maio 19, 2024

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“Evolução” e evasiva

Introdução

Um retrospecto da opinião científica que é cética a respeito de aspectos da teoria da evolução envolve diversos desafios. Primeiramente, o termo “evolução” é usado com tal variedade de significados que não se circunscreve a uma definição única. Em segundo lugar, a evolução é uma teoria acerca da história, o que significa que é excepcionalmente difícil de ser testada. Em terceiro lugar, a teoria tem enormes implicações filosóficas que, muitas vezes, restringem o modo pelo qual se interpreta a evidência empírica. Além disso. os próprios especialistas discordam sobre muitos aspectos da teoria da evolução, estando unidos, em essência, por sua oposição a qualquer envolvimento sobrenatural.

Neste trabalho, irei rever cada um desses pontos Em seguida, discutirei cinco grandes questões, notando alguns dos argumentos que os cientistas usam contra várias ideias dentro da teoria evolucionista. A maioria dos cientistas aqui citados é evolucionista. Alguns poucos são teístas ou de alguma crença desconhecida. Todos os biólogos evolucionistas, por definição, creem em um ancestral comum e na descendência com modificação, a despeito de quaisquer dúvidas potenciais sobre o mecanismo. O propósito dessas citações não é mostrar que os evolucionistas não creem na evolução, já que eles claramente creem. A questão é que muitos cientistas bem-informados têm fortes dúvidas sobre aspectos importantes da teoria geral da evolução.

Alguns cientistas naturalistas fazem enérgicas objeções a artigos como este, rotulando-os de “uso de citações fora do contexto” [1] como se fosse ilegitimo usar o testemunho de especialistas para apontar os problemas na teoria da evolução. Outros acham que a teoria não merece nenhum status especial protegido, e que devemos estar informados quanto às fragilidades de uma teoria. O biólogo canadense W. R. Thompson escreveu, em 1956, na introdução do livro A Origem das Espécies, de Darwin:

Como sabemos, há grande divergência de opinião entre biólogos, não apenas sobre as causas da evolução, mas até sobre o processo em si. Essa divergência existe porque as evidências sio insatisfatórias e não permitem nenhuma conclusão incontestável É, portanto, correto e apropriado chamar a atenção do público não cientista para as discordâncias acerca da evolução. Contudo, algumas observações recentes de evolucionistas mostram que eles consideram irrazoável fazer isso. Tal situação – na qual homens da ciências correm em defesa de uma doutrina que são incapazes de definir cientificamente quanto mais de demonstrar com rigor cientifico, tentando manter seu crédito diante do público mediante a supressão da crítica e a eliminação de dificuldades – é anormal e indesejável na ciência. [2]

“Evolução” e Evasiva

Evolução, como em geral é entendida, significa a teoria segundo a qual todas as espécies descendem de um ancestral comum mediante processos estritamente naturalistas, no decorrer de longas eras de tempo. Essa teoria é conhecida como “darwinismo” ou “neodarwinismo Entretanto, evolução também se define como “mudança nas frequências de genes com o passar do tempo” ou apenas “mudança no decorrer do tempo”. Com frequência, encontram-se argumentos nos quais as evidencias da evolução, definida de modo restrito, são usados para tentar afinam a evolução no sentido mais amplo da palavra. Como professor de Direito e “decano” do movimento do design inteligente em Berkeley, Phillip Johnson observou:

Essas afirmações vão muito além de qualquer coisa que a ciência empírica possa demonstrar. Para sustentar essa cosmovisão, os darwinistas tiveram que recorrer a todas as táticas que Popper advertiu os inquiridores da verdade a evitar. Seu expediente mais importante é o uso enganoso do vago termo “evolução”.

“Evolução”, no uso darwinista, implica um sistema metafísico completamente naturalista, no qual a matéria evoluiu até seu atual estado de complexidade organizada sem qualquer participação de um Criador. Contudo, ‘evolução’ também se refere a conceitos muito mais modestos, como a microevolução e as relações biológicas. A tendencia das mariposas escuras à preponderância numa população quando as árvores do ambiente são escuras, portanto, demonstra a evolução – e também demonstra, por transformação semântica, a origem naturalista dos seres humanos a partir de bactérias.

Se os críticos são suficientemente sofisticados para ver que as variações em uma população nada têm que ver com grandes transformações, os darwinistas podem rejeitar o argumento da microevolução e apontar para o relacionamento como o “fato da evolução”. Ou podem recorrer a biogeografia e assinalar que as espécies em ilhas do mar se assemelham muito àquelas do continente próximo. O truque é provar sempre um dos modestos significados do termo, e tratá-lo como prova do sistema metafísico completo. [3]

Essa troca de definições no meio de um argumento é uma forma de ambiguidade, que deve ser evitada. A clareza de expressão é altamente desejável neste e em todos os outros campos.

Referências:

  1. Conforme http://www.talkorigins.org/faqs/quotes/mine/project.html: outras fontes de citações sobre evolução incluem goo.gl/ID4wwe; W. Bird, The Origin of Species Revisited (Nashville, TN: Regency Press, 1991).
  2.  W. R. Thompson, Introduction to Charles Darwin, The Origin of Species, 6ª ed. (Londres: J. M. Dent and Sons, 1956); impresso como “New Challenge Introduction’ to the Origin of Species” (Emsworth, Hants, Inglaterra A. E. Norris & Sons Ltd., 1967).
  3. Phillip E Johnson, Darwin on Trial, 2ª ed. (Downers Grove, IL: InterVarsity Press. 1993), p. 153. Johnson não aceita o naturalismo filosófico.

Fonte: No Princípio: a ciência e a Bíblia confirmam a criação. Org. Bryan W. Ball; tradução Eunice Scheffel. – Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2017, p. 244-246, 267 e 268.

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