maio 9, 2024

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Apocalipse – Possibilidades (capítulo 8)

Apocalipse 8

ApTexto (ARA, 3ª ed)Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo
8.1Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.Na abertura do sétimo selo, o Cordeiro está cumprindo Sua promessa “virei outra vez”, pois no sexto selo Ele retornou à Terra com todos os anjos e Deus, o Pai. Outras promessas proféticas se cumprem também neste período de tempo: a separação do trigo e do joio — ressurreição dos justos e arrebatamento visível dos salvos; destruição dos perdidos que estiverem vivos; início da prisão milenar de Satanás e dos demais anjos maus; estabelecimento do reino de Jesus Cristo; o domínio é dado aos santos e Jesus é adorado por ter completado Sua parte na estupenda obra de redenção da humanidade! Enquanto isso, o Céu fica silente e vazio por cerca de uma semana.

Edwin Thiele (1960, p. 192-196) citando dois outros autores em seu comentário, afirma: “O silêncio no céu seria inexplicável enquanto nEle houvesse quaisquer seres. Quando Jesus voltar, porém, o céu estará vazio de anjos e isto sem dúvida é relatado como o silêncio no céu. É, portanto, na segunda vinda de Jesus que o sétimo selo é aberto. Os acontecimentos do sétimo selo não são relatados em Apocalipse mas são acontecimentos relatados em outros lugares em conexão com a segunda vinda de Cristo.

(1) Ajuntamento de todos para o seu julgamento fina. Apoc. 22:12; Mat. 25:31-46; 24:31.

(2) A trasladação dos justos vivos. I Tess. 4:17

(3) Destruição dos ímpios vivos. II Tess. 2:8; 8; Isa. 11:4; Luc. 19:27.

(4) Início do termo – prisão de Satanás. Apoc. 20:2, 3.

(5) Ressurreição dos justos mortos. I Tess. 4:16.

(6) Estabelecimento do reino de Cristo. Dan. 2:44; Eze. 21:27.

(7) O domínio é dado aos santos. Dan. 7:27.

(8) Cristo é adorado por ter completado Sua obra de redenção Apoc. 5:12.

“A abertura do sétimo selo envolve acontecimentos da maior significação. Não é nada menos que a abertura final do grande livro do destino do mundo. Aqui finalmente entra em execução o grande plano de Deus para esta terra; aqui os santos entram na posse de suas recompensas e é fixada a sentença final de Satanás com todas as suas hostes do mal. Aqui atinge o seu clímax a obra dos mensageiros de Deus, o cavalo branco da vitória atingiu o tento [teto?] da glória, e o cavalo pálido da morte acabou sua terrível obra de condenação. É Jesus, o Cordeiro de Deus e o Leão da tribo de Judá, que sozinho tem o direito de quebrar os selos que fecham este livro do destino, abri-lo e executar suas decretações de vida ou morte. Quando Jesus abrir aquele livro, então o reino será dado a Quem pertence de direito, e aos santos que se assentarão e reinarão com Ele. Ter-se-á então atingido a hora em que os ímpios serão para sempre excluídos de qualquer direito na terra, enquanto que os justos são para toda a eternidade integrados na posse de seu titulo [sic] de direito à herança dos filhos de Deus.

“Embora o sétimo selo, cubra assim um curto período de tempo, ele abarca uma série de acontecimentos nesta terra maiores [sic] significativos que qualquer outro um período de tempo igual – a ressurreição dos justos e a morte dos ímpios pela glória consumidora da vinda de Cristo. Terá então início a sentença a longa prisão de Satanás de mil anos (A.J. Lockert, R&H, 12-4-1945).

“Sete selos‟ estão sobre este livro e é um indício de quão completos foram aqueles laços de perdição que durante todo esse tempo impediram à semente de Adão possuir a herança que Lhe é própria. Os bens originais perdeu-os o homem totalmente sem que houvesse um Remidor. […] “O pecado não pode viciar qualquer dos direitos de Deus. A posse de Satanás e uma mera usurpação, permitida por algum tempo, mas de maneira alguma em detrimento da propriedade do Todo-Poderoso. O direito real ainda continua na mão de Deus, até que o Remidor adequado venha redimi-lo, pagar o preço, e expulsar o estranho e sua semente. […]

“João sabia pelo Espírito que nele estava, o que, significava aquele livro. […] Aquele livro, fechado e relegado, é a desgraça e o luto da igreja. Quer dizer una herança não redimida – os filhos ainda desapossados de sua possessão adquirida. O livro aberto, entretanto é o gozo e a glória da Igreja. É a garantia de sua reintegração naquilo que Adão perdeu – a recuperarão de tudo aquilo de que esteve há tanto tempo cruelmente privada por causa do pecado. […] “Jesus é o Leão, o renovo de Judá […] Ele pagou o preço da redenção da herança perdida. É o verdadeiro Remidor que, tendo há muito triunfado, e sido aceito, provar-se-á também pronto e digno para completar Sua obra, em resgatar aqueles títulos a longo prazo da propriedade perdida. […]

“Abertura dos selos, é um ato de poder — uma bravura militar — uma sortida poderosa para apossar-se de um reino. E ao se quebrar um a um, irrompe Aquele que ataca com ferocidade os inimigos e os usurpadores que ocupam a terra — J.A. Seiss, The Apocalypse, v.I, 272-291.)”.

“O sétimo selo só será rompido depois que Cristo vier e os ímpios forem mortos pela glória de Seu aparecimento. Então haverá silêncio no Céu durante cerca de ‘meia hora’ (Apoc. 8:1)” (BATTISTONE, 1989, p.72).

Exatamente. A volta de Jesus se dá no 6° selo! No sétimo, ocorre “silêncio”, algo que não combina com o estrondo ingente e retumbante do retorno do Rei!

“1 dia profético = 1 ano literal = 360 dias literais → ½ hora profética =7 dias literais. […] Esse silêncio se produzirá por ocasião da segunda vinda de Cristo, quando os anjos virão com Jesus (São Mateus 25:31). Alguns têm aplicado a essa meia hora o princípio profético de dia-ano e dizem que poderá representar uma semana literal. […] O sexto selo do Apocalipse nos ajuda a descobrir quando começaria o tempo do fim e conclui com a descrição da segunda vinda de Jesus” (BELVEDERE, 1987, p. 56, 58).

“Logo nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois aparecera uma nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. […] Todos os rostos empalideceram; e o daqueles a quem Deus havia rejeitado se tornaram negros. Todos nós exclamamos então: “Quem poderá estar em pé? Estão as minhas vestes sem mancha?”

“Então os anjos cessaram de cantar, e houve algum tempo de terrível silêncio, quando Jesus falou: “Aqueles que têm mãos limpas e coração puro serão capazes de estar em pé; Minha graça vos basta.” Com isto nos iluminou o rosto e encheu de alegria o coração. E os anjos tocaram mais fortemente e tornaram a cantar, enquanto a nuvem mais se aproximava da Terra. Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo.

“Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: “Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!” Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade. Os 144.000 clamaram “Aleluia!”, quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares.

“Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça” (WHITE, 2007b, p. 39, 40).

“Que acontecimento tomará lugar para que cessem os coros e as orquestras celestiais? Segundo o Senhor Jesus pessoalmente se referira, Deus o Pai e todos os santos anjos, O acompanharão em Sua segunda vinda ao mundo (Mt 25.31). Assim sendo é claro que o céu, isto é, a Santa cidade estará em silêncio enquanto o séquito da divindade não regressar com os escolhidos do Salvador. Haverá silêncio no céu até que todos a êle regressem outra vez.

“A meia hora de silêncio no céu não será literal mas profética, pois é assim que entendemos a medida de tempo nas revelações concernentes às profecias. Para sabermos o tempo exato de quase meia hora profética, temos que dividir um dia profético por vinte e quatro horas. Um dia profético equivale a um ano, ou, melhor dito — vinte e quatro horas proféticas, E, mais ainda, o ano profético compreende 360 dias literais (Ap 13.5). Agora, para termos o tempo exato de “quase meia hora” profética, teremos que, em primeiro lugar, dividir 360 dias por 24 horas. E o resultado da operação será 15 dias. Quer dizer que uma hora profética equivale a 15 dias literais e meia hora a 7 dias e meio. O tempo, pois, que Cristo dispenderá para vir à terra e voltar ao céu, não será de meia hora ou sete dias e meio, mas “quase meia hora”, isto é, exatamente sete dias.

“Eis o tempo que o Salvador gastará para vir à terra com Seu séquito buscar Seus remidos e regressar ao céu ou à Santa Cidade. Ao regressar a corte celestial com os escolhidos do Senhor, encher-se-á novamente o céu com tributação de louvores ainda maiores. Multidões de salvos de todos os séculos prorromperão num cântico de vitória triunfante, seguidos pelos [sic] miríades de miríades de santos anjos” (MELLO, 1959, p. 187, 188).

“Quando lemos Apocalipse 8:1, vemos a abertura do sétimo e último selo, que é a própria Volta de Cristo com todos os anjos (Mateus 25:31). Nesta ocasião o Céu estará em silêncio, vazio, por cerca de meia hora profética, ou seja, uma semana literal” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 22).

Mas, Battistone (1989, p. 72 e 116) apresenta, além desta crença acima, uma outra: “Quando vem para destruir Seus inimigos terrestres, Jesus ‘não guarda silêncio; perante Ele arde um fogo devorador, ao redor esbraveja grande tormenta’ (Sal. 50.3). […] O silêncio não virá até que sejam mortos os ímpios, ressuscitados os justos falecidos, e os justos vivos sejam arrebatados juntamente com eles. O silêncio é a grande bonança depois da tempestade. É um símbolo da grande alegria do Senhor, das hostes celestiais e de Seu povo redimido, ao viajarem para o Céu. […] Alguns afirmam que esse silêncio no Céu, que vem depois dos terríveis acontecimentos que ocorrem na Terra imediatamente antes do Segundo Advento (Apoc. 6:14-16) é causado pela partida das hostes angélicas das cortes celestiais para acompanhar Cristo à Terra (ver S. Mat. 25:31).”

“Deus não guardará silêncio até que os ímpios recebam a punição e Seu povo esteja eternamente redimido. O silêncio em Apocalipse 8:1, que ocorrerá imediatamente após o aparecimento de Cristo (Apoc. 6:12-17), representa o descanso, a paz e o regozijo entre a hoste celestial e os salvos depois que o veredicto do tribunal celestial começar a ser posto em execução. Quando for rompido o sétimo selo [Volta de Cristo], [sic] tornar-se-á conhecido o conteúdo do livro do destino (Apoc. 5:5 e 9). O povo de Deus será reunido pelos anjos e levado para o Céu. (Ver S. Mat. 25:31; S. João 14:1-3.)”.

Já Urias Smith (1979, p. 117) crê que o Senhor Jesus retorna somente aqui no sétimo selo, embora reconheça que haverá uma semana literal na época do cumprimento deste selo. Ele coloca assim: “O primeiro versículo deste capítulo refere-se a acontecimentos dos capítulos precedentes e, portanto, não devia ser separado deles pela divisão do capítulo. Aqui é reatada e concluída a série dos sete selos. O capítulo sexto terminou com os acontecimentos do sexto selo, e o oitavo começa com a abertura do sétimo selo. Daí que o capítulo sete está como que entre parênteses entre o sexto e o sétimo selos, e é lógico que a obra de selamento de Apocalipse 7 pertence ao sexto selo.

Silêncio no Céu. – O sexto selo não nos leva até o segundo advento de Cristo, embora abranja acontecimentos intimamente relacionados com ele. Introduz as terríveis comoções dos elementos, nas quais os céus se retiram como um livro que se enrola, a agitação da superfície da Terra e a confissão por parte dos ímpios de que vindo é o grande dia da ira de Deus. Estão, sem dúvida, em expectativa de ver o Rei aparecer em glória. Mas o selo não alcança esse acontecimento. O aparecimento pessoal de Cristo deve, portanto, ocorrer durante o selo seguinte”.

Mas os versos 16 e 17 de Apocalipse 6, no contexto do sexto selo, claramente falam sobre o, então, visível trono e Os que o ocupam nas nuvens, avistados pelos ímpios! Por que colocar o retorno de Jesus para o sétimo selo, então? O sétimo selo é como o começo do funcionamento de uma câmera de vídeo no Céu, enquanto o sexto é o período que antecede a ligação dela, ou seja, Jesus ainda estava no Céu, mas também o período em que Jesus é flagrado esvaziando o Céu ao retornar para a Terra! É como se, paralelamente ao período do sexto selo, ocorressem as três últimas igrejas, o 7° selo, o relato de Apocalipse 8.5 (fim do ministério sumo sacerdotal de Cristo) e as 7 pragas. Já as seis primeiras trombetas ocorrem paralelamente às 7 igrejas e aos cinco primeiros selos.

“Quando o Senhor aparecer virá com todos os santos anjos (Mat. 25:31). E quando todos os harpistas celestes deixarem as cortes do Céu para virem com o seu divino Senhor, quando Ele descer para buscar o fruto da Sua obra redentora, não haverá silêncio no Céu? Este período de silêncio, se considerado como tempo profético será de cerca de sete dias” (SMITH, 1979, p. 117).

8.2Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.Eu, João, vi sete anjos lá no lugar santíssimo do Santuário celestial, diante da arca/do trono de Deus, prestes a obedecer; cada um recebeu uma trombeta para tocar, uma profecia sobre violências, destruições para anunciar.

“A visão das sete trombetas mostra que Deus já interveio, ao longo da história, em favor de Seu povo oprimido e julgou os que os prejudicaram. O propósito das sete trombetas é assegurar ao povo de Deus que o Céu não é indiferente a seu sofrimento” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 54).

“Eis a terceira cadeia profética do Apocalipse ligada ao número sete. Profèticamente falando, trombeta é símbolo de guerra ou de graves acontecimentos políticos entre as nações (Ez 7.14). Quando o ocorreriam os toques destas trombetas é de suma importância sabermos antes de irmos adiante. Em primeiro lugar tenhamos em mente que, tôdas as profecias do Apocalipse, dizem respeito a sucessos relacionados com a era cristã, quer no que respeita a opressões políticas quer religiosas, e que, note-se bem, tôdas as correntes de profecias sob o número sete, enchem inteiramente esta era. Assim as sete trombetas far-se-iam soar, infalivelmente, na era cristã, enchendo-a de acontecimentos sangrentos tremendos.

“Todavia, como as sete igrejas revelam a condição interna e os sete selos a condição externa da igreja cristã, as sete trombetas demonstram evidentes guerras ou juízos que desabariam sôbre os seus opressores, a começar com os primeiros que foram os romanos, ou, mais evidentemente, Roma-Pagã Ocidental e Roma-Cristã Oriental” (MELLO, 1959, p. 188).

“A linguagem e as imagens das sete trombetas são complexas. Sua aplicação a eventos históricos específicos tem resultado em vários pontos de vista. As sete trombetas recapitulam a história desde uma perspectiva particular e, de certa forma, os eventos que ocorrem no toque das trombetas estão em paralelo com outros eventos mencionados em outros ciclos de sete no Apocalipse, como as sete igrejas e os sete selos e outros.

“Há, por exemplo, uma grande semelhança entre as sete trombetas e as sete pragas. A diferença entre elas, contudo, levam-nos a concluir que as sete trombetas são “juízos de advertência”. Aqueles que aprenderem as lições ensinadas pelas trombetas não terão de sofrer as catastróficas consequências das sete últimas pragas […]. Podemos ainda estabelecer uma série de comparações entre as trombetas e os selos do capítulo 6. Tanto as trombetas como os selos estão arranjados em grupos de quatro e três. Os quatro primeiros selos formam um grupo — os quatro cavaleiros do Apocalipse (Apocalipse 6: 1-8). As últimas três trombetas também formam um grupo, os três medonhos ais (Apocalipse 9:12; 11:14).

“Além disso, após a abertura do sexto selo, quatro anjos seguram os ventos até que o selamento dos 144 mil se complete (Apocalipse 7:2-3), por outro lado, quatro anjos são vistos atados junto ao rio Eufrates sob a sexta trombeta (Apocalipse 9:14-15).

“Temos aqui mais uma cena no Santuário Celestial. Sete anjos estão diante do trono e recebem sete trombetas. Ao ser tocada, cada uma das trombetas apresenta um juízo divino. Estes não são os juízos finais, como na queda das sete pragas, mas juízos de admoestações preliminares. O fato dos anjos com as trombetas saírem do altar de incenso, sugere que o tempo de graça para o mundo ainda não terminou durante o toque das seis primeiras trombetas. O toque da sétima trombeta ocorre já no momento da Volta de Jesus (Apocalipse 11:15-18), assim como a abertura do sétimo selo (Apocalipse 8:1)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 26, 27).

Mas o versículo em análise não informa que os anjos estavam diante do altar de incenso, mas “diante de Deus” ou da arca/trono de Deus.

“O toque da trombeta nos dias do Antigo Testamento servia para convocações religiosas, guerras e anúncios (Números 10:2-12; Jeremias 4:19-20). No Novo Testamento, o toque da trombeta está associado à Volta de Jesus (1 Coríntios 15:51-52; 1 Tessalonicenses 4:16). As sete trombetas não são juízos finais de Deus sobre pecadores impenitentes, mas ocorrem dentro do fluxo da história. Portanto, devemos distinguir claramente entre o propósito das trombetas e das sete pragas (Apocalipse 16) que só ocorrerão depois de terminada a graça para a humanidade (Apocalipse 22: 11)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 26, 27).

Boa parte dos autores consultados entendem o capítulo 8 de Apocalipse como Rosse e Barbosa (2012, p. 24): “Após termos estudado os três blocos apocalípticos de sete temas relacionados com a história da salvação (as cartas, os selos e as pragas), chegou a hora de consideramos [sic] o último bloco, agora relacionado com a história do mundo – as sete trombetas. Elas são uma referência histórica dos juízos de Deus sobre os opositores do Seu povo”. No entanto, Samuel Ramos (2006, p. 12) oferece o seguinte: “Com a intenção de ajudar aos que se interessam no estudo das Sete Trombetas apresentamos aqui uma interpretação que, embora seja diferente da histórica, é plenamente bíblica e coerente. Como igreja [Adventista do Sétimo Dia] admitimos que não temos toda luz e que a revelação divina é progressiva; portanto, é de grande proveito para os estudiosos das profecias bíblicas analisarem as Sete Trombetas como eventos que ocorrerão após o fechamento da porta da graça”.

Essa ideia difere diametralmente da maioria dos estudiosos do Apocalipse. “Este versículo [Ap 8.2] inicia uma nova e distinta série de acontecimentos. Nos selos temos a história da igreja durante a chamada era cristã. Nas sete trombetas, iniciadas agora, temos os principais acontecimentos políticos e guerreiros que deviam ocorrer durante o mesmo tempo” (SMITH, 1979, p. 117, 118).

8.3Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono;Então, veio o arcanjo Miguel – o próprio Deus no formato de anjo –, e ficou de prontidão com um incensário de ouro, perto do altar de incenso do lugar santo do Santuário, também diante do trono. Ele recebeu muito incenso para queimar e gerar fumaça perfumada para o trono, isso simbolizando a enorme quantidade de orações de todos os legítimos filhos de Deus aqui da Terra, que Ele mesmo ouvia e por eles intercedia perante a face do Pai;
8.4e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.e pela intercessão de Jesus – contínua e eficiente – em Sua função de Sumo sacerdote da humanidade, as orações dos filhos chegavam a Deus, o Pai.

“Antes dos sete anjos sairem [sic] de diante de Deus para cumprirem a sua missão, uma nova cena é apresentada na visão. Um novo anjo surge, não com trombeta, mas com um incensário de ouro, pondo-se “junto do altar”. No céu há um único altar, aliás, o do incenso, que se encontra no primeiro compartimento ou lugar santo do santuário.

“Mas, quem é o anjo que se apresentou junto do altar para ministrar o incenso? Um anjo comum não pode exercer funções de sacerdote, pelo fato de um sacerdote ser um mediador entre o pecador e Deus, e os anjos jamais foram designados como tais. O Mediador entre o pecador e Deus é um só — Jesus Cristo (1ª Tm 2.5,6). Daí o anjo ministrante da visão ser o próprio Senhor Jesus, não só porque já O vimos noutra visão ministrando no santuário, mas porque a revelação O apresenta também como um anjo, o “anjo do concerto” (Ml 3.1).

“No ritual do santuário de Israel, figura do celestial, a queima do incenso, no altar do mesmo nome, no lugar santo, pela manhã e à tarde, simbolizava os méritos da intercessão de Cristo, como Mediador, em favor do pecador penitente ou de Seu povo. O nosso texto declara que ao anjo, ou a Cristo como Sumo-sacerdote, foi dado “muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sôbre o altar de ouro”.

“Ora, como as sete trombetas se estendem por tôda a era cristã e os acontecimentos resultantes de seus toques iriam pôr em perigo a igreja ou “todos os santos”, e êles por isso mesmo necessitariam orar muito, demonstrou-lhes o Salvador, o anjo ministrante, que não lhes faltariam os Seus méritos em todo o tempo dos sonidos das sete trombetas. Procurou dêste modo, o Senhor, dar-lhes a certeza de Sua simpatia nos sofrimentos que iam padecer ao tocarem os anjos as suas trombetas. Estimulou-os a orarem abundantemente e confiarem com segurança no incenso dos Seus méritos infalíveis em prôl da oração sincera e confiante dos Seus amados suplicantes. Êle lhes assegurou, na visão, que Sua mediação pô-los-ia em salvaguarda e que em Seus méritos podiam descansar seguramente pela fé, a verdadeira fé” (MELLO, 1959, p. 189).

“Apocalipse 8 começa com uma imagem de sete anjos diante de Deus, prontos para tocar suas trombetas. Antes do toque das trombetas, outra cena é inserida. O propósito dela é explicar o significado teológico das trombetas.

“Leia Apocalipse 8:3, 4, juntamente com a descrição dos serviços diários no templo em Jerusalém. Um comentário judaico sobre a Bíblia explica que, no sacrifício da tarde, o cordeiro era colocado sobre o altar do holocausto e o sangue era derramado na base do altar. Um sacerdote escolhido levava o incensário de ouro para dentro do templo e oferecia incenso no altar de ouro, no lugar santo. Quando o sacerdote saía, ele jogava o incensário no chão, produzindo um barulho forte. Nesse momento, sete sacerdotes tocavam suas trombetas, marcando o fim dos serviços do templo naquele dia.

“Pode-se ver como a linguagem do serviço da tarde realizado no santuário é usada em Apocalipse 8:3 a 5. É significativo o fato de o anjo receber incenso no “altar de ouro que se acha diante do trono” (Ap 8:3). O incenso representa as orações do povo de Deus (Ap 5:8). As orações deles estão agora sendo respondidas por Ele” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 55).

“Na oferta do incenso o sacerdote era levado mais diretamente à presença de Deus do que em qualquer outro ato do ministério diário. Como o véu interno do santuário não se estendia até ao alto do edifício, a glória de Deus, manifestada por cima do propiciatório, era parcialmente visível no primeiro compartimento. Quando o sacerdote oferecia incenso perante o Senhor, olhava em direção à arca; e, subindo a nuvem de incenso, a glória divina descia sobre o propiciatório e enchia o lugar santíssimo, e muitas vezes ambos os compartimentos, de tal maneira que o sacerdote era obrigado a afastar-se para a porta do santuário. Como naquele cerimonial típico o sacerdote olhava pela fé ao propiciatório que não podia ver, assim o povo de Deus deve hoje dirigir suas orações a Cristo, seu grande Sumo Sacerdote que, invisível aos olhares humanos, pleiteia em seu favor no santuário celestial.

“O incenso que subia com as orações de Israel, representa os méritos e intercessão de Cristo. Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo, e que unicamente pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação contínua. Pelo sangue e pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus—símbolos aqueles que apontam para o grande Mediador, por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de Jeová, e por meio de quem unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente” (WHITE, 2007a, p. 310).

“Entre os anjos estava um incensário de ouro. Sobre a arca, onde estavam os anjos, havia o brilho de excelente glória, como se fora a glória do trono da habitação de Deus. Jesus estava junto à arca, e ao subirem a Ele as orações dos santos, a fumaça do incenso subia, e Ele oferecia suas orações ao Pai com o fumo do incenso” (WHITE, 2007b, p. 54).

O incenso: Se pudéssemos ser transportados de volta para o santuário mosaico, veríamos ali o sacrifício contínuo (diário) dos sacerdotes. Todos os dias, um deles tirava fogo do altar e, enchendo o incensário, queimava o incenso. Enquanto a fragrância permeava o

acampamento, ela servia como um chamado à oração. Em um dia do ano, o Dia da Expiação, o trabalho era desempenhado apenas pelo sumo sacerdote. Enquanto ele oferecia o incenso sobre o altar, a congregação, em atitude solene, do lado de fora do santuário, dedicava-se à oração.

“Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote celestial, ainda faz intercessão por nós no santuário celestial. Que maravilha saber que Ele pode comover-Se com nossas enfermidades. Ele não é surdo nem indiferente. Nossas orações sobem até Ele como suave incenso, e Ele deleita-Se em tomar nossas inadequadas orações e petições e misturá-las com a Sua imaculada justiça para que sejam aceitáveis no trono de graça” (FEYERABEND, 2005, p. 73).

8.5E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.Mas, logo em seguida, Jesus colocou do fogo daquele altar de incenso em Seu incensário, e o jogou aqui na Terra. Era uma resposta às orações dos filhos – os juízos do Pai sobre os falsos filhos que estavam maltratando os verdadeiros, os quais clamavam ao Pai! Também era um prenúncio do futuro término do trabalho de Jesus como Sumo sacerdote, quando nosso planeta estaria sem O intercessor. Aqui na Terra eu, João, presenciei trovões, relâmpagos, vozes e terremo por causa desse acontecimento!

“Em Apocalipse 8:3 a 5, apresentam-se informações importantes sobre as trombetas no Apocalipse: 1. As sete trombetas são os juízos de Deus sobre a humanidade rebelde em resposta às orações de Seu povo oprimido. 2. As trombetas dão sequência à morte de Jesus como Cordeiro e continuam de maneira consecutiva ao longo da História até a segunda vinda de Cristo (veja Ap 11:15-18).

“O anjo enche o incensário com o fogo do altar e o atira à Terra. Significativamente, esse fogo vem do altar sobre o qual foram oferecidas as orações dos santos. O fato de que o fogo vem do próprio altar mostra que os juízos das sete trombetas caem sobre os habitantes da Terra em resposta às orações do povo de Deus, e que Deus intervirá em favor deles em Seu tempo designado. O lançamento do incensário também pode ser uma advertência de que a intercessão de Cristo não durará para sempre. Haverá o fechamento da porta da graça (veja Ap 22:11, 12)” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 55).

“A abrupta mudança do uso do incensário é significativa. Tinha sido usado pelo Mediador em Sua obra de ministrar em favor dos pecadores. Agora a obra cessa e o incensário é inundado de fogo e lançado sobre a terra. A misericórdia e intercessão dão lugar ao castigo e retribuição.

1. A obra do fogo

a) Purificar os justos: Isa. ,6:6,7; Mal. 3:3.

b) Consumir os ímpios: Deut. 4:24-26; Mat. 3:10.

D. Vozes, trovões, relâmpagos, e um terremoto: Apoc. 8:5; 11:19; 16:17,18” (THIELE, 1960, p.202).

“O mesmo fogo do altar, que produz a nuvem de incenso que sobe para Deus com as orações dos santos, é lançado na terra, produzindo efeitos tremendos. O mesmo fogo sagrado usado na mediação dos santos é arrojado sôbre as cabeças daqueles que desprezaram a intercessão do Salvador. A mesma graça que absolve o pecador, torna-se em condenação ao ímpio impedernido [sic] que dela não se aproveitou.

“O ato do lançamento do fogo do altar sôbre a terra declara que a obra da mediação do “anjo do concêrto” irá até ao fim ou até que o último anjo faça soar a sua trombeta, e indica também o término da mediação do Salvador. Então não mais será oferecido incenso pelas orações mesmo dos santos. Êles próprios terão que viver sem mediação até ao aparecimento do seu Senhor para arrebatá-los da terra. E, para os ímpios desprezadores do tão incomensurável amor de Deus a êles manifesto, estará a porta da misericordiosa graça fechada para sempre.

“Ao lançamento do fogo do altar, seguem-se “vozes e trovões, e relâmpagos e terremotos”, anunciando a recompensa do ímpio. As mesmas cenas são descritas noutras visões do Apocalipse, como evidências irrecusáveis da ira dum Deus amoroso tão audazmente ofendido e dum amante Salvador vilmente desprezado” (MELLO, 1959, p. 189, 190).

“Vi anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos estavam numerados e selados. Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário. Levantou as mãos e com grande voz disse: “Está feito.” E toda a hoste angélica tirou suas coroas quando Jesus fez a solene declaração: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” Apocalipse 22:11.

“Cada caso fora decidido para vida ou para morte. Enquanto Jesus estivera ministrando no santuário, o juízo estivera em andamento pelos justos mortos, e a seguir pelos justos vivos. Cristo recebera Seu reino, tendo feito expiação pelo Seu povo, e apagado os seus

pecados. Os súditos do reino estavam completos. As bodas do Cordeiro estavam consumadas. E o reino e a grandeza do reino sob todo o Céu foram dados a Jesus e aos herdeiros da salvação, e Jesus deveria reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

“Retirando-Se Jesus do lugar santíssimo, ouvi o tilintar das campainhas sobre as Suas vestes; e, ao sair Ele, uma nuvem de trevas cobriu os habitantes da Terra. Não havia então mediador entre o homem culpado e Deus, que fora ofendido. Enquanto Jesus permanecera entre Deus e o homem culposo, achava-se o povo sob repressão; quando, porém, Ele saiu de entre o homem e o Pai, essa restrição foi removida, e Satanás teve completo domínio sobre os que afinal se não arrependeram. Era impossível serem derramadas as pragas enquanto Jesus oficiava no santuário; mas, terminando ali a Sua obra, e encerrando-se a Sua intercessão, nada havia para deter a ira de Deus, e ela irrompeu com fúria sobre a cabeça desabrigada do pecador culpado, que desdenhou a salvação e odiou a correção.

“Naquele tempo terrível, depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos estavam a viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Cada caso estava decidido, cada jóia contada. Jesus demorou um momento no compartimento exterior do santuário celestial, e os pecados que tinham sido confessados enquanto Ele esteve no lugar santíssimo, foram colocados sobre Satanás, o originador do pecado, que deve sofrer o castigo deles” (WHITE, 2007b, p. 280, 281).

“Depois de ter apresentado os sete anjos no versículo 2, João chama por um momento nossa atenção para uma cena inteiramente diferente. O anjo que se aproxima do altar não é um dos anjos das sete trombetas. O altar é o de incenso que, no santuário terrestre, se encontrava no primeiro compartimento. Aqui, pois, está outra prova de que existe no Céu um santuário com os seus correspondentes objetos de culto. Era o original, de que o terrestre era uma figura; e as visões de João nos levam ao interior desse santuário celestial. Vemos realizar-se nele um ministério em favor de todos os santos.

“Sem dúvida é aqui apresentada toda a obra de mediação em favor do povo de Deus durante a era evangélica. Isto se deduz pelo fato que o anjo oferece o seu incenso com as orações de todos os santos. O ato de o anjo encher o incensário de fogo e o lançar sobre a Terra evidencia que esta visão nos leva até o fim do tempo, e por este ato indica que sua obra terminou. Já não serão oferecidas mais orações misturadas com incenso. Este ato simbólico só pode ter a sua aplicação na altura em que tiver cessado para sempre o ministério de Cristo no santuário em favor da humanidade. E o ato do anjo é seguido por vozes, trovões, relâmpagos e terremotos – exatamente os mesmos fatos descritos noutras passagens referentes ao tempo final de graça para a humanidade. (Ver Apoc. 11:19; 16:17, 18).

“Mas por que estes versículos são aqui inseridos? Constituem uma mensagem de esperança e conforto para a igreja. Foram apresentados os sete anjos com as suas trombetas bélicas. Ao soarem, terríveis cenas haviam de acontecer. Mas antes de começarem é indicada ao povo de Deus a obra de mediação realizada em seu favor no Céu, bem como a sua fonte de auxílio e de força durante esse tempo. Ainda que arremessados, em breve, nas tumultuosas ondas de lutas e guerras, devem saber que o seu grande Sumo Sacerdote ainda ministrava em favor deles no santuário celestial. Para ali podiam dirigir as suas orações, onde seriam oferecidas, como incenso, a seu Pai no Céu, podendo assim sentir-se fortalecidos e apoiados em todas as suas calamidades” (SMITH, 1979, p. 118, 119).

Samuel Ramos (2006, p.12), novamente, entende essa passagem de modo bem diferente. Ele coloca o verso 5 como se cumprindo antes dos demais versículos deste capítulo! Ou seja, segundo ele, primeiro Jesus conclui Seu trabalho como Sumo sacerdote e, em seguida, o cumprimento das 7 trombetas acontece. Ele cita Battistone (1989, p. 120, 121):

“Joseph Battistone, autor da Lição da Escola Sabatina do 2º trimestre de 1989 afirma: “O toque das trombetas não começa até que seja concluída a obra do Anjo, de oferecer incenso (Apoc. 8:6). A visão do Anjo que oferece incenso e então atira o incensário à Terra tem a finalidade de ser a introdução para a profecia das Trombetas. É como se fosse dito a João: Os sete trombeteiros estão prontos para tocar. Primeiro terá de cessar, porém, o oferecimento do incenso. Então as trombetas poderão soar. Nessa ocasião (após o fim da graça) Deus permitirá que ocorram os eventos descritos sob cada uma das trombetas. […] Quando Ele atirar o Seu incensário à terra, cessará o ministério intercessor de Cristo. Terminará o tempo da graça, e haverá trovões, vozes, relâmpagos e um grande terremoto”.

A associação do lançamento do incensário à Terra com o fechamento da porta da graça como ocorrendo antes do cumprimento das profecias das Sete Trombetas conflita com Ap 15.8, por exemplo. Por que o santuário se encheu de fumaça, se lá dentro não há mais intercessões feitas por Jesus e recebidas pelo Pai? A fumaça ou oração dos pecadores, incensada pelo sangue de Cristo, não deveria existir se a associação feita pelo Samuel Ramos estivesse correta.

“Atirar o incensário: fim do ministério intercessor de Cristo; fim do tempo da graça. . . . Apocalipse 8:3-5 trata da intercessão e juízo. No verso 5, o Anjo tira fogo do altar e o atira à Terra, assinalando o fim do ministério intercessor no Santuário Celestial e o lançamento dos juízos de Deus sobre o mundo. Os trovões, os relâmpagos e o terremoto dramatizam o fim do tempo da graça para os seres humanos”, Battistone (1989, p. 122, 123) citado por Ramos (2006, p. 13). “A maior obra destruidora de Satanás começa logo após Jesus ter lançado o incensário sobre a Terra” (RAMOS, 2006, p. 13).

O que tem a ver lançar o incensário com Jesus deixar o Santuário e não mais continuar Sua obra de expiação? Ou melhor: por que se crer que o verso 5 ocorre antes da realização do toque das 7 trombetas, pelo simples fato de ele vir antes dos versículos que descrevem o tocar das trombetas? A ordem dos textos não reflete a ordem da História, claramente. Basta perceber, por exemplo, que o sexto selo (capítulo 6) apresenta a volta de Jesus, enquanto todo o capítulo 7 apresenta o selamento que concede aos cristãos genuínos o ingresso para o Céu. Penso que esta associação esteja equivocada.

E como premissa falsa, conduz a uma conclusão igualmente falsa. Como pode-se crer que há séculos a humanidade está sem o ministério intercessor de Jesus e, portanto, no caos de Satanás? Então os antediluvianos viveram um caos pior do que o nosso, muito embora fossem melhores do que nós, no sentido de que, nos 120 anos de apelo divino via Noé, eles ainda tinham chances de salvação, enquanto os pós-incensário (cf. Ap 8.3-5), por vários séculos (mais do que 120 anos), já estão condenados à não conversão, pois o selamento já ocorreu e a porta da graça se fechou! Ou será que o incensário será lançado depois da própria volta de Jesus, a qual ocorrerá entre o 6° e 7° selos? Contradição.

“A palavra de Deus diz: “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Amós 3:7). É desejo de Deus que nós entendamos os acontecimentos que ocorrerão na Terra após o fechamento da porta da graça. Jesus declarou que “se possível (Satanás) enganaria até os escolhidos” (Mateus 24:24). Se fosse possível, isto quer dizer que não será possível Satanás enganar os escolhidos. Deus já revelou em detalhes a estratégia satânica, antes dela acontecer, para que quando acontecer, a nossa fé seja fortalecida e os nossos corações confortados.

“As trombetas anunciam alguns dos mais terríveis e dramáticos eventos com os quais Satanás atormentará os ímpios. […] Poderia Satanás tentar imitar as Sete Pragas de Deus? Seria isso uma novidade? No passado, no Egito, Satanás tentou imitar as dez pragas, e no futuro, logo após o fechamento da porta da graça, ele novamente tentará contrafazer as pragas.

“Mais de uma vez Ellen G. White repete a frase: “a história vai se repetir” indicando que deveríamos considerar as profecias do passado para entendermos as do futuro. “O notável paralelismo apresentado aqui torna evidente que deve haver alguma relação entre as trombetas e as pragas. De que ambas devem ser intimamente relacionadas nos é apresentado ainda pelo fato de que exatamente antes de soarem as trombetas, o incensário que fora usado no templo na oferta do incenso, foi enchido de fogo e lançado à Terra, enquanto Jesus, imediatamente antes das pragas, lançou abaixo o incensário e terminou Sua obra de intercessão pelo homem no Santuário Celestial (citação extraída do livro Primeiros Escritos, 279; e Ez. 10:2)” (RAMOS, 2006, p. 14, 15).

Não encontrei esta citação no livro Primeiros Escritos.

Ramos (2006, p. 15) cita outro autor em sua fundamentação teórica: “A natureza básica tanto das trombetas como das pragas deve ser a mesma; ambas são juízos e castigos sobre os ímpios, homens impenitentes; ambas compreendem uma terminação da obra de intercessão de Jesus seguida por um soltar das paixões malignas dos homens ao Satanás obter o controle. Mas, conquanto sejam semelhantes, não são iguais (Edwin R. Thiele, Apocalipse: Esboço de Estudos, vol. 2, 157, 158)”.

“Não é sem razão que Deus revela aos Seus servos as semelhanças entre os juízos provenientes das Sete Trombetas, e os juízos provenientes das Sete Pragas. A Bíblia fala de Juízos Diretos que são resultados diretos da ação divina, como as Dez Pragas do Egito, o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, as Sete Pragas e outros, e também fala de Juízos Indiretos resultantes da acão de Satanás, porém com a permissão divina. Como Juízos Indiretos podemos citar a contrafação das pragas do Egito, as tragédias e calamidades de todo tipo vindos da ação da natureza, mas cujo causador é Satanás e não Deus. Nesta categoria de Juízos Indiretos estão também os juízos anunciados nas Sete Trombetas. Há paralelismo inegável entre as Sete Trombetas e as Sete Pragas. Thiele e Battistone reconhecem esse paralelismo são semelhantes mas não iguais” (RAMOS, 2006, p. 15, 16).

8.6Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.Porém, antes que esse tempo venha, antes que Jesus atire Seu incensário sobre a Terra no sentido de encerrar Sua função como Sumo sacerdote e Intercessor, aqueles sete anjos que receberam as sete trombetas deveriam tocá-las.
8.7O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.O primeiro anjo tocou sua trombeta – assim como a sétima praga do Egito, uma parte do reino de Satanás foi atingida por decisão judicial divina, atendendo à demanda dos filhos sofredores que clamam ao Pai, tanto quanto como consequência de pecado obstinado: os judeus foram devastados pelos exércitos de Tito, no ano 70 d.C.

“Ao retratar as intervenções de Deus em favor de Seu povo, o Apocalipse usa a imagem das trombetas no Antigo Testamento. Elas eram uma parte importante do cotidiano de Israel (Nm 10:8-10; 2Cr 13:14, 15). Seu som lembrava as pessoas da adoração no templo; as trombetas também eram tocadas nas batalhas, na época da colheita e durante as festas.

“O toque das trombetas andava de mãos dadas com a oração. Durante a adoração no templo ou durante as festas, as trombetas “lembravam” o Senhor de Sua aliança com Seu povo. Elas também lembravam o povo de se preparar para o “Dia do Senhor” (Jl 2:1). Durante a batalha, o som da trombeta dava instruções e advertências essenciais e clamava a Deus para que salvasse Seu povo. Esse conceito é o pano de fundo das trombetas no Apocalipse.

“[…] Os eventos desencadeados pelas trombetas indicam a intervenção de Deus na história em resposta às orações de Seu povo. Enquanto os selos dizem respeito principalmente aos que professam ser povo de Deus, as trombetas anunciam juízos contra a humanidade (Ap 8:13). Elas são advertências aos habitantes da Terra, a fim de que eles sejam levados ao arrependimento antes que seja tarde, pois o dia do juízo final chegará.

“As sete trombetas percorrem o curso dos acontecimentos desde os dias de João até a conclusão da história da Terra (Ap 11:15-18). Elas são tocadas enquanto continua a intercessão no Céu (Ap 8:3-6), e o evangelho é pregado na Terra (Ap 10:8-11:14)” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 56).

Concordo com a afirmação dos autores acima no que diz respeito ao tempo em que são tocadas as trombetas, “enquanto continua a intercessão no Céu”. No entanto, a passagem bíblica anotada por eles, como que fundamentando essa afirmação, “Ap 8:3-6”, por si só é insuficiente e até pode conduzir o leitor ao pensamento de Ramos (2006), o qual crê que o tempo do toque das trombetas é posterior à intercessão de Jesus, ou seja, o cumprimento delas ocorre após o término do ministério Sumo sacerdotal de Cristo no Santuário celestial. A solução para esse problema, em meu ponto de vista, está aqui: Apocalipse – Possibilidades, comparação exaustiva de pontos e contrapontos interpretativos, nos contextos teológico e histórico.

“Os juízos provocados pelas trombetas são parciais. Eles afetam apenas um terço da criação. A sétima trombeta anuncia que chegou o momento de Deus assumir Seu legítimo governo.

“As sete trombetas se aplicam aproximadamente aos mesmos períodos compreendidos pelas sete igrejas e pelos sete selos: (a) As duas primeiras trombetas anunciam juízos sobre as nações que crucificaram a Cristo e perseguiram a igreja primitiva, a saber, a rebelde Jerusalém e o Império Romano” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 56).

“Saraiva, fogo e sangue:

7ª praga do Egito (Ex 9:23-25).

Juízo sobre Gogue, inimigo de Judá (Ez 38:22-23).

“E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o SENHOR deu trovões e SARAIVA, e FOGO corria pela terra; e o SENHOR fez chover SARAIVA sobre a terra do Egito” (Exo 9:23 ACF). “E havia SARAIVA, e FOGO misturado entre a SARAIVA, tão grave, qual nunca houve em toda a terra do Egito desde que veio a ser uma nação” (Exo 9:24 ACF). “E a SARAIVA feriu, em toda a TERRA do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a SARAIVA feriu toda a ERVA do campo, e quebrou todas as ÁRVORES do campo” (Exo 9:25 ACF). “Contenderei com ele (Gogue) por meio da peste e do SANGUE; chuva inundante, grandes pedras de SARAIVA, FOGO e enxofre farei cair sobre ele, sobre as suas tropas e sobre os muitos povos que estiverem com ele (Eze 38:22 ARA).

“Árvores e erva verde:

Referência a Israel como povo da aliança (como árvore: Sal 1:3; 52:8; 92:12-14; Isa 61:3; Jer 11:15-17; 17:7-8; Ez 20:46-48).

“Árvores e erva verde:

Referência a Israel como povo da aliança (como erva: Sal 72:16; Isa 40:6-8; 44:2-4).

Parábola da vinha.

“Ele é como ÁRVORE plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sal 1:3). “Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, O POVO É ERVA; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Isa 40:6-8). João Batista e Jesus compararam a nação de Israel a uma árvore que não dá fruto (Mateus 3:10; Lucas 13:6-9).

“Portanto, fogo, saraiva e sangue sobre as árvores e toda a erva verde, simbolizam juízo sobre a nação de Israel. O único evento no primeiro século que atende à profecia é a destruição de Jerusalém no ano 70.

“E quanto à terça parte?

Juízos contra Israel apostatado (Ez 5:11-12; Zac 13:8-9).

“Portanto, tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis e com todas as tuas abominações, eu retirarei, sem piedade, os olhos de ti e não te pouparei” (Eze 5:11). “Uma TERÇA PARTE de ti morrerá de peste e será consumida de fome no meio de ti; outra TERÇA PARTE cairá à espada em redor de ti; e a outra TERÇA PARTE espalharei a todos os ventos e desembainharei a espada atrás dela” (Eze 5:12 ARA). “A sua cauda (do dragão) arrastava a TERÇA PARTE das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse” (Apo 12:4 ARA).

“Portanto, a frase “A terça parte” nas trombetas de Apocalipse representam juízos divinos sobre uma porção do reino de Satanás” (RODRÍGUEZ, 2012, p. 7-23).

Ángel M. Rodríguez faz um comparativo entre alguns autores e suas interpretações da 1ª trombeta:

U. SmithE. ThieleR. NadenC. M. MaxwellW. SheaJ. Paulien, H. LaRondelle e R. StefanovicA. Treiyer
Ataque dos visigodos contra Roma por Alarico.Juízo de Deus sobre Jerusalém.Juízo de Deus sobre Jerusalém.Juízo de Deus sobre Jerusalém.

Roma pagã persegue os cristãos.

Juízo de Deus sobre Jerusalém.

Ataque dos visigodos contra Roma por Alarico.

Fonte: https://adventistbiblicalresearch.org/pt-br/materials/author/%C3%A1ngel-manuel-rodr%C3%ADguez-1?page=5

Mello (1959, p. 190, 191) discorda da interpretação de Rodríguez (2012) e se alia a interpretação de Smith e Treiyer: “Contra quem iriam os sete anjos tocar as suas trombetas é de capital importância sabermos antes de apreciarmos os efeitos de seus toques. As sete trombetas não demonstram mais do que evidentes guerras ou juízos que desabariam sôbre os opressores da igreja e povo e Deus na terra. E quais são êstes opressores apontados nas profecias? Na era cristã, a que dizem respeito as profecias do Apocalipse e bem assim a das sete trombetas, o inimigo da igreja de Deus — é Roma, e é Roma nas suas duas fases e também tôdas as demais potências opressoras. Segundo o teor da profecia, as seis primeiras trombetas estavam destinadas a porem abaixo tôda a estrutura de Roma-Pagã no Ocidente e de Roma-Cristã no Oriente; e, como isto tomou lugar, dir-nos-ão os toques das mesmas trombetas. A sétima trombeta está destinada a eliminar Roma-papal e todos os persistentes inimigos da igreja de Deus no século XX.

“Caudilhos especiais iriam com suas hordas guerreiras vibrar fulminantes golpes sôbre o coração de Roma. E, para que o leitor se certifique disto com acêrto, saiba que os versículos três a cinco atestam que a obra das seis primeiras trombetas tomaria lugar antes do ano de 1844, visto que até esta data a mediação mediante a apresentação do incenso fôra realizada no lugar santo do santuário. Até 1844, Roma foi, indiscutivelmente, o poder inimigo único da igreja de Cristo, sendo que dêste ano para cá, outros poderes fizeram-se também abertos adversários da igreja de Cristo, os quais cairão pelo toque da sétima trombeta, com o resto de Roma.

“[…] As quatro primeiras trombetas tratam dos quatro primeiros ataques de vulto sôbre o Ocidente romano, que redundaram na derrocada e esfacelamento de Roma Ocidental ou Européia. Com alusão à primeira trombeta ou à primeira fulminante investida contra Roma Ocidental, não há historiador que não diga que Alarico, com seus visigodos, foi o primeiro terrível inimigo de Roma a feri-la, sèriamente, abalando sua gigantesca estrutura”.

Oliveira et al. (2015, p. 27) concorda com Rodríguez (2012) e acrescenta ao debate o seguinte: “Saraiva (granizo), fogo e sangue são figuras de juízo na Bíblia (Ezequiel 38:21-22; Salmo 11 :6). Já a terça parte é uma expressão que denota uma medida imparcial ou incompleta. Esta primeira trombeta tem seu cumprimento nos juízos divinos que se abateram sobre Jerusalém. Em seu discurso profético Jesus havia advertido os discípulos sobre guerras (Mateus 24:6). Entretanto, na seção paralela descreve a queda de Jerusalém e as aflições pelas quais passaria o povo judeu (Mateus 24:15-19). Assim esta trombeta se cumpre nos juízos divinos, primeiro, com a destruição de Jerusalém no ano 70 a.D., e depois nas sucessivas perseguições dos imperadores Trajano e Adriano. Por volta de 135 a.D., dezenas de cidades e centenas de povoados já haviam sido destruídos”.

Feyerabend (2005, p. 74, 75) não vê como Oliveira et al. (2015), mas como Mello (1959) e também acrescenta ao debate: “O cenário das sete trombetas: O Império Romano dominava quando este grande panorama foi aberto diante do apóstolo João. Roma era tão corrompida que era impossível ela continuar. Como os impérios que a precederam, ela finalmente se viu na montanha de lixo da História. Qualquer nação que desafia Deus e corrompe o Seu povo é amaldiçoada. A divisão de Roma foi claramente profetizada por Daniel. Os símbolos proféticos das sete trombetas mostram como se rompeu o Império.

“Trombetas: A trombeta, nos tempos bíblicos, era usada para convocar grandes reuniões do povo (Levítico 23:4), ou para anunciar a aproximação de uma calamidade ou guerra. Nessa profecia, as sete trombetas dão sete grandes avisos. “Não posso calar-me, porque ouves, o minha alma, o som da trombeta, o alarido da guerra” (Jeremias 4:19). “Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?” (1 Coríntios 14:8).

“Significado: As quatro primeiras: o colapso de Roma ocidental. As duas seguintes: a derrota de Roma oriental. A sétima: o colapso de todos os governos humanos.

“Daniel 2 fala acerca da divisão do Império Romano (representado pelas pernas de ferro) através da divisão da Europa (representada pelos pés e dedos). Cada trombeta que soou era como uma martelada na estátua de Daniel 2. O historiador romano Amiano Marcelino, um homem que testemunhou a queda de Roma, disse: “Enquanto as trombetas soavam nos meus ouvidos, a tempestade do iminente conflito já varria a nossa nação” (History, livro 14, capítulo 1). Sem haver estudado as Escrituras, esse autor usou a mesma ilustração que o profeta João usou.

“[…] Depois de Constantino, Roma foi dividida em três partes, entre os três filhos de Constantino. Constâncio ficou com a parte oriental, tendo Constantinopla como residência. Constantino II ficou com a Bretanha, a Gália e a Espanha. Constante, seu terceiro filho, ficou com o Ilírico, a Áfria e a Itália. Nessa profecia, por várias vezes faz-se referência a uma terça parte da Terra. Cada uma dessas três divisões do Império Romano representava uma terça parte do mundo então conhecido. O primeiro golpe desferido sobre a Roma ocidental foi o ataque dos godos, sob Alarico. Ele continuou os ataques até que quebrou a espinha do poder romano”.

Rossi e Barbosa (2012, p. 24) também seguem esse ramo interpretativo: “As quatro primeiras trombetas mostram a desintegração do grande Império Romano Ocidental pelas tribos dos povos bárbaros, que prepararam o caminho para a consolidação da Roma Papal. Alarico, com os visigodos, ao atacar Roma em 409 d.C., cumpre a profecia referente à primeira trombeta”.

Ramos (2006, p. 32, 33) diverge de todos os autores também em sua visão do significado da primeira trombeta: “Após o fechamento da porta da graça os anjos que estavam

retendo os quatro ventos soltam-nos e a proibição de danificar a terra e as árvores é removida. Enquanto os anjos estiverem segurando os quatro ventos a terra e as árvores não serão danificadas: “Não danifiqueis a terra nem o mar, nem as árvores até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus” (Apoc. 7:3); mas quando Jesus lançar o incensário sobre a terra “Satanás mergulhará os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 614)”.

Não haveria nenhum impedimento até aqui se estas passagens não fossem colocadas como pertencendo ao cumprimento da primeira trombeta. Como já vimos, o cumprimento de Apocalipse 8.5 (fim da intercessão de Jesus) é posterior a Apocalipse 8.7 (toque da primeira trombeta). As passagens acima, portanto, não deveriam está associadas a este versículo.

Ramos (2006, p. 33-38) segue com suas associações. Nessa próxima citação, ele o faz comparando as pragas do capítulo 16 e as trombetas, como se as últimas fossem contrafações satânicas das primeiras: “Satanás “estudou os segredos dos laboratórios da Natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 589). Embora muitos interpretem a saraiva e o fogo como sendo simbólicos, a Bíblia sugere que são literais. Devemos tomar a Bíblia no sentido literal, a menos que ela mesmo interprete o simbolismo. Ellen G. White interpreta as primeiras quatro pragas de Apoc. 16 como sendo literais (Ellen G. White, O Grande Conflito, 628) e parece coerente e correto entendermos que se as pragas de Apoc. 16 são literais, a contrafação também é literal.

“A primeira trombeta anuncia juízos sobre a terra tal como a primeira praga de Apoc. 16:2, mas a saraivada da primeira trombeta imita a saraiva da sétima praga de Apoc. 16:21. Observe que não há chuva, mas somente saraiva. Nós podemos entender porque não haverá chuva na primeira trombeta ao examinarmos Apocalipse 11:6 “Estes (as duas testemunhas) têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia.” A história vai se repetir. Elias “pediu que não chovesse, e por três anos e seis meses, não choveu sobre a Terra” (Tiago 5:17), enquanto Jezabel estava reinando sobre Israel. A profecia de Apoc. 11:6 certamente vai se cumprir quando Jezabel espiritual, isto é, Roma Papal, estiver novamente reinando sobre a Terra, a partir do tempo em que o Decreto Dominical se tornar universal. Neste tempo as florestas e árvores estarão extremamente secas por falta de chuva.

“[…] Existe uma seqüência no curso de ação seguido por Satanás. Primeiramente ele, através dos seus agentes ou pessoalmente, aparece como Anjo de Luz, então o Decreto Dominical é aprovado como resultado da pressão feita sobre os legisladores. Assim Satanás cumpre com o primeiro estágio dos seus ataques, a imposição do Decreto Dominical; mas após o echamento [sic] da porta da graça ele obtém domínio completo sobre os impenitentes e afligirá toda a terra segundo Deus permitir, ou melhor, conforme o curso de ação já delineado nas Sete Trombetas.

“Mesmo quando Satanás obtém domínio completo e começa a afligir a terra e os seus habitantes ele está sob o domínio Daquele que é Soberano de todo o universo. Satanás só age dentro dos limites pré-estabelecidos por Deus. As Sete Trombetas revelam exatamente esses limites. A expressão “terça parte” é repetida muitas vezes na profecia das Sete Trombetas:

• “a terça parte das árvores” (Apoc. 8:7);

• “a terça parte do mar” (Apoc. 8:8);

• “a terça parte dos rios” (Apoc. 8:10);

• “a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse” (Apoc. 8:12);

• “a fim de matarem a terça dos homens” (Apoc. 9:15, 18).

“Deus limita o curso de ação de Satanás. Desde sua rebelião no Céu, Satanás ficou conhecido como o anjo da “terça parte”, pois ele conseguiu apagar e escurecer a “terça parte” das estrelas do céu (Apoc. 12:4). Se não fossem os limites colocados por Deus, Satanás destruiria a Terra toda, e teria o maior prazer em frustrar o maior de todos os acontecimentos planejados por Deus, a segunda vinda de Jesus em glória e majestade; seria prazer de Satanás destruir tudo e todos os ímpios para que quando Jesus viesse não encontrasse nada. Mas não será assim. Deus impõe limites a Satanás.

“[…] É bastante evidente a diferença entre a saraiva e fogo da primeira trombeta e as chagas malignas da primeira praga (Apoc. 16:2). Por que essa diferença? Se Satanás está tentando contrafazer as pragas, não poderia ele imitar também as chagas malignas? Se Deus o permitisse, ele poderia, mas considerando que a primeira praga cai sobre os que “têm o sinal da besta e que adoravam a sua imagem” (Apoc. 16:2), este então é um sinal distintivo que identifica os adoradores da besta, e Deus não permitiria que tal praga caisse [sic] sobre os Seus filhos, e Satanás, por sua vez, não tem interesse em identificar os seus seguidores como adoradores da besta. Isto não o ajudaria a cumprir o seu intento.

“O sofrimento infligido por Satanás através das trombetas tem como objetivo despertar o ódio do mundo contra os guardadores do sábado. Ele confirmará que realmente todos os sofrimentos e destruição foram causados, não pelos pecados do povo, mas por causa da profanação do domingo, pelos guardadores do sábado, e a única solução será banir da face da terra os guardadores do sábado, através de um Decreto de Morte. Os juízos anunciados nas trombetas são usados por Satanás como uma estratégia para conseguir a aprovação do Decreto de Morte contra o povo de Deus”.

8.8O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangueO segundo anjo tocou sua trombeta – os bárbaros representados por Alarico, Genserico, Átila e Odoacro, cumpriram a profecia sendo eles mesmos “a grande montanha em chamas” que foi lançada no mar ou na população da Babilônia romana, civil e militar, e destruiu mais uma parte do reino das trevas por meio da mesma carnificina de Roma,
8.9e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.sim, muitos soldados e civis romanos e não romanos pereceram, na terra e no mar, nas embarcações de guerra, colapsando o império romano de uma vez por todas.

“Um grande monte: Símbolo de império, reino (Dan 2:35). “Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em GRANDE MONTANHA, que encheu toda a terra” (Dan 2:35).

“Lançado ao mar: Juízo (Jer 51:42). “O MAR é vindo sobre BABILÔNIA, coberta está com o tumulto das suas onda [sic]” (Jer 51:42). No tempo de João, Babilônia era símbolo de Roma.

“Portanto, a segunda trombeta se cumpre na queda do império romano, pela invasão das tribos bárbaras. As “águas” (multidões) se transformaram em sangue. Deus castigou quem castigou o Seu povo” (RODRÍGUEZ, 2012, p. 25-29).

Comparando as interpretações:

U. SmithE. ThieleR. NadenC. M. MaxwellW. SheaJ. Paulien, H. LaRondelle e R. StefanovicA. Treiyer
Ataque dos vândalos contra Roma.

Juízo de Deus contra Roma pagã.

Juízo de Deus contra Roma pagã.

Juízo de Deus contra Roma pagã.

Queda da Roma pagã.

Queda do Império Romano.

Ataque dos vândalos contra Roma.

Fonte: https://adventistbiblicalresearch.org/pt-br/materials/author/%C3%A1ngel-manuel-rodr%C3%ADguez-1?page=5

Battistone (1989, p. 125) acompanha Smith e Treiyer: “Os vândalos atacam a Roma pelo mar, destruindo a frota romana pelo fogo (455 A.D.)”. Belvedere (1987, p. 139), também: “A grande montanha tem sido entendida como nação ou reino. Esta grande montanha ardendo tem sido identificada como os vândalos comandados por Genserico. A embarcação indicaria um exército marítimo. Seus barcos controlavam o Mediterrâneo. Os piratas chegaram a destruir 1.100 barcos romanos numa só noite. Em terra saquearam e roubaram. A palavra ‘vandalismo’ se deriva da terrível conduta que tiveram os vândalos. No ano 445 d.C. saquearam a cidade de Roma por 14 dias, tomando cativos a imperatriz e seus filhos”.

Oliveira et al. (2015, p. 27) se alinha aos autores que veem na 2ª trombeta a destruição do império romano ocidental: “O texto fala de uma grande montanha. Montanha ou monte aparecem na Bíblia como um símbolo de um povo, nação, ou poder (Isaías 2:2-3; Daniel 2:35, 44-45; Ezequiel 35:2, 7-8). O fogo simboliza o poder de julgar e destruir (Isaías 10:16-17; Mateus 25:41). Já o mar representa povos, nações, multidões e línguas (Apocalipse

17:15). O transformar-se em sangue, é símbolo de guerra e derramamento de sangue. Logo, esta trombeta nos remete as invasões das tribos bárbaras que finalmente provocaram a queda do império romano do ocidente.

“De fato, depois do ano 70, quando Jerusalém foi destruída, Roma Imperial passou a ser vista como uma nova Babilônia, porque como aquela, havia destruído o templo dos judeus e a cidade de Jerusalém (1 Pedro 5:13). A profecia de Daniel falava de dez reinos que minariam o poder de Roma (Daniel 2:41-44; 7:7, 24). Esta profecia tem seu cumprimento com as dez tribos bárbaras que invadiram a Itália, entre os anos 352 a 476 a.D. Como enxames incontáveis de gafanhotos devoradores, assolaram tudo o que encontravam pela frente. O Império Romano perdeu sua força e Odoacro, rei dos Hérulos, tomou Roma e foi proclamado rei da Itália em 476 a.D., o mesmo ano da morte de Rômulo Augusto, o último imperador de Roma”.

Feyerabend (2005, p. 75, 76) acrescenta detalhes à interpretação de Battistone e Belvedere: “Vandalismo: O primeiro ataque foi por terra; o segundo, pelo mar. Os exércitos anfíbios germanos dos vândalos, sob a liderança de Genserico, atacaram Roma. Eles causaram tanto estrago que até hoje nos referimos a grandes danos materiais como vandalismo. Genserico caiu sobre Roma como uma montanha em chamas, deixando destruição desde Gibraltar até a foz do Nilo. Agora, o mar Mediterrâneo, ao qual os romanos se referiam como o Mar Nostrum, ou o “Nosso Mar”, estava sob o controle dos inimigos de Roma. Os vândalos levaram os candelabros dourados que Tito saqueara do templo de Jerusalém. Os ataques de Genserico, fiéis à profecia, foram quase todos pelo mar. Em uma noite, ele destruiu metade dos navios que pertenciam a Roma, na batalha de Cartago, destruindo 1.113 navios e matando mais de 100 mil homens”.

“Genserico, rei dos vândalos, atacou Roma em 428 d.C., conduzindo o grosso de suas tropas pelo mar até a costa italiana próxima a Roma, sendo assim a segunda trombeta” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p. 24).

E Ramos (2006, p. 38) continua vendo semelhanças entre trombetas e pragas: “Esta contrafação se aproxima bastante da segunda praga que é derramada sobre o mar. “E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente” (Apoc. 16:3). Satanás “estudou os segredos dos laboratórios da natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus (Ellen G. White, O Grande Conflito, 589)”.

8.10O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.O terceiro anjo tocou sua trombeta – Lúcifer, a estrela que foi expulsa do Céu, teve vasta influência sobre a Terra por meio da romanização do cristianismo puro de Jesus, por meio de seu sincretismo pagão-cristão e seu poder político sedutor-despótico sobre reis e reinos.
8.11O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.Satanás se ramificou astutamente por meio da má religião – o pseudocristianismo – envenenando com isso a cultura de nações e povos, destruindo a vida espiritual e o verdadeiro relacionamento entre Criador e criatura de uma fração da humanidade, falsamente “no Nome de Jesus”!

“A terceira e quarta trombetas retratam o juízo celestial contra a apostasia da igreja cristã no período medieval” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 56).

“Caiu do céu uma grande estrela. Estrelas = anjos (Ap 1:20; 9:1; 12:4). “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, AS SETE ESTRELAS SÃO OS ANJOS das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas (Ap 1:20)”.

“O nome da estrela era absinto. Absinto – erva amarga; na bíblia é associada a propriedades tóxicas (Jer 9:13-15). A igreja se corrompeu pela ação de Satanás” (RODRÍGUEZ, 2012, p. 31-33).

“A visão inaugural de Apocalipse apresenta Cristo segurando em sua mão direita sete estrelas (Apocalipse 1:16). Estas estrelas simbolizam os anjos das sete igrejas (Apocalipse 1:20). Apocalipse 12:1 usa “estrelas” como símbolo dos dirigentes do povo de Deus. O número 12 representando os 12 patriarcas do Antigo Testamento e os 12 apóstolos do Novo Testamento. Uma figura da igreja de Deus em todas as épocas.

“Ao longo da história, quase que imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na Igreja Cristã. O paganismo, conquanto parecesse suplantado, tornou-se o vencedor. Seu espírito passou a dominar a igreja. Para conseguir vantagens e honras humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra, e havendo assim rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência a um sistema antagônico ao governo de Deus.

“A queda dessa estrela, na terceira trombeta, simbolizaria então a apostasia da Igreja Cristã, um afastamento coletivo da verdade. Judas refere-se aos falsos mestres como “estrelas errantes” reservadas para as trevas (Judas 1:12-13). Como resultado, os ensinos da igreja e as formalidades religiosas seriam como águas amargosas e mortais para os homens” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 28).

E o remanescente? Ele sempre existe, em toda e qualquer época, correto? Onde ele está no período da 3ª trombeta? Certamente ele está em algum lugar em meio ao caos cristão! Porém, expressão “apostasia da Igreja Cristã, um afastamento coletivo da verdade”, no parágrafo anterior, pode dar a ideia de uma generalização que contradiz o conceito apocalíptico de “a terça parte”, ou seja, uma parte em vez do todo. Sugiro a compreensão dessa frase como um “afastamento institucional” ou “generalizado” ou ainda “de uma maioria”, mas não de todos.

U. SmithE. ThieleR. NadenC. M. MaxwellW. SheaJ. Paulien, H. LaRondelle e R. StefanovicA. Treiyer
Ataque dos hunos contra Roma.Juízo de Deus contra a professa igreja cristã.Juízo de Deus contra a professa igreja cristã.Juízo de Deus contra a professa igreja cristã.Apostasia da igreja cristã.Apostasia da igreja cristã.Ataque dos hunos contra Roma.

Fonte: https://adventistbiblicalresearch.org/pt-br/materials/author/%C3%A1ngel-manuel-rodr%C3%ADguez-1?page=5

“A terceira trombeta ocorre com Átila, rei dos hunos, que não invadiu propriamente Roma, mas seus ataques ajudaram a desmoronar o Império” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p.24).

“Roma é atacada pelos hunos, sob a liderança de Átila (quinto século)” (BATTISTONE, 1989, p. 125). “A estrela meteórica tem sido interpretada como Átila, general dos hunos, que com suas tropas dominou e ocupou a Europa desde o Volga até o Danúbio. Seus exércitos destruíam, matavam e subjugavam cruelmente os sobreviventes. Átila se autodenominou o ‘açoite de Deus’ e dizia-se que onde pisava seu cavalo não crescia mais pasto. Seus guerreiros usavam máscaras para infundir mais medo. […] O nome ‘absinto’ reflete a amarga crueldade manifestada pelos hunos” (BELVEDERE, 1987, p. 139).

“O primeiro ataque ao Império Romano foi feito por terra, o segundo pelo mar e o terceiro pelo rio. O terceiro ataque foi feito pelos hunos sob o comando de Átila, cujo apelido era “O Flagelo de Deus”. Enquanto Genserico e os vândalos atacavam pelo mar, ele veio com seus soldados, chamados de “Os vaqueiros do Leste”, pelo rio Danúbio destruindo tudo o que encontravam pelo caminho. Átila gabava-se de que onde ele pisava a grama não mais crescia.

“Ele veio pelos grandes rios: o Reno (na Gália e na Itália), o Pó e o Danúbio. A batalha mais importante foi na França, ou Gália, como então era chamada, no ano de 451. No total, 300 mil homens morreram nessa batalha, e ali a Europa foi separada da Ásia. Átila causou tanto terror com seus ataques que até inimigos se juntaram para pelejar contra ele. O guerreiro finalmente foi derrotado e morreu de repente. Tão subitamente como apareceu, ele desapareceu.

“Foi comparado a um meteoro fulgente, de brilhante trajetória, o qual aparece de repente como uma estrela cadente e então desaparece como uma estrela cuja luz some nas águas. O curso desolador desse meteoro seria principalmente nas partes do mundo onde abundavam fontes de água e riachos. Muitas pessoas pereceriam e haveria enorme desolação nas vizinhanças desses rios e riachos, como se uma estrela amarga e sinistra caísse nas águas, e a morte se espalhasse pelas terras adjacentes. O historiador gótico Jordanes disse que os hunos eram mais cruéis do que a própria crueldade. O próprio Átila disse uma vez: “Uma estrela está caindo diante de mim e a terra está tremendo. Eu sou o martelo do mundo.” Não é impressionante que ele tenha usado as palavras de uma profecia que nunca lera?” (FEYERABEND, 2005, p. 76, 77).

“Quem é a grande estrela que caiu do Céu? A Bíblia diz que “a terça parte das estrelas do céu” (Apoc. 12:4) foram lançadas sobre a terra, isto é, a terça parte dos anjos do Céu foram expulsos junto com Lúcifer. Mas a terceira trombeta é específica quando identifica a estrela como sendo a grande estrela que caiu do Céu, a saber, o próprio Satanás. Em Isaías 14:12 o nome de Lúcifer vem de uma palavra hebraica que significa “aquele que brilha.” Na septuaginta a palavra usada significa “estrela da manhã.” Satanás, obviamente, é a grande estrela caída do céu. Em Lucas 10:18 Jesus diz: “Eu via Satanás cair como um raio do céu.”

“A expressão muitas vezes repetida “terça parte”, também é um forte indicador de que o causador dos juízos destruidores é Satanás. Um nome lhe é dado: Absinto, nome que expressa perfeitamente a amargura não só das águas mas também a amargura da própria vida humana desde que o pecado aqui entrou. Absinto é um símbolo do mal no Antigo Testamento (Deut. 29:18). A verdadeira natureza de Satanás também aparece ao fazer com que a “terça parte das águas” fiquem amargas; esta é uma contrafação da terceira praga (Apoc. 16:4) onde as águas dos rios se tornarão em sangue” (RAMOS, 2006, p. 39).

8.12O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.O quarto anjo tocou sua trombeta – até mesmo o ministério do Sol da Justiça, Jesus, e a função dos escritos dos profetas inspirados e o trabalho dos anjos em favor da humanidade, foram obscurecidos parcialmente como efeito da satanização ou humanização do cristianismo. A revelação de Deus trazida por Jesus e pelos profetas bíblicos, ou seja, a dimensão sobrenatural, sofreu ataque dos “próprios representantes de Jesus” escolhidos por superstições e mentiras naturalmente humanas/satânicas. A luz do Céu foi contrafeita pela pirataria das faíscas humanas, também influenciada pela estrela expulsa do Céu.

“Primeira Trombeta – o império romano devastou a nação judaica.

“Segunda Trombeta – tribos invasoras devastaram o império romano.

Terceira Trombeta – o erro poluiu a igreja de Cristo na terra.

“Quarta Trombeta – o erro obscureceu o trabalho de Cristo no céu.

“A terça parte deles (sol, lua, estrelas) escureceu: Semelhança com relato da criação (Gen 1:14-18). O texto nos dá a função dos astros no céu: Para governarem o dia e a noite e FAZEREM SEPARAÇÃO ENTRE A LUZ E AS TREVAS (Gen 1:18). Estamos na igreja de Tiatira – época de apostasia (séculos 6 a 15)” (RODRÍGUEZ, 2012, p. 35-38).

“A quarta trombeta atinge o sol, a lua e estrelas. Este é o conjunto de astros criados por Deus para iluminar a terra (Gênesis 1:14-16). Quando Deus pronunciou a condenação do Egito, através do profeta Ezequiel, Ele declarou: ‘o sol encobrirei com uma nuvem, e a lua não deixará resplandecer a sua luz. Todas as brilhantes luzes do céu enegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a tua terra, diz o Senhor Jeová’ (Ezequiel 32:7-8). As trevas preditas aqui sobre o Egito não era uma simples escuridão física. Era uma escuridão que deveria envolver toda a nação. A luz do Espírito que brilhara tão esplendorosamente e durante tanto tempo no oriente antigo, deveria apagar-se nas trevas. Assim, também, é predito na quarta trombeta um período de escuridão espiritual para o mundo.

“Quando se cumpriu essa profecia? Alguns afirmam que na Idade Média, também chamada de idade escura, quando as trevas espirituais e morais atingiram a humanidade, cumpre-se o toque da quarta trombeta. Uma paralisia moral e intelectual caíra sobre a cristandade e milhares se afastaram da Palavra da verdade. Este afastamento propiciou o surgimento do ateísmo secular e a existência de Deus foi questionada” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 28).

Há controvérsias quanto a suposta “paralisia” generalizada. Parece que houve um remanescente também nesse período! Existem historiadores que afirmam o desenvolvimento matemático/científico a despeito da escuridão espiritual dessa época a medida em que esses cientistas medievais questionavam os erros aristotélicos, o que parecia agradar o desejo hegemônico católico sobre a cultura grega, e não causava suspeição sobre os avanços matemáticos desses pioneiros do método científico. O artigo de Tim O’Neill, citando autores como Robert T. Gunther e James Hannam, com suas respectivas obras “Astrolabes of the World” e “God’s Philosophers: How the Medieval World Laid the Foundations of Modern Science”, esclarece e fundamenta esse choque de entendimento a respeito da Idade Média: “Os Filósofos de Deus: como o mundo medieval estabeleceu os fundamentos da ciência moderna! (O mito da “Idade das Trevas”)”, disponível em: https://blogdoprofh.com/2015/12/31/os-filosofos-de-deus-como-o-mundo.

U. SmithE. ThieleR. NadenC. M. MaxwellW. SheaJ. Paulien, H. LaRondelle e R. StefanovicA. Treiyer
Queda da Roma Ocidental.
Escuridão da Idade Média.

Escuridão da Idade Média.

Escuridão da Idade Média.
Escuridão da Idade Média.

Ascensão do secularismo/ ateísmo (Ap 11:7).Colapso da Roma Ocidental e de seu sistema de adoração.

Fonte: https://adventistbiblicalresearch.org/pt-br/materials/author/%C3%A1ngel-manuel-rodr%C3%ADguez-1?page=5

“O governo romano é destruído sucessivamente: primeiro os imperadores, depois os senadores e então os cônsules (quinto e sexto séculos)” (BATTISTONE, 1989, p. 125).

“Há quem creia que o Sol, a Lua e as estrelas se referem aos imperadores romanos e a seus senadores que foram mortos ou eliminados. Também se pensa que poderia significar a luz do Evangelho que também foi destruída, deixando o mundo quase em trevas espirituais.

“A quarta trombeta simboliza o poder dos hérulos, comandados por Odoacro, que destronou Rômulo Augusto, último imperador romano. Odoacro deu o golpe de morte no império romano, no ano de 476 d.C. Os oficiais do governo romano (Sol, Lua e estrelas) foram eliminados. Como conseqüência desse golpe e a invasão das outras tribos bárbaras, Roma se dividiu em dez partes, dando origem às atuais nações européias. Essas tribos também perseguiram os cristãos.

“Dos primeiros dez reinos sucessores de Roma, três foram hostis ao surgimento do papado, dos quais, em cumprimento da profecia de Daniel 7 foram arrancados da raiz: Hérulos, vândalos e ostrogodos. Isso favoreceu o surgimento de Roma Papal em substituição de Roma dos Césares” (BELVEDERE, 1987, p. 139).

“Soa a quarta trombeta, e finalmente a Roma ocidental desaba por inteiro. Outro exército da Germânia (Alemanha) vai para a Itália, e as tribos dos hérulos, lideradas por Odoacro, um dos generais de Átila, começaram seu ataque. Esses lenhadores da Germânia penetraram bem no coração do Império Romano, tiraram o rei do trono e Odoacro colocou a coroa em

sua própria cabeça.

“As luzes de Roma começavam a se apagar. O rei era referido como o Sol, e os senadores e cônsules como as estrelas. Em primeiro lugar, o rei foi destronado, de acordo com a profecia de que o Sol se apagaria. Os senadores e cônsules continuaram a brilhar por mais um tempo, e então a escuridão cobriu totalmente a rainha das nações. Devemos lembrar-nos de que Roma era o seu próprio inimigo. Os inimigos reais de Roma, mais do que as tribos bárbaras, eram a imoralidade e a corrupção que abriram caminho para o ataque dessas tribos” (FEYERABEND, 2005, p. 77).

“Por fim, os hérulos, liderados por Odoacro, um dos generais de Átila, provocaram a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. Na quarta trombeta, as “luzes” de Roma Ocidental se apagaram” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p.24).

“Essa trombeta anuncia uma escuridão parcial cobrindo a terra. É uma imitação da quinta praga (Apoc. 16:10-11). Satanás continua a pressionar os impenitentes e a todos os

governos da terra no sentido de conseguir deles a aprovação de um Decreto de Morte contra os guardadores do sábado. “Assim como Satanás influenciou Esaú a marchar contra Jacó, instigará os ímpios a destruírem o povo de Deus no tempo de angústia… Conta com as multidões do mundo como seus súditos; mas o pequeno grupo que guarda os mandamentos de Deus, está resistindo a sua supremacia” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 618).

“Até aqui Satanás ainda não conseguiu cumprir seu intento, a aprovação de um Decreto de Morte contra o povo de Deus, assim ele lança mão dos “três ais,” as três últimas trombetas, pressionando os que são seus para a realização do seu intento final” (RAMOS, 2006, p. 40).

8.13Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!Depois disso eu vi um abutre voando e o ouvi gritar: “Coitados dos habitantes desse planeta! Os que presenciarem o cumprimento das profecias das três últimas trombetas, verão ainda mais violência e mortes, um verdadeiro banquete para urubus e abutres!”

“‘E olhei, e ouvi um anjo (do grego aetos, cuja tradução correta seria águia ou abutre) […].’ O Apocalipse fala de três diferentes bestas: a besta que subiu do mar (Apoc. 13:1), a besta que subiu da terra (Apoc. 13:11), e a besta que subiu do abismo (Apoc. 11:7; 17:8). Os “três ais” podem ser aplicados a estes três diferentes poderes” (RAMOS, 2006, p.40).

“Apocalipse 8:13 introduz as últimas três trombetas, também chamadas de ais. Com estes ais ou maldições, Deus permite um aumento das manifestações demoníacas e trevas morais e espirituais sobre a Terra. A longa descrição da quinta e sexta trombetas são intrigantes e a identificação dos fatos históricos não são simples de ser interpretados. Parece que elas nos falam dos tormentos espirituais daqueles que resistem à voz divina que clama por arrependimento” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 28).

“’O ai é repetido três vezes por causa dos três juízos que ainda ocorreriam ao soar das três trombetas restantes’ (SDABC, vol. 7, págs. 789 e 790). Cada um deles seria tão devastador que recebe a designação especial de ‘ai’” (BATTISTONE, 1989, p. 133).

“As últimas três trombetas foram mais severas do que as primeiras que já tinham soado. Agora, por causa da grande apostasia, o cristianismo seria atacado por algo novo — o surgimento do islamismo, ou a religião muçulmana. Os cristãos insistiam na idolatria, em adorar mais de um deus — e agora teriam que enfrentar uma religião pagã que adorava apenas um deus” (FEYERABEND, 2005, p. 77).

“‘Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra […].’ Este anjo não pertence à série dos anjos das sete trombetas, mas é simplesmente um anjo com a missão de anunciar que as três restantes trombetas são de ais, devido aos mais terríveis acontecimentos que se produziriam enquanto soarem. Assim, a quinta trombeta é o primeiro ai; a sexta trombeta, o segundo ai; e a sétima, a última desta série de trombetas, é o terceiro ai” (SMITH, 1979, p. 131).

“’E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! dos que habitam sôbre a terra! […].’ Um novo anjo aparece para introduzir o seguinte grupo de trombetas. Sua grande voz expressa a solenidade de sua advertência aos habitantes da terra. Por duros que houvessem sido os quatro primeiros toques das trombetas que sepultaram o império romano do Ocidente, não deixa dúvidas a advertência angélica dos horrores que sobreviriam ao soarem os três últimos anjos as suas trombetas. Acontecimentos ainda de consequências mais terríveis e maior alcance tomariam lugar. A quinta e a sexta trombetas, como veremos, daria cabo ao império romano do Oriente, e a sétima ao império mundial dos reinos da fôrça. Tão tremendos seriam tais acontecimentos, que são pelo mensageiro celeste apresentados em forma de “ais!” O primeiro “ai” pertence à quinta trombeta, o segundo à sexta e o terceiro à sétima” (MELLO, 1959, p. 216).

Referências:

BATTISTONE, Joseph J. Lições da Escola Sabatina, 2º Trimestre de 1989, nº 374, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

BELVEDERE, Daniel. Seminário: As Revelações do Apocalipse. Edição do Professor, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2ª ed., 1987.

FEYERABEND, Henry. Apocalipse, Verso por Verso: Como entender os segredos do último livro da Bíblia. 1. ed. Tradução de Delmar F. Freire. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

MELLO, Araceli S. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959.

OLIVEIRA, Arilton; BRANCO, Frederico; SOUZA; Jairo; QUEIROZ, Manassés; ANDRADE, Milton; IRAÍDES, Társis. Apocalipse. Escola Bíblica, Novo Tempo. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2015.

RAMOS, Samuel. As Revelações do Apocalipse, v. 2, 2006.

RODRÍGUEZ, Ángel Manuel. Revista Ministério, mai.-jun., 2012. 50 slides. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/ocrente/3-apocalipse-as-sete-trombetas/3>. Acesso em: dez., 2019.

ROSSI, Rafael; BARBOSA, Wellington Vedovello. Apocalipse, o fim revelado. Guia de Estudo Bíblico, 2012. Disponível em: <https://evangelismo.s3.amazonaws.com/estudos_Apocalipse_ofimrevelado.pdf>. Acesso em: dez. 2019.

SMITH, Urias. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

STEFANOVIC, Ranko; MODZEIESKI, Carla N. O Livro do Apocalipse. Lição da Escola Sabatina. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n° 495, jan., fev., mar., 2019. Adultos, Aluno.

THIELE, Edwin R.; BERG, Henrique. Apocalipse – esboços de estudos, 1960. Disponível em: <http://www.iasdsapiranga.com.br/assets/esbo%C3%A7os-do-apocalipse.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, 2007a. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Patriarcas%20e%20Profetas.pdf>. Acesso em: dez. 2019.

WHITE, Ellen G. Primeiros Escritos, 2007b. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Primeiros%20Escritos.pdf>. Acesso em out. 2019.

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