dezembro 3, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Breve estudo sobre o mandamento sabático

Introdução

“Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” (Rm 3.21)

Duas perguntas: como usar corretamente a Bíblia para responder 1) Jesus cumpriu a lei? e 2) que lei Jesus cumpriu?

Nós não conseguimos evitar de formar suposições rápidas, por exemplo, sobre outras pessoas. Quem é poderoso ou fraco? Quem é carinhoso ou agressivo? Quem é confiável e quem é competente? Isso é chamado de preconceito (ou viés) inconsciente e o quadrinho acima mostra como ele funciona na prática.

À primeira vista, a história pode parecer confusa porque nós (erroneamente) assumimos que o cirurgião é o pai – que agora está morto -, quando, na verdade, a médica é a mãe do menino. Isto é preconceito, e muitas vezes é errado, mas não precisamos nos sentir tão culpados assim por isso.

Essas premissas vêm da parte antiga, inconsciente de nossa mente. As decisões são manipuladas antes mesmo de serem feitas e, querendo ou não, a parte inconsciente de nossa mente pode prevalecer.

Disponível em: <https://blogdoprofh.com/2015/12/26/vies-evolucionista-inconsciente-nu/>. Acesso em: jan. 2017.

 

Evitando uma interpretação enviesada a respeito da “lei”

O mesmo pode acontecer com o tema em foco: Lei. Vou dar um exemplo.

Exemplo 1 Mateus 5.17 afirma que Jesus veio cumprir a lei. Logo, isso significa que não existem mais leis a serem obedecidas?

Resposta “Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.” (Mt 5.19)                       

Ou seja, o fato de Jesus cumprir a lei, NÃO TEM NADA QUE VER com acabar com sua validade! Lei e salvação não são assuntos opositores, mas o primeiro é uma derivação do segundo!

Exemplo 2 “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2.-10)

Ou seja, somos salvos “para boas obras”, não para vivermos como sem lei ou fora da lei! Deus nos salvou do pecado, não da obediência!!

Paulo deixa isso ainda mais evidente quando afirma que a fé tem que ver com a obediência, não com a ausência de lei:

“por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios” (Rm 1.5).

 

Investigando o significado da “lei” (ou a qual lei se refere o escritor)

Vou concluir o estudo comentando sobre o problema de se ignorar a multiplicidade do significado da palavra “lei” no NT.

“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na “Lei” de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (Lucas 24.44)

Observem como Jesus Cristo (como era costume dos judeus) chamou os escritos de Moisés de “Lei”. Vamos comparar, agora, um texto usado por muitos irmãos que creem na abolição de todas as leis (na verdade eles só creem na abolição do sábado do quarto mandamento de Êxodo 20.8-11), Lucas 16.16, com Mateus 11.13:

“A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.” (Lucas 16.16)

“Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João.” (Mateus 11.13)

Lucas não quis dizer que a lei e os profetas terminaram nos dias de João, mas que “profetizaram” até aqueles dias, A diferença é muito grande e provê a chave para o significado da passagem em discussão. A frase “os profetas e a lei”, ou mais comumente “a lei e os profetas”, é usada freqüentemente na Bíblia para descrever os escritos de Moisés mais os escritos dos outros profetas do Antigo Testamento. Os escritos de Moisés eram tão distinguidos pelos códigos de leis ali registrados que eram com freqüência descritos como “a lei”, em contraste com os escritos dos outros profetas.

O ceticismo quanto à missão e o caráter de Cristo e de João Batista caracterizava muitos judeus. Eles insistiam que acreditavam em Moisés e em todos os profetas. Cristo procurou repetidamente esclarecer que Ele era Aquele predito pelos profetas. Seu precursor, João Batista, igualmente fora predito, e agora o reino de Deus estava sendo pregado. Ao iniciar o Seu ministério publico, Cristo declarou: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo.” (Marcos 1:15)

Os profetas tinham predito a vinda do Messias. Cristo anunciou que aquelas profecias estavam agora cumpridas. Para os céticos judeus, que não conseguiam ver em Cristo o cumprimento das profecias, Ele declarou: “Não penseis que Eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Porque, se de fato crêsseis em Moisés, também creríeis em Mim; porquanto ele escreveu a Meu respeito. Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas Minhas palavras?” (João 5:45-47)

Quando Filipe encontrou Natanael e procurou dar-lhe a emocionante notícia de que o Messias prometido tinha chegado, disse: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno.” (João 1:45)

Quando Cristo ressurgiu dos mortos, Ele dirigiu-Se naquele mesmo dia aos perturbados e desnorteados discípulos e perguntou: “Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração?” (Lucas 24:38) Então lembrou-lhes que o que Lhe havia acontecido naquele fatídico fim de semana foi o que os profetas tinham predito: “importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” Verso 44.

Paulo disse que sua missão na vida era dar “testemunho, tanto a pequenos como a grandes, nada dizendo, senão o que os profetas e Moisés disseram haver de acontecer.” (Atos 26:22)

Assim, é evidente que o profetizar de Moisés e de outros profetas era uma das principais provas oferecidas por Cristo e os apóstolos em apoio da afirmação de que o Messias tinha vindo. Os profetas profetizam até o tempo em que suas profecias têm cumprimento. Depois disso, a profecia torna-se história.

Desse modo, nosso Senhor, ao declarar que “os profetas e a lei profetizaram até João”, estava simplesmente anunciando que “o tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”. Ele não estava sugerindo que Moisés ou os profetas estavam agora abolidos, muito menos que a lei dos Dez Mandamentos tinha chegado ao fim.

Disponível em: <https://blogdoprofh.com/2012/05/29/lei-e-os-profetas-vigoram-ate-joao/> . Acesso em: jan. 2017.

 

Os 7 conjuntos de indagações que todo cristão deveria estudar para responder sem simplismos e enviesamentos

Concluo com as seguintes indagações (para aqueles que quiserem realmente entender o valor real do texto, a intenção do autor, sem contaminá-lo com suas ideias prévias ou enviesamentos):

1) Se Jesus não aboliu os 10 mandamentos, por que o preconceito com o memorial da Criação, ou seja, o sábado separado pelo Criador? Como cristãos acreditamos na evolução de Darwin ou na Criação de Jesus Cristo? É certo elaborar um sincretismo sem uma clara autorização divina?

2) Por outro lado, por que crer que matar é pecado, bem como roubar, adulterar, mentir, etc., etc., mas ignorar que o mandamento de separar o sábado é anterior a todos os mandamentos que informam que roubar é pecado, matar é pecado, etc., etc., (Gn 2.1-3 e Mc 2.27), e está incluído entre eles no código moral dos 10 mandamentos?

3) Se Jesus resumiu os 10 mandamentos em dois (e isso é verdadeiro), como Ele iria resumir algo que Ele anulou?

4) Se basta amar a Deus e aos semelhantes sem qualquer referencial que defina o amor, como os 10 mandamentos, como saber o que é o amor? O pedófilo diz que ama. E então? O Estado Islâmico mata em nome de deus. E então? Ou seja, se anularmos os 10 mandamentos, não anulamos também toda a definição do que é amor e do que não é amor?

5) Jesus transgrediu o mandamento do sábado ou Ele foi acusado pelos fariseus (e outros religiosos indignos de confiança) disso? (Confira João 5.17,18, como exemplo). Se dizemos que Jesus é o Criador, como Ele pode legislar o sábado no Gênesis e sem qualquer texto como base, afirmarmos que Ele anulou o sábado? Deus muda? A Verdade é mutável? O que é a Verdade? Afirmar que os mandamentos não são obedecidos em sua íntegra ou não podem ser obedecidos por ninguém, anula os mandamentos? Também não podemos ser imortais por nós mesmos, logo nunca seremos? E as promessas divinas são puro enfeite? Servimos a um Deus que Se sacrifica, mas não exige de nós qualquer sacrifício? Somos salvos para continuar pecando? Para quê ser salvo, então? 

6) Quando Paulo fala sobre “sábados” (Cl 2.16), que ele mesmo guardava (confira At 16.13; 17.2 e 18.4), ele está insinuando que o 4º mandamento da Lei de Deus deveria ser abolido, ou os sábados/feriados cerimoniais de Levítico 23, que tratam das leis sacrificais que deveriam ser anulados (analise o contexto a partir de Cl 2.11 – circuncisão, uma lei eterna ou temporária?)?

7) Os 10 mandamentos eram apenas para o AT? Então não é mais pecado roubar, matar, etc.? Ah, era só o sábado que era para os judeus? E por que Ele foi instituído no Éden, para os pais da humanidade? E por que Isaías 56 diz que quem não era judeu também santificava o sábado da Criação? E por que Isaías 66.23 afirma que na Nova Terra o sábado continuará em vigor? (Hendrickson Rogers)

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