Vencedores do Nobel de química 2018 provaram a evolução?
É possível enxergar esta importante descoberta, premiada com o Nobel, como uma vitória em favor do design inteligente. Entenda o porquê.
O Prêmio Nobel de Química deste ano ficou com três cientistas: a norte-americana Frances Arnold, o norte-americano George Smith e o britânico Gregory Winter. Jornais por aí dizem que os premiados assumiram o controle da evolução e usaram a mudança genética e a seleção para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da humanidade. “Os métodos que os premiados desenvolveram servem para promover uma indústria química mais verde, amiga do ambiente, produzir novos materiais, fabricar biocombustíveis sustentáveis, tratar doenças e, assim, salvar vidas”, disse o comitê do Nobel.
Entre as mais ufanistas está a reportagem da BBC. Ali é dito que “a evolução foi premiada pelo prêmio Nobel de Química de 2018”. Mas, afinal, o que os premiados fizeram? Eles finalmente provaram que a teoria da evolução é um fato?
Obviamente, o que foi realizado por Frances, Smith e Winter não foi pouca coisa. E isso não está em questão. O que quero discutir é o oportunismo dos evolucionistas em promover sua ideologia macroevolutiva com base em fatos que, na realidade, não a provam.
Evolução não comprovada
Frances realizou a primeira “evolução dirigida de enzimas”, proteínas que catalisam reações químicas. Essas enzimas são usadas para fabricar desde biocombustíveis a produtos farmacêuticos. Smith e Winter trabalharam na clonagem de peptídeos, que são os compostos formados pela união de dois ou mais aminoácidos. O cientista americano desenvolveu um método de clonagem em que um vírus pode ser utilizado para desenvolver novas proteínas. O britânico usou a mesma técnica para produzir novos fármacos que podem neutralizar toxinas, combater doenças autoimunes e tratar o câncer metastático.
Certo, mas cadê a evolução darwiniana?
De acordo com um comunicado da academia sueca que confere o prêmio, “o poder da evolução se revela por meio da diversidade da vida. Os ganhadores do Nobel de Química de 2018 conseguiram controlar a evolução e usá-la para fins que geram grandes benefícios para a humanidade”.
A academia sueca destacou, ainda, que, desde o surgimento das “primeiras sementes de vida há 3,7 bilhões de anos”, cada canto da Terra foi povoado por diferentes organismos. “A vida floresceu em fontes termais, em oceanos profundos e desertos secos, graças ao fato de a evolução ter conseguido resolver problemas químicos.” Mas o que isso tem a ver com a pesquisa dos três cientistas premiados?
Na pesquisa deles, as proteínas mudaram e se renovaram incessantemente. Com isso, criaram diversidade. A academia afirma que os três cientistas foram “inspirados pelo poder da evolução”, por isso usaram alterações e seleções genéticas. E, então, criaram em tubos de ensaio proteínas que resolvem problemas químicos da humanidade.
Mas o processo principal consistiu em submeter genes a rodadas sucessivas de mutações, seleção e amplificação, realizadas in vivo ou in vitro, para fazer com que proteínas ou ácidos nucléicos tenham propriedades e cumpram objetivos específicos.
Design inteligente provado
A verdade é que foi usada muita inteligência, engenharia e técnicas apuradas para se alcançar objetivos específicos. Algo muito diferente do que supostamente teria ocorrido na natureza, onde impera a aleatoriedade nas mutações, segundo a ótica evolucionista.
Então, ao contrário do que a academia sueca e boa parte da mídia afirmam, o que os cientistas premiados provaram foi o design inteligente e não a teoria da macroevolução, uma hipótese falseada. Ideia que tenta sobreviver e mascara para os leigos e incautos os processos inteligentes. Eles querem passar o conceito de que se trata de evolução darwiniana e que tudo o que os pesquisadores fizeram foi acelerar o processo.
Segundo a bióloga e mestre em Bioquímica pela UFRGS Graça Lütz, “o desenvolvimento de novas proteínas enzimáticas através de evolução dirigida utiliza enzimas que já têm algo da função desejada. Por meio de mutações induzidas, utilizando um processo iterativo e manipulação de seleção positiva e negativa, essas proteínas estão longe de demonstrar a evolução.
Elas são, antes, produto de design inteligente: as enzimas foram escolhidas, algumas passaram por engenharia, os mecanismos de mutação foram selecionados e aplicados utilizando metodologia específica, a seleção positiva e negativa não é natural, mas utiliza componentes que são produtos de engenharia. A evolução se baseia em mutações ao acaso e seleção natural, e não foi isso que ocorreu nessa seleção dirigida”.
Mais uma vez, os evolucionistas tentam sequestrar pesquisas sérias para tentar validar suas teses filosóficas. E se você tentar argumentar, vão dizer: “Quem é você para discordar de um prêmio Nobel?”
Fonte: Michelson Borges.