles estavam outros importantes predadores marinhos e herbívoros.

“Encontramos criaturas extintas, como as baleias morsas – golfinhos que desenvolveram um rosto parecido com uma morsa. E havia essas bizarras preguiças aquáticas”, lembra Nicholas Pyenson, paleontólogo do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian.

“Para mim, é incrível que em 240 metros de estrada cortada nós conseguimos provar todas as superstars do mundo de mamíferos marinhos fósseis na América do Sul no final do Mioceno. Simplesmente uma acumulação incrivelmente densa de espécies”, disse ele à BBC News.

A equipe notou imediatamente que os esqueletos estavam quase completos e que suas poses de morte tinham claras semelhanças. Muitos vieram para descansar enfrentando na mesma direção e de cabeça para baixo, por exemplo. Tudo isso apontava para as criaturas sucumbindo à mesma catástrofe súbita; só que os diferentes níveis fósseis indicaram que não foi um evento, mas quatro episódios separados, distribuídos por um período de vários milhares de anos [sic] [N.T.: o Smithsonian se refere a 10 a 16 mil anos[3] (sic)].

A melhor explicação é que esses animais foram todos envenenados pelas toxinas que podem ser geradas em algumas flores de algas. Essas flores são uma das causas prevalentes de repetidos encalhes em massa observados nos animais marinhos de hoje. Se grandes quantidades de presas contaminadas são consumidas, ou as algas são simplesmente inaladas, a morte pode ser rápida.

“Todas as criaturas que encontramos – seja baleias, focas ou peixes – se alimentaram bem alto nas cadeias alimentares marinhas e isso as tornaria muito suscetíveis à proliferação de algas nocivas”, disse Pyenson.

Os pesquisadores acreditam que a configuração do litoral em Cerro Ballena, no final da Época Miocena [N.T.: aproximadamente 5,3 a 23 milhões de anos atrás, segundo a cronologia evolucionista], trabalhou para canalizar as carcaças em uma área restrita, onde foram erguidas em planícies de areia logo acima da maré alta, talvez por ondas de tempestade. Isso colocaria os corpos fora do alcance dos catadores marinhos [N.T.: animais necrófagos como os camarões, por exemplo]. E, sendo uma região desértica, também haveria pouquíssimas criaturas terrestres para roubar ossos.

Muitos dos fósseis no Cerro Ballena são perfeitos, senão por alguns cortes causados por caranguejos.

Os pesquisadores não estão em posição de dizer com certeza que as proliferações de algas prejudiciais foram responsáveis pelos encalhes em massaNão havia fragmentos distintos de células de algas nos sedimentos; tal presença poderia ter sido uma “arma fumegante”. O que a equipe encontrou, no entanto, foram vários grãos incrustados em óxidos de ferro que poderiam sugerir atividade de algas no passado.

“Há minúsculas esferas de cerca de 20 mícrons de diâmetro – exatamente o tamanho certo para serem cistos dinoflagelados”, disse Pyenson. “Eles são encontrados em esteiras de algas em todo o sítio. Não podemos dizer se essas foram as algas assassinas, mas elas não falsificam o argumento de que a proliferação de algas prejudiciais é a causa na forma como a sedimentologia falsifica o tsunami como uma causa potencial [sic].”

Cerro Ballena é agora considerado como um dos locais fósseis mais densos do mundo – certamente para baleias e outros mamíferos marinhos extintos. Os cientistas calculam que pode haver centenas de espécimes na área ainda esperando para serem descobertos e investigados. A Universidade do Chile em Santiago está atualmente trabalhando para estabelecer uma estação de pesquisa para realizar isso. Para coincidir com a publicação de um artigo acadêmico no Proceedings B da Royal Society [N.T.: seção especial da revista científica], o Smithsonian colocou grande parte de seus dados digitais, incluindo digitalizações em 3D e mapas, online em cerroballena.si.edu.

[Destaques acrescentados.]

Comentário final: Note que a teoria do “tsunami” foi descartada rapidamente pela análise dos sedimentos. Possivelmente porque, se aceito o tsunami, a queda dos dominós em sequência poderia bater sabe-se lá onde. E lembre-se: não é um tsunami. É o tsunami. Esse tsunami global muito provavelmente se comportaria de maneira bastante diferente dos regionais e poderia apresentar padrões complexos de sedimentação, o que inclusive já foi estudado e cujo material está disponível para consulta na Sociedade Criacionista Brasileira.

Tudo o que se tem são uma imensidão de fósseis marinhos soterrados nos andes (o maior sítio fóssil marinho do mundo) e microesferas de 20 mícrons, do tamanho de cistos de dinoflagelados. Mas não se afirmou serem mesmo de dinoflagelados. Por quê?

Embora o Dr. Pyenson tenha dito que essas esferas encontradas são “do tamanho exato” de cistos dinoflagelados, os cistos desse tipo podem ter de 15 a 100 mícrons,[2] deixando uma margem muito grande de erro. E se forem mesmo evidência do dito dinoflagelado, não há evidência maior de que tenham sido esses os reais causadores das mortes. Se fossem réus em um tribunal pela morte das baleias, teriam boas chances de serem inocentados.

De qualquer forma, o Museu Smithsonian afirma que “essa é a única explicação” para a morte das baleias.[3]

Que pena. Olha o raciocínio circular aí…

Ninguém deve acreditar na Bíblia ou em Deus por questões meramente científicas (embora estas sejam um dos caminhos que levam ao Criador, de acordo com Paulo). Não funciona assim, e é completamente inútil se você quer a salvação pelo Cristo da Bíblia.

Deus espera apenas que você escute a história dEle, e não a rejeite. É aqui que entra o papel deste post.

Você não precisa acreditar que está sendo menos racional ou menos honesto consigo mesmo se você duvidar da interpretação evolucionista, e acreditar no que está escrito lá naquele bom Livro. Afinal de contas, lá tem muita ciência. E temos muita evidência.

Fonte: Alexander Silva.

Referências:

1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tautologia
2. https://en.wikipedia.org/wiki/Dinocyst
3. https://www.si.edu/newsdesk/factsheets/cerro-ballena-fact-sheet

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