maio 9, 2024

Blog do Prof. H

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Viés filosófico na Ciência e na Evolução

A ciência, como é praticada hoje, restringe-se ao “naturalismo metodológico”. Dito de modo simples, isso significa que as explanações científicas se limitam a causas naturais. Isso resulta em algumas conclusões estranhas. O bem conhecido biólogo ateu Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, declarou: “Biologia é o estudo de coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. [9] Dawkins, então, desdobrou essa afirmação com um extenso argumento sobre não confiarmos nas aparências. Seguramente, isso reflete mais um viés filosófico do que uma evidência real.

O preconceito filosófico contra a atividade divina é um importante fator na manutenção do domínio da filosofia evolucionista. Talvez a mais famosa expressão do materialismo em respaldo à teoria da evolução venha do biólogo evolucionista Richard Lewontin, da Universidade Harvard:

Nossa disposição de aceitar alegações científicas que são contra o bom senso é a chave para uma compreensão da batalha real entre a ciência e o sobrenatural. Tomamos o lado da ciência a despeito do patente absurdo de alguns de seus constructos, a despeito de seu fracasso em cumprir muitas de suas extravagantes promessas de saúde e vida, a despeito da tolerância da comunidade cientifica para com histórias sem conteúdo, porque temos um compromisso prévio, um compromisso com o materialismo. Não é que os métodos e instituições da ciência, de algum modo, nos obriguem a aceitar uma explicação material do mundo dos fenômenos; mas, ao contrário, que somos forçados por nossa adesão a priori a causas materiais para criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explanações materiais, não importando quão contrárias sejam à intuição, não importando quão mistificadoras sejam para os não iniciados. Ademais, esse materialismo é absoluto, pois não podemos permitir um pé divino à porta. O eminente erudito Lewis Beck costumava dizer que qualquer pessoa que creia em Deus pode crer em qualquer coisa. Apelar para uma divindade onipotente é permitir que, a qualquer momento, as regularidades da natureza possam ser rompidas, que milagres possam acontecer. [10]

Os cristãos que desejam trabalhar em favor de uma harmonia entre fé e ciência devem conservar em mente o preconceito filosófico contra o sobrenatural na ciência, de modo a evitar uma aceitação indiscriminada de alegações cientificas baseadas no naturalismo filosófico.

Referências:

9. Richard Dawkins, The Blind Watchmaker: Why the Evidence of Evolution Reveals a Universe without Design (Nova York: W. W. Norton and Company, 1986), p. 1.

10. Richard Lewontin, “Billions and Billions of Demons”, resenha de Carl Sagan, The Demon-Haunted World: Science as a Candle in the Dark, New York Times Book Reviews, 9 de janeiro de 1997.

 

Fonte: No Princípio: a ciência e a Bíblia confirmam a criação. Org. Bryan W. Ball; tradução Eunice Scheffel. – Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2017, p. 247, 248 e 268.

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