maio 19, 2024

Blog do Prof. H

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Apocalipse – Possibilidades (capítulo 9)

Apocalipse 9

ApTexto (ARA, 3ª ed)Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo
9.1O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo.O quinto anjo tocou a trombeta – então Satanás, o anjo atirado à Terra, recebeu a permissão para administrar o deserto da Arábia.

O paradigma historicista nos concede uma visão sobre o passado do cumprimento das trombetas, mas não ignora o sistema interpretativo mais amplo e complexo de Mateus 24, o qual, segundo Jesus, amplia o significado de uma profecia a medida em que o tempo passa e permite a contemplação de antigos e novos cumprimentos da mesma, percebendo que ela tenha se cumprido no passado mas também volte a ser cumprida no futuro. Longe de subjetividades e devaneios especulativos, esse método escatológico nasce dos próprios profetas bíblicos e permeia toda a Bíblia desde Gênesis 2.16 e 17, quando Javé Deus predisse a morte espiritual e física da humanidade a partir do momento em que ela escolhesse desobedecê-Lo, não acreditar em Sua Palavra e dar ouvidos a Satanás (cf. Gn 3).

“Estou dizendo antes que aconteça, a fim de que, quando acontecer, vocês creiam que Eu Sou” (João 13.19, NVI), disse o mesmo Javé Deus, quando esteve por aqui em carne. Ou seja, o estudo do significado de uma profecia bíblica nem sempre é estanque, definitivo e pretérito. Após o cumprimento dela, outros significados não previstos podem aparecer e novos cumprimentos futuros também são possíveis, dentro do escopo objetivo de se entender o messiânico Jesus e obedecê-Lo.

“Esta estrela não caiu num só lugar, como a que representava Átila, mas caiu na Terra” (SMITH, 1979, p. 133).

“Satanás tem sido retratado como uma estrela caindo do Céu. Nesta profecia, ele usa líderes islâmicos para servir a seus propósitos e infligir perseguição sobre o cristianismo e o judaísmo” (FEYERABEND, 2005, p. 79).

“A queda de uma estrela do céu – Apoc. 9:1.

a. Satanás, uma estrela caída – Isa. 14:12, 13; Apoc. 13:3, 4, 9; Luc. 10:18.

b. Homens como agentes de Satanás. Indivíduos que causam devaneios e divisão por causa dos ensinos errôneos. […]

c. Maomé.” (THIELE, 1960, p. 214).

Thiele (1960, p. 214) ainda cita Ellen G. White para embasar o item “b” acima: “como estrelas errantes. Parecem emitir alguma luz; professam levar consigo alguma verdade e assim enganam os inexperientes. Satanás os dota com seu espírito, mas Deus não está com eles; Seu Espírito não habita neles” (WHITE, 2013b, p. 332). “A verdadeira piedade será claramente distinguida da piedade aparente e fictícia. Muitas estrelas que temos admirado por seu brilho tornar-se-ão trevas. Os que têm cingido os ornamentos do santuário, mas não estão vestidos com a justiça de Cristo, aparecerão então na vergonha de sua própria nudez” (WHITE, 2007, p. 114).

“A quinta e a sexta trombetas predisseram a devastação causada por forças opostas ao cristianismo na Idade Média e no período moderno. Essas forças podem ser consideradas como figura ou analogia das instrumentalidade satânicas que afligirão os seguidores de Cristo antes de Sua Segunda Vinda” (BATTISTONE, 1989, p. 142 e 143).

“A quinta trombeta deu o sinal de guerras feitas pelo Rei do Sul, segundo a expressão de Daniel, nos tempos do fim, fazendo pressão sobre aquele Rei que fazia o que queria” (NEWTON, 2011, p. 272). Confira Dn 7 e 11.

“Ao ser observada no palco da história humana, a quinta trombeta tem sido relacionada com a difusão da fé muçulmana, no sexto século da Era Cristã em diante. Este conceito é apresentado por Uriah Smith em As Profecias do Apocalipse, págs. 139-152; por Stephen N. Haskell, em The Story of the Seer of Patmos, págs, 161-173; por W. A. Spicer, em Beacon Lights of Prophecy, págs. 225-233; e por Roy Allan Anderson, em O Apocalipse Revelado, págs. 103-105” (BATTISTONE, 1989, p. 136 e 137).

“Na sequência das sete trombetas encontramos duas estrêlas que caem. A primeira, Átila, como vimos no toque da terceira trombeta, caiu sobre a região dos rios e fontes do império do Ocidente, sendo assim prevista a limitação das consequências de sua queda. Mas, esta outra estrêla que nos é apresentada na quinta trombeta, caiu na “terra”, o que indica que as consequências de sua queda seriam de caráter ilimitado, isto é, mundial” (MELLO, 1959, p. 217 e 218). Mas a terra é limitada pelas águas, e não o contrário.

A estrela caída “pode referir-se a um falso profeta ou a Satanás” (BATTISTONE, 1989, p. 135).

“Maomet é a estrêla salientada nesta profecia” (MELLO, 1959, p. 218).

“A estrela representaria o islamismo, fator que uniu esses homens do deserto como uma poderosa máquina militar, a qual em poucos anos conquistou a Pérsia, Síria, Egito, África e Espanha. Esses guerreiros converteram com sua guerra santa dois terços dos cristãos da África em muçulmanos. Com seu Alcorão e sua guerra santa exerceram tão grande influência que ameaçaram apagar a luz do Evangelho. Basicamente suas guerras afetaram Roma oriental” (BELVEDERE, 1987, p. 139 e 140).

“Para muitos estudiosos, a quinta trombeta apresenta o surgimento e o progresso do Islamismo na Arábia a partir do século VII da era cristã. A Arábia tem sido chamada “o poço do abismo”, por causa de seus desertos e áreas vazias. Um adepto do islamismo é chamado de mulçumano “aquele que se submete”. Os mulçumanos acreditam em 25 profetas. Esta lista inclui Adão, Abraão, Moisés, Jesus e Maomé, que é visto como o Último Mensageiro, trazendo a mensagem final de Deus a toda a humanidade sob a forma do Alcorão, “recitação”, sendo por isso designado como o “Selo dos Profetas”.

“Os muçulmanos acreditam que Maomé recebeu ensinamentos de Alá (Allah, a palavra árabe para Deus) por intermédio do anjo Gabriel, através de revelações que ocorreram entre os anos 610 e 632 d.C. Maomé recitou essas revelações aos seus companheiros, e posteriormente foram registradas e deram origem ao livro sagrado do Alcorão. Maomé seria, para alguns estudiosos do Apocalipse, essa “estrela caída” da quinta trombeta” (Apocalipse 9:1)” (OLIVEIRA, 2015, p. 27 e 28).

“A quinta e a sexta trombetas apontam para o poder muçulmano. A estrela (v. 1) representa o seu fundador: Maomé” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p. 24).

“A chave – símbolo do poder e controle. Apoc 9:1; 1:18” (THIELE, 1960, p. 215).

“A quinta e a sexta trombetas descrevem as facções rivais no mundo religioso no final da era medieval e na época pós-Reforma. Esses períodos são caracterizados por uma crescente ação demoníaca, que, por fim, atrai o mundo para a batalha do Armagedom” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 56).

“’O espírito de fraude e fanatismo, cuja morada não é no Céu’, foi deixado à solta na Terra. Apenas faltava uma chave para abrir o poço do abismo, e essa chave foi a queda de Cósroes. Ele havia rasgado com desprezo a carta de um obscuro cidadão de Meca. Mas quando do seu ‘resplendor de glória’ desceu para a ‘torre de trevas’ que nenhum olho podia penetrar, o nome de Cósroes tinha de passar depressa ao esquecimento diante do de Maomé. O crescente parecia aguardar apenas a queda da estrela para se erguer. Cósroes, após seu completo fracasso e perda do império, foi assassinado no ano 628, e o ano 629 é assinalado pela ‘conquista da Arábia’ e pela ‘primeira guerra dos maometanos contra o império romano’. ‘E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na Terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo.’

Caiu na Terra. Quando se exauriu a força do império romano e o grande rei do Oriente [Cósroes II] caiu morto na sua torre de trevas, a pilhagem de uma obscura cidade nos confins da Síria foi o ‘prelúdio de uma poderosa revolução’. ‘Os salteadores eram os apóstolos de Maomé’ e seu frenético valor tinha emergido do deserto.” – Alexander Keith, Signs of the Times, vol. I, pág. 298” (SMITH, 1979, p. 134 e 135).

Ramos (2006 p. 48) crê que o significado de Ap 9.1 é Satanás afligindo os EUA após o fechamento da porta da graça, quando Jesus concluir Seus trabalhos no Santuário celestial.

9.2Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar.Satanás usou a permissão concedida para transtornar o cenário do mundo por meio de uma nova falsa religião, a qual foi forjada nos desertos arábicos, mas se espalharia ao ponto de concorrer com e até mesmo vencer o falso cristianismo já tão disseminado. E mais do que isso: o agente satânico e seu novo sistema de crenças falsas vieram como mais um obscurecedor de Jesus e Seu evangelho.

“O poço do abismo, Apoc. 9:1.

a. [Do grego]: abussos, um poço profundo ou abismo.

(1) A terra sem forma e vazia, coberta de trevas – Gên. 1:2.

(2) A terra desolada durante o milênio – habitação de Satanás. Apoc 20:3.

b. As desoladas assolações da Arábia” (THIELE, 1960, p. 215).

“O poço do abismo representaria a vasta região do deserto do Saara, na Arábia, de onde vieram os guerreiros que representam as trombetas. Seria referente à conquista sangrenta do maometismo” (BELVEDERE, 1987, p. 139). “As vastas extensões dos desertos da Arábia; ou a habitação de Satanás” (BATTISTONE, 1989, p. 136).

“Os antigos acreditavam que o Abismo era a habitação subterrânea das hordas demoníacas. A palavra grega significa “muito profundo” ou “sem fundo”, usada na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica que representa as profundezas primevas (cf. Gn 1.2; 7.11; Pv 8.28)” (BÍBLIA, 2013, p. 2058).

“‘Não há outro Deus, senão Alá, e Maomé é o seu profeta.’ Levado pelas asas da madrugada, o repetitivo canto que vem dos minaretes tem despertado de seu sono muitos viajantes no Oriente Médio. O islamismo é uma religião missionária com a intenção de converter pessoas. O primeiro converso de Maomé foi a sua esposa, Khadija, Depois vieram seu amigo Abu Bakr e seu primo Ali, que se casou com sua filha. Quando ele morreu, quase todos na Arábia eram seguidores da sua religião” (FEYERABEND, 2005, p. 79).

“’Como os nocivos e até mortais vapores que os ventos, em particular os do sudoeste, espalham na Arábia, o maometismo espalhou daí a sua pestilenta influência. Levantou-se tão rapidamente e espalhou-se tanto como o fumo que se levanta de um poço, o fumo de uma grande fornalha. E este um adequado símbolo da religião de Maomé, em si mesma, ou comparada com a forte luz do Evangelho de Jesus. Não foi, como a última, uma luz que desceu do Céu, mas uma fumaça que subiu do poço do abismo.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, vol. I, pág. 299” (SMITH, 1979, p. 135).

“[…] (cf. Apoc. 9:2) ‘subiu uma fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha’, o que significa a multidão que havia abraçado aquela religião” (NEWTON, 2011, p. 272).

“Estabelecido e apoiado firmemente em Medina, começou Maomet a sua guerra contra Meca, a cidade sagrada do país. Disse que “a chave do paraíso é a espada, que uma gota de sangue derramada pela causa de Deus, uma noite passada sob as armas a céu aberto, têm mais merecimento do que dois meses de jejum e de oração. Os pecados do que morre em combate são-lhe perdoados, e as suas feridas exalam um perfume de âmbar, etc.” (Hist. Univ., G. Cantú, Vol. VII, p. 349). Quando avançou sôbre Meca para tomar vingança, esta capitulou, moralmente, aceitando uma paz humilhante imposta pelo profeta.

“Maomet aproveitou-se do tratado com os coraishitas para visitar Meca como peregrino. Muitos dos seus adversários creram nêle. Afinal tomou Meca de verdade; e Maomet ali permaneceu 15 dias estabelecendo sôbre base firme a religião e o govêrno; recebeu a submissão de algumas tribos sujeitando outras pela fôrça. Maomet tornou-se então chefe político e espiritual da Arábia. O têrmo “chave”, dêste texto, referente à chave dada a Maomet, vem do grego “kleis”. Êste mesmo vocábulo aparece em cinco outros textos do Novo Testamento, e tôdas as vêzes é usado para exprimir — autoridade conferida” (Hist. Univ., G. Cantú, Vol. VII, p. 366). Portanto, a chave entregue a Maomet, foi o poder e a autoridade supremas que seus compatriotas lhe conferiram.

“O têrmo ‘abismo’ vem também do grego ‘abussos’. E’ usado em mais seis outros textos do Novo Testamento e em cada caso determina um estado caótico ou circunstâncias caóticas (Hist. Univ., G. Cantú, Vol. VII, p. 362). Assim recebera Maomet, de seus concidadãos, a “chave” da autoridade para exercer o seu poder num caos, ou num ambiente caótico que era a Arábia dos seus dias. O estado em que se encontrava o seu país ao impor-se como profeta, era realmente lamentável. Não havia govêrno central. Numerosas tribos com govêrno próprio, independente, formavam a nação.

“Cosroe, rei da Pérsia, depois de comparar a condição política e civil dos árabes com as dos outros povos, disse: “Mas entre os árabes não encontro, na ordem moral nem na ordem material, nenhuma destas coisas excelentes; não têm fôrça, nem estabilidade, e o que mostra quanto são inferiores às outras nações é o seu gênero de vida, pouco diferente do das feras e das aves de rapina com que fazem sociedade. Acrescenta que matam os filhos no berço para os não verem sofrer fome; que as tribos andam perpètuamente em guerra umas com as outras, matando e roubando para terem de comer; que lhes falecem todos os gozos de vida, pois não sabem o que são ricos vestuários, nem cozinha delicada, nem bons vizinhos, nem divertimentos” (Hist. Univ., G. Cantú, Vol. VII, p. 339). Dêste modo, a Arábia com a sua política de rivalidades internas, intermináveis, sua moral e mais a corrupção religiosa oriunda de vários cultos, principalmente a idolatria, era, sem dúvida alguma, o “abismo”, o caos, ou, no teor da profecia, “o poço do abismo”, cuja “chave” autoritária foi entregue a Maomet nos dias em que êle se ergueu ali como pretenso profeta de Allah” (MELLO, 1959, p. 219 e 220).

“Senhor da Arábia, Maomet não modificou as condições reinantes para melhor, senão que, embora abolindo aquele estado de coisas reinantes, como vimos, deixou o “abismo” caótico pior, no país inteiro, pelo fato de criar uma política religiosa aberrante e falsa, pela qual se tornou ditador político e religioso, seguido e adorado por um país inteiro cujos súditos transformara em fanáticos, prontos a matar e morrer por seus erros encobertos em pretensas revelações. Com a chave da autoridade que lhe conferiram os seus, abriu o “poço” da Arábia ao mundo; e, com que intensão o abriu às nações? Que pretendia tirar dêle para elas daquele “poço” arábico?

“Maomet tinha “fumo” reservado para o mundo naquele “poço do abismo”. “Fumo”, diz a revelação, “como o fumo duma grande fornalha”. Que fumo era êsse? Era um “fumo” que escureceu o “sol e o ar”. Mas, “o sol e o ar”, aqui, são simbólicos. Como o sol natural faz incidir seus raios sôbre a terra para iluminá-la e trazer-lhe benefícios, assim os raios do sol da justiça de Cristo são refletidos do alto através do verdadeiro cristianismo, para benefício do mundo. O ar, que está impregnado de elementos vitais para a manutenção, purificação e fertilização da vida física, é emblema da divina graça como manifestada através do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que é um lenitivo, um bálsamo purificador da vida espiritual diária dos seguidores do Salvador.

“Mas Maomet escureceu êste “sol” e êste “ar” sublimes, com o “‘fumo” que fêz emanar do “poço do abismo” ou da Arábia. E’ claro que o “fumo” referido não é natural, mas simbólico como “o sol e o ar”. Todavia, de influência asfixiante, pestilenta e mortífera como o fumo; e, em tão grande proporção, pois diz que emanava como se saísse “de uma grande fornalha”, que se espalhou aos quatro ventos, escurecendo “o sol e o ar”. Este “fumo” mortífero é a religião maometana fundada por Maomet que emanou da Arábia. Um “fumo” que escureceu o “sol” da justiça de Cristo e o “ar” do evangelho da Sua graça, para milhões de habitantes do mundo em dilatadas extensões.

“Há plausível diferença entre o cristianismo e o maometanismo, já no fato de que o primeiro é representado nas profecias como uma luz que desceu do céu, enquanto o segundo como um “fumo” pestilento e sufocante que emanou — do poço do abismo. Também, nesta própria profecia o evangelho da graça divina é apresentado como “o sol e o ar”, cheios de vida e de luz, enquanto o maometanismo, como vimos, como um fumo asfixiante que mata a alma e a vida espiritual.

“O “Korão”, livro sagrado do maometanismo é um sistema de erros de falsa inspiração atribuído a Maomet. Os adeptos do embusteiro profeta, no entanto, acreditam cegamente que o livro não é obra pessoal dêle, mas que reproduz fielmente as palavras divinas transmitidas pelo anjo Gabriel, durante mais de vinte anos, ora em Meca, ora em Medina. Mas a própria tradição não se harmoniza com esta crença. Os ensinos do “Korão” negam a divindade do Filho de Deus e colocam Maomet acima dÊle; negam a morte expiatória de Cristo e a obra regeneradora do Espírito Santo; não encaram o pecado como tal e a necessidade de perdão como indispensável.

“Negam, enfim, todo o plano da salvação como revelado no Evangelho de Cristo. Além de ser constituído de preceitos religiosos que contrariam as Sagradas Escrituras, é um livro imoral, pois contém “evocações e promessas do mais requintado sensualismo”, “e da poligamia”. O próprio profeta árabe era imoral e polígamo. Na verdade a Arábia foi o “poço” que Maomet abriu e donde emanou sôbre o mundo cristão o “fumo” duma religião imoral inventada, como se fôra uma revelação destinada a substituir todos os credos incluso o cristianismo” (MELLO, 1959, p. 221 e 222).

“Tudo quanto foi dito até aqui de Maomet, foi para mostrar, como reza a profecia, que o consideravam como uma grande “estrêla” e ainda o consideram. Através dos séculos, seus seguidores o reverenciam e o adoram no seu túmulo como se fôra em realidade profeta de Allah” (MELLO, 1959, p. 223).

“A abertura do poço, emerge fumo e segue-se escuridão – 9:2.

a. Trevas e confusão espiritual – João 3:19; Atos 26:18; Rom. 1:21; Isa 9:2

b. Os falsos ensinos do maometanismo conduzem os homens à cegueira e confusão espirituais” (THIELE, 1960, p. 215).

“O abismo. – A palavra grega abyssos da qual provém a palavra portuguesa “abismo”, significa “profundo, sem fundo”, e pode referir-se a qualquer lugar devastado, solitário e inculto. É aplicada à Terra no seu estado original de caos (Gên. 1:2). Neste caso pode com propriedade referir-se às desconhecidas planícies do deserto arábico, de cujos confins irromperam as hordas dos sarracenos, como nuvens de gafanhotos. A queda de Cósroes II, rei da Pérsia, pode bem simbolizar a abertura do abismo, no sentido de ter preparado o caminho para os discípulos de Maomé saírem do seu obscuro país, e propagarem suas enganadoras doutrinas a ferro e fogo, até que espalharam as suas trevas sobre todo o império do Oriente” (SMITH, 1979, p. 135).

9.3Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra,Essa nova falsa religião foi o Islamismo, e seus seguidores muçulmanos se espalharam rápida e extensamente da Arábia para a África e Europa; eles também receberam de Satanás poder para atormentar dolorosamente, tanto os que tentassem pisá-los como os desprevenidos que os subestimaram;

“Após sua morte [de Maomé], em 632 a.D., os árabes foram comparados às espessas nuvens de gafanhotos invadindo o mundo na tentativa de disseminar a religião muçulmana” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 29).

“Surgem gafanhotos do fumo – Apoc 9:3, 7-9.

a. Açoites sobre a terra – Deut 28:42,25; Joel 1:4; 2;25; II Crôn 6:28-30; 7:13, 14; Ex 10:13-15; Sal 78:46; 105:34,35.

b. Forças humanas como açoites de gafanhotos – Naum 3:15, 17; Juízes 17:12.

c. As hordas maometanas.

‘Semelhantes a gafanhotos, os Osmanlis enxameavam em todas as direções, e cidade nenhuma deixava de notar a sua presença, inclusive os próprios muros de Constantinopla.’ – Herbert Adams Gibbons, The Foundation of the Ottoman Empire, 198” (THIELE, 1960, p. 215).

“Martinho Lutero, Joseph Mede e Isaac Newton defendem que os gafanhotos representam os grandes exércitos muçulmanos que repetidamente guerrearam contra os cristãos” (RODRÍGUEZ, 2012, p. 41).

“Os gafanhotos simbolizariam os árabes nômades” (BELVEDERE, 1987, p. 139).

“Eles têm sido identificados com a difusão do poder dos árabes muçulmanos. Também podem ser equiparados às hostes da destruição, no Dia do Senhor (Joel 1:6 e 7; 2:4-11)” (BATTISTONE, p. 135).

“’Levantou-se uma religião falsa que, constituindo embora o flagelo de transgressões e idolatria, encheu o mundo de trevas e erros. Bandos de sarracenos, como gafanhotos, infestaram a Terra, rapidamente estendendo os seus flagelos sobre o império romano desde o Oriente até o Ocidente. A saraiva Desceu das gélidas praias do Báltico. O monte a arder foi lançado da África sobre o mar, e os gafanhotos (apropriado símbolo dos árabes) partiram da Arábia, sua região natal. Vieram como destruidores, propagando a nova doutrina, instigados à rapina e violência por motivos de interesse e religião.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, vol. I, pág. 301” (SMITH, 1979, p. 136).

“Os gafanhotos viajavam em enxames enormes e podiam destituir um terreno de toda a vegetação. Em 1866,200 mil pessoas morreram de fome na Argélia depois de uma praga de gafanhotos” (BÍBLIA, 2013, p. 2058).

“[…] emblemas dos fanáticos maometanos a infestarem os países cristãos do Oriente e do Ocidente na propagação das pestilentas doutrinas do falso profeta da Arábia. O gafanhoto, a base do símbolo, é particularmente arabe. A Arábia é considerada o país dos gafanhotos. “O nome Arabah é aparentado com o de Arbeh que significa multidão de gafanhotos”. Já em tempos bíblicos remotos, fôra o gafanhoto usado como símbolo para designar o número e o caráter de uma horda invasora de árabes sôbre a Palestina (Jz 6.1-5). E é notável como um vento oriental, dos lados da Arábia portanto, levou ao Egito os gafanhotos daquela terrível praga (Êx 10.13).

“Está assim o símbolo de gafanhoto plenamente em harmonia com os miríades de árabes sarracenos que transpuseram inúmeras fronteiras em propagação da nova fé. Foi de fato a religião de Maomet que fêz dos árabes o que êles se tornaram. Foi ela que pela primeira vez os uniu em um, em número incontável como gafanhotos; foi ela que lhes deu o impulso do gafanhoto para se apressarem a sair como seus propagadores pelo mundo. A forma de gafanhotos com seu progresso migratório rápido e grande capacidade de marcha, indica exatamente a enxameante quantidade de propagadores do islamismo a precipitarem-se irresistíveis para Leste e Oeste contra a cristandade” (MELLO, 1959, p. 223).

“[…] ‘e da fumaça do poço saíram gafanhotos para a terra’ (Apoc. 9:3), os quais representam os exércitos saídos daquela multidão. Aquele poço foi aberto para dar saída à fumaça e aos gafanhotos para a região das quatro monarquias, ou para a de algumas delas […] O Rei desses gafanhotos era o anjo do poço do abismo [Ap 9.11], sendo ao mesmo tempo o governador supremo, quer para os negócios civis, quer para os religiosos, tal qual o Califa dos Saracenos. Nuvens de gafanhotos por vezes se levantam na Arábia Faelix, de onde passam a infestar as nações vizinhas. São assim, muito a propósito, uma representação dos exércitos Árabes invadindo os Romanos” (NEWTON, 2011, p. 272 e 273).

“Eles invadiram a Terra Santa, o Oriente, o norte da África (até o Atlântico), e entraram na Ásia e na Europa. Oito cruzadas saíram a guerrear contra eles durante os séculos 11, 12 e 13. As doutrinas do islamismo se espalharam pelo Oriente Médio, que havia sido, anteriormente, cristão. Da África, os árabes finalmente cruzaram a Espanha. Depois de conquistar a Espanha, eles entraram na França, mas, a caminho de Paris, foram finalmente detidos por Carlos Martel, na batalha de Tours, em 732” (FEYERABEND, 2005, p. 79 e 80).

“Poder como escorpiões – Apoc 9:3, 5, 10.

a. Escorpiões – Símbolo de demônios – Luc 10:18-20. […]

b. O golpe da cauda de um escorpião – uma arma de engano.

(1) A cauda, a mentira de um falso profeta. Isa 9:15.

(2) Engano, a arma de satanás. Apoc 12:9” (THIELE, 1960, p. 216).

“[…] o escorpião é nesta profecia emblema de flagelo. E é notável que os desertos por onde peregrinaram os israelitas saídos do Egito, desertos da Arábia, abundavam escorpiões como ainda hoje são comuns ali (Dt 8.15). A aplicação profético-simbólica é verdadeiramente extraordinária. Enquanto as hordas arábico-serracenas caíam sôbre as nações repentinamente e numerosas como gafanhotos, para saquear e destruir segundo a ordem do profeta, por outro lado, como que possuindo caudas de escorpiões, injetavam pela fôrça o veneno do embuste duma política civil-religiosa que causava mal-estar aos vencidos. Enfim, eis o trato desprezível e opressor com que na realidade se distinguiram em suas conquistas os aderentes de Maomet. Reduzidos economicamente à condição de miséria e política e espiritualmente abatidos e vexados por aquêles gafanhotos-escorpiões, era desastrosa e miseranda a condição dos

povos submetidos, despojados de seus bens e picados pelo aguilhão duma política e duma religião venenosas” (MELLO, 1959, p. 225).

“’Encontramos uma ilustração mais específica ainda do poder que lhes foi dado, no poder que têm os escorpiões da Terra. Não só era o seu ataque fulminante e vigoroso, mas ‘a sensibilidade da honra, que tolera menos o insulto do que a ofensa corporal, lançou um mortal veneno nas contendas dos árabes. Uma ação indecente, uma palavra de desprezo só podem ser expiadas pelo sangue do ofensor, e tal é a sua inveterada paciência, que aguardam meses e anos inteiros a oportunidade de vingança.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, vol. I, pág. 305” (SMITH, 1979, p. 136).

9.4e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte.mas, eles não receberam a permissão de destruir o cristianismo genuíno, nem assolar completamente o cenário ambiental sobre o qual pousavam; somente deveriam atacar pessoas que não tinham desenvolvido o caráter honesto de Deus, por serem cúmplices das crenças corruptoras do cristianismo espúrio de Roma papal ou outras invencionices pagãs.

“As árvores aqui simbolizam o povo de Deus deixado vivo pelos muçulmanos. Os que têm o selo de Deus em suas testas representam os cristãos a quem os muçulmanos não foram capazes de destruir” (FEYERABEND, 2005, p. 80).

“Não danificar a erva nem as árvores, mas somente aqueles que não têm o selo de Deus. Apoc 9:4.

a. Erva e árvores – Símbolos do povo de Deus. Isa 44:4; 61:3; 65:22.

b. Aqueles que não têm o selo de Deus em sua testa. Apoc 7:3” (THIELE, 1960, P. 216).

“Aqui temos a evidência de que a profecia não trata de gafanhotos literais mas simbólicos. Se se referisse a gafanhotos no sentido literal, não rezava que não deviam fazer “dano à herva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma”. Estas palavras da profecia foram rigorosamente observadas nas recomendações de Abu-Becre, o primeiro califa e sucessor de Maomet. Ao assumir o poder e reunir as tribos árabes para lançá-las na guerra santa, recomendou aos chefes do exército, o seguinte: ‘Quando combaterdes os combates do Senhor, portai-vos como homens, sem voltar as costas; mas que vossas vitórias não sejam manchadas com o sangue de mulheres ou crianças. Não destruais as palmeiras, nem queimeis nenhuns campos de cereais — Não derribeis nenhuma árvore frutífera, nem causeis dano algum ao gado; a não ser o que matardes para comer. Quando fizerdes qualquer pacto ou estipulação, mantei-a, e cumpri vossa promessa” (Hist. Univ., Gibbons, Vol. V, cap. 51, pág. 189)’. Vemos que as palavras da profecia concernente à vegetação foram evidentemente cumpridas nas recomendações de Abu-Becre” (MELLO, 1959, p. 225 e 226).

“As conquistas maometanas duraram, podemos dizer, até dois séculos depois da queda de Constantinopla em 1453. Portanto, desde o sétimo até ao décimo sétimo século, havia religiosos que, segundo a revelação, tinham “nas suas testas o sinal de Deus”, ou o “sêlo de Deus”, como diz outra versão. Na explanação do capítulo sete temos demonstrado claramente que o “sêlo de Deus” é o santo Sábado do quarto mandamento da lei de Deus.

“A profecia destaca a proteção de Deus em favor dos que tinham o Seu sinal “nas suas testas”, isto é, os que observavam inteligentemente o santo repouso do sétimo dia da semana — o Sábado. Na verdade, não só nos séculos das conquistas do islamismo haviam os fiéis que tinham o “sêlo de Deus nas suas testas”, mas também em tôda a era cristã, haviam não poucos cristãos que observavam com fiel reverência o verdadeiro dia de repouso semanal. […] Gibbons, o grande historiador, preservou-nos as palavras da ordem do dia transmitidas por Abu-Brece a seus soldados, e nas quais, com tôda a probabilidade, encontramos o cumprimento da profecia quanto aos que tinham o “sêlo de Deus nas suas testas”.

“Vejamos parte daquelas instruções: ‘Ao avançardes, haveis de encontrar algumas pessoas religiosas que vivem retiradas em mosteiros, e se propõem a servir a Deus dessa maneira: deixai-as em paz, e nem as mateis, nem destruais seus mosteiros. E encontrareis outra espécie de gente, que pertence à sinagoga de Satanás, que têm coroas raspadas; estais certos de que lhes rachareis o crâneo, e não lhes deis quartel até que êles, ou se tornem maometanos ou paguem tributo.’ Hist. Univ., Gibbons, Vol. V, cap. 51, pág. 190” (MELLO, 1959, p. 226 e 227).

Mas quais monges e/ou mosteiros foram/são reconhecidamente sabatistas? E ainda: só são servos de Deus as pessoas que conhecem e santificam o sábado? No capítulo 7 vimos como haverá no período do sexto selo, imediatamente antes da volta do Senhor (dias atuais?), a divisão binomial da população global em duas classes: sabatistas e dominicais. A quinta trombeta não corresponde com essa época, pelo menos seu cumprimento no passado. Talvez, novos cumprimentos desta trombeta no futuro venham a coincidir com o cumprimento futuro do sexto selo.

“‘Essas ordens [penúltimo parágrafo] concordavam tanto com a predição, que dir-se-ia que o próprio califa agiu cientemente em obediência direta a um mandado mais elevado do que o do homem mortal. No próprio ato de partir para a luta contra a religião de Jesus e para a propagação do maometismo em seu lugar, repetiu as palavras que no Apocalipse de Jesus Cristo se encontrava predito que ele havia de dizer.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, v. I, pág. 307” (SMITH, 1979, p. 137).

“Através de Apocalipse 9:4 sabemos que durante a quinta trombeta é dada a ordem de proteger os que têm o selo de Deus em sua fronte, o que mostra Deus atuando em favor de Seu remanescente fiel e cumprindo Sua promessa do Salmo 119:165: ‘Grande paz têm os que amam a Tua lei; para eles não há tropeço’” (BELVEDERE, 1987, p. 76). Cf. Ap 3.2, 3.4, 6.6, 6.8, 6.9 e o capítulo 7.

9.5Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém.O controle divino sobre essa atuação satânica não permitiu que os muçulmanos exterminassem o falso cristianismo e as outras formas de paganismo, mas sim que os subjugassem por 150 anos. O ataque maometano seria contínuo nesse período, e irremediável, possibilitando, por outro lado, um período no qual a religião verdadeira florescesse e fosse preservada enquanto as falsas religiões lutavam entre si.

“No versículo quatro é dito que os gafanhotos ou os soldados maometanos iriam fazer dano aos homens. Agora, aqui é dito que iriam atormentá-los. A palavra grega — dano — é “adikeo”, que significa “fazer mal”, fazer injustiça”. Mas, “atormentassem” que vem de “basanismos”, significa “provar”, “experimentar”. Em outras palavras, os maometanos fariam “dano” ou causariam mal, injustiça, prejuízos materiais, e iriam também atormentar ou provar, experimentar, por em xeque o domínio político-religioso dos danificados por êles.

“Primeiramente os fanáticos islamitas iriam saquear e impor a religião, de preferência. Depois iriam sondar a força político-religiosa dos vencidos, o que indica que aspiravam ao poder do Império do Oriente, que era o objetivo principal de seus ataques. ‘Pôsto que por constantes ataques chegassem os árabes muçulmanos a assaltar Constantinopla, contudo não puderam fazer capitular a metrópole e bem assim o império. Inutilmente os árabes assaltaram a capital bizantina por terra e mar durante cinco anos inteiros (673-678): êles não conseguiram tomá-la’ (Beacon Light of Prophecy, Spicer, p. 229). Foi-lhes dada permissão para “danificar” e não para matar o império e apoderar-se do seu poder” (MELLO, 1959, p. 227).

“Cinco meses em profecia equivale a 150 anos (30 dias x 5 = 150 dias proféticos/ anos literais). Alguns teólogos defendem que esse período se cumpre entre 27 de Julho de 1299, quando Otman (ou Osman), fundador do Império Otomano, invadiu pela primeira vez o território de Nicomédia, até 27 de julho de 1449, quando Constantino XII, último imperador grego, chega ao trono com a permissão do sultão do Império Otomano” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 29).

“‘A quinta trombeta apresenta o surgimento do maometanismo com sua nuvem de erros, mas especialmente o período de cinco meses, ou cento e cinqüenta anos literais a contar do tempo em que tiveram um rei sobre si. Em 27 de Julho de 1229 Otman, o fundador do Império Otomano, invadiu o território de Nicomédia. Daquela data em diante os Otomanos arrasaram e atormentaram o Império Romano do Oriente até 27 de Julho de 1449, os cento e cinqüenta anos do soar da quinta trombeta.’ – Loughborough, The Great Second Advent Movement, 128” (THIELE, 1960, p. 216).

“‘Suas constantes incursões no território romano e freqüentes assaltos à própria Constantinopla, constituíram um incessante tormento para o império. Apesar disso não puderam eficazmente subjugá-lo, não obstante o longo período, a que depois se alude mais diretamente, durante o qual continuaram por incessantes ataques a afligir uma igreja idólatra, cujo chefe era o papa. Sua missão era atormentar e depois danificar, mas não matar ou completamente destruir. O que é para admirar é que eles o não fizessem.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, v. I, pág. 308, 309” (SMITH, 1979, p. 138).

“Durante a Reforma de Lutero, quando o Estado quis extingui-la, veio o ataque dos muçulmanos. O governo esqueceu os reformadores e passou a defender-se dos turcos.

Não haveria protestantismo hoje se não fossem os turcos” (FEYERABEND, 2005, p. 80).

“‘Como nos tempos anteriores ele castigava os israelitas por negligenciarem suas leis, assim também agora punia os cristãos degenerados. No início do próximo século (622 AD) , apareceu na Arábia um arrogante impostor no congresso chamado Maomé. […] ‘No ano de 637 Jerusalém, a capital da terra santa ou Palestina, caiu sob o domínio dos maometanos ou sarracenos […]

“‘Em 1079, foi conquistada, juntamente com as porções mais belas da Ásia Ocidental, pelos turcos Seldjúcidas. […] Pelo ano 1300, novas hordas de turcos, chamados otomanos, que desciam da Tartária subjugaram os Seldjúcidas, e estenderam as conquistas à Ásia Ocidental, Romélia, Moldávia, Sérvia, Bulgária, Grécia, e à Morea; e por fim, sob o monstro da brutalidade e voluptuosidade chamado Maomé (II) o grande, fizeram-se senhores de Constantinopla, a capital do império grego (1453 AD), cuja calamidade foi sem dúvida permitida por Deus para punir as graves ofensas que cometeram contra Ele.’ – Joseph Deharbe, A Full Catechism of The Catholic Religion, 36-38” (THIELE, 1960, p. 217).

“O primeiro período de tempo mencionado, cinco meses, quando interpretado pelo princípio dia/ano (Números 14:34, Ezequiel 4:6 e 7) totaliza 150 anos (30 x 5). De forma

impressionante, esse foi o tempo exato em que os turcos (que se tornaram muçulmanos), subjugaram o Império Romano do Oriente. Em 27 de julho de 1299, os turcos otomanos invadiram o território do Império do Oriente e, em 27 de julho de 1449, o último imperador grego, Constantino XII, assumiu o trono submisso ao sultão do Império Otomano. Esse fato é conhecido como a queda de Constantinopla. Com precisão matemática, a profecia se cumpriu!” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p. 24).

Isaac Newton (2011, p. 274) possui uma cronologia diferente, mais antiga, embora use o mesmo método bíblico “dia = ano”. Outra diferença: ele une os versos 5 e 10 deste capítulo e contabiliza 300 anos: “Durante todo o tempo em que os Califas Saracenos reinaram com poder temporal em Damasco e em Bagdá, contam-se trezentos anos, isto é, desde 637 até 936, inclusive. Então, lemos que os gafanhotos vivem apenas cinco meses. Mas, para o decôro do tipo, diz-se que esses gafanhotos tinham poder ‘de fazer mal aos homens durante cinco meses [v. 5] e cinco meses’ [v. 10], como se tivessem vivido cerca de cinco meses em Damasco e novamente cerca de cinco meses em Bagdá, ou ao todo dez meses, o que equivale a trezentos dias proféticos, que por sua vez valem por trezentos anos”.

“‘A opinião grega, mesmo quando mais tarde os mulçumanos estavam junto aos portões, é sintetizada na declaração do grão-duque Notaras, um dos primeiros magnatas de João: Melhor um turbante turco em Constantinopla do que o barrete de um legado papal! O que de melhor o império cristão podia desejar sob estas circunstâncias era um enterro Honroso.’ – William Stearns Davis, A Short History of the Near East, 205-207.

“‘A Papeologia apresenta-se com um relatório das mais iníquas famílias que já desgraçaram a posição real. Quando Constantino, vinte e sete anos mais tarde, caiu com os muros de sua cidade, sua morte foi uma representação marcante de ira de Deus sobre a quarta geração daqueles que lhes desprezam e odeiam.’ – H.A. Gibbons, The Foundation off the Othman Empire, 48.

“A morte de João Paleólogo, o governante do Império Grego Romano do Oriente, ocorreu em 31 de outubro de 1448. Dois Irmãos do falecido rei, Constantino e Demétrio, filhos sobreviventes do Imperador Manuel, eram candidatos rivais do trono para conseguir o apoio poderoso da Turquia, foi mandada uma embaixada ao sultão Murad II. Com o consentimento de dele, a coroa imperial foi posta na cabeça do irmão mais velho que se tornou Constantino XI. Constantino foi coroado no dia 6 de janeiro de 1449.

“O malfadado imperador estava destinado a ser o último governante do agonizante império Romano Oriental, tendo encontrado a morte em uma batalha quatro anos mais tarde ao Constantinopla ser tomada pelos turcos. Independência do império virtualmente fora entregue à Turquia, quando se aproximaram do sultão pedindo apoio para colocar Constantino no trono imperial” (THIELE, 1960, p. 218 e 219).

Ramos (2016, p. 49) acredita que o período dos 5 meses é literal, pois é posterior ao fechamento da porta da graça/ministração de Jesus no Santuário celestial. Ele cita Ellen G. White afirmando que após o ano 1844 nenhuma profecia de tempo existe, ou seja, Daniel 8.14 e as “duas mil e trezentas tardes e manhãs” são a última profecia temporal que existe na Bíblia. Ele usa esse fato no contexto de sua crença sobre a quinta trombeta se cumprir num futuro depois que Jesus concluir Sua função como Sumo sacerdote.

9.6Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.O sentimento de que a morte é melhor do que o contínuo medo das investidas maometanas e sua opressão, amargou a vida de muitas pessoas durante aquela época.

“Ainda que as investidas dos chefes e soldados maometanos causassem “dano” a princípio e por fim “tormento”, a morte fugia dos que a preferiam antes do que as desgraças que lhes causava o tacão das hordas dos sucessores do profeta árabe. E o escorpião é sempre o mesmo símbolo dos danos e dos tormentos causados aos povos submetidos, seja no que aludia à propriedade e riqueza saqueadas, seja no que dizia respeito aos domínios político-religiosos-imperial-cristão ambicionados” (MELLO, 1959, p. 227 e 228).

“‘Os homens cansavam-se de viver, quando a vida era poupada só para renovação da dor, e quando tudo quanto reputavam sagrado era violado, e todos quantos prezavam estavam em constante perigo, e os selvagens sarracenos dominavam sobre eles, ou os deixavam só para um repouso momentâneo, sempre em perigo de ser súbita ou violentamente interrompido, como que pela ferroada de um escorpião.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, v. I, pág. 309” (SMITH, 1979, p. 139).

9.7O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem;Os guerreiros muçulmanos árabes eram caracterizados pela montaria e equitação; usavam turbantes em sua cabeça que reluziam ao sol; e seus rostos eram barbudos;
9.8tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão;seus cabelos eram compridos; e sua ferocidade estava estampada em suas expressões faciais;
9.9tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja;usavam couraças como armaduras; e seus exércitos montados faziam enorme barulho ao partirem para o ataque;

“‘O cavalo árabe é o que leva a dianteira em todo o mundo, e perícia em equitação é a arte e ciência da Arábia. Os bárbaros árabes, ligeiros como gafanhotos e armados como escorpiões, prontos a arremessarem-se num momento, estavam sempre preparados para a batalha. ‘E sobre as suas cabeças havia umas coroas semelhantes ao ouro.’ Quando Maomé entrou em Medina (622), e pela primeira vez foi recebido como seu príncipe, ‘um turbante foi desfraldado à sua frente para suprir a falta de estandarte.’

“‘Os turbantes dos sarracenos, semelhantes a uma coroa, eram o seu ornamento e o seu orgulho. As ricas pilhagens, que eles renovavam com freqüência, abasteciam-nos abundantemente. Passar a usar o turbante corresponde proverbialmente a fazer-se muçulmano. E os árabes eram antigamente distinguidos pelas mitras que traziam.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, v. I, pág. 311, 312. ‘E os seus rostos eram como rostos de homens.’ A gravidade e firmeza de ânimo [do árabe] é notável nas suas maneiras exteriores. […] O seu único gesto consiste em acariciar a barba, venerável símbolo de virilidade. […] A honra das suas barbas é muito fácil de ferir.’ – Edward Gibbon, The Decline and Fall of the Roman Empire, vol. V, cap. 50, págs. 86-88” (SMITH, 1979, p. 139).

“Cada vez convence-nos mais e mais a profecia não tratar ela de gafanhotos naturais. No símbolo de gafanhotos semelhantes a “cavalos aparelhados para a guerra”, deparamos a numerosa cavalaria árabe a avançar, tribo após tribo, em sucessivas vagas, para o Oriente e para o Ocidente. A Arábia não só era terra de gafanhotos como de cavalos. […]

“Sôbre suas cabeças tinham os guerreiros do profeta ‘umas como coroas semelhantes ao ouro’. O texto não diz que eram ‘coroas’, mas ‘umas como coroas’ ou alguma coisa na cabeça parecida com coroa. Era o ‘turbante amarelo’ usado por eles, como coroas, ‘eram seu adôrno e motivo de jatância. A rica prêsa mantinha-os abundantemente providos dêles e os renovavam com frequência. Tomar o turbante significa proverbialmente fazer-se muçulmano. Além disso, os árabes distinguiam-se antigamente pelas mitras que usavam’.

“Os rostos de homem designam os árabes. Pôsto que naqueles antigos dias bárbaros, suceptíveis de cultura, a grande firmeza de propósito fêz dêles um povo civilizado e culto e lhes deu um lugar preeminente entre as nações, dos quais elas muito aprenderam” (MELLO, 1959, p. 228).

“Seus rostos eram como rostos de homens (eles usavam barba). Tinham os cabelos como cabelos de mulher (seus cabelos eram longos). Possuíam coroas de ouro (esses guerreiros usavam turbantes ou adereços dourados). Seus dentes eram como dentes de leão (eles eram destemidos lutadores). O aspecto dos gafanhotos era como o de cavalos preparados para a batalha (o cavalo árabe ainda é um sinônimo de qualidade entre eqüestres, ao mesmo tempo em que a habilidade de montar é uma arte árabe)” (FEYERABEND, 2005, p. 81).

“Semelhantes às mulheres, não cortavam os cabelos os antigos árabes. O cabelo comprido era para êles um especial adôrno e entre êles era costume não cortá-los. ‘Assim Plínio, contemporâneo de S. João ao fim do primeiro século, fala dos árabes como usando turbante, tendo cabelos longos e não cortados, bigode no lábio superior, ou barba; êsse venerável sinal de varonilidade’, segundo chama Gibbon, em linguagem árabe. Assim os descreve Solino no terceiro século; assim Amiano Marcelino no quarto; assim o fazem Clau dio, Teodoro de Mops Suesta e Jerônimo, no quinto. (Horae Apocalypticas, Vol. I, 411-413, 3.ª Edição). Era sôbre a vasta e longa cabeleira que usavam o turbante que os orgulhava.

“Seus dentes semelhantes aos de leões, denotam o valor, a ferocidade e a fôrça irresistível do fanatismo com que se lançavam sôbre suas prêsas e as dominavam, devorando-as quanto de seus bens podiam fazer, por tôdas as terras quer do Oriente quer do Ocidente” (MELLO, 1959, p. 228 e 229).

“A couraça era uma armadura que protegia a frente do corpo. As ‘couraças de ferro’ eram placas finas de ferro rebitadas numa base de couro (BÍBLIA, 2013, p. 2058).

“‘Famosas são suas couraças de ferro e aço que revestiram depois de haver adotado a nova religião que se propuseram difundir por todo o mundo. Destas couraças diz o Korão: “Um dos dons divinos aos árabes são as couraças’. A couraça era usada entre os árabes nos dias de Maomet. Na batalha de Ohud (a segunda que pelejou Maomet) contra os coraichitas de Meca (624), ‘700 dêles estavam armados de couraças’. Ao contrário dos exércitos grego e romano e doutros povos, as cargas árabes não eram produzidas por infantaria mas por cavalaria, que era a arma que maiormente compunha seu exército.

“E ao avançarem compactos semelhantes às ondas de gafanhotos, imitavam êstes, com suas couraças especialmente, o ruído de suas asas, como se estivessem conduzindo ao combate carros de guerra tirados por muitos cavalos. Tão completo foi o cumprimento dêste pormenor da revelação que parece que Maomet e seus guerreiros tinham conhecimento da profecia” (MELLO, 1959, p. 229).

“‘O ataque dos árabes não se apoiava, como o dos gregos, nos esforços de uma firme e compacta infantaria. Sua força militar era principalmente constituída por cavalaria e arqueiros. A um toque da mão os cavalos árabes arremessavam-se com a rapidez do vento. ‘O barulho das suas asas era como o barulho dos carros, quando muitos cavalos correm ao combate.’ Suas conquistas foram maravilhosas tanto em rapidez como em extensão, e seu ataque era instantâneo. Nem foi menos eficiente contra os romanos do que contra os persas.’ – Alexander Keith, Signs of the Times, v. I, pág. 313” (SMITH, 1979, p. 140).

9.10tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses;os maometanos árabes impunham o engano em forma de religião, e a dor sobre seus oponentes derrotados; durante 150 anos usaram todo o seu arsenal para impor sua religião sobre muita gente e tirar a vida de outras tantas; mas não destruíram o que restou do império romano, só depois desse período;
9.11e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.o rei desses exércitos muçulmanos é o anjo caído, chamado Destruidor.

“Temos aqui a terceira referência ao escorpião. O versículo três alude que os conquistadores árabes tinham o poder que têm os escorpiões da terra; no versículo cinco é dito que o ‘tormento’ que infligiam ‘era semelhante ao tormento do escorpião’, quando fere o homem; e, neste versículo dez, é mencionado que tinham caudas semelhantes às dos escorpiões, e ‘aguilhões nas suas caudas’. ‘Poder’, ‘tormento’ e ‘aguilhão’ dos escorpiões, tal fôra o martírio da conquista e dominação maometana sôbre os povos submetidos. O poder dum implacável domínio causado pela miséria resultante do arrebatamento de tudo, e o ‘tormento’ e o ‘aguilhão’ venenoso duma política-religiosa detestável — eis o quinhão das nações submetidas pelos fanáticos do arrogante profeta” (MELLO, 1959, p. 229 e 230).

“‘Causa dano aos homens por cinco meses.’ – Levanta-se a questão: Que homens eles danificariam por cinco meses? – Indubitavelmente os mesmos que depois haviam de matar (ver o verso 15), “a terça parte dos homens”, ou a terça parte do Império Romano – a sua divisão grega. Quando começariam a sua obra de tormento? O versículo 11 responde à pergunta. ‘Tinham sobre eles, como seu rei’. Desde a morte de Maomé, até perto do fim do século XIII, os maometanos estiveram divididos em várias facções sob diversos chefes, sem um governo civil geral, que se estendesse sobre todos. No fim do século XIII Otman fundou um governo ou império, que cresceu até se estender sobre quase todas as principais tribos maometanas, consolidando-as numa grande monarquia.

“Seu rei se chama o ‘anjo do abismo’. Um anjo significa um mensageiro, um ministro, bom ou mau, e nem sempre um ser espiritual. O ‘anjo do abismo’, seria o principal ministro da religião que dali saiu quando foi aberto. Essa religião é o maometismo, e o sultão é o seu principal ministro. Seu nome em hebraico é ‘Abadom’, o destruidor; em grego ‘Apoliom’, o exterminador, ou destruidor. Com dois diferentes nomes em duas línguas, é evidente que se pretende representar mais o caráter do que o nome do poder. Sendo assim, ele é representado nas duas línguas como destruidor. Tal tem sido sempre o caráter do governo otomano. Mas quando é que Otman fez o seu primeiro assalto ao império grego? [No sentido ‘Império romano oriental’, não no sentido ‘império da Grécia de Alexandre’.]

“Segundo Gibbon: ―Foi no dia vinte e sete de Julho, no ano de 1299 da era cristã, que Otman invadiu pela primeira vez o território de Nicomédia; e a singular exatidão da data parece revelar alguma predição da rapidez e do movimento destruidor do monstro. – Edward Gibbon, The Decline and Fall of The Roman Empire, vol. VI, cap. 64, pág. 226. […]

“‘Atman [Otman], o sátrapa dos persas, também chamado Osman, fundador da ainda reinante dinastia dos turcos, fortaleceu-se ao reunir um grande número de terríveis bandidos da Paflagônia.’ Possino, Observationum Pachymerianarum, Livro IV, cap. 25. Os da Paflagônia, sob os filhos de Amurio, uniram-se a Otman em seu ataque do dia 27 de julho, de maneira que duas vezes Posino, para o evento, nos oferece a data de 1299.

“‘[…] Os cálculos de alguns escritores têm levado a supor que o período devia começar com a fundação do Império Otomano, mas é evidentemente um erro, porque não só deviam ter sobre si um rei, mas haviam de atormentar os homens durante cinco meses. Porém, o período de tormenta não podia começar antes do primeiro ataque dos atormentadores, que foi, como vimos, em 27 de julho de 1299.’ – Josiah Litch, Prophetic Exposition, vol. II, pág. 180.

“O cálculo que se segue, fundado neste ponto de partida, foi feito e publicado numa obra intitulada Christ’s Second Coming (A Segunda Vinda de Cristo) por Josiah Litch, em 1838. ― ‘‘E o seu poder era para danificar os homens por cinco meses’. Até aqui sua missão consistia em atormentar por constantes depredações, mas sem matá-los politicamente. ‘Cinco meses’ [cada mês com trinta dias são 150 dias], quer dizer 150 anos. Começando em 27 de julho de 1299, o total dos 150 anos chega a 1449. Durante todo este período os turcos estiveram empenhados numa guerra quase contínua com o Império Grego, porém sem o conquistar. Chegaram a tomar várias províncias gregas, mas a independência grega era ainda mantida em Constantinopla. Em 1449, porém, operou-se uma mudança’ – Josiah Litch, Prophetic Exposition, vol. II, pág. 181. Esta história se encontrará sob a trombeta seguinte, a 6ª trombeta” (SMITH, 1979, p. 240-243).

“O tormento maometano é equivalente ao desejo manifesto que tiveram os súditos do profeta de se apoderarem do domínio político e religioso do império do Oriente e instaurar-lhe uma política e uma religião diferentes. Êste tormento e êste desejo não podiam ser manifestos sem que o primeiro ataque, com êste objetivo, tomasse lugar. Os maometanos tinham primeiramente em vista apenas causar dano e impor a religião; por fim veio o desejo da conquista real do poder político bizantino, para a fácil imposição da política-religiosa do profeta árabe.

“Como encontrar a data inicial e final deste período de tormento político-religioso? Encontrá-la-emos na história dos turcos seldjucidas que abraçaram a religião maometana ao aportarem na Ásia Ocidental vindos da Ásia Oriental. A revelação não menciona que a quinta trombeta aponta unicamente aos árabes como seus protagonistas. Tanto árabes como turcos estavam apontados na revelação para darem fim à soberania bizantina no Oriente, ou ao que restava do império romano no mundo.

“Já algumas dinastias que dividiram entre si o Kalifado haviam sido fundadas por turcos, sem o concurso de sua nação. ‘Agora, para submeter tôdas essas dinastias chegava em massa a nação destinada a substituir por tôda a parte a dos árabes’. Hist. Univ., C. Cantú, Vol. VIII, p. 501. Abraçando o maometanismo os turcos adaptaram-se ‘facilmente a uma religião que considerava meritórios o saque e a devastação’. Hist. Univ., C. Cantú, Vol. VIII, p. 505.

“[…] até antes do comêço do período de tormento ao poder civil bizantino, eram com valor derrotados pelo exército do império que ainda se mantinha forte. Até ao ano 1296, as tropas imperiais conseguiram deter as investidas dos turcos seldjucidas. Dai em diante tomava-se cada vez mais difícil para os generais bizantinos enfrentar com sucessos os ataques dos turcos. ‘Desde a morte de Maomet até quase aos fins do século XIII, estiveram os maometanos divididos em varias facções sob caudilhos diversos, sem um govêrno civil central que abarcasse a todos. Foi então que, pelos fins do século XIII, Otman fundou um govêrno ou império que se incrementou até abarcar tôdas as principais tribos maometanas, consolidando-as numa grande monarquia’. Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis, Vol. II, p., 15.

“‘Otman desenvolveu tanta atividade e energia que constituiu um perigo gravíssimo para o império. Êste chefe eminente dum novo ramo turco destinado a um grande futuro unia a simplicidade dum cheik de tribo nómade a qualidades de grande capitão e de governante, e o entusiasmo religioso e o afã juvenil de propagar o islamismo e o domínio de sua raça.’ Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis, Vol. II, p. 150. E é na história de Otman que encontramos precisamente a data inicial do período de tormento de 150 anos ao govêrno civil do Império do Oriente” (MELLO, 1959, p. 230 e 231).

“‘O nome Osman, ou Otman significa ‘quebrador de membros’. Foi este o nome dado ao povo de Osman, ou seja Osmanlins ou Otomanos. […] ‘No fim do décimo terceiro século de nossa era os domínios do Império Otomano alcançavam para o noroeste as imediações de ‘Yenisher’, a pequena distância das importantes cidades gregas da Brusa e Nicéia, que eram agora objetos especiais da ambição turca. […] Foi aproximadamente nesta época (1229) que cunhou moedas com sua própria efígie, e fez com que as orações publicas se lhe citassem o nome. Isto, nas nações orientais, é tido como sinal marcante da soberania.’ – H.S. Williams (ed.), Historians’ History the World, vol. XXIV, 312,313.

“‘Diz-se que o nome Osman significa ‘quebrador de ossos’, um título apropriado para um governante de uma energia irresistível. […] Osman estava junto dos países cristãos e os restaurados governadores de Constantinopla não tinham tempo à disposição nem meios para ataques sérios contra ele. […] Mesmo mais tarde em 1306 o papa Clemente V exorta aos habitantes de Veneza a unirem-se numa nova tentativa de conquistar os sismáticos gregos. Sob circunstâncias tais um chefe como Osman tinha oportunidade de reunir um formidável poderio militar bem nos flancos dos territórios cristãos da Bitínia, e nada de importância pode ser feito contra ele até que foi tarde demais.’ – W.S. Davis, A Short History Of the Near East, 183, 184” (THIELE, 1960, p. 219).

“O poder turco, que com Otman iniciou sua marcha contra o Império do Oriente desde ‘27 de julho do ano 1299’, e durante 150 anos, atormentaria por constantes depredações o poder político-religioso bizantino. Até esta data supra, lutaram os turcos muito entre si mesmos, e, tôda vez que procuravam penetrar as fronteiras do império, eram vigorosamente rechassados pelo exército imperial que era ainda forte; mas, durante todo êste lapso de tempo de 150 anos, empenharam-se na verdade os turcos otomanos numa guerra quase sem tréguas contra o Império do Oriente, apoderando-se duma após outra de suas províncias na Ásia e na Europa. […]

“Como apreciamos, o período de tormento iniciado aos 27 de julho de 1299, devia findar aos 27 de julho de 1449. E o que nos diz a história? Ela responde-nos que, nesta última data, o tormento alcançou seu climax, tendo Constantino XII, suplicado do sultão turco a ratificação de sua escolha para a dignidade do trono. Ao procurar de Amurat a aprovação de sua eleição, quis dizer-lhe Constantino, que o império agonizante não poderia prosseguir sem o seu consentimento, significando isto colocar-se como irrecusável vassalo do sultão vencedor e dos turcos vitoriosos.

“Esta manifesta fraqueza de Constantino deu aos turcos segura evidência das precárias condições do poder bizantino e levou-os a reconhecerem não mais a necessidade de atormentarem o agonizante cadáver do Império, mas estar maduro para receber o golpe de misericórdia. A profecia da sexta trombeta descreve simbolicamente êste golpe fulminante e arrazador, que tão somente aguardava o momento próprio para abater o que ainda subsistia da arrogância impiedosa daquela Roma dos altivos Césares. O tormento havia já passado, e a morte devia encenar a parte final do drama.

“Embora admitamos que Satanás fôsse o inspirador da religião do Islã nos seus começos e ainda o seja, o anjo referido como rei dos maometanos não é propriamente êle. Seu rei é claramente definido no versículo como ‘anjo do poço do abismo’, como reza outra versão. Quem é êste anjo? Nos primeiros dois versículos temos esclarecido com precisão inquestionável, que a Maomet foi dada a ‘chave do poço do abismo’ para abri-lo, e que, ao abrir o poço, saíram gafanhotos destruidores, isto é, os soldados islamitas que, sob sua inspiração pessoal, deixaram a Arábia e atiraram-se sôbre as nações cristãs para as conquistarem para a nova fé.

“O termo ‘anjo’, do grego ‘aggelos’, é a aplicação não só para designar um anjo real, como também a pessoa com missão religiosa especial. Deste modo, o ‘anjo do poço do abismo’, chamado também ‘rei’, do maometanismo, é, sem nenhuma dúvida, o próprio Maomet, o fundador e guia vivo e morto da política e religião islamítica; pois, a profecia refere-se a todos os súditos do Islã e não a uma ou mais facções em separado. Maomet dizia que o ‘anjo Gabriel’ era o inspirador da doutrina que pregava; porém a revelação enfatiza que êle mesmo era o anjo que forjou o amontoado de erros civis e religiosos contidos no Korão.

“‘Abaddon’ e ‘Apollyon’, do hebraico e grego, cujo significado é ‘destruidor’, é aplicado aqui a Maomet. Êle não somente destruiu, pessoalmente, em campanhas que tomou parte dirigindo-as, como inspirou a guerra santa. Mas, o maior poder destrutivo dêste anjo dos maometanos, são os seus ensinos contidos no Korão, que encobrem a justiça de Cristo e a gloriosa graça do evangelho aos próprios árabes e os demais povos que aceitaram o maometanismo” (MELLO, 1979, p. 232, 236 e 237).

9.12O primeiro ai passou. Eis que, depois destas coisas, vêm ainda dois ais.Aqui se finda a visão da quinta trombeta ou o primeiro dos gritos de luto! Ainda faltam mais dois gritos e eles vêm na sequência.
9.13O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus,O sexto anjo tocou a trombeta – eu ouvi a voz de Jesus que estava perto do altar de incenso, muito próximo do lugar santíssimo do santuário, onde Deus está;
9.14dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande rio Eufrates.então, Jesus disse ao sexto anjo que tem a trombeta: Solte as quatro linhagens de muçulmanos seldjucidas, na bacia Tigre-Eufrates, que estão esperando Meu consentimento para destruírem de uma vez por todas o império romano e inaugurarem o império muçulmano otomano em paralelo com o império papal.
9.15Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens.Assim, apareceram as quatro linhagens ou sultanatos: o primeiro em Bagdá, o segundo em Icônio, o terceiro em Damasco e o quarto em Alepo. Após seu surgimento, foram assimilados e unificados pela linhagem asiática otomana; esse novo sultanato único determinou o fim de Roma oriental e esteve por 391 anos concorrendo com o papado em sua influência tirânica sobre o mundo.
9.16O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número.Ao longo desse tempo os exércitos muçulmanos acumularam milhões e milhões de soldados.

“‘O primeiro ai devia prolongar-se desde o aparecimento do maometismo até o fim dos cinco meses. Devia terminar então o primeiro ai, e principiar o segundo. E quando o sexto anjo tocou, foi-lhe mandado que tirasse as restrições que lhes tinham sido impostas, pelas quais se limitavam à obra de atormentar os homens e a sua missão era ampliada a ponto de se lhes permitir matar a terça parte dos homens. Esta ordem veio das quatro pontas do altar de ouro.’ – Josiah Litch, Prophetic Exposition, vol. II, pág. 182” (SMITH, 1979, p. 144).

“O altar aqui referido é o mesmo altar do incenso já considerado no capítulo oito versículo três. Segundo o versículo dez, os 150 anos alcançaram até 27 de julho de 1449. A êste dia e data liga-se a voz ouvida vinda do altar no instante inicial do sonido da sexta trombeta. E esta voz só pode ser de quem oficiava junto ao altar de ouro ou do incenso, que é Cristo. Antes do toque da primeira trombeta, Êle aparece junto do altar do incenso; e, antes do toque da sexta trombeta, Êle ali ainda está oficiando em favor das orações dos santos. Durante todos os tempestuosos séculos resultantes dos toques das trombetas, Jesus está no pôsto do seu ofício em favor do Seu povo em perigo. E, ao soar o sexto anjo a sua trombeta, ordena Jesus ao anjo dar início aos sucessos que a ela dizem respeito, porque Êle estava a postos junto do altar em prol de Seus escolhidos” (MELLO, 1959, p. 238).

Quatro anjos presos junto ao grande rio Eufrates: Muitos eruditos acreditam que esta é uma referência aos quatro principais sultanatos localizados na região do Eufrates: Alepo, Icônio, Damasco e Bagdá” (FEYERABEND, 2005, p. 82).

“Os referidos quatro anjos estavam presos junto ao rio Eufrates ou na sua região. Na explanação do versículo dez verificamos que os turcos, arrebataram a supremacia árabe ao aportarem na Ásia Ocidental. A história dos turcos é, em ligeiros traços, a seguinte: ‘Eram originários do Altai, donde em tempo remoto, se estenderam pelo interior da China e do Turquestão. Impelidos para diferentes lados nas suas longas lutas com os chineses e mongóis, e por fim empurrados para o lado do Oeste, espalharam-se em duas grandes massas por tôda a Ásia Ocidental e pelo sul da Europa, uma vez por seu próprio impulso, no comêço da época de que tratamos agora, e a segunda vez, dois séculos depois, arrastados e dirigidos pelos mongóis capitaneados por Gengis-Khan.’ Hist. Univ., G. Oncken, Vol. IX, 56.

“Outro passo histórico reza sôbre os turcos o seguinte: ‘No século XI hordas selvagens e guerreiras de turcomanos, depois de haverem abraçado o islamismo, abandonaram sua antiga residência nas margens do Mar Cáspio e do Arai e fizeram irrupção no território do califado de Bagdad. Seu primeiro caudilho chamava-se Selgiuk ou Seljuk e dêste nome procede o que se deu posteriormente a seus sucessores como ao povo inteiro, isto é, o de Sedyucidas ou Selgiucidas. Pouco a pouco conseguiram sujeitar a seu domínio aos príncipes do Irã e da Mesopotâmia que estavam sempre em guerra uns com os outros e a quase tôda a Ásia Menor maometana.’ Hist. Univ., G. Oncken (alemão), Vol. II, 5, pág. 5.

“Esta invasão turca da Ásia Ocidental deu lugar a que os invasores fundassem quatro sultanados nas imediações do rio Eufrates. O primeiro foi fundado em Bagdad, por Tognelbeg, em 1055; o segundo em Icônio, por Solimão I, em 1064; o terceiro em Damasco, por Tutusch, em 1079; o quarto em Alepo, por Muslin, em 1079. São êstes os quatro sultanados, localizados na região do rio Eufrates, os anjos que deviam ser soltos no momento inicial no toque da sexta trombeta, como alude a profecia apocalíptica.

“O verbo grego ‘LUÕ’, soltar, é usado várias vezes no Novo Testamento, indicando no conjunto das frases dos textos, que aquilo que ia ser solto não mais tornaria ao lugar donde seria solto (cf. Lc 13.11-16, At 2.24 e Ap 20.7). Assim os quatro anjos ou os quatro sultanados, seriam soltos de suas sedes junto ao Eufrates para não mais tornarem a elas. E é importante que a profecia não lhes designa outras quatro sedes regionais, mas diz que ‘estavam preparados’ para, conjuntamente e num espaço de tempo igual, ‘matarem a terça parte dos homens’. Indiscutivelmente, os quatro sultanados unirse-iam sob uma só bandeira para dar cabo totalmente do Império Bizantino.

“Mas, quem os soltaria ou soltou e uniu os quatros sultanados Seldjucidas do Eufrates? A história nô-lo atesta que foram os otomanos, também turcos, cuja dinastia Constantino XII reconhecera suprema no seu próprio Império. Os quatro sultanados Seldjucidas foram absorvidos pelos otomanos vitoriosos sôbre os bizantinos. Todo o povo turco estava agora unido numa só dinastia, a otomana, e posteriormente num só sultanado, o de Constantinopla. Nómades que antes eram, estavam afinal os Seldjucidas politicamente ‘preparados’ para, sob a dinastia otomana, empreenderem a marcha dum govêrno cujo tempo de supremacia a própria profecia prefixara (MELLO, 1959, p. 238 e 239).

Os quatro anjos. – Estes são os quatro principais sultanatos de que se compunha o Império Otomano, localizados nas terras banhadas pelo grande rio Eufrates. Estes sultanatos estavam situados em Alepo, Icônio, Damasco e Bagdá. Anteriormente tinham estado retidos, mas agora Deus mandou, e foram soltos. A fins de 1448, ao aproximar-se o final do período de 150 anos, faleceu João Paleólogo, sem deixar filhos que herdassem o trono do Império Oriental. Seu irmão Constantino, herdeiro legítimo, não se atreveu a subir ao trono sem o consentimento do sultão turco. Por isso enviou embaixadores a Adrianópolis, receberam a aprovação do sultão, e voltaram com presentes para o novo soberano. A princípios de 1449, sob tão pomposas circunstâncias, foi coroado o último imperador grego.

“Assim o historiador Gibbon relata o fato em sua obra monumental: ‘― Com a morte de João Paleólogo, […] a família real, pela morte de Andrônico e a profissão monástica de Isidoro, ficou reduzida a três príncipes: Constantino, Demétrio e Tomás, filhos sobreviventes do imperador Manuel. O primeiro e o último achava-se longe, em Moréia. […] A imperatriz mãe, o senado e os soldados, o clero e o povo, unânimes apoiaram o sucessor legítimo; e o déspota Tomás, que ignorando a mudança, voltou acidentalmente à capital, pô-se a defender com energia os interesses do irmão ausente.

“‘Diz-nos o historiador Franza que foi imediatamente enviado um embaixador à corte de Adrianópolis. Amurat o recebeu com honra e o despediu com presentes; mas a misericordiosa aprovação do sultão turco anunciou sua supremacia, e a queda iminente do Império Oriental. As mão dos ilustres deputados, em Esparta, colocaram a coroa imperial sobre a cabeça de Constantino.’ – Edward Gibbon, The Decline and Fall of The Roman Empire, vol. VI, cap. 67, pág. 365” (SMITH, 1979, p. 144).

“‘Examinemos cuidadosamente este fato histórico à luz da predição acima apresentada. Não era por um assalto violento feito aos gregos que o seu império havia de ser derrubado e perdida a sua independência, mas pela entrega voluntária e simples dessa independência nas mãos dos turcos. A autoridade e supremacia do poder turco foi reconhecida quando Constantino disse virtualmente: ‘Não posso reinar sem que o permitais.’’ – Josiah Litch, Prophetic Expositions, v. II, págs. 182, 183.

“Os quatro anjos foram soltos por uma hora, um dia, um mês e um ano, para matar a terça parte dos homens. Este período, durante o qual devia existir a supremacia otomana, perfaz 391 anos e 15 dias. Assim chegamos a este resultado: Um ano profético são 360 dias proféticos, ou 360 anos literais; um mês profético são 30 dias proféticos, ou 30 anos literais; um dia profético é 1 ano literal; e uma hora, ou 1/24 do ano, ou seja, 15 dias literais; somando tudo temos 391 anos e 15 dias. ‘Mas apesar de os quatro anjos serem assim soltos pela voluntária submissão dos gregos, outra ruína aguardava a sede do império.

“‘Amurat, o sultão a quem se apresentou a submissão de Constantino VIII, e por cuja permissão este reinou em Constantinopla, morreu pouco depois, sucedendo-lhe, no império, em 1451, Maomé II, que cobiçou Constantinopla e resolveu tomá-la. Fez, assim, preparativos para cercar e tomar a cidade. O cerco começou em 6 de abril de 1453 e terminou com a tomada da cidade e a morte do último dos Constantinos, em 16 de maio seguinte. E a cidade oriental dos césares tornou-se a sede do império otomano.’ – Josiah Litch, Prophetic Expositions, v. II, pág. 183.

“As armas e métodos de guerra que foram usados no cerco em que Constantinopla foi tomada foram, como veremos, distintamente notados pelo Revelador” (SMITH, 1979, p. 145).

“Os quatro anjos foram soltos depois de concluído o período de tormento iniciado por Otman I e concluído por Amurat II. À vitória sôbre Constantino XII, tôda a nação turca estava então unida sob uma só bandeira e um só sultanado, para levar a cabo a sua aspiração que não era mais que o cumprimento da profecia. De conformidade com o versículo quinze, o poder da Turquia, como nação real, iniciou sua marcha a ‘27 de julho de 1449’, com o reconhecimento de Constantino XII da supremacia otomana ao submeter sua eleição ao consentimento do sultão. Êste sucesso ates ta que desta data em diante os turcos eram senhores do Império do Oriente, embora faltasse derribar o pouco que dêle ainda restava. E, a voz da divina profecia declara solenemente que o povo turco estava preparado então ‘para a hora, e dia, e mês, e ano’, a fim de exercer o seu domínio político e profético como nação constituída.

“‘Hora, e dia, e mês, e ano’, é a maneira bíblica de medir o tempo em matéria de profecia. O ano profético equivale a 360 dias literais e o mês a 30 dias, sendo que cada dia é igual a um ano como já o temos demonstrado. Analisando de trás para diante, temos os resultados seguintes: Um ano, 360 dias ou 360 anos; um mês, trinta dias ou 30 anos; um dia, um dia ou um ano; uma hora, a vigésima quarta parte do ano ou 15 dias. Somando tudo temos 391 anos e 15 dias, que é o tempo apontado na profecia do Apocalipse, segundo a qual a Turquia exerceria, como potência política, o seu poder independente numa das mais estratégicas regiões do mundo civilizado.

“Êste período de 391 anos e 15 dias, acrescentado a 27 de julho de 1449, alcança até 11 de agôsto de 1840, data em que algo surpreendente devia infalivelmente ocorrer com a Turquia, já que, a revelação serviu-se anunciar que sua soberania política compreenderia, como vimos, um período profético bem assentado” (MELLO, 1959, p. 239 e 240).

“A agilidade dos anjos Apoc. 9:15.

a. Por uma hora, um dia, um mês, e um ano proféticos – 391 anos e 15 dias.

(1) Início 1449.

‘[…] Em 29 de maio de 1453, Constantinopla foi tomada de assalto, o último imperador grego morreu quando lutava na brecha. […] Para o povo daqueles dias a captura de Constantinopla foi simplesmente o clímax inevitável de uma longa séries de vitórias de Otman em solo europeu. O sultão já era o soberano do Império Grego; o imperador era seu vassalo; a tomada da cidade imperial foi simplesmente uma questão de tempo. Não obstante a queda de Constantinopla é época marcante no verdadeiro sentido histórico protesto de Lutero em Wittenberg possa ser atribuído, de um modo indireto, mas sem base, à conquista otomana de Constantinopla. Mas do nosso ponto de vista, a mais importante das conseqüências foi a fundação de um novo império. […] Os otomanos eram na realidade não apenas os conquistadores dos Bálcãs mas herdeiros do império Greco-romano Oriental.’ – J.A.R. Marriott, The Eastern Question, 71,72” (THIELE, 1960, p. 220).

“Ao entrar Maomet II com seus ministros na cidade, dirigiu-se imediatamente à igreja de Santa Sofia. Ali um dos seus Mollahs subiu ao púlpito donde proclamou solenemente a lei de Mafoma: depois o sultão subiu ao altar, e dali fêz a sua oração de costume; e desta forma a famosa catedral bizantina, obra de Justiniano, ficou convertida em mesquita e dedicada ao culto maometano. Maomet fêz cortar a cabeça de Constantino II e a expôs à vista de todos, para que todo o mundo se convencesse de que o Império e o seu último soberano tinham deixado de existir. Veja-se Hist. Univ., G. Oncken, Vol. XI 728-731.

“A queda de Constantinopla livrou o Ocidente e o Oriente para sempre do cetro martirizante dos orgulhosos Césares. Visigodos, vândalos, hunos, hérulos, árabes e turcos fizeram ruir em escombros inrreconstruíveis a cruel tirania duma raça que arruinou o mundo por mais de dezesseis séculos. A queda de Constantinopla deu à Turquia um poderoso ímpeto de conquista. Tôda a Ásia Menor, Síria, Mesopotâmia, Pérsia, Iraque Arábia, Palestina, Trácia, Rumânia, Bulgária, Hungria, Besarábia, Grécia, Albânia, Bósnia, Sérvia, ilhas do mar Egeu, Creta; enfim, todos os territórios do Império do Oriente caíram em suas mãos. Assim a Turquia matou politicamente a têrça parte dos homens ou conquistou todos os seus domínios. Mais tarde incorporou também a seu império o Egito, a Etiópia e a Líbia.

“Mas as conquistas turcas tiveram fim. Extinta a sua antiga força de expansão, fôra-se desmantelando a partir da paz de Carlowitz (1690) e, mais rapidamente ainda, a seguir à de Kutschuk-Kainardsche, de 1774. O outrora invicto poder chegou afinal ao ponto de desmoronar-se frente às influências das nações européias. Primeiramente devia matar todo o poder político do antigo Império do Oriente, e, depois, para não ser morta, devia ser sustentada, como veremos adiante, pelos balões de exigênio-político dos aliados que buscou.

“As condições internas da Turquia, desde o fim do século dezessete, ‘em vez de se revigorarem, pioraram sempre sob a influência moderna. A antiga sobriedade e simplicidade turcas não tiveram inimigo mais terrível do que a invasão irresistível da cultura européia, que lhes transmitia todos os vícios e nenhuma das suas vantagens.

“‘O mal atingiu primeiro os círculos governamentais e do funcionalismo. As reformas intentadas por Maomet II, que deviam transformar o império num estado de tipo europeu, introduziram nas suas artérias um veneno mortal, pondo a nu os contrastes entre os princípios da cultura da Europa ocidental e os conceitos fundamentais de religião e nacionalidade dos Osmans, mostrando aos maometanos ortodoxos o sucessor do profeta como um herético incrédulo.

“‘Maomet Ali, do Egito, contemplava com dor e indignação a decadência turca, cuja culpa êle atribuía à incapacidade e desonestidade dos mais altos funcionários da Porta, e sobretudo ao seu mortal inimigo, Chosrew Pachá, que após a guerra russo-turca ganhara novamente tôda a confiança do sultão. Maomet Ali sentia-se o homem que poderia levar a cabo a regeneração do império; as suas relações com as potências européias, a partir da insurreição grega, assemelhavam-se mais às de um soberano independente do que às de um vassalo da Turquia; o seu tesouro repleto, o seu exército bem disciplinado, davam-lhe já uma posição muito superior à do sultão.

“‘[…] Quando Maomet Ali, em vez de obedecer à ordem de evacuar a Síria, solicitou, embora com simulada humildade, os govêrnos de Akka e Damasco, um firman do sultão pronunciou a sua destituição e a de seu filho; e como ainda por êste processo nada se conseguiu, foi lançado o anátema contra ambos, sendo encarregado de executar a sentença o exterminador dos janízaros, Hussein-Pachá, com um exército de 60.000 homens. Mas ainda êste tinha chegado ao Tauro quando, a 25 de maio [de 1831], Akka foi tomada de assalto por Ibraim, e logo a seguir também Damasco abriu as suas portas ao guerreiro egípcio.

“‘[…] Maomet Ali reiterou então as suas propostas, mas como a Porta lhe respondesse exigindo a sua plena submissão, autorizou o filho a passar o Tauro e declarou ao mesmo tempo aos cônsules europeus que exigiria a cedência da Síria contra o pagamento dum tributo conveniente. A 21 de dezembro o último exército de que o sultão dispunha foi destroçado, após uma luta encarniçada, junto de Korich, e o próprio grão-vizir foi feito prisioneiro. Abria-se já ao vencedor o caminho de Constantinopla, quando se lhe interpôs um novo adversário’ (Hist. Univ., G. Oncken, Vol. XX, 639-640).

“Nesta perigosa guerra entre o sultão Mahmud e Maomet Ali, intervieram a Rússia, França, Áustria, Prússia e Inglaterra, já para salvar seus interesses nos Dardanelos e no próprio Egito e demais pontos estratégicos, já para conservar o comércio livre com o Oriente. Enfadonha política discutem estas potências quanto ao modo de intervir na refrega entre a Porta e o Egito” (MELLO, 1959, p. 242-244).

“Alguns anos antes de 1840 o sultão tinha-se envolvido em guerra com Mohamed-Ali, paxá do Egito. ―‘Em 1838 o litígio entre o sultão e o seu vassalo egípcio fora temporariamente solucionado por influência dos embaixadores estrangeiros. Em 1839, porém, começaram de novo as hostilidades, e prosseguiram até que, numa batalha geral entre os exércitos do sultão e de Mohamed, o exército do sultão foi completamente derrotado e destruído, e a sua frota tomada por Mohamed e levada para o Egito. Tão reduzida ficou a frota do sultão que, quando a guerra começou de novo em agosto, ele tinha apenas dois navios de primeira classe e três fragatas, como tristes vestígios da outrora poderosa frota turca.

“‘Mohamed recusou-se terminantemente a abandonar esta frota e a restituí-la ao sultão, e declarou que, se tentassem retomá-la, a queimaria. Assim se encontravam as coisas, quando, em 1840, a Inglaterra, a Rússia, a Áustria e a Prússia intervieram, e determinaram uma solução do conflito, pois era evidente que, se Mohamed fosse deixado à vontade, dentro em breve se assenhorearia do trono do sultão.’ – Josiah Litch, The Probability of the Second Coming of Christ About A. D. 1843, págs. 192, 193.

“O sultão aceitou esta intervenção das grandes potências, e fez assim uma entrega voluntária do caso nas suas mãos. Reuniu-se em Londres uma conferência destas potências, estando presente o xeque Effendi Bey Likgis como plenipotenciário otomano. Foi elaborado o texto de um acordo que devia ser apresentado ao paxá do Egito, segundo o qual o sultão oferecer-lhe-ia o governo hereditário do Egito, e toda a parte da Síria que se estendia desde o golfo de Suez até o lago de Tiberíades, juntamente com a província de Acre, por toda a vida.

“Por sua vez evacuaria todas as outras partes dos domínios do sultão então ocupados por ele, e restituiria a frota otomana. Em caso de recusar esta oferta do sultão as quatro potências tomariam o assunto em suas mãos e empregariam todos os outros meios que achassem convenientes. É evidente que, logo que este ultimato fosse posto pelo sultão nas mãos de Mohamed-Ali, o assunto estaria para sempre fora do domínio do sultão, e os seus negócios estariam ao dispor, desde esse momento, das mãos de poderes estrangeiros. O sultão enviou Rifat Bey num vapor do governo a Alexandria, para comunicar o ultimato a Mohamed-Ali.

“Tal ultimato lhe foi entregue em 11 de agosto de 1840. No mesmo dia, em Constantinopla, foi dirigida pelo sultão uma nota aos embaixadores das quatro potências, perguntando que plano devia ser adotado no caso de o paxá recusar cumprir os termos do ultimato, ao que fizeram responder que se tinham tomado providências e não havia necessidade de se alarmar por qualquer contingência que pudesse ocorrer. […]. Desde […] o 11 de agosto de 1840, as quatro potências cristãs da Europa, e não a Sublime Puerta, iriam dirigir tais contingências.

“Em 11 de agosto de 1840 terminava o período de 391 anos e 15 dias concedido à duração do poder otomano. E onde estava a independência do sultão? DESAPARECE! Quem tinha a supremacia do império otomano em suas mãos? As quatro grandes potências; e aquele império tem existido desde então apenas pela tolerância destes poderes cristãos. Assim foi cumprida a profecia ao pé da letra. Desde a primeira publicação do cálculo deste assunto em 1838, a que já nos referimos, milhares de pessoas observaram com interesse o tempo apresentado para o cumprimento da profecia. E o cumprimento exato do acontecimento predito, mostrando a correta aplicação da profecia, deu poderoso impulso ao grande movimento adventista que então começava a chamar a atenção do mundo” (SMITH, 1979, p. 150, 151 e 153).

“Em 1838, um teólogo chamado Josias Litch fez uma espetacular profecia baseada nessa passagem. Litch entendia que a quinta trombeta começou com a Batalha de Bafeu e durou 150 anos, terminando em 27 de julho de 1449. Usando o princípio de um dia por um ano, ele calculou que um ano profético representaria 360 anos reais, já que o ano judaico tinha 360 dias. Um mês significaria 30 anos, um ano para cada dia, e uma hora, 15 dias. Isso daria 391 anos e 15 dias. Acrescentando 391 anos e 15 dias a 27 de julho de 1449, ele vaticinou que o Império Turco cairia no dia 11 de agosto de 1840. Era uma predição corajosa, a qual requeria uma grande fé na profecia.

“Ele publicou sua predição e milhares ficaram observando ansiosamente para ver o que aconteceria. As conclusões de Litch sobre a questão otomana foram notadas por vários jornais públicos, e vários clubes de incrédulos discutiram suas opiniões, ridicularizando-o por ter a audácia de fazer tal alegação. Como um destemido defensor da verdade, ele declarou que o futuro vindicaria a veracidade da Palavra de Deus. No dia 11 de agosto de 1840, o The London Morning Herald publicou a manchete: ‘O Sultão foi reduzido a um fantoche’.

“A notícia rapidamente reverberou diante do mundo descrente. A profecia que Litch corajosamente havia proclamado foi cumprida, e muitos ateus tornaram-se cristãos do dia para a noite. Multidões se convenceram de que os princípios de interpretação usados por Litch eram corretos. Com poucos meses, Litch recebeu cartas de mais de mil preeminentes incrédulos, alguns dos quais eram líderes de clubes de incrédulos. Nas cartas, eles declaravam que haviam desistido de pelejar contra a Bíblia e que a aceitavam como a revelação de Deus para a humanidade. Uma carta dizia: ‘Temos dito que os expositores de profecias colhem citações de páginas bolorentas da história para consubstanciar suas alegações de cumprimento profético, mas, nesse caso, temos os fatos vivos diante dos nossos olhos’.” (FEYERABEND, 2005, p. 82 e 83).

“No ano de 1840 outro notável cumprimento de profecia despertou geral interesse. Dois anos antes, Josias Litch, um dos principais pastores que pregavam o segundo advento, publicou uma explicação de Apocalipse 9, predizendo a queda do Império Otomano. Segundo seus cálculos esta potência deveria ser subvertida ‘no ano de 1840, no mês de agosto’; e poucos dias apenas antes de seu cumprimento escreveu: ‘Admitindo que o primeiro período, 150 anos, se cumpriu exatamente antes que Deacozes subisse ao trono com permissão dos turcos, e que os 391 anos, quinze dias, começaram no final do primeiro período, terminará no dia 11 de agosto de 1840, quando se pode esperar seja abatido o poderio otomano em Constantinopla. E isto, creio eu, verificar-se-á ser o caso.’ — Josias Litch, artigo no Signs of the Times, and Expositor of Prophecy, de 1º de agosto de 1840. No mesmo tempo especificado, a Turquia, por intermédio de seus embaixadores, aceitou a proteção das potências aliadas da Europa, e assim se pôs sob a direção de nações cristãs. O acontecimento cumpriu exatamente a predição” (WHITE, 2013a, p. 292).

“Quando o anjo toca a sexta trombeta, quatro anjos que se encontravam atados junto ao rio Eufrates são soltos. Alguns têm entendido estes quatro anjos como se aplicando aos quatro sultanatos principais: Alepo, Icônio, Damasco e Bagdá, que compreendiam o Império Otomano e estavam situados na região do Eufrates. Eles deveriam ser libertos por um período de tempo específico: ‘Uma hora, um dia, um mês, e um ano’. Em tempo literal isso equivale a 391 anos e 15 dias. Esse período profético se cumpre na história exatamente a partir do dia 27 de julho de 1449, quando Constantino XII reconheceu a supremacia turco-otomana, ao submeter. sua eleição ao consentimento do sultão, até 11 de agosto de 1840, quando é abatido o poderio otomano. Este é o segundo Ai, faltando apenas agora o terceiro” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 29).

“‘Os quatro grandes poderes, numa nota coletiva de 27 de julho de 1840, declaravam que tomariam nas próprias mãos a solução da questão oriental. […] Este estado de coisas foi expresso oficialmente no tratado dos quatro, de 15 de julho de 1840, firmado em Londres.’ – Henry Smith Williams (ed.), Historians’ History of the World, vol. XXIV, pág. 453. ‘O poder do Islamismo está quebrado para sempre; e não há meio de esconder este fato nem deles mesmos. Existem agora por mera tolerância. E, embora estejam sendo feitos poderosos esforços cristãos para sustê-los, eles a cada passo soçobram mais e mais numa rapidez terrível. E, embora haja grandes esforços para enxertar no tronco arruinado as instituições dos países cristãos civilizados, até as próprias raízes se consomem rapidamente envenenadas pelo seu próprio veneno.

“‘Isto é realmente interessante pois, quando toda a cristandade unida se combinava para obstruir o progresso do poder otomano, ele crescia a despeito de toda oposição à uma grandeza extraordinária; e agora, quando todos os potentados da Europa Cristã, os quais se sentem capacitados para solucionar todas as intrigas e arranjar os negócios do mundo todo, estão confederados para proteger e defendê-la, ela soçobra, a despeito de todo o cuidado mantenedor.’ – Ver. Mr. Goodell, numa alocução à Embaixada Americana em Constantinopla, Missionary Herald, abril de 1841” (THIELE, 1960, p. 221 e 222).

“b. Soltos para matar a terça parte dos homens – Apoc. 9:15.

[…] ‘Sob a quinta trombeta fora posta uma restrição ao poder Otomano. Por um período de 150 anos eles não deviam ‘matar’ mas somente ‘atormentar’. Agora ao começarem os 491 [sic, 391] anos aquela restrição foi removida e deviam agora sair para ‘matar’. A história revela um cumprimento notável desta profecia. Poucos anos depois da época em que a restrição foi removida os otomanos puseram fim ao Império Romano do Oriente. Até aqui apesar das vitórias, o domínio dos asiáticos sobre os países dos Bálcãs parecia provisório. Mas agora parecia incerto poderem os nativos cristãos livrar-se dos seus grilhões. Assim passou a Nova Roma de Constantino Augusto aos pobres de uma horda de aventureiros orientais […]

‘Através destes setecentos anos, semelhante aos rios gêmeos, Tigre e Eufrates, houve na história do Oriente Próximo duas grandes correntes de história – aquela procedente dos cristãos de Constantinopla e aquela procedente das terras de Islã. Agora a corrente cristã parece estar quase seca. Por mais de três séculos os anais do Próximo Oriente parecem os do Império Otomano. Até os novos fulgores da liberdade dos gregos e dos sérvios, no raiar do XIX século, tudo o que os historiadores podem relatar é a história de como os filhos do nômade, Ertogrul a dominaram na capital do estrito Império Oriental. […] Os dias que serviram para formar o poderio Otomano tinham passado. Um grande estado militar existia agora, e que possuía uma das mais bem localizadas e estratégicas cidades do mundo.’ – William Stearns Davis, A Short History of the Near East, pp. 211-213” (THIELE, 1960, p. 222 e 223).

“O segundo período, um pouco mais complexo, ao ser interpretado pelo mesmo princípio dia/ano, leva-nos a um período de 391 anos e 15 dias (ano = 360 + mês = 30 + dia = 1 + hora = 15 dias, (360/24)). A partir de 27 de julho de 1449, somando-se 391 anos e 15 dias chega-se à data de 11 de agosto de 1840, determinando, então, o fim da supremacia Otomana. De maneira surpreendente, a história registra que, nesse dia, o sultão Maomé Ali foi deposto, dando fim ao Império Otomano em Constantinopla” (ROSSI; BARBOSA, 2012, p. 24).

“O Império Otomano virtualmente caiu nos braços amigos dos grandes poderes da Europa. Desde aquele dia até 1917, quando o último dos sultões fugiu da capital, apavorado, o poder turco foi alcunhado de ‘O Homem Doente do Leste’. Das ruínas do Império Otomano, ergueu-se a nova República da Turquia. Constantinopla ainda está ocupada pelos turcos, mas a nova Turquia é completamente diferente do antigo Império Otomano. Hoje, ela tem a sua cadeira entre as Nações Unidas. Mas o império dos sultões não existe mais” (FEYERABEND, 2005, p. 83).

“Êste grandioso sucesso que enaltece a voz da divina profecia e assinala o debacle político da Turquia, atesta plenamente que o período de 150 anos, exarado no versículo dez, iniciou-se realmente em 27 de julho de 1299 e findou em 27 de julho de 1449, quando começou o outro período de 391 anos e 15 dias, findo em 11 de agôsto de 1840, quando Sir Carlos Napier se apresentou diante de Beirut, intimando às forças de Maomet Ali a abandonarem a Síria. Desde esta data até o presente, a Turquia é considerada “o homem doente”, amparada pelas potências cristãs que a livraram do colapso certo se não houvessem intervido em seu favor” (MELLO, 1959, p. 246).

“‘Inumeráveis hordas de cavalos e daqueles que os montavam! Gibbon descreve assim a primeira invasão do território romano pelos turcos: ‘Os miríades de cavalos turcos espalharam-se por uma frente de seiscentas milhas, desde o Tauro a Erzerum, e o sangue de 130 mil cristãos foi um grato sacrifício ao profeta árabe.’ O leitor julgará se esta linguagem se aplica ou não a algum número definido.

“‘Alguns supõem que é apresentado duas vezes o número 200 mil, e, segundo alguns historiadores, encontra-se esse número de guerreiros turcos no cerco de Constantinopla. Outros pensam que 200 milhões significam todos os guerreiros turcos durante os 391 anos e 15 dias do seu triunfo sobre os gregos. Nada se pode afirmar, porém, sobre este ponto.’ – Josiah Litch, Prophetic Expositions, v. II, págs. 183, 184. Nada se pode afirmar sobre este ponto, nem é essencial” (SMITH, 1979, p. 145 e 146).

“‘Duas miríades de miríades’, segundo o texto original, é uma frase numeral indefinida que só existe esta única vez no Novo Testamento. Outras frases há em que ‘miríades’ é empregado uma só vez, para referir um número sem precisá-lo exatamente, mas para designar não pequena quantidade (cf. Lc 12.1, At 21.20 e Hb 12.22). Quando se trata, como no nosso texto, que é uma exceção, em que ‘miríades’ aparece duas vêzes, uma seguida da outra, deve-se entender um número enormíssimo embora impreciso. Tais eram, segundo esta profecia, as multidões de guerreiros que compunham as ‘tropas de cavalaria’ turca que se jogaram sobre a Ásia Ocidental.

“[…] Outro historiador expressa-se assim sôbre os turcos: ‘O número dos turcos aumentava anualmente por hordas tais que os escritores gregos empregavam continuamente metáforas derivadas de torrentes, enchentes e inundações para pintar sua fôrça esmagadora’ (The Destruction of the Greek Empire, Edwin Peàrs, pág. 62)” (MELLO, 1959, p. 246).

9.17Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre.Também vi as características desses outros soldados: cavalos e cavaleiros com couraças como armaduras nas cores do fogo: amarelo, azul e vermelho. Suas armas de pólvora, enxofre e fogo eram disparadas enquanto eles cavalgavam furiosamente no meio da fumaça que saia dessas armas.

“No versículo nove vimos como a história comprova terem os árabes maometanos usado couraças reais em suas campanhas pró difusão do islamismo. Porém, no versículo dezessete, que é o que consideramos, as couraças dos turcos eram de ‘fogo, e de jacinto, e de enxofre’. Evidentemente não se poderá conseguir uma mescla sólida de fogo, jacinto e enxofre para confecção de couraças.

“O têrmo grego, tanto do versículo nove como do dezessete, é ‘thõrax’, usado no Novo Testamento também no que respeita a couraças simbólicas. S. Paulo fala na ‘couraça da justiça’ (Ef 6.14) e na ‘couraça da fé’ (1ªTs 5.8). Compreendemos assim que o têrmo ‘thõrax’ é empregado tanto no sentido de couraças reais como simbólicas. No caso dos turcos, a referência a ‘couraças’ só pode ser simbólica visto, como salientamos, a impossibilidade de fazer-se couraças com mescla de fogo, jacinto e enxofre.

“Segundo esta profecia, três eram as côres que compunham as ‘couraças’ dos guerreiros turcos: 1) Fogo, ou côr vermelha; 2) jacinto, ou côr azul; 3) enxofre, ou côr amarela. ‘Tais eram as côres que predominavam na indumentária’ do exército turco cuja descrição profética corresponde ao uniforme daqueles soldados do maometanismo turco. Daubuz, um antigo estudante inglês, escreveu das côres descritas pela profecia, o seguinte: ‘Desde seu primeiro aparecimento os otomanos têm-se interessado usar vestimenta belicosa de escarlate, azul, e amarela: um traço descritivo o mais evidente em seu contraste com a aparência militar dos gregos, francos, ou sarracenos contemporâneos’ (Beacon Light of Prophecy, Spicer, pág. 242). O cumprimento dêste interessante detalhe da profecia não deve causar-nos surpresa; pois a inspiração jamais poderá equivocar-se ou falhar” (MELLO, 1959, p. 247).

“A primeira parte desta descrição talvez se refere ao aspecto destes cavaleiros. Fogo, como cor, representa o vermelho, empregando-se com freqüência a expressão ‘vermelho como fogo’; jacinto, o azul; e enxofre, o amarelo. Estas eram as cores que predominavam no vestuário destes guerreiros, de sorte que a descrição, segundo este ponto de vista, condizia bem com o uniforme turco, que era composto em larga escala por vermelho ou escarlate, azul e amarelo” (SMITH, 1979, p. 146).

“‘As cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões’. Aqui temos o emblema do poder, do valor e da ferocidade da cavalaria turca invasora, espalhando, com o arrojo do leão, a morte e a destruição. Ferozes e astutos como leões, demonstraram-se os turcos mais desumanos que os árabes que na profecia da quinta trombeta são apresentados com dentes simbólicos de leão. Os cavalos da cavalaria vomitavam ‘fogo, e fumo, e enxofre’. Inquestionavelmente deparamos neste pormenor o emprêgo da arma de fogo pelos ginetes do exército turco. Precisamente iniciara-se por aquela época o uso da pólvora e das armas de fogo para fins bélicos. O resultado da detonação duma arma de fogo é realmente uma chama de fogo, uma nuvem de fumo e um cheiro acre de enxofre. Mas como poderia sair isto das bocas dos cavalos? E’ que os ginetes turcos descarregavam suas armas, em suas cargas de cavalaria, estendendo-as para a frente, dando a parecer, a quem os via pelejar, que o ‘fogo, fumo e enxofre” da detonação, saíam das bôcas dos seus cavalos’ (MELLO, 1959, p. 247 e 248).

“As cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões, representando sua força, coragem e ferocidade. Por sua vez a última parte do versículo refere-se, sem dúvida, ao uso de pólvora e armas de fogo para fins guerreiros, introduzidas havia pouco. Como os turcos disparavam suas armas de fogo de cima dos cavalos, devia parecer ao distante vidente que o fogo, fumo e enxofre saíam das bocas dos cavalos.

“Os comentadores concordam em aplicar a profecia acerca do fogo, fumo e enxofre ao uso da pólvora pelos turcos na sua luta contra o Império do Oriente. (Ver as notas sobre Apoc. 19:17 de Adam Clark, Commentary on the New Testament, vol. 2, pág. 1003; Albert Barnes, Notes on Revelation, pág. 264; The Cottage Bible, vol. 2, pág. 1399). Mas, em geral, apenas aludem aos grandes canhões, empregados por esse poder, mas a profecia menciona especialmente os ‘cavalos’ e o fogo que ‘saía das suas bocas’, como se fossem usadas armas menores e de cima dos cavalos.

“Barnes pensa que assim sucedia, e uma frase de Gibbon confirma este parecer. Diz ele: ‘As incessantes arremetidas de lanças e dardos eram acompanhadas pelo fumo, o som e o fogo dos seus mosquetes e canhões.’ Temos aqui uma boa evidência histórica de que os mosquetes foram usados pelos turcos, e por outro lado é inegável que em suas guerras combatiam principalmente a cavalo. É, portanto, bem apoiada a inferência de que usavam armas de fogo à cavalo, cumprindo exatamente a profecia, segundo a ilustração referida.

“Acerca do uso das armas de fogo pelos turcos na sua campanha contra Constantinopla, Elliot diz o seguinte: ―‘A morte da terça parte dos homens, isto é, a tomada de Constantinopla e por conseqüência a destruição do império grego, foi devida ao ‘fogo, fumo e enxofre’, à artilharia e armas de fogo de Maomé. Mais de 1.100 anos tinham já decorrido desde a sua fundação por Constantino. Durante esse tempo, godos, hunos, ávares, persas, búlgaros, sarracenos, russos e os próprios turcos otomanos, tinham feito seus assaltos hostis ou posto cerco contra ela, mas as fortificações eram inexpugnáveis para eles.

“‘Constantinopla sobreviveu, e com ela o Império Grego. Daí a ansiedade do sultão Maomé em encontrar o que pudesse remover o obstáculo. Perguntou ao fundidor de canhões que para junto dele desertara: ‘Podes tu fundir um canhão de tamanho suficiente para abater os muros de Constantinopla?’ A fundição foi em seguida estabelecida em Adrianópolis, fundiu-se o canhão, a artilharia preparada e começado o cerco.

“―‘É digno de nota como Gibbon, sempre inconsciente comentador da profecia do Apocalipse, põe este novo instrumento de guerra no primeiro plano do seu quadro, na sua eloqüente e impressionante narrativa da catástrofe final do império grego. Em preparação para ela apresenta a história da então recente invenção da pólvora, ‘dessa mistura de salitre, enxofre e carvão’. Fala do seu primeiro uso pelo sultão Amurat, e também, como já dissemos, da fundição de maiores canhões por Maomé em Adrianópolis.

“‘Depois, no progresso do próprio cerco, descreve como ‘as arremetidas de lanças e dardos eram acompanhadas pela fumaça, o som e o fogo das espingardas e canhões’; como ‘a extensa ordem da artilharia turca fazia fogo contra as muralhas, troando ao mesmo tempo 14 baterias sobre os lugares mais acessíveis’; como ‘as fortificações que durante séculos tinham resistido à hostil violência, agora se desmantelavam por toda parte sob os canhões otomanos, muitas brechas se abriam e, perto da porta de São Romano, quatro torres se desmoronaram’; como, ‘enquanto das linhas, das galés e da ponte da artilharia otomana fazia fogo para todos os lados, o campo e a cidade, os gregos e os turcos, estavam envolvidos numa nuvem de fumaça, que apenas poderia ser repetida pela libertação ou destruição final do império romano’; como ‘as duplas muralhas foram reduzidas pelos canhões a um montão de ruínas’; e como, por fim, os turcos ‘arremessando-se através das brechas’, ‘Constantinopla foi tomada, seu império subvertido, e sua religião pisada pelos conquistadores maometanos.’

“‘Repito que é digno de nota como Gibbon atribui, de um modo tão claro e impressionante, a tomada da cidade, e desse modo a destruição do império, à artilharia otomana. Que é isto senão um comentário às palavras da nossa profecia? ‘Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saía das suas bocas.’ – Edward B. Elliot, Horae Apocalypticae, vol. I, págs. 478, 479” (SMITH, 1979, 146-147).

“Foram os turcos otomanos que introduziram as armas de fogo na guerra. Os soldados da cavalaria disparavam seus mosquetes apoiados na cintura enquanto cavalgavam. Para o profeta, era como se a fumaça estivesse saindo da boca dos cavalos, A história das conquistas feitas pelos turcos tem preenchido volumes” (FEYERABEND, 2005, P. 84).

9.18Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;Sim, pelo uso de armas letais que continham pólvora, enxofre e que, ao serem usadas espalhavam forte fumaça, os muçulmanos turco-otomanos fecharam a cova do cadente império romano;
9.19pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano.pois, os cavaleiros otomanos atiravam enquanto corriam montados e dessa forma destruíram muros e exércitos. E assim como os muçulmanos árabes, os muçulmanos turco-otomanos impunham o engano em forma de religião, danificando suas vítimas espiritualmente também.

“Estes versículos exprimem o efeito mortífero do novo modo de guerra introduzido. Foi por meio destes agentes – pólvora, armas de fogo e canhões – que Constantinopla foi finalmente conquistada e entregue nas mãos dos turcos” (SMITH, 1979, p. 148).

“Fogo, fumo e enxofre, as três pragas em que a têrça parte dos homens seria morta pelos turcos. Como vimos, trata-se das armas de fogo como resultado do uso da pólvora para fins bélicos naqueles dias do século XV. Os turcos as empregaram como meio eficaz para a destruição de Roma Oriental, ou, como refere a revelação, ‘matarem’, aliás, politicamente, a têrça parte dos homens que a lideravam pondo fim ao Império. No entanto, embora fôsse nesta guerra de extermínio usado vasto número de canhões pelos turcos, a profecia insiste em salientar que, as três pragas que matariam a política e o domínio Oriental romano-bizantino, ’fogo, fumo e enxofre’, ‘saiam das bôcas dos cavalos’, dando isto a entender que, à cavalaria turca, provida de mortíferos mosquetes, caberia decidir a derrota do velho império” (MELLO, 1959, p. 248).

“Além do fogo, fumaça e enxofre, que pareciam sair das suas bocas, diz-se que o seu poder estava também nas suas caudas. É um fato notável que a cauda do cavalo é uma bem conhecida insígnia turca, símbolo de cargo e autoridade. O significado da expressão parece ser que as suas caudas eram o símbolo ou emblema da sua autoridade. É fato notável que a cauda do cavalo é um conhecido estandarte turco, o símbolo de um cargo e autoridade. A imagem que João viu parece ter consistido de cavalos que lançavam fogo e fumaça, e o que era igualmente estranho, viu que o seu poder de espalhar a desolação estava relacionado com as caudas dos cavalos. Alguém, olhando para um corpo de cavalaria com tais estandartes ou insígnias, ficaria surpreso com este aspecto insólito e notável, e falaria dos seus estandartes como concentrando e dirigindo o seu poder” (SMITH, 1979, p. 148 e 149).

“Não só o poder simbólico da cavalaria turca se concentrava na bôca dos cavalos como também nas suas caudas. No versículo dez lemos que os gafanhotos, simbólicos dos árabes tinham caudas ‘semelhantes às dos escorpiões, e aguilhões nas suas caudas’, ‘para danificar os homens’. Agora, os cavalos, simbólicos da cavalaria otomana, tinham caudas ‘semelhantes a serpentes’ com cabeças que danificavam. Ambos — os gafanhotos árabes e os cavalos turcos — tinham caudas venenosas — veneno de escorpião e veneno de serpente. Árabes e turcos injetariam veneno nas suas vítimas. E que veneno daninho poderia ser senão o da falsa política civil-religiosa que imporiam pela fôrça aos povos que haveriam de subjugar pelas armas?” (MELLO, 1959, p. 248).

9.20Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;Os crentes do falso cristianismo romanista, que não foram mortos nas guerras islâmicas contra Roma Oriental, não se converteram a Cristo, não deixaram a adoração aos demônios disfarçados pelas crenças pagãs que envolviam o culto às imagens de ouro, prata, cobre, argila e madeira, as quais não saem do lugar e dependem de seus próprios devotos;
9.21nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.também não abandonaram seus outros pecados: assassinatos, feitiçarias, depravações e licenciosidades, e roubos.

“Outra alteração que o papado fez na lei de Deus foi tirar do catecismo o mandamento que proíbe adorar ou reverenciar as imagens (Êxodo 20:4-6). Durante a sexta trombeta, junto com urna série de graves pecados, é apresentada a adoração de irnagens (Apocalipse 9:20, 21). Deus é muito claro em dizer que não aceita que O adorem por meio de imagens (Isaías 42:8). Por isso é que em Apocalipse 21:8 e 22:15 se diz que os idólatras não se salvarão. Deus é Espírito e só aceita uma adoração espiritual (São João 4:23, 24)” (BELVEDERE, 1987, p. 77).

“Deus quer que os homens tomem nota dos Seus juízos e recebam as lições que por eles deseja dar-lhes. Mas quão tardos são em aprender, e quão cegos às indicações da Providência! Os eventos ocorridos sob a sexta trombeta constituíam o segundo ai. e não levaram os homens a melhorar na conduta e moral. Os que deles escaparam nada aprenderam da sua manifestação na Terra. As hordas dos sarracenos e turcos foram soltas sobre a cristandade apóstata como flagelo e castigo. Os homens sofreram o castigo, mas não aprenderam dele nenhuma lição” (SMITH, 1979, p. 153).

‘Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas’, isto é, pelas armas de fogo da cavalaria turca, são os demais governantes cristãos europeus e seus súditos aos quais não chegou a desolação turca. Êles não encararam o terrível ataque turco como um flagelo merecido pelo Império do Oriente, como prêmio de seus pecados e de sua aborrecível idolatria que era odiada com ódio mortal pelos maometanos.

“‘Não se arrependeram’ do culto dos ‘demônios’, como é considerada a idolatria pelas Sagradas Escrituras. Nem tão pouco ‘se arrependeram’ dos seus ‘homicídios’, de suas ‘feitiçarias’, de suas ‘prostituições’ e ‘das suas ladroices’. Eis o quadro do cristianismo apresentado na profecia! Um cristianismo sem Cristo e apóstata, odiado de morte pelos conquistadores muçulmanos.

“Deus não se agrada daqueles que não aprendem as lições que seus juízos lhes ensinam. Antes da visão das trombetas sobre os árabes e os turcos, a advertência clara foi — ‘ai! ai dos que habitam sobre a terra’. Mas o cristianismo nominal daqueles dias do avanço maometano, nem um caso fêz, como hoje também não o faz, das advertências do céu. Nem antes

nem depois dos açoites dos árabes e turcos se arrependeu de sua vã idolatria e de seus homicídios e maldades. O castigo, as ‘pragas’ maometanas, não o induziu a melhorar a conduta e a moralidade. A lição foi desprezada com grave perda para a vida moral e espiritual.

“E assim caíram os dois Impérios, as duas Romas cristãs — Ocidental e Oriental — aquela sob as hordas visigoda, vândala, huna e hérula, e esta sob as hordas árabe e turca do Islã” (MELLO, 1959, p. 249).

“É importante notar que o segundo ‘ai’ não termina aqui, ele continua até Apoc. 11:14” (RAMOS, 2006, p. 55).

Referências:

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BELVEDERE, Daniel. Seminário: As Revelações do Apocalipse. Edição do Professor, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2ª ed., 1987. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/14s7DWbxGGSvt5h81TkGtG2mfcwW7wPZk/view>. Acesso em: abr., 2020.

BÍBLIA, Apocalipse. Português. Bíblia de Estudo Arqueológica NVI. Trad. Claiton André Kunz et. al. São Paulo: Editora Vida, p. 2042-2076, 2013.

FEYERABEND, Henry. Apocalipse, Verso por Verso: Como entender os segredos do último livro da Bíblia. 1. ed. Tradução de Delmar F. Freire. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

MELLO, Araceli S. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/264320586/Araceli-S-Mello-A-Verdade-Sobre-As-Profecias-Do-Apocalipse-pdf >. Acesso em: abr. 2020.

NEWTON, Isaac. As profecias do apocalipse e o livro de Daniel. Editora Pensamento, 2011.

OLIVEIRA, Arilton; BRANCO, Frederico; SOUZA; Jairo; QUEIROZ, Manassés; ANDRADE, Milton; IRAÍDES, Társis. Apocalipse. Escola Bíblica, Novo Tempo. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2015.

RAMOS, Samuel. As Revelações do Apocalipse, v. 2, 2006.

RODRÍGUEZ, Ángel Manuel. Revista Ministério, mai.-jun., 2012. 50 slides. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/ocrente/3-apocalipse-as-sete-trombetas/3>. Acesso em: dez., 2019.

ROSSI, Rafael; BARBOSA, Wellington Vedovello. Apocalipse, o fim revelado. Guia de Estudo Bíblico, 2012. Disponível em: <https://evangelismo.s3.amazonaws.com/estudos_Apocalipse_ofimrevelado.pdf>. Acesso em: dez. 2019.

SMITH, Urias. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

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THIELE, Edwin R.; BERG, Henrique. Apocalipse – esboços de estudos, 1960. Disponível em: <http://www.iasdsapiranga.com.br/assets/esbo%C3%A7os-do-apocalipse.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas, 2007. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Patriarcas%20e%20Profetas.pdf>. Acesso em: mai. 2017.

_____________. O Grande Conflito, 2013a. Disponível em: <http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/O%20Grande%20Conflito.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

_____________. Testemunhos para a Igreja, v. 1, 2013b. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos%20para%20a%20Igreja%201.pdf >. Acesso em: abr. 2020.

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(Hendrickson Rogers)

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