Eutanásia (induzida) do livre-arbítrio (soneto)

1. A filosofia chinesa do yin-yang, dentre seus vários significados, ensina que o mal tem um pouco do bem, assim como o bem carrega um pouco do mal.

2. Após a Revolução Francesa ao final do século 18, representada no Apocalipse de João como uma besta que emerge do abismo (11.7), a revelação profética apresenta uma briga de titãs sem igual:

3. A besta do abismo golpearia a besta do mar (13.1-10); esta última é identificada pelos reformadores como o papado.

4. Nesta luta, poderia se dizer que vê-se a ideia chinesa milenar, onde os revolucionários jacobinos que destronaram a realeza sancionada pelo papa, com violência impuseram à tirania papal uma derrota ao pontificado.

5. No entanto, numa guerra entre dois tiranos, o bem fica de fora.

6. De modo semelhante, não há interseção entre o bem e o mal, assim como entre a noite e a aurora.

7. O que há é a presença ubíqua do mal totalitário, seja dos que matam em nome do povo, seja dos que matam em Nome de Deus.

8. Ambos se utilizam de narrativas para representar pessoas que não os consideram seus representantes: nem o povo por inteiro, nem Deus.

9. Aqueles que se submetem a uma das duas bestas, a da esquerda ou a da direita, estão escolhendo a perda de seu livre-arbítrio.

10. Embora ambas propaguem valores, ao agirem com violência e tirania, se perdem em suas ideologias,

11. Deixando um claro alerta aos seus seguidores imprudentes: onde há perda de liberdade, não pode está presente a Verdade. Aliás, Apocalipse 13.11-18 apresenta a besta da terra: evangélicos norte-americanos (inicialmente) que, lutando contra a besta do abismo, se tornarão tão despóticos quanto a besta da água — à sua imagem! Repito: ao agirem com violência e restringindo a liberdade alheia, em lugar da Verdade, apresentarão a mentira e suas orgias.

12. O Armagedom reunirá, de um lado, os que cometeram eutanásia em seu livre-arbítrio, induzidos por poderes despóticos mentirosos que representam escravos, e não seres livres.

13. Do outro lado estarão os campeões da liberdade: aqueles que escravizaram, não o seu próximo, mas o próprio eu! Tomaram a cruz que seguir a Bíblia acarreta (num mundo onde paganismo — oriental ou ocidental — e cristianismo, se unem pelo domínio), se tornaram livres dessas bestas, embora por elas algemados e até mortos.

14. Por serem livres e não escravos, serão perseguidos, pois se recusaram caminhar pela estrada larga dos mortos, ex-livres. Antes, optaram pelo caminho estreito do domínio próprio e da Lei de Deus, apontado por Jesus. Seguiram, não suas propensões nem leis humanas, mas Aquele que é o próprio Caminho. Triunfarão sobre as bestas totalitárias sem violência e com o vivo livre-arbítrio dado pelo Criador, embora absortos!

Fonte: Hendickson Rogers via Instagram.

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