maio 18, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Apocalipse – possibilidades (capítulo 5)

Apocalipse 5

Ap

Texto (ARA, 3ª ed)

Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo

5.1

Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.

Eu vi na mão direita de Deus o Pai, o qual estava sentado no trono, um rolo escrito na parte de dentro (e de fora?) e selado com sete selos em sua parte externa.

                    “O rolo que o Cordeiro toma da mão do Pai [Apoc. 5:7] é um livro do destino que declara o veredicto de Deus. […] Daniel viu livros de registro abertos no julgamento – incluindo o livro da vida (Cap. 7:10). A visão do apóstolo João é complementar. Ele não viu os livros de registro, mas lhe foi mostrado, na mão do Pai, o livro do destino, o qual é o veredicto do tribunal celestial depois de terem sido examinados os livros de registro e editado o livro da vida. […] O Pai tem nas mãos o livro do destino. Esse livro contém o futuro de vida ou morte de todo ser humano. Deus prevê a atitude de cada pessoa para com Sua graça, mas Ele não a predetermina: Rom. 8:29; I S. Ped. 1:2; Isa. 46:9 e 10; S. João 13:11” (BATTISTONE, 1989, p.70, 73 e 74).

                            “O fato de estar na mão direita dAquele que estava sentado no trono pode significar que só Deus tem conhecimento do futuro, a não ser que o queira revelar” (SMITH, 1979, p. 71). 

                    “O livro visto na mão de Deus estava escrito “por dentro e por fora”. Alguns comentadores opinam que a vírgula devia, por razão, ser colocada depois da palavra “dentro”, lendo-se então a frase: “Um livro escrito por dentro, e por fora selado”. Entretanto, “algumas vêzes os rolos eram escritos de ambos os lados, e a maneira em que isto era feito é também explanada por um moderno viajante, que viu dois antigos rolos dêste gênero na Síria, que narraremos em suas próprias palavras: ‘No mosteiro’, diz Mr. Hartley, ‘observei dois belos rolos originais, contendo a liturgia de S. Crisóstomo e que os gregos atribuíam a S. Tiago. Para ler você começa por desenrolar, e continua a ler e desenrolar, até enfim chegar à vareta em que o rolo está prêso; então você vira o pergaminho, e continua a ler do outro lado, rolando-o gradualmente até completar a liturgia’” (MELLO, 1959, p. 129).

                            “Assim, este livro não devia estar escrito do lado de dentro e do lado de fora, como parece indicar a pontuação da nossa versão comum. ‘Grocio, Lowman, Fuller, etc.’, – diz em certa Bíblia anotada – ‘tiram a vírgula, assim: Escrito por dentro, e por trás (ou por fora) selado’” (SMITH, 1979, p. 71). 

5.2

Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?

Também vi um anjo forte perguntando em voz bem alta: Quem em todo o universo é merecedor de receber o rolo das mãos de Deus, quebrar-lhe os sete selos e confirmar seu conteúdo?

                             “O Pai segurava o livro selado em suas mãos. A expectativa no céu era muito grande. Deus o Pai está assentado no grande trono denotando ser Ele o Juiz, mas Ele não podia abrir o livro, esperava por alguém que fosse digno de abri-lo. Por que não Ele, o Pai? Mesmo nos tribunais da Terra, o acusado não pode advogar em causa própria, assim também no Juízo Celestial. O Pai foi o primeiro a ser acusado diante do universo. Antes de Adão e Eva serem criados Lúcifer levantou suspeitas contra o caráter de Deus e a validade de Sua Lei. Essas acusações contra Deus só poderiam ser retiradas ou confirmadas em corte, por isso, na profecia de Daniel 8:14 foi determinado o dia da corte: 22 de outubro de 1844. O Pai esperou, o Céu todo esperou com expectativa por esse dia quando o Leão da tribo de Judá viria ao Pai para receber o livro e iniciar o juízo. O Juízo Celestial diz respeito à vindicação do caráter do Pai” (RAMOS, 2006, p. 217).

                            “Situação grave ocasionaram no céu as acusações contra Deus lançadas por Satanás. Constituíam, realmente, uma acusação de incapacidade de governar o céu. Muitos dos anjos creram nelas. Colocaram-se ao lado do acusador. A terça parte dos anjos, que devem ter sido milhões, considerou a Deus justamente como o fazia seu chefe, o mais elevado dentre eles, Lúcifer. Não foi pequena a crise. Ameaçava a própria existência do governo divino. Como devia Deus tratá-la? A única maneira de resolver satisfatoriamente o assunto, para que nunca mais surgisse uma dúvida, consistia em que Deus submetesse o caso às regras comuns da evidência. Era ou não justo Seu governo?

                            “Afirmava Ele que sim; Satanás dizia que não. O Senhor podia ter destruído a Satanás. Isso, porém, não teria sido um argumento, ou melhor, seria uma prova contra Deus. Não havia outra maneira senão a de apresentarem os partidos suas evidências, seus testemunhos, e deixarem pesar seu caso pelas provas aduzidas. Temos, pois, uma cena de julgamento. Está em jogo o governo divino. Satanás é o acusador; Deus mesmo é o acusado e está em julgamento. Foi acusado de injustiça, de exigir que Suas criaturas façam o que não lhes é possível, e de castigá-las, no entanto, por não o fazerem.

                            “A lei é o ponto específico de ataque; sendo, porém, simplesmente um transunto do caráter divino, são Deus e Seu caráter os que estão na cena do julgamento. A fim de que Deus prove Sua inocência, é necessário demonstrar que não foi arbitrário em seus reclamos, que a lei não é dura nem cruel em suas exigências, mas, pelo contrário, é santa, justa e boa, e que os homens podem guardá-la. Todo o necessário é que Deus apresente um homem que tenha guardado a lei, e Sua causa está ganha. Na ausência de tal caso, Deus perde e Satanás ganha. O resultado depende, portanto, de um ou mais seres que guardem os mandamentos divinos. Nisso pôs Deus em jogo Seu governo” (ANDREASEN, 1948, p. 209, 210). 

5.3

Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;

Mas de qualquer direção deste universo não apareceu alguém que pudesse reconhecer o rolo, abri-lo e revelar seu conteúdo;

                             A expressão usada por João, certamente, se refere ao lugar geométrico por ele conhecido; algo bem menor do que o universo visualizado pelos astrônomos desta década. João não está revelando a existência de apenas esse lugar ou de um único universo. No entanto, se houvesse mais de um universo, os desdobramentos do grande conflito entre Deus e Satanás poderiam envolver esses outros cosmos? Esses outros universos seriam mostrados ao profeta e por ele mencionados nos assuntos relativos ao nosso universo? 

5.4

e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.

endo assim, eu, João, soluçava de tanto chorar, pois ninguém aparecia com a dignidade necessária para abrir o rolo e tratá-lo com familiaridade.

                             “A promessa feita ao apóstolo: ‘Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas’ (Apoc. 4:1), parecia ter sido frustrada. A impossibilidade de encontrar alguém que abrisse o rolo teria adiado indefinidamente a revelação da decisão de Deus no tocante aos salvos e aos perdidos. Sem um veredicto divino ninguém poderia ser salvo. Se o rolo não pudesse ser aberto, não haveria salvação para pessoa alguma.” (BATTISTONE, 1989, p. 73).

                            “O amado apóstolo, diante do silêncio do universo para êle incrível, chora copiosamente. Temeu que a igreja do Senhor ficasse privada de conhecer o conteúdo do livro selado. Seu coração se comoveu e abateu-se profundamente seu espírito. Seu zêlo por ser a igreja provida de maiores conhecimentos dos mistérios da redenção foi manifesto em pranto. Com suas lágrimas copiosas parece querer interferir junto de Deus para que não deixasse Seu povo na falta da revelação contida naquele livro. E o pranto do profeta diz-nos eloqüentemente que o Apocalipse foi regado com lágrimas em sua recepção. […] As lágrimas do amado discípulo, porém, constituem um veemente apêlo a todos aquêles que foram investidos com as dignidades do santo ministério, para que não permitam faltar à igreja um conhecimento abundante das sublimes verdades a ela indispensáveis” (MELLO, 1959, p. 130).

                            “João sabia pelo Espírito que nele estava, o que significava o livro selado. Ele sabia que, se ninguém fosse encontrado digno e capaz de tomá-lo da mão de Deus e tirar os selos, todas as promessas dos profetas, e todas as esperanças dos santos, e todas as pré-intimações de um mundo resgatado, falhariam…. seria a herança prometida que, agora, no momento exato da recuperação, por causa de uma falta iria para a eterna alienação? … E olhando a questão por este ponto de vista, bem poderia um profeta fervoroso chorar, sem perder coisa alguma de sua honra e mansidão. … Aquele livro, se não fosse exaltado e aberto, seria a desgraça e o luto da igreja. Fala de uma herança não resgatada – filhos ainda estranhos à possessão adquirida. Mas aquele livro aberto é a glória e o regozijo da igreja. É a garantia de sua reintegração naquilo que Adão perdeu – a recuperação de tudo aquilo que esteve há tanto tempo e tão cruelmente privada por causa do pecado”; Thiele (1960), p. 122, citando J.A. Seiss. 

5.5

Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.

Então um dos sacerdotes humanos glorificados me falou: “você não precisa chorar! O Senhor Jesus Cristo venceu e continua vencendo para ser digno de abrir o rolo e desatar seus sete selos. Ele é o tranquilo e seguro “Siló” de Gênesis 49 (9 e 10) que viria para o “leãozinho” Judá. Jesus também é o prometido “ramo ou rebento ou renovo do tronco de Jessé” (cf. Is 11.1), o “segundo rei Davi ou o Davi ideal”, mas que também é anterior à Davi, pois Ele é “a raiz de Jessé” (Is 11.10).”

5.6

Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.

Foi aí que eu vi em pé no trono, entre as quatro criaturas e os sacerdotes humanos glorificados, um Cordeiro abatido. Ele representava a Jesus Cristo – Aquele que possui pleno poder e completa capacidade de salvar qualquer pecador da Terra; é onisciente sabedor de tudo como Deus e como Homem trabalha em íntima associação com o Senhor Espírito Santo, o Qual está na Terra com a mesma missão de salvar o pecador que não O impedir.

                     “O Salvador é apresentado perante João sob os símbolos do “Leão da tribo de Judá‟, e de um “Cordeiro, como havendo sido morto‟. Apoc. 5:5 e 6. Esses símbolos representam a união do onipotente poder e do amor que se sacrifica. O Leão de Judá, tão terrível para os que rejeitam Sua graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis” (WHITE, 2007, p.409).

                            “O grego dá a entender que o Cordeiro apareceu ferido na nuca e na garganta, como uma vítima morta no altar.” William Jenks, Comprehensive Commentary, vol. V, pág. 684. Note on Revelation 5:6” citado por Smith (1979, p. 74 e 75). “Como se estivesse no ato de ser oferecido. Isto é muito notável. Tão importante é a oferta do sacrifício de Cristo à vista de Deus, que Ele é representado como no próprio ato de derramar Seu sangue pelos pecados do homem.” – Adam Clarke, Commentary on the New Testament, vol. II, pág. 991, Note on Revelation 5:6”, citado por Smith (1979, p.75). 

                    “Que é simbolizado pelos sete chifres do Cordeiro? Apoc. 5:6; Deut. 33:17; II Sam. 22:3. Na Bíblia, os chifres às vezes são usados como símbolo de força ou poder (espiritual ou nacional). O salmista chama ao Senhor de ‘a força [chifre ou corno] da minha salvação’ (Sal. 8:2).

                            “Os sete chifres do Cordeiro representam o perfeito poder de Cristo para salvar, em virtude do Seu sacrifício”. “Em Zacarias 4:10, o profeta diz que ‘aqueles sete olhos são os olhos do Senhor, que percorrem toda a Terra’. Eles constituem um símbolo da onisciência ou sabedoria infinita de Deus manifestada por intermédio da obra do Espírito Santo. Nada lhe é oculto. Sua eterna vigilância pelo Espírito Santo traz conforto, força e proteção a Seu povo”. “O Cordeiro com sete chifres e sete olhos, e que tem os sinais de morte sacrifical, é o Salvador onipotente e onisciente que desceu à sepultura e libertou os cativos do mal. Só Ele conhece os mistérios da redenção e pode revelá-los à Igreja” (BATTISTONE, 1989, p. 76 e 77).

                            “Dêste modo os homens são advertidos de que o poder pertence a Cristo e não a êles, e de que estão sob a Sua mais acurada vigilância em suas ações” (MELLO, 1959, p. 132).

                            “(a) Sete chifres – símbolos de poder, autoridade real – Deut. 33:17; Mat. 28:18; Apoc. 1:5; Dan. 4:17. (b) Sete olhos – símbolos de onisciência, penetração Zac. 3:8,9; 4:10; II Crôn. 16:9” (THIELE, 1960, p. 123). 

5.7

Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;

 

Então o Senhor Jesus Se aproximou e pegou o rolo que estava na mão direita de Deus o Pai, Aquele sentado no trono;

                             “Alguns têm ficado perplexos quanto a um Cordeiro poder tomar o livro da mão de Deus. As Sagradas Escrituras, no entanto, estão repletas de símbolos designando poderes e personagens em ação ou indicando o que tais poderes e personagens iriam realizar. Assim, não eram os símbolos que iriam realizar o que êles representavam mas sim as personagens que êles figuravam. O próprio Senhor Jesus é apresentado no Velho e no Novo Testamentos através de muitos símbolos, incluso o de Cordeiro. Quando lemos que Êle, como Cordeiro, tomou o livro, não imaginamos a ação executada propriamente por um Cordeiro, senão por Êle de quem o Cordeiro era símbolo. Só o Salvador era digno, nos céus e na terra, de tomar o livro selado e revelar o seu conteúdo a Seu povo amado” (MELLO, 1959, p. 132 e 133). 

5.8

e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,

e quando Ele fez isso as quatro criaturas e os vinte e quatro sacerdotes humanos glorificados se ajoelharam perante Jesus; cada um deles, criaturas não-humanas e sacerdotes humanos, possuía uma harpa e uma taça de ouro contendo incenso, simbolizando as orações de fé que os pecadores em processo de salvação fazem a Deus,

                             “Entre os querubins havia um incensário de ouro; e, subindo a Jesus as orações dos santos, oferecidas pela fé, e apresentando-as Ele a Seu Pai, uma nuvem de fragrância subia do incenso, assemelhando-se a fumo das mais lindas cores. Por sobre o lugar em que Jesus Se achava, diante da arca, havia uma glória extraordinariamente brilhante, para a qual não podia olhar; parecia-se com o trono de Deus. Subindo o incenso para o Pai, a excelente glória vinha do trono a Jesus, e dEle se derramava sobre aqueles cujas orações tinham subido como suave incenso” (WHITE, 2007b, p.254).

                            Smith (1979, p.74, 75 e 76) cria que as quatro criaturas eram humanas: “No centro da cena estava o trono do Pai, e de pé no espaço aberto que o rodeava estava o Filho, apresentado sob o símbolo de um cordeiro morto. Em redor estavam os santos, que tinham sido remidos: em primeiro lugar os representados pelas [sic] quatro seres vivos, e depois os anciãos formando o segundo círculo, e os anjos (versículo 11) formando um terceiro círculo. A dignidade de Cristo, assim apresentado sob a figura de um cordeiro morto, é o objeto da admiração de toda a santa multidão”. “Taças de ouro cheias de incenso”. – Por esta expressão fazemos uma idéia da ocupação dos remidos representados pelos quatro seres vivos e pelos vinte e quatro anciãos. Têm taças de ouro, cheias de incenso, que são as orações dos santos. É um ministério própria [sic] de sacerdotes”. “E que podia ser mais próprio do que o Senhor ser assistido em Sua obra sacerdotal em favor da família humana por nobres membros dela, cuja santidade de vida e pureza de caráter os tenha habilitado para este fim?”. “E se os quatro seres vivos e os vinte e quatro anciãos representam aqueles a quem Cristo tirou do cativeiro da morte ao ressuscitar e ascender ao céu, por que não serão eles seres tão literais no Céu como o eram quando ascenderam?”

                            No entanto, Thiele e Berg (1960, p. 113, 114 e 115) discordam dessa possibilidade: “A sua proximidade do trono deve indicar que são personagens de grande importância. Eles ministram e permanecem bem na presença de Deus. Estão mais próximos do trono do que os vinte e quatro anciãos. Estão nos quatro lados do trono. Todas as funções do trono, são também suas funções.

                            “Têm olhos em todos os lugares, de maneira que vêem tudo, capacitados para registrar e dirigir com perfeita sabedoria e conhecimento. São eles que regem a adoração diante do trono de Deus, pois foi, quando levantaram suas vozes em louvor e glória, que os vinte e quatro anciãos se prostraram em adoração diante do Criador do céu e da Terra. Possuem um caráter quádruplo em que combinam a sabedoria e a onisciência de todos os ramos da criação, – a razão, inteligência, devoção e ardor espiritual do homem, a majestade, coragem e audácia do leão; a submissão, paciência e força do boi, e a visão, a vista penetrante, a rapidez de ação e o notável poder da águia.

                            “Estando ligados ao santuário de Deus no céu, as criaturas viventes devem ter algumas responsabilidades de importância em ligação com os serviços do santuário e com a obra de Deus em salvar os homens. Seu serviço, forçosamente, deve ser de natureza diferente ao dos vinte e quatro anciãos que eram representados no santuário terrestre pelas vinte quatro ordens de sacerdotes. As criaturas viventes ao redor do trono de Deus são representadas no santuário terrestre pelos querubins sobre o propiciatório, representando por sua vez as hostes angélicas”. “Enquanto que os anciãos representam os homens diante de Deus, as criaturas viventes são representantes de Deus ao homem.

                            “Enquanto que os anciãos são conselheiros junto a Deus, as criaturas viventes são observadores e executores de Deus, dos divinos decretos. Enquanto que o serviço dos anciãos é junto de Deus no céu, o serviço das criaturas viventes é tanto no grande santuário do céu como entre os justos e os pecadores da terra….” [sic] “E, quanto aos anjos, diz: ‟O que de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labareda de fogo.‟ ” Heb. 1:7. Muito embora as criaturas viventes possam ser reconhecidas mais propriamente como acima dos anjos, aqueles que vivem ao lado de Deus e às ordens de Deus, prontos para serem instantaneamente mandados a qualquer parte deste mundo ou do grande universo de Deus. Acham-se em todos os quatro pontos da bússola, comandando silenciosa e invisivelmente todas as atividades de Deus, dirigindo os negócios da terra de conformidade com os planos do céu”.

5.9

e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação

eles juntos louvaram a Jesus com um cântico que há muito desejavam louvá-Lo, mas só puderam cantá-lo a partir desse momento, dizendo: És merecedor de tomar o rolo e quebrar-lhe os selos, pois o Senhor quis morrer no lugar dos pecadores da Terra já que somente com o Seu sangue seria possível pagar o preço da elaboração da possibilidade de resgatá-los para Deus, todo e qualquer pecador descendente de Adão e Eva, de todas as épocas, regiões da Terra e culturas

                             “No capítulo 4, os vinte e quatro anciãos louvaram a Deus por Sua obra de criação (verso 11). No capítulo 5 eles dirigem louvores a Jesus por Sua obra de redenção” (BATTISTONE, 1989, 77 e 78).

                            “Logo após ter Jesus tomado o livro, a cena que se segue mostra a exultante adoração e louvor que é dado a Ele por ocasião da abertura do juízo, por todos os habitantes do Céu e da Terra. Onde, nas cenas apresentadas pelos profetas, pode-se encontrar algo comparável a isso? Onde, em toda a história, pode-se encontrar alguma cena gloriosa como esta? É o momento do Juízo Celestial; momento esperado desde quando Lúcifer lançou suas acusações contra Deus no Céu, acusações que só poderiam ser desfeitas através da Encarnação, da Vida, da Morte e da Ressurreição do Filho de Deus, que mediante o Seu sangue redimiu a raça caída e por isso é digno de abrir o livro selado e reivindicar o caráter do Pai diante do universo” (RAMOS, 2006, p. 229).

                            “É chamado “novo cântico”, e é novo, provavelmente, em relação à ocasião e à composição. Sendo eles os primeiros que foram remidos, foram também os primeiros que puderam cantar. Chamam-se a si mesmos “reis e sacerdotes”. Já vimos em que sentido são sacerdotes Assistem a de Cristo em Sua obra sacerdotal. No mesmo sentido, sem dúvida, são também reis, porque Cristo está sentado com o Pai no Seu trono, e sem dúvida estes, como ministros Seus, desempenham algum papel no governo do Céu em relação a este mundo” (SMITH, 1979, p. 76). 

                            Mello (1959, p. 134) crê que os resgatados desse cântico se referem apenas aos sacerdotes humanos já resgatados e que trabalham no Santuário do Céu: “O novo cântico acompanhado do toque de suas harpas é uma expressão da experiência da salvação que em Cristo auferiram. E’ isto o que diz outra versão: “Porque foste morto, e nos resgataste para Deus com o Teu sangue, de toda a tribo, e língua, e nação” [Tradução de Matos Soares]. De que tribo ou povos eram êles, não sabemos. Apenas somos informados de que eram santos cooperadores com Cristo, de cada século desde o princípio do mundo.

                            “No novo cântico expressam também que foram feitos reis e sacerdotes. O sacerdócio de Cristo, no qual tomam parte, é em face do reino da graça, um sacerdócio real.2) [sic] São, portanto, reis, do reino da graça, aliás, tanto mais que estão assentados em tronos onde só reis podem assentar-se. E o cântico dêles finda com esta declaração: “E reinaremos sôbre a terra”. Tornar a esta terra com Cristo e com Êle e a família de Deus remida reinarem eternamente num reino de paz e amor é a esperança dos vinte e quatro anciãos.” 

5.10

e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.

 

e para o Deus de todos nós o Senhor originou essa possibilidade na qual os que desejarem ser resgatados comporão o reino dEle, serão sacerdotes e governadores sobre o planeta Terra — sacerdotes pois todos os resgatados irão a Deus sem a necessidade de representantes deles separados para este fim; e governarão à Terra assim como Adão e Eva o fizeram antes de serem expulsos do Éden.

                             “Pela graça divina e através dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, cada crente nEle é feito sacerdote, permitindo-lhe ir a Deus diretamente” (BELVEDERE, 1987, p. 21). 

5.11

Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,

 

Eu, João, vi muitos anjos ao redor do trono de Deus, e também as quatro criaturas e os sacerdotes humanos glorificados formando uma multidão cuja quantidade era muito grande mesmo; e ouvi as vozes deles unidas

5.12

proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.

num volume bem alto proclamando: Jesus é merecedor, pois Ele quis morrer, de receber todo o poder, toda a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e todo o louvor.

5.13

Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.

Então eu soube que todas as criaturas de Deus — as que habitam no Céu, em outros mundos fora do Céu e as do planeta Terra — diriam um dia: Tanto para Deus o Pai que está no trono como para Jesus sejam dados louvor, honra, glória e domínio por toda a eternidade.

5.14

E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.

E as quatro criaturas diante disso disseram: Assim seja! E os sacerdotes humanos glorificados se ajoelharam e adoraram a Deus o Pai e a Jesus.

 Referências:

ANDREASEN, M. L. O Ritual do Santuário. Casa Publicadora Brasileira. 3ª ed. Tatuí, SP, 1983. (A paginação está de acordo com a segunda edição de 1948).

BATTISTONE, Joseph J. Lições da Escola Sabatina, 2º Trimestre de 1989, nº 374, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

BELVEDERE, Daniel. Seminário: As Revelações do Apocalipse. Edição do Professor, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2ª ed., 1987.

MELLO, Araceli S. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959.

RAMOS, Samuel. As Revelações do Apocalipse, v. 1, 2006.

SMITH, Urias. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

THIELE, Edwin R.; BERG, Henrique. Apocalipse – esboços de estudos, 1960. Disponível em: <http://www.iasdsapiranga.com.br/assets/esbo%C3%A7os-do-apocalipse.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos, 2007. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Atos%20dos%20Ap%C3%B3stolos.pdf>. Acesso em: mai. 2018.

___________. Primeiros Escritos, 2007b. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Primeiros%20Escritos.pdf>. Acesso em jun. 2018.

 

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