Semelhanças e diferenças entre o Gênesis bíblico e a epopéia de Gilgamesh
[Traduzido do inglês para o português de Portugal.]
Existem muitas semelhanças entre a descrição do Dilúvio por parte de Gilgamesh e a descrição Bíblica do mesmo evento (Génesis 6-8), começando principalmente pelo facto de Deus escolher um homem justo para construir uma arca devido ao aproximar do grande Dilúvio. Em ambas as descrições, era suposto que amostras de todas as espécies de animais se fizessem representar dentro da arca. Para além disso, foram usadas aves para determinar se as águas do Dilúvio tinham recuado o suficiente de modo a que se pudesse ver a terra seca.
Paralelamente, existem outras semelhanças entre as duas descrições do mesmo Dilúvio.
Um dos pontos de acordo de maior importância é o facto do Dilúvio global ter ocorrido em tempos antigos. Porções da descrição de Gilgamesh (Tabuletas Caldeias do Dilúvio) foram encontradas e datadas com uma idade para além de 2,000 anos Antes de Cristo ou ainda mais antigas. No entanto, tabuletas contendo toda história datam de aproximadamente 650 Antes de Cristo – ou bem para além da descrição de Génesis (c. 1450 – 1410 Antes de Cristo).
Estas tabuletas Caldeias provenientes da cidade de Ur (situada no que é hoje o sul do Iraque) descrevem a forma como o deus Babilônico Ea decidiu terminar com toda a vida com um dilúvio, com a excepção daqueles que se encontravam dentro da arca. Ea, que os Babilónicos acreditavam ser o deus que havia criado a Terra, escolheu Ut-Napishtim (ou Utnapishtim) para construir a arca quadrada de seis andares.
Durante meados do século 19, este “Épico de Gilgamesh” integral (de 650 A.C.) foi desenterrado nas ruínas de grande livraria de Nínive, e a profundidade e a amplitude das semelhanças e das diferenças tornaram-se evidentes.
Eis aqui uma lista extensa das semelhanças e das diferenças.
• Deus (ou vários deuses, segundo a descrição de Gilgamesh), decidiu destruir a humanidade devido à sua maldade e pecado (Génesis 6:5-7).
• Um homem justo (Génesis 6:9) foi instruído para construir uma arca de modo a que pudesse salvar um grupo de pessoas limitado e seleccionado, para além de todas as espécies de animais. (Noé recebeu esta ordem directamente de YHWH embora Utnapishtim a tenha recebido em sonhos.)
• Ambas as arcas eram enormes, embora com formas distintas. A arca de Noé era rectangular enquanto que a de Utnapishtim era quadrada.
• Ambas as arcas tinham só uma porta e pelo menos uma janela.
• Uma chuva maciça cobriu a terra e as montanhas com água, embora alguma [ed: muita] da água tenha emergido do subsolo terrestre, como relata a Bíblia (Génesis 7:11)
• O dilúvio de Noé durou 40 dias e 40 noites (Génesis 7:12) enquanto que o dilúvio de Gilgamesh foi bem mais curto (só durou seis dias e seis noites).
• Foram enviadas áves para fora da embarcação como forma de encontrar terra seca: um corvo e três pombos segundo a descrição Bíblica (Génesis 8:6-12), uma pomba, uma andorinha e um corvo na outra descrição.
• Depois das chuvas, ambas as arcas pousaram em zonas montanhosas: a arca de Noé em Ararat (Génesis 8:4) e arca de Utnapishtim em Nisir. Estas montanhas estão a cerca de 300 milhas umas das outras.
• Foram oferecidos sacrifícios depois do Dilúvio (Génesis 8:20).
• Deus (ou os deuses) agradou-Se com o sacrifício (Génesis 8:21), e como tal, Noé e Utnapishtim foram abençoados. Noé tinha que repovoar a Terra e ter domínio sobre todos os animais (Génesis 9:1-3); Utnapishtim obteve a vida eterna.
• Deus (ou os deuses) prometeu não mais destruir a humanidade (Génesis 8:21-22). [Nota: Deus prometeu não mais destruir a humanidade *com água*]
Talvez o dado mais interessante é a forma como as histórias permanecessem consistentes através dos tempos. Embora o Épico de Gilgamesh completo tenha sido descoberto a meio do século 19, segmentos mais antigos (antes da redacção de Génesis) foram descobertos e datados.
Mas mais importante que isso é a grande fidelidade da descrição Hebraica. Isto é atribuido à importância da tradição oral Judaica e a possibilidade de que algumas partes da história tenha sido registadas por Noé durante o tempo em que ele esteve vivo, o que faria com que a descrição Hebraica precedesse a versão Babilónica.
Alguns estudiosos lançam a hipótese dos Hebreus terem emprestado a descrição Babilónica, mas não há qualquer tipo de evidência em favor desta hipótese. Tendo como base as imensas e as variadas diferenças entre estas histórias, parece pouco provável que a versão Bíblica dependesse duma já-existente fonte Suméria. Para além disse, dada a reputação dos Hebreus de passar informação de geração para geração de modo minucioso, mantendo a consistência no relato dos eventos, Génesis é olhado por muitos como muito mais histórico do que o Épico de Gilgamesh (que é considerado mitológico devido aos numerosos deuses, as suas relações entre si e as intrigas ao decidir o destino da humanidade).
Certamente que para aqueles que acreditam que a Bíblia é a Palavra de Deus é perfeitamente lógico concluir que Ele escolheu preservar a verdadeira descrição do Dilúvio na Bíblia através de transições orais do Povo eleito. Graças à Providência de Deus, o relato Bíblico foi mantido puro pelos Hebreus até que, por fim, Moisés o registou no Livro de Génesis.
Por outro lado, crê-se que o Épico de Gilgamesh tenha descrições que foram alteradas e modificadas por pessoas que não seguiam o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Fonte: Got Questions via Darwinismo.
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(Hendrickson Rogers)