maio 9, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

“Vi emergir do mar uma besta que tinha […] sete cabeças […] e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia” (Ap. 13.1)

Uma breve demonstração de como os ensinamentos adulterados da Igreja Católica Apostólica Romana e das igrejas filhas (as igrejas evangélicas) cumprem as blasfêmias vistas nos livros bíblicos Daniel e Apocalipse. São instituições humanas completamente afastadas de Deus, mas que arrogam representá-Lo.

As Blasfemas Pretensões Papais As pretensões históricas dos papas e dos concílios católicos romanos ainda são consideradas oficiais. O papa Leão XIII escreveu em 20 de Junho de 1894:

“Nós [o papa] ocupamos na Terra o lugar do Deus Onipotente” (The Great Encyclical Letters of Pope Leo XIII, Nova Iorque: Benziger, 1903, 304). Blasfêmia!

“O papa é, não só o representante de Jesus Cristo, mas ele é o próprio Jesus Cristo, oculto sob o véu da carne” (Catholic National, Julho de 1895). Blasfêmia!

“O papa é de tão grande dignidade e tão exaltado que ele não é um homem, mas Deus, e Vigário de Deus. O papa é chamado ‘Santíssimo’ porque presume-se corretamente que ele seja tal. Unicamente o papa é merecidamente chamado pelo nome ‘santíssimo’, porque ele somente é Vigário de Cristo, que é a fonte e plenitude de toda santidade. Ele é da mesma forma o divino Monarca e supremo Imperador, e Rei dos Reis. Por isso o papa é coroado com uma tríplice coroa, sendo rei do céu e da terra e das regiões inferiores. Além do mais a superioridade e o poder do Pontífice Romano, não se refere de maneira alguma somente às coisas celestiais, coisas terrestres, e coisas nas regiões inferiores, mas seu poder está mesmo acima dos anjos, sendo mesmo maior do que eles. Desta forma, se fosse possível os anjos errarem na fé, ou pensarem contrário à fé, eles poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. O papa é como Deus na terra” (Ferrari, Dicionário Eclesiástico, tópico “papa”). Blasfêmia!

O papa Nicolau I (858 – 867) declarou: “Nós [os papas] unicamente temos o poder de ligar e desligar, absolver Nero ou condená-lo; e os cristãos não podem, sob penalidade de excomunhão, executar outro julgamento que não seja o nosso, o qual é o único infalível” (Dave Hunt, A Woman Rides the Beast, 85.). Blasfêmia!

Nicolau I ordenou um rei que destruísse o outro, dizendo: “Nós ordenamos que você, em nome da religião, invada seus estados, queime suas cidades, e massacre seu povo. . . .” (ibidem).

Fonte: Samuel Ramos. As Revelações do Apocalipse, v. 2, 2006, p. 161-163.

Quando um homem se intitula Deus e assume as prerrogativas de Deus e os títulos relativos à divindade, isto constitui verdadeiramente blasfêmia. Perguntamos agora: Pretende o papado, na pessoa de seu absoluto pontífice, ser Deus na terra? A resposta é afirmativa e até mesmo profética como atesta São Paulo, dizendo: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus querendo parecer Deus” (2ª Ts 2.3 e 4). [Blasfêmia!]

O representante do papado, diz o apóstolo, fruto da apostasia da igreja, assenta-se “como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”. Perguntamos: Têm os pontífices romanos manifesto esta pretensão? A resposta é, sim. Há no direito canônico papal uma proposição que assim reza: “O para romano não ocupa o lugar de um mero homem, senão o do verdadeiro Deus neste mundo” (Direito Canônico, C 3, X. de translat episc. 1,7). [Blasfêmia!]

Inocêncio III, nas suas decretais, diz, referindo-se ao papa: “Deus, porque é vigário de Deus”. “O papa não é somente o representante de Jesus Cristo, mas é o mesmo Cristo escondido sob o véu da carne” (Catolic National 18 de julho de 1895). [Blasfêmia!]

“O papa é como se fôsse Deus na terra, único soberano dos fiéis de Cristo, principal rei dos reis, com a plenitude do poder, a quem Deus onipotente não só confiou a direção do que é terreno, mas também a do celestial… O papa tem tão grande autoridade e poder que pode mesmo modificar, explicar ou interpretar as leis divinas” (Pronta Biblioteca, Lucio Ferrari, art. Papa, Vol. VI, 26-29). [Blasfêmia!]

Em 1938 disse o papa Pio XI: “Deus no céu e eu na terra…” (Jornal Correio do Povo, P. Alegre, 8 de Janeiro de 1938). [Blasfêmia!]

Num congresso eucarístico de Buenos Aires, foi distribuído um pequeno folheto em honra do papa, em o qual, entre outras exaltações do pontífice de Roma, encontramos a seguinte: “Jesus Cristo pôs o papa na Igreja, para que O representasse de tal maneira, que o papa fôsse em tôda a profundidade da frase: ‘O Doce Cristo na terra’. [Blasfêmia!]

Fonte: Araceli S Mello. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959. Disponível em: <https://pt.scribd.- com/doc/264320586/Araceli-S-Mello-A-Verdade-Sobre-As-Profecias-Do-Apocalipse-pdf>. Acesso em: abr. 2020.

Constantino realmente deu o seu trono para o papa. O trono dos Césares foi deixado vago. Foi nessa vaga que o papado se assentou. Aqui estão as palavras de um escritor católico: ‘E piedosamente subindo ao trono de César, o vicário de Cristo [Blasfêmia!] tomou o cetro diante do qual imperadores e reis da Europa se curvariam em reverência por muitas eras’ (American Catholic Quartcrly Review, abril de 1911).

Outros imperadores também outorgaram poder ao papado. Passo a passo, o Império Romano (o grande dragão vermelho) deu grande autoridade à igreja (a besta com corpo de leopardo), com o clímax ocorrendo em 538, quando os exércitos do império expulsaram os arianos ostrogodos de Roma, o que iniciou o período de 1.260 anos.

Para tornar o cristianismo mais atraente para os gentios, os sacerdotes adotaram as vestimentas exteriores e os ornamentos utilizados no culto pagão. O papa Gregório teria instruído Agostinho: ‘Destrua os ídolos, nunca os templos. Borrife-os com água benta, ponha neles relíquias, e deixe as nações adorarem nos lugares onde estão acostumadas’ (ver Roy A. Anderson, Revelações do Apocalipse, págs. 142-143).

Fonte: Henry Feyerabend, Apocalipse verso por verso, 2005, p. 111.

Gregório, um dos maiores papas da história política da Igreja Católica Apostólica Romana, afirmou: “A Igreja Romana nunca errou e nunca pode errar, e o papa é o supremo juiz, que não pode ser julgado por ninguém. Não há mudança em suas decisões, somente ele tem direito à homenagem de todos os príncipes, e somente ele pode depor reis e imperadores”. [Blasfêmia!]

Fonte: The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 4, p. 837.

Os intérpretes historicistas da profecia bíblica apontam para várias reivindicações do papado que cumprem a predição de Daniel de que o chifre pequeno proferiria “palavras contra o Altíssimo”. Uma delas é a de que os papas são vigários de Cristo. A palavra vigário, que significa “substituto”, tem a mesma raiz da palavra vice, como em vice-presidente, vocábulo esse que remete ao substituto do presidente. Ao afirmar ser vigário de Cristo, o papa está dizendo que ele é o representante pessoal do Filho de Deus na Terra durante o tempo em que Cristo está no Céu. [Blasfêmia!] Contudo, Jesus disse especificamente que enviaria o Espírito Santo para representá-Lo na Terra em Sua ausência (Jo 16:7, 8). Portanto, esse tipo de reivindicação faz com que o papa ocupe o lugar que pertence ao Espírito Santo.

A análise de dois outros ensinos do papado bastarão para mostrar que ele cumpre a predição de Daniel, no sentido de pronunciar “palavras contra o Altíssimo”. O primeiro diz respeito à afirmação de que, por meio da confissão, os sacerdotes católicos têm o poder de perdoar pecados – uma prerrogativa que pertence somente a Deus. [Blasfêmia!]

O segundo refere-se à doutrina de que o sacerdote sacrifica o corpo e o sangue literais de Cristo no altar durante o serviço da missa. Esse ensino não apenas contradiz a verdade de que Cristo Se ofereceu uma vez para sempre (Hb 9:25, 26), mas também dá ao sacerdote católico autoridade para trazer Cristo do Céu a fim de sacrificá-Lo. [Blasfêmia!]

Fonte: Mervin Moore, Apocalipse 13, 2013, p. 34 e 35.

“O sacerdote ocupa o lugar do próprio Salvador, pois ao dizer: ‘Ego te absolvo‘ [Eu te absolvo], absolve do pecado. . . . Para perdoar um só pecado se requer toda a Onipotência de Deus.  . . . Mas o que unicamente Deus pode fazer por sua Onipotência, o sacerdote pode fazê-lo também dizendo: ‘Ego te absolvo a peccatis tuis’ … Inocêncio III escreveu: ‘Na verdade, não é exagerado dizer que em vista do caráter sublime de seu cargo, os sacerdotes são outros tantos deuses.‘” – Alfonso de Ligório, Dignity and Duties of the Priest, págs. 34-36. [Blasfêmia!]

“Mas nossa admiração deve ser muito maior quando encontramos que em obediência às palavras de seus sacerdotes: HOC EST CORPUS MEUM [Este é o meu corpo], Deus mesmo desce ao altar, acode aonde quer que o chamem, e se coloca em suas mãos, mesmo que sejam seus inimigos. E tendo acudido, fica, completamente a seu dispor; eles o transladam como querem de um lugar a outro; podem, se assim o desejam, encerrá-lo no tabernáculo, ou expô-lo sobre o altar, e levá-lo fora da igreja; podem, se quiserem, comer sua carne e dá-lo para alimentar a outros. ‘Oh, quão grande é seu poder‘ – diz São Lorenzo Justiniano, falando dos sacerdotes. Cai uma palavra de seus lábios, e o corpo de Cristo está aqui substancialmente formado com a matéria do pão, e o Verbo Encarnado descendo do céu se acha realmente presente sobre a mesa do altar!‘” – Idem, págs. 26, 27. [Blasfêmia!]

“Assim pode o sacerdote, em certa maneira, ser chamado criador de seu Criador.  . . .‘O poder do sacerdote’ – diz São Bernardino de Siena – ‘é o poder da pessoa divina; porque a transubstanciação do pão requer tanto poder como a criação do mundo.‘” – Idem, págs. 32, 33. [Blasfêmia!]

Fonte: Urias Smith. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

Daniel 7 contém a profecia dos 1.260 dias, acerca de um sistema que haveria de blasfemar, perseguir e modificar a lei de Deus. Daniel 8 apresenta a profecia paralela dos 2.300 dias, que retrata um sistema que “pisaria” o “santuário” e o “exército”.

Muitos quadros do Apocalipse são apresentados em pares opostos. Por exemplo: existem duas insígnias: o “selo de Deus” e a “marca da besta”. Haverá duas ressurreições, a primeira dos “bem-aventurados e santos”, a segunda para todos os demais. Existem duas mães, a primeira vestida em vestes brancas, a outra sendo uma prostituta vestida de vermelho. Entre tantos outros pares, existem igualmente duas cidades, a “cidade santa” e a “grande cidade”.

Conforme vimos, há poucos instantes, a cidade santa é a Nova Jerusalém. A outra cidade, a grande cidade, é Babilônia. “Ai! ai! tu, grande cidade, Babilônia, tu poderosa cidade!” Apocalipse 18:10. Veja também Apocalipse 18:2, 16, etc. Todos sabemos que a cidade literal de Babilônia floresceu nos dias do profeta Daniel. Nos dias de João, tratava-se de uma “cidade mal-assombrada”, que desde então jamais voltou a ser habitada. Portanto, a “Babilônia” do Apocalipse não pode ser uma cidade real. Trata-se de um símbolo de uma vasta comunidade de pessoas que, a exemplo da antiga Babilônia, blasfema de Deus e persegue os Seus verdadeiros santos.

À medida que o monstro multicéfalo se projetava para fora das águas e porções mais amplas de seu enorme corpo puderam ser vistas, João experimentou surpresas adicionais. Ele pôde perceber que, de um modo geral, a nova besta era “semelhante a leopardo”. Seus pés, contudo, pareciam os de um “urso”, ao passo que sua boca fazia lembrar a “boca de leão”. Leopardo, urso, leão. Já nos deparamos antes com essa lista. Durante uma visão, cerca de seis séculos antes, Daniel observou um leão, um urso e um leopardo — além de um quarto animal, indescritível — emergirem do mar.

No conjunto, eles possuíam sete cabeças e dez chifres. (O leopardo possuía quatro cabeças, cada um dos outros três animais possuía uma cabeça, e a quarta besta apresentava dez chifres.) Veja Daniel 7. O leão, o urso e o leopardo de Daniel representavam, respectivamente, os impérios babilônico, persa e grego. Sua quarta besta simbolizava Roma — e entre seus dez chifres surgiu um décimo primeiro elemento, o qual a princípio era um “chifre pequeno”, mas que veio a tornar-se um poder perseguidor poderoso e blasfemo. […] observaremos que o comportamento da besta semelhante a leopardo foi o mesmo do chifre pequeno.

“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu. Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça” (Ap 13.5-9).

Conforme concluímos antes, as similaridades revelam que a “besta” é a igreja de Roma. Assim, de acordo com Daniel e Apocalipse, quais são os traços característicos ou marcas da igreja de Roma, vista sob o seu aspecto mais negativo? Ela (1) blasfema contra Deus e modifica a Sua lei, (2) subverte o ministério do santuário celestial e (3) oprime os santos de Deus. Em Apocalipse 12 a 14, as pessoas que recebem a marca da besta encontram-se em contraste com os santos que “guardam os mandamentos de Deus”.

A Igreja Católica não instrui as pessoas a cometer adultério ou assassinato. O mandamento que ela pretende haver mudado é o quarto mandamento, aquele que diz respeito ao sábado. [Blasfêmia!] Ela transformou a não-observância do domingo num pecado mortal. No começo da Idade Média, sacerdotes “descobriram” cartas provindas do Céu, que impunham às pessoas a guarda do domingo em lugar do sábado. Em 1054 o papa Leão IX excomungou toda a Igreja Ortodoxa do Oriente, em parte porque os ortodoxos celebravam o sábado. [Blasfêmia!] De todos os principais ramos da cristandade, a Igreja Católica tornou-se aquele que maís ferrenhamente se opôs ao sábado do sétimo dia.

“O papa pode modificar a lei divina”, diz Pedro de Ancharano. [Blasfêmia!] “O sábado, o mais glorioso dia da lei, foi mudado para o dia do Senhor… pela autoridade da igreja”, [Blasfêmia!] declarou o Arcebispo de Reggio durante o crucial Concílio de Trento. “Nós observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo” [Blasfêmia!], diz o Catecismo dos Conversos.

Deus não modificou Sua lei nem mesmo para livrar Jesus do Getsêmani e da crucifixão. Mas um grupo de líderes cristãos sentiu-se na liberdade de modificá-la, e de molestar, perseguir e excomungar milhões de cristãos que decidiram obedecer a lei divina. A responsabilidade é inquestionavelmente séria. A marca da besta colocada sobre a “testa” de uma pessoa, representa a concordância intelectual com as crenças e comportamentos da igreja. A marca sobre a “mão” representa as atividades executadas em harmonia com semelhantes crenças. A “testa” de uma pessoa pode não aprovar o que faz a sua “mão”, mas as ações falam mais alto que as palavras.

Em todos os casos, as pragas caem sobre a besta e sobre as pessoas e coisas com ela associadas. A punição indiscutivelmente equivale à gravidade dos crimes. O pecado na mente e nos músculos (testa e mão) é confrontado com repugnantes chagas. Pessoas que derramaram rios de sangue são agora colocadas frente a rios de sangue. Líderes religiosos que preferiram a tradição em lugar da clara luz da Bíblia, descobrem que a assim-chamada “luz da tradição” os cegou aos raios da luz verdadeira, transformando seus corações em desertos. Excruciante escuridão (seria talvez a dor profunda resultante de temperaturas extremamente baixas?) enfatiza o mesmo ponto, especialmente para aqueles líderes que preferiram aliar-se às tradições romanas, provenientes do trono da besta.

As leis do Antigo Testamento requeriam que as pessoas notoriamente culpadas de idolatria, adultério, blasfêmia e persistente rebelião fossem apedrejadas até à morte. O apedrejamento era praticado pela comunidade completa, numa demonstração de profundo repúdio de todos ao grave crime. Veja Deuteronômio 13:2-11; 21:18-21; 22:23 e 24; Levítico 24:16. Sob a sétima praga, as pessoas que estiveram a adorar a besta, blasfemaram de Deus, e recusaram arrepender-se, são apedrejadas pelas grandes pedras de saraiva, sob a aprovação das vozes celestiais. Colocada a questão em termos mais simples, as pragas caem no fim do tempo sobre pessoas que, tendo conhecido melhor caminho, persistiram rebeldemente em suas blasfêmias e na recusa de obedecer a Deus, e na idolatria de seguirem seus próprios caminhos, e no assassinato simbolizado por sua aprovação à perseguição promovida contra os “santos” “remanescentes” que acariciaram o sábado divino, e contra o estilo de vida amável e honesto representado por esses “santos”. Daniel e seus três companheiros produziram um exemplo de fiel lealdade a Deus mesmo quando confrontados com a morte na fornalha ardente e na cova dos leões.

Jesus não retornará para colher os grãos e as uvas da Terra até que estejam plenamente maduros. Veja Apocalipse 14:14-20. Na parábola de Cristo a respeito do trigo e do joio, ambas as plantas deveriam crescer juntas até a ocasião da colheita. Somente quando os dois estiverem maduros é que os ceifadores poderão estar seguros quanto à diferença entre eles. Veja S. Mateus 13:24-30. No decorrer do grande conflito entre Cristo e Satanás vimos que Deus permitiu que a história terrestre prosseguisse até o presente de modo que todo e qualquer habitante da Terra — e do restante do Universo — pudesse ver claramente a diferença resultante de se escolher servir a Deus ou a Satanás.

Sob as sete últimas pragas, o caráter das pessoas será plenamente manifestado, de ambos os lados. Os que se rebelaram contra Deus são confirmados em sua rebelião, pois se recusam a arrepender-se, prosseguem blasfemando, e, se possível, procurarão ansiosamente destruir as vidas dos seguidores de Deus. Por outro lado, o povo de Deus permanece fiel em sua obediência, preferindo — se necessário — sacrificar a vida em vez de desonrar o seu Senhor. Uma vez que os dois grupos tenham sido inequivocamente diferenciados, sendo que trigo e joio, grãos e uvas, estejam plenamente amadurecidos, não haverá mais razão para postergamento. Nada mais haverá que Deus possa fazer para salvar os ímpios, e nada mais será necessário em favor dos justos — exceto a sua libertação.

Apocalipse 17 apresenta um clímax duplo, dois conflitos cataclísmicos de proporções sobrenaturais. Numa dessas grandes batalhas, a “besta” e os “dez reis” (que são os “dez chifres”) guerreiam contra o “Cordeiro”; na outra batalha, eles se voltam contra a “grande meretriz” que cavalga a besta, e a destroem. “Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada [‘deixando- a nua’,* de acordo com A Bíblia de Jerusalém], e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.” Apocalipse 17:16.

* Obrigar as prostitutas a andar com as saias sobre a cabeça, era antigamente um castigo comum aplicado às mesmas. Veja Jeremias 13:22; Naum 3:5.

Em profecia bíblica, “mulher” representa a comunidade do povo de Deus. A mulher vestida com o sol (Apocalipse 12:1 e 2) simboliza a genuína igreja ideal de Deus. A prostituta vestida em vermelho, e que segura o “cálice” de blasfêmia, transbordante do “vinho” do sangue dos mártires, representa a igreja cristã que apostatou, perseguiu e praticou “prostituição”. Apocalipse 17:2-6. O conceito simbólico de “prostituição” ou “fornicação” provém de Ezequiel 16. Nesse texto, os israelitas — que eram o povo de Deus nos tempos do Antigo Testamento — são vinculados a uma pobre mulher que Deus tornou muito bela e depois, graciosamente, recebeu como esposa.

Mas Israel, em atitude de infidelidade, praticou “imoralidade” com as idólatras nações vizinhas. Avidamente aceitou o paganismo, estabeleceu tratados de auxílio mútuo com estas nações e oprimiu, de igual modo, os genuínos adoradores de Deus. A grande meretriz de Apocalipse 17 “cometeu prostituição” com os “reis da Terra”. Verso 2. A grande igreja cristã da Idade Média envolveu- se em relações imorais com outros governos cristãos, de modo a conseguir o poder necessário para perseguir os verdadeiros seguidores de Deus. Esta união imoral da Igreja com o Estado resultou em um grande número de mártires. Resultou igualmente num rebaixamento geral da moralidade cristã. Os líderes religiosos frequentemente falharam em reprovar os pecados dos líderes governamentais, por temerem a perda de seu poder de influência e apoio financeiro.

Esta conspiração final e convulsiva dos dez reis é apenas uma parte do “julgamento” executado contra as pretensões do cristianismo corrupto e apóstata. Em Daniel 7 o “chifre pequeno” — que é essencialmente a mesma coisa que a prostituta — é mostrado como enfrentando o julgamento no Céu. Apocalipse 17 prediz uma horrível contrapartida do julgamento celestial. As nações que servilmente conspiraram com a prostituta, como forma de controlar a vida de seus cidadãos, vêem-na agora como a indesejável monstruosidade que ela realmente é. Em odiosa contenda, elas a desnudam e desgraçam, num dos dois terríveis conflitos preditos em Apocalipse 17.

A outra batalha feroz de Apocalipse 17, o primeiro dos dois conflitos aí registrados, ocorre quando os dez reis pelejam “contra o Cordeiro” — “e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele”. Versos 13 e 14. Cristo aparecerá como Rei dos reis e Senhor dos senhores por ocasião de Sua segunda vinda, ao iniciar-se o milênio. Veja Apocalipse 19:11 a 16. Ele será acompanhado por Seu Pai, que é “Aquele que Se assenta no trono”. Apocalipse 6:16. Portanto, a segunda vinda de Cristo é a chegada dos “reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Apocalipse 16:12); e a batalha que ocorre nessa ocasião é a Batalha do Armagedom.

Eles fazem guerra ao Cordeiro; mas G. B. Caird e outros observam que “a única forma pela qual os reis podem guerrear contra o Cordeiro, é através de Seus seguidores”. “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”, disse Jesus a Paulo nos tristes dias em que este era um perseguidor. Ao dirigir-se a Paulo nesses termos, Jesus identificou-Se com Seus seguidores a quem Paulo maltratava. Veja Atos 9:5. “Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um desses Meus pequeninos irmãos”, disse Jesus a todos nós durante o Discurso do Olivete, “a Mim afizestes'”. S. Mateus 25:40. Apocalipse 12:17 diz que no tempo do fim o dragão irá “fazer guerra” contra aqueles “que guardam os mandamentos de Deus”. O Armagedom não será uma guerra do Oriente contra o Ocidente, e sim uma guerra do erro contra a verdade, dos seguidores do dragão contra aqueles que guardam os mandamentos de Deus e seguem fielmente o Cordeiro.

Quando João viu a prostituta em Apocalipse 17, percebeu que ela trazia o seu nome escrito na testa. Nos dias de João, as prostitutas excêntricas costumavam escrever seus nomes sobre faixas que carregavam sobre a testa. O nome que ela própria escolheu para si foi: “Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra”. Verso 5. Já estamos bem familiarizados com “Babilônia” como sendo o nome de um antigo império. A palavra deriva de Babel, como em “Torre de Babel”. No Oriente Médio antigo existiram várias torres de Babel, de algumas das quais ainda hoje existem ruínas. Tipicamente, cada torre de Babel possuía em seu cume um santuário especial para a adoração pagã. Babel significava, originalmente, “a porta de Deus”. Torres de Babel eram notáveis lugares de adoração — de adoração à moda do homem.

Por ocasião da construção da primeira torre de Babel, os construtores foram confundidos certo dia, quando apareceu entre eles um desagradável dom de línguas. Urna vez que eles não mais puderam comunicar-se inteligentemente, “Babel” veio a adquirir um novo sentido, de significado indesejável. Este significado foi “confusão”. Veja Génesis 11:1-9. A prostituta Babilônia considera-se como uma “porta de Deus”, como a porta de Deus. Estro, ecclesiam non saltts est, foí durante séculos a sua doutrina oficial em latim. “Fora da igreja [romana] não há salvação.” Evidentemente, no entanto, aos olhos de Deus ela era um lugar de confusão.

Seus ensinamentos, uma corruptora mistura de verdade e erro, criaram uma confusão monumental. Ela ensinou que o dia do juízo ocorrerá por ocasião do segundo advento — mas também ensinou que os pecadores são condenados ao inferno imediatamente depois que morrem. Ela ensinou que Deus é amor — mas diz também que Ele faz os pecadores queimarem em tormento literalmente para sempre e sempre. Ela ensinou que a Bíblia é a Palavra de Deus — mas quando os concílios eclesiásticos divergem da Bíblia, eles são mais claros e possuem maior autoridade que esta. Ela ensinou que todos os dez mandamentos são laços morais indissolúveis — mas em seus catecismos ela removeu do segundo mandamento a proibição de culto às imagens e modificou o mandamento do sábado, de modo a colocar o domingo como dia santificado em lugar do sábado de Deus.

Na tiara que traz à testa, a prostituta identificou-se como “Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes”. Durante muito tempo tem a Igreja Católica se rotulado como a “Igreja-mãe”. Em determinado sentido, ela tem estado correta ao assim proceder, pois ela deu origem a muitas igrejas-filhas. Triste é dizê-lo: quando observadas pelo seu pior aspecto, as filhas também demonstram uma forte tendência para se tornarem “prostitutas”. As filhas não nascem como prostitutas. Tornam-se assim por livre escolha. Solteiras, são conhecidas pelo nome da mãe. As filhas prostitutas das quais estamos falando, são também conhecidas como “Babilônia”, a exemplo do que ocorre com a mãe.

Antes que prossigamos, recordemos novamente que os livros de Daniel e Apocalipse tendem a considerar seletivamente a situação de pessoas perseguidas e igrejas e nações perseguidoras. Assim, eles enfatizam o aspecto mais negativo dessas igrejas e estados, de modo a advertir os crentes. Excepcionalmente, Apocalipse 2:19 faz referência à especialíssima contribuição feita à sociedade pela Igreja Católica — e isso é correto, pois durante a Idade Média (para não falar das contribuições positivas dos dias atuais) a Igreja providenciou praticamente os únicos hospitais e escolas existentes no Ocidente. Ela também ajudou a manter vivo um certo conhecimento a respeito de Deus e Seu Filho Jesus.

Para o nosso benefício, Daniel e Apocalipse há muito tempo estão nos advertindo de que o quadro teria um outro lado, bastante escuro. A Igreja Romana se caracterizaria por (1) oposição aos mandamentos de Deus, (2) negação ou obscurecimento do ministério de Cristo no santuário celestial e (3) perseguição dos mais fiéis seguidores de Deus. A Igreja Católica Romana tem revelado essas três características em maior ou menor grau praticamente desde a sua implantação. Por outro lado, as principais igrejas protestantes vieram à luz com a determinação de procederem melhor que a “igreja-mãe”.

Maninho Lutero, fundador da Igreja Luterana, redescobriu os três grandes pilares da verdade divina, quais sejam: “justificação pela fé”, “a Bíblia somente” como autoridade final e o “sacerdócio dos crentes”. João Calvino, inspirador das igrejas Congregacional e Presbiteriana, trouxe novamente à luz a verdade de que Deus, e não um sacerdote ou os “santos”, decidirá se nós seremos salvos ou nos perderemos. João Wesley, líder da Igreja Metodista e da Igreja do Nazareno, redescobríu a “livre graça”, de que a salvação não é concedida apenas a umas poucas pessoas previamente selecionadas por Deus (conforme ensinava Santo Agostinho), mas se encontra livremente disponível a todo aquele que crer. Os batistas redescobriram o “batismo dos crentes”, ou seja, que não se deve esperar que as pessoas se tornem membros da igreja antes que compreendam e aceitem aquilo que a igreja ensina. À medida que vinham à existência, cada uma dessas principais igrejas protestantes resplandecia sob a luz de algum novo aspecto, restaurado, da maravilhosa verdade de Deus.

Todos os cristãos da atualidade podem sentir-se imensamente agradecidos pelas magníficas descobertas realizadas pelos fundadores dessas igrejas. Também podemos ser agradecidos, evidente- mente, à Igreja Católica, pelos vários aspectos da verdade que ela preservou durante a Idade Média.

Tragicamente, na década de 1840, no clímax do grande reavivamento religioso da América, por ocasião do grande despertamento do segundo advento, os líderes da maioria das igrejas protestantes dos Estados Unidos rejeitaram a tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14:6 a 12. Ao assim procederem, eles (1) negligenciaram o sábado dos dez mandamentos de Deus, ou até mesmo se opuseram a ele, (2) negaram o novo ministério de Cristo no lugar santíssimo do santuário celestial — um ministério de juízo e expiação. Por vezes, naquela ocasião, e muitas outras vezes desde então, eles (3) proferiram palavras duras — em livros, jornais, rádio e TV — contra os fiéis cristãos observadores do sábado.

Quando se cumprir a profecia de Apocalipse 13, essas denominações e outras mais provavelmente se unirão ao Estado com o objetivo de infligir cruel boicote, e até mesmo a penalidade de morte, aos observadores do sábado. Elas farão com que “todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos” recebam uma “certa marca sobre a mão direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o número do seu nome”. Apocalipse 13:16 e 17.

Encontra-se você em Babilônia? Muitos extraordinários cristãos dos dias de hoje adoram a Deus na Igreja Católica ou nas várias denominações protestantes. Eles amam a Deus e almejam profundamente servi-Lo. Eles não se apercebem de que são membros de “Babilônia”. Até agora eles não se deram conta de que suas igrejas se opõem deliberadamente a um ou mais dos dez mandamentos, e que seus pastores ignoram ou obscurecem o novo ministério celestial específico desempenhado por Cristo na atualidade.

É por esta razão que Jesus está proclamando hoje a Sua advertência, a última no tempo do fim. Ele deseja que o Seu sincero povo — homens e mulheres, meninos e meninas — que se encontram nas várias comunidades apóstatas, despertem para o sério perigo em que se encontram — o perigo de se envolver com os pecados de Babilônia e assim participar do sofrimento embutido nas pavorosas pragas finais que sobre ela cairão. Cristo deseja que eles saiam de Babilônia imediatamente! Ele ama Seu povo! Sai de Babilônia, “povo Meu”, diz Ele (Apocalipse 18:4).

Na visão do apóstolo, Jesus usa “muitos diademas”, ou coroas reais. Apocalipse 19:12. Os múltiplos diademas colocados sobre o dragão (12:3) e sobre a besta (13:1) são uma blasfema paródia da autoridade real de Cristo. Satanás é o “príncipe” deste mundo (S. João 12:31) somente porque arrebatou o reino de seu legítimo Senhor.

Fonte: C. Mervyn Maxwell e Hélio Luiz Grelmann. Uma nova era segundo as profecias do Apocalipse. Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 307, 310, 311, 333, 392, 393, 460, 474-479 505.

A profecia diz que a ferida mortal seria curada e toda a terra se maravilharia seguindo a besta. Desde o concílio Vaticano I, realizado nos anos 1869 e 1870, o papado busca se restabelecer. Neste mesmo concílio foi pronunciado o dogma da infalibidade papal, de acordo com o qual o papa, quando fala ex-cathedra, isto é, em função de seu ofício apostólico, seja para explicar uma doutrina ou um item da fé e moral a serem mantidos pela igreja, seja concernente à disciplina e ao governo da mesma, sua palavra é a lei e deve ser acatada sem questionamento, permanecendo inalterável por si mesma, e não pelo consenso da igreja.

Fonte: Arilton Oliveira et al., Apocalipse. Escola Bíblica, Novo Tempo. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2015, p. 44.

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