maio 18, 2024

Blog do Prof. H

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O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: imortalidade da alma, invocação do santos, adoração da virgem Maria, tormento eterno, purgatório e indulgências

Os séculos que se seguiram testemunharam aumento constante de erros nas doutrinas emanadas de Roma. Mesmo antes do estabelecimento do papado, os ensinos dos filósofos pagãos haviam recebido atenção e exercido influência na igreja. Muitos que se diziam conversos ainda se apegavam aos dogmas de sua filosofia pagã, e não somente continuaram no estudo desta, mas encareciam-no a outros como meio de estenderem sua influência entre os pagãos.

Erros graves foram assim introduzidos na fé cristã. Destaca-se entre outros o da crença na imortalidade natural do homem e sua consciência na morte. Esta doutrina lançou o fundamento sobre o qual Roma estabeleceu a invocação dos santos e a adoração da Virgem Maria. Disto também proveio a heresia do tormento eterno para os que morrem impenitentes, a qual logo de início se incorporara à fé papal.

Achava-se então preparado o caminho para a introdução de ainda outra invenção do paganismo, a que Roma intitulou purgatório e empregou para amedrontar as multidões crédulas e supersticiosas. Com esta heresia afirma-se a existência de um lugar de tormento, no qual as almas dos que não mereceram condenação eterna devem sofrer castigo por seus pecados, e do qual, quando libertas da impureza, são admitidas no Céu. [1]

Ainda uma outra invencionice era necessária para habilitar Roma a aproveitar-se dos temores e vícios de seus adeptos. Esta foi suprida pela doutrina das indulgências. Completa remissão dos pecados, passados, presentes e futuros, e livramento de todas as dores e penas em que os pecados importam, eram prometidos a todos os que se alistassem nas guerras do pontífice para estender seu domínio temporal, castigar seus inimigos e exterminar os que ousassem negar-lhe a supremacia espiritual.

Ensinava-se também ao povo que, pelo pagamento de dinheiro à igreja, poderia livrar-se do pecado e igualmente libertar as almas de seus amigos falecidos que estivessem condenados às chamas atormentadoras. Por esses meios Roma abarrotou os cofres e sustentou a magnificência, o luxo e os vícios dos pretensos representantes dAquele que não tinha onde reclinar a cabeça. [2]

Notas e referências:

[1] Purgatório. – O Dr. José Faa Di Bruno assim define o purgatório: “O purgatório é um estado de sofrimento depois desta vida, no qual são detidas por algum tempo as almas que partem desta vida depois que seus pecados mortais foram perdoados quanto à mancha e culpa, e quanto à pena eterna que lhes era devida, mas que têm por causa daqueles pecados ainda alguma dívida de castigo temporal a pagar; bem assim as almas que deixam este mundo culpadas apenas de pecados veniais.” – Catholic Belief, pág. 196 (edição 1884, imprimatur do arcebispo de Nova Iorque).

Ver também K. R. Hagenbach, Compendium of the History Doctrines, T. and T. Clark ed., Vol. I, págs. 234-237, 405 a 408; vol. II, págs. 135­-150, 308 e 309; Chas. Elliot, Delineation of Roman Catholicism, tomo II, cap. 12; Catholic Encyclopedia, art. “purgatory.”

[2] Indulgências. – Para se ter uma história detalhada das doutrinas das indulgências, ver o Dicionário de Ciências Eclesiásticas, pelos Drs. Perujo e Angulo (Barcelona, 1883-1890); Carl Ullmann, Reformatoren vor der Reformation, vol. I, liv. 2, 259-307 (Hamburgo, ed. de 1841); M. Creighton, History of the Papacy, vol. V, págs. 56-64, 71; L. von Ranke; Deutsche Geschichte im Zeitalter der Reformation, liv. 2, cap. 1, par. 131, 132, 139-142, 153-155; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, cap. 13; H. C. Lea, A History of Auricular Confession and Indulgences; G. P. Fisher, História de la Reformación, cap. 4, par. 7.

Quanto aos efeitos da doutrina das indulgências durante o período da Reforma, ver um escrito do Dr. H. C. Lea, intitulado: As Indulgências na Espanha, publicado em Papers of the American Society of Church History, vol. I, págs. 129, 171. Quanto ao valor deste incidente histórico, diz o Dr. Lea, em seu parágrafo inicial: “Sem se inquietar com a controvérsia que se ferira entre Lutero e o Dr. Eck e Silvestre Prierias, a Espanha continuou tranquilamente a seguir pela trilha velha e batida, e nos fornece incontestáveis documentos oficiais que nos habilitam a examinar o assunto à pura luz da História.”

Fonte: O Grande Conflito, p. 55, 56 e 689.

Confira toda a sequência desta pesquisa:

  1. Paganismo versus Evangelho: vitória do evangelho, embora sangrenta. Paganismo + Evangelho: vitória do paganismo e ascensão das crenças inventadas.
  2. Início das crenças inventadas pelo falso cristianismo institucionalizado: “o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo”.
  3. Origens das crenças inventadas pelo cristianismo apostatado: “culto a imagens” e “guardar domingos e festas”.
  4. Origens da crença “o papa é o mediador terrestre”; escritos forjados pelos monges e cada vez mais superstições em lugar da revelação bíblica.
  5. O papa Gregório VII e a irracional crença na inerrância da Igreja de Roma!
  6. O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: imortalidade da alma, invocação do santos, adoração da virgem Maria, tormento eterno, purgatório e indulgências.
  7. O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: missa, inquisição e o déspota do mundo – o santo papa.
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