maio 9, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Questões acerca da Seleção Natural como sendo capaz de criar novidade morfológica

A despeito da aceitação da importância da seleção natural, muitos eruditos ainda são céticos quanto à sua capacidade de produzir a diversidade da vida. Pelo menos três problemas biológicos podem ser identificados: o problema das mutações adequadas, o poder da seleção para criar algo novo e o problema da estase.

Duvidas Acerca da Disponibilidade de Mutações Adequadas. Embora ninguém duvide de que as populações variam em seus genes, e que diferentes formas de uma enzima podem diferir em sua eficiência química, simplesmente não está claro que as mutações proporcionam bases genéticas adequadas para a produção das grandes mudanças morfológicas exigidas pela teoria evolucionista. O ecologista A. D. Bradshaw, da Universidade de Liverpool, observou:

A maioria das espécies é muito estável e, em situações nas quais se observa evolução em uma espécie, muitas vezes nenhuma é encontrada em outras, apesar da oportunidade equivalente. O fracasso evolutivo é lugar-comum. A despeito da ocorrência de altos níveis de polimorfismo de proteína, há boa evidencia de que o suprimento das variações como fator de importante contribuição à adequação é muito limitado. Como resultado, argumenta-se que a ausência de evolução na maioria das espécies pode dever-se mais a falta de variabilidade apropriada do que outras causas: uma condição para a qual se propõe o termo “genoestase”. [49]

Como foi observado pele hiologn evelemists Jeffrey Levinton, da Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook grandes mutações parecem ineficazes na produção de grandes mudanças viáveis, já que, provavelmente, romperam o existente sistema finamente ajustado:

Como regra geral, importantes mutantes evolutivos apresentam um quadro de monstros impotentes, em vez de esperançosa mudança E a epigenética e a pleitropia genética [um fator singular tem muitos efeitos diferentes] conferem um grande fardo a qualquer grande perturbação evolucionária. Dese modo, é improvável que mutantes que afetam qualquer pre pré-padrão fundamental no desenvolvimento possam produzir um organismo funcional. […] O mutante ciclope da Artemia é letal. Os mutantes homeóticos [produzidos por mutações de genes que controlam o desenvolvimento] da Drosophila  melanogaster sofrem destinos semelhantes. [50]

Dúvidas Acerca da Capacidade Criadora da Seleção. A eficiência da seleção natural parece limitar-se a modificar estruturas existentes mais comumente do que por afetar o tamanho de partes do corpo ou a cor do tegumento. As experiências com seleção, invariavelmente, atingem limites de mudança sem produzir novas estruturas. [51] De modo típico, a viabilidade da linha experimental declina à medida que os efeitos da seleção se acumulam. [52] Nunca observou que a seleção tenha produzido qualquer novidade morfológica. A geneticista Mae-Wan Ho, anteriormente da Universidade Aberta, e o matemático Peter Saunders, do King’s College, de Londres, argumentam que a  seleção natural não produz novas estruturas morfológicas:

Argumentamos que o arcabouço neodarwinista básico —  a seleção natural de mutações aleatórias — é insuficiente como fator da evolução. O papel da seleção natural é, em si, limitado: não pode, de maneira adequada, explicar a diversidade das populações ou de espécies; também não pode dar a razão da origem de novas espécies ou da maioria das mudanças evolutivas. A evidencia sugere,por um lado, que a maioria das mudanças genéticas é irrelevante para a evolução; e, por outro, que uma relativa falta da seleção natural pode ser o pré-requisito para um grande avanço evolutivo. [53]

Ho e Saunders questionam, ainda, a capacidade da teoria neodarwinista para explicar a biodiversidade:

Faz aproximadamente meio século desde que se formulou a síntese neodarwinista. Muita pesquisa foi levada avante dentro do paradigma que ela define. Porém, o sucesso da teoria se limita à interpretação de minúcias da evolução, tais como a mudança adaptável na coloração de mariposas, enquanto, de forma notável, tem pouco a dizer sobre as questões que mais nos interessam, como, por exemplo, de que vieram a existir as mariposas, para começar. [54]

Alguns cientistas suspeitam que as instruções para a construção de um organismo não estão exclusivamente localizadas no DNA. H. F. Nijhout, biólogo na Universidade Duke, escreveu:

Por outro lado, os genomas parecem não conter nada que corresponda à planta ou à receita que se supõe guiar a construção física de células e organismos. Na verdade, os procedimentos fisiológicos pelos quais as células são construídas e reconstruídas são apenas remotamente ligados aos genes. […] Cada célula proporciona um molde sobre o qual a célula-filha se organiza. Muitas funções desse molde são realizadas no nível dos genes e seus produtos imediatos, mas as instruções genéticas são suplementadas por “herança celular”, muitas vezes embutida na estrutura física da célula. Essa herança é comumente denominada “epigenética”. [55]

Aspectos possíveis da estrutura celular que poderiam desempenhar um papel na construção da forma incluem o citoesqueleto e as membranas das células. O problema é muito maior se as grandes características da evolução forem condensadas em um intervalo relativamente curto de tempo, como a explosão cambriana. [56]

A Seleção Natural e o Problema da Estase no Registro Fóssil. O registro fóssil apresenta alguns desafios difíceis para a teoria de Darwin, conforme a descrição de Joel Cracraft, do departamento de ornitologia do Museu Americano de História Natural:

Na verdade, a “informação factual” que Darwin apresenta (praticamente nenhuma) parece apoiar um ponto de vista filosófico (e científico) oposto ao dele mesmo. Darwin foi o consumado teórico, um cientista da mais elevada estatura, que não permitia que os dados se plantassem no caminho de suas ideias. [57]

O registro fóssil, aparentemente tão importante para qualquer pessoa que defendesse a modificação evolutiva ao longo do tempo, não foi muito bondoso com a causa de Darwin. Como resultado, ele o ignorou. O registro fóssil por certo não fez com que ele alterasse suas teorizações ou expectativas. Com efeito, o que ele com frequência via era a estase. [58]

O paleontólogo Niles Eldredge, do departamento de paleontologia dos invertebrados do Museu Americano de História Natural, observou que não é comum os paleontólogos verem os padrões de mudança nos fósseis, preditos pela teoria gradualística de Darwin:

Não é de admirar que os paleontólogos tenham se afastado da evolução por tanto tempo. Ela parece não acontecer nunca. A coleta assídua de faces rochosas produz zigue-zagues, oscilações menores e o leve acúmulo, muito ocasional, de mudanças — ao longo de milhões de anos, a uma taxa muito lenta para de fato dar conta de toda a prodigiosa mudança que ocorreu na história evolucionária. Quando vemos a introdução de uma novidade evolutiva, ela, de modo geral, surge com uma explosão e, frequentemente, sem firme evidência de que os organismos não evoluíram em algum outro lugar! A evolução não pode estar, para sempre, acontecendo em algum outro lugar. Entretanto, foi assim que o registro fóssil impressionou muitos paleontólogos desesperançados que esperavam aprender algo acerca da evolução. [59]

A seleção natural apresenta uma explanação razoável sobre por que indivíduos variam dentro de uma população, e sobre a existência de um grupo de espécies semelhantes ocupando diferentes habitats. Ela não explica as origens de estruturas morfológicas, planos corporais ou complexidades moleculares. Necessita-se de algo mais.

Uma resposta comum para as duvidas quanto à eficiência da seleção natural é propor que alguma outra força atue para causar mudanças nas espécies. A alternativa mais popular é que a evolução não é deixada ao acaso, mas que Deus está, de algum modo, envolvido em guiar o processo evolutivo. Examinaremos brevemente essa ideia na próxima seção.

Referências:

49. A. D. Bradshaw, “Genostasis and the Limits to Evolution”, Philosophical Transactions of the Royal Society of London B 333 (1991), p. 289-305.

50. Jeffrey Levinton. Genetics, Paleontology and Macroevolution (Cambridge: Cambridge University Press, 1998) p. 252.

51. B. Gaffney e E. P. Cunningham, “Estimation of Genetic Trend in Racing Performance of Thoroughbred Htorses”, Nature 332 (21 de abril de 1988), p. 722-724.

52. K. Maki et al., “Population Structure, Inbreeding Trend and Their Association With Hip and Elbow Displasia in Dogs”, Animal Science 73 (2001), p. 217.228.

53. Ma-Wn Ho e Peter T. Saunders, “Beyond Neo-Darwinism And Epigenetic Approach Journal Thiel Billings 78, n. 4(1979), p. 573-591, 573. This p. $73 591, 589.

54. Ibid., p. 573-591, 589.

55. H. F. Nijhout, “Metaphors and the Role of Genes in Development”, BioEssays 12 (setembro de 1990), p. 441-446. Ver também G. Bert Muller e Stuart A. Newman, “Origination of Organismal Form: The Forgotten Cause in Evolutionary Theory”, em Origination of Organismal Form: Beyond the Gene Developmental and Evolutionary Biology, eds., G. B. Muller e S. A Newman (Cambridge, MA: MIT Press 2003). p. 3-10; Franklin M. Harold, The Way of the Cell: Molecules, Organisms, and the Order of  Life (Nova York: Oxford University Press, 2001), cf. cap. 4.

56. Susumu Ohno, “The Notion of the Cambrian Pananimalia Genome”. Proceedings of the National Academy of Sciences, 93 (6 de agosto de 1996), p. 8475-8478.

57. Joel Cracraft, “Phylogenetic Analysis, Evolutionary Models, and Paleontology”, em Phylogenetic Analysis and Paleontology, eds., Joel Cracraft e Niles Eldredge (Nova York: Columbia University Press, 1979), p.7-39, 14.

58. Ibid., p. 16.

59. Niles Eldredge, Reinventing Darwin: The Great Debate at the High Table of Evolutionary Theory (Nova york: Wiley, 1995), p. 95.

 

Fonte: No Princípio: a ciência e a Bíblia confirmam a criação. Org. Bryan W. Ball; tradução Eunice Scheffel. – Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2017, p. 260-264, 269 e 270.


Gostou do conteúdo? Você gostaria de não apenas ler, mas estudar profundamente a Bíblia, ciência, política e atualidades via WhatsApp, gratuitamente?? Basta apertar AQUI pra gente começar.

Caso deseje participar de um grupo fechado de Perguntas e Respostas, onde os membros enviam suas questões e recebem as respostas e/ou livros/vídeos que podem auxiliar na compreensão do tema questionado, acesse AQUI.

(Hendrickson Rogers)

   Send article as PDF   

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: