O rei inca Pachacuti e o Deus Criador Viracocha
Pergunta: Se Deus deu a dois povos pagãos – cananeus e gregos – testemunho antecipado de sua existência, não poderia ter Ele feito o mesmo ou pelo menos uma obra semelhante junto a outros povos pagãos? Todos eles talvez?
Em outras palavras, o Deus que preparou o evangelho para todos os povos, preparou também todos os povos para o evangelho? Caso positivo, deve ser então falsa a presente suposição mantida por milhões de fiéis e incrédulos, no sentido de os povos pagãos não poderem compreender e, geralmente, não desejarem receber o evangelho cristão, sendo portanto injusto tentar fazê-los aceitar o mesmo (e um esforço praticamente excessivo e inútil).
No restante deste livro (e nos volumes subseqüentes) vou provar a falsidade dessa suposição. Deus preparou de fato o mundo gentio para receber o evangelho. Um número bastante significativo de não-cristãos mostrou, portanto, muito mais disposição em aceitar o evangelho do que cristãos em compartilhá-lo com eles. Continue lendo e verá.
O apóstolo Paulo chamou Epimênides de “profeta”. Ficamos imaginando que título teria atribuído a Pachacuti, cuja percepção espiritual, como pagão, superava até mesmo a de Epimênides. Pachacuti (algumas vezes grafado Pachacutec) foi rei da incrível civilização inca da América do Sul, de 1438 a 1471 A.D.[6] Segundo Philip Ainsworth Means, perito em antigüidades andinas, Pachacuti levou o império inca ao seu apogeu.[7] Vejamos, por exemplo, algumas de suas realizações.
Quando Pachacuti reconstruiu Cuzco, a capital inca, ele fez tudo em escala grandiosa, enchendo-a de palácios, fortes e um novo templo dedicado ao sol. A seguir, mandou levantar um “fabuloso recinto dourado” em Coricancha — cujo edifício “rivalizava em esplendor com o próprio templo de Salomão em Jerusalém!”[8] Construiu, outrossim, uma longa fileira de fortalezas, protegendo as divisas orientais de seu império contra a invasão de tribos da bacia amazônica. Uma dessas fortalezas, a majestosa Machu Picchu, tornou-se durante algum tempo o último refúgio da nobreza inca em sua fuga dos brutais conquistadores espanhóis. De fato, estes jamais encontraram Machu Picchu. Pachacuti a fez construir sobre um alto cimo de montanha, o que a tornou invisível de outras elevações mais baixas.
Durante vários séculos, a existência de Machu Picchu permaneceu oculta do mundo exterior. Uma floresta cerrada encobria o local. Em 1904, porém, um engenheiro de nome Franklin vislumbrou as ruínas de uma montanha distante. Franklin contou a Thomas Paine sobre a sua descoberta. Paine, um missionário inglês, servia sob uma sociedade chamada “Regions Beyond Missionary Union” (União Missionária para as Regiões Remotas). Em 1906, Paine subiu até as ruínas na companhia de outro missionário, Stuart McNairn. Eles ficaram assombrados. Não foi senão em 1910 que Hiram Bingham, de Yale, ao ouvir sobre a descoberta, visitou Paine em Urco. Paine amavelmente forneceu a Bingham mulas e guias para chegar ao local. Bingham tornou-se mundialmente famoso desde então como o “descobridor de Machu Picchu, a Cidade Perdida dos Incas!” Bingham não deu qualquer crédito a Thomas Paine, mencionando apenas os “ boatos locais” como o fator que o guiara.[9]
O médico Daniel Hayden, que teve contato pessoal com Thomas Paine durante vários anos no Peru, afirma que este – um homem simples, amado pelos descendentes dos incas em toda a região do Peru – preferiu não corrigir o “esquecimento” de Bingham. Thomas Paine continua como um dos missionários cristãos cujas contribuições à ciência não receberam reconhecimento por parte dos cientistas.
Milhares de turistas visitaram Machu Picchu desde que a nova estrada Hiram Bingham, no Peru, a tornou acessível em 1948. Quem quer que sinta reverência pelo esplendor de Machu Picchu deveria saber que Pachacuti, o rei que aparentemente a fundou, recebeu crédito por uma realização muito mais significativa do que a simples construção de fortalezas, cidades, templos ou monumentos. Da mesma forma que Epimênides, Pachacuti era um daqueles exploradores espirituais que, nas palavras de Paulo (veja At 17.27), buscou, tateou e encontrou um Deus muito superior a qualquer “ deus” popular de sua própria cultura. Ao contrário de Epimênides, Pachacuti não deixou o Deus que descobrira na categoria de “ desconhecido”. Ele o identificou pelo nome, e mais ainda:
Quase todos que têm algum conhecimento sobre os incas sabem que adoravam Inti – o sol.
Todavia, em 1575, em Cuzco, um sacerdote espanhol chamado Cristobel De Molina colecionou vários hinos incas – e certas tradições ligadas a eles – provando que a divindade de Inti nem sempre mostrou-se indiscutível, até mesmo aos olhos dos próprios incas. De Molina escreveu os hinos e suas tradições na língua inca, ou quechua, com a ortografia adaptada do espanhol. Os incas não tinham um sistema de escrita. Essa coleção inteira de tradições e hinos reporta-se ao reinado de Pachacuti.
Os eruditos modernos, ao redescobrirem a coletânea de De Molina, maravilharam-se com o seu conteúdo revolucionário. Alguns, a princípio, não quiseram crer que fosse realmente inca! Tinham certeza que o próprio Molina deveria ter introduzido seu pensamento europeu na composição inca original. Alfred Metraux, porém, em sua obra History of the Incas (“História dos Incas”), concorda com o Professor John H. Rowe que, segundo ele, “foi bem-sucedido em restaurar os hinos à sua versão original, (e está) convencido de que nada devem aos ensinos missionários. As formas e expressões usadas são basicamente diversas das encontradas na liturgia cristã na Iíngua inca”.[10]
Novas confirmações da autenticidade da compilação de De Molina vieram à tona. Um outro hino do mesmo gênero, diz Metraux, foi “milagrosamente preservado por Yamqui Salcamaygua Pachacuti, um cronista índio do século XVII… Basta comparar (este outro hino com os) colecionados por De Molina em 1575, para compreender que todos pertencem às mesmas tradições literárias e religiosas”.[11]
Metraux declara: “ Pela sua profundidade de pensamento e lirismo sublime (o hino inca preservado por Yamqui) é comparável aos mais belos dos Salmos”.[12]
O que havia de tão revolucionário a respeito dos hinos? As tradições descobertas com eles declaram incisivamente que Pachacuti – o rei tão dedicado à adoração do sol, que reconstruiu o templo de Inti em Cuzco – começou, mais tarde, a questionar as credenciais de seu deus! Philip Ainsworth Means, comentando sobre o descontentamento de Pachacuti com Inti, escreveu: “Ele ressaltou que esse corpo luminoso segue sempre um caminho determinado, realiza tarefas definidas e mantém horas certas como as de um trabalhador”. Em outras palavras, se Inti é Deus, por que ele nunca faz algo original’? O rei refletiu novamente. Ele notou que “a radiação solar pode ser diminuída por qualquer nuvem que passe”. Ou seja, se Inti fosse realmente Deus, nenhuma simples coisa criada teria poder para reduzir a sua luz”.[13]
Pachacuti tropeçou inesperadamente na verdade de que estivera adorando um simples objeto como Criador! Corajosamente, ele avançou para a pergunta seguinte inevitável: Se Inti não é o Deus verdadeiro, quem é Ele então?
Onde um inca pagão, afastado dos conhecimentos judaico-cristãos, poderia encontrar a resposta à essa pergunta?
Ela é bastante simples – mediante as antigas tradições latentes em sua própria cultura! A possibilidade desse evento foi prevista pelo apóstolo Paulo, quando escreveu que Theos, no passado, “permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho” (At 14.16-17, grifo acrescentado).
Pachacuti tomou o testemunho que extraíra diretamente da criação e o colocou ao lado da quase extinta memória de sua cultura: Viracocha – o Senhor, o Criador onipotente de todas as coisas.
Tudo o que restava da anterior lealdade inca a Viracocha era um santuário chamado Quishuarcancha, situado na parte superior do vale Vilcanota.[14] Pachacuti lembrou também que seu pai, Hatun Tupac, afirmou certa vez ter recebido conselho num sonho por parte de Viracocha. Este lembrou Hatun Tupac nesse sonho que Ele era verdadeiramente o Criador de todas as coisas. Hatun Tupac imediatamente passou a fazer-se chamar (ousamos dizer que vaidosamente?) Viracocha!
O conceito de Viracocha era, portanto, antiqüíssimo com toda probabilidade. A adoração de Inti e outros deuses, sob esta perspectiva, não passava de desvios recentes de um sistema de crença original mais puro. Metraux insinua isso quando observa que Viracocha teve representantes proeminentes nas culturas indígenas “desde o Alasca à Terra do Fogo”,[15] enquanto a adoração do sol aparece em relativamente poucas culturas.
Pachacuti decidiu aparentemente que seu pai redescobrira algo básico e autêntico, mas não prosseguira com a descoberta até onde deveria ir! Resolveu que ele, como filho, aprofundar-se-ia na realidade tocada pelo pai (ou seria essa realidade que de fato o estava levando a aprofundar-se?).
Um Deus que criara todas as coisas, concluiu Pachacuti, merece ser adorado! Ao mesmo tempo, seria incoerente adorar parte de sua criação como se fosse o próprio Deus! Pachacuti chegou a uma firme decisão – essa tolice de adorar Inti como Deus já fora longe demais, pelo menos quanto a ele e seus súditos da classe alta.
Pachacuti entrou em ação. Ele convocou uma reunião dos sacerdotes do sol – um equivalente pagão do Concilio de Nicene, se quiser – na bela Coricancha. De fato, um erudito chama esse congresso de Concilio de Coricancha, colocando-o então entre os grandes concílios teológicos da história.[16] Nesse concilio, Pachacuti apresentou suas dúvidas sobre Inti em “três sentenças”:
1. Inti não pode ser universal se, ao dar luz a alguns, ele a nega a outros.
2. Ele não pode ser perfeito se jamais consegue ficar à vontade, descansando.
3. Ele não pode ser também todo-poderoso se a menor nuvem consegue encobri-lo.[17]
Pachacuti reavivou, a seguir, a memória de seus súditos da classe superior quanto ao onipotente Viracocha, citando seus estupendos atributos. O Dr. B.C. Brundage, da Universidade de Oklahoma, nos EUA, resume a descrição de Viracocha, feita por Pachacuti, como segue: “Ele é antigo, remoto, supremo e não-criado. Também não necessita da satisfação vulgar de uma consorte. Ele se manifesta como uma trindade quando assim o deseja,… caso contrário, apenas guerreiros e arcanjos celestiais rodeiam a sua solidão. Ele criou todos os povos pela sua “palavra” (sombras de Heráclito, Platão, Filo e o apóstolo João!), assim como todos os huacas (espíritos). Ele é o Destino do homem, ordenando seus dias e sustentando-o. É, na verdade, o princípio da vida, pois aquece os seres humanos através de seu filho criado, Punchao (o disco do sol, que de alguma forma se distinguia de Inti). É ele quem traz a paz e a ordem. É abençoado em seu próprio ser e tem piedade da miséria humana. Só ele julga e absolve os homens, capacitando-os a combater suas tendências perversas”.[18]
Pachacuti ordenou, a seguir, que Inti fosse daí por diante respeitado como um “ parente” apenas – uma entidade amiga criada. As orações deveriam ser dirigidas a Viracocha com a mais profunda reverência e humildade.[19]
Como resultado do concilio, Pachacuti compôs hinos reverentes a Viracocha, os quais, por fim, passaram a fazer parte da coleção de De Molina.
Alguns sacerdotes do sol reagiram com “amarga hostilidade”.[20] As declarações de Pachacuti golpearam seus interesses como uma granada. Outros consideraram a lógica de Pachacuti irresistível e concordaram em servir Viracocha! Dentre estes, porém, vários se preocupavam com um problema prático: Como reagiriam as massas quando os sacerdotes do sol anunciassem. “Tudo que ensinamos durante os séculos que se passavam estava errado! Inti não é absolutamente Deus! Esses templos imensos que construíram para eles com tanto esforço – e por sua ordem – são inúteis. Todos os rituais e orações ligados a Inti de nada valem. Precisamos começar, agora, da estaca zero com o Deus verdadeiro – Viracocha!”
Tal notícia não produziria cinismo, incredulidade? Ou até mesmo daria lugar a um levante social?
Pachacuti cedeu à diplomacia política. “Ele ordenou… que a adoração de Viracocha ficasse confinada à nobreza, (pois era)… sutil e sublime demais para o povo comum (síc!).” [21]
Para sermos justos, Pachacuti pode ter esperado que a adoração de Viracocha – tendo tempo para infiltrar-se como o fermento – viesse a introduzir-se, finalmente nas classes mais baixas. Tempo, entretanto, era algo que sua reforma, em embrião, não tinha em grande quantidade. Pachacuti nem sequer sonhava como a sua decisão de favorecer as classes seria fatal. Estas, historicamente, são um fenômeno social de curta duração notória; o povo comum é que permanece. Isso aconteceu também com a nobreza inca. Depois de um século da morte de Pachacuti, conquistadores espanhóis cruéis eliminaram a família real e a classe alta. Como as classes baixas haviam sido relegadas à escuridão espiritual com suas idéias erradas sobre Inti e outros deuses falsos, não puderam continuar a reforma de Pachacuti. Ela morreu em sua infância, uma minirreforma.
Por que o império inca foi derrubado apenas um século depois de seu apogeu sob o rei Pachacuti? Viracocha se zangara pelo fato de a nobreza ter ocultado o conhecimento de sua pessoa da plebe? O que teria também acontecido se missionários cristãos procedentes da Europa tivessem chegado ao Peru duas ou três gerações antes dos conquistadores? Esse período seria certamente o momento exato para a chegada do evangelho. O interesse no conceito de um Deus supremo estava no ponto máximo em meio à família real e à classe alta. Os mensageiros do evangelho teriam tido quase um século para fazer um gloriosa colheita, através de todo o império antes dos conquistadores atacarem! Os incas acreditavam, além disso, numa vaga profecia de que futuramente Viracocha lhes traria bênçãos do ocidente, isto é, pelo mar. Mas os compassivos mensageiros cristãos, quem quer que devam ter sido, deixaram de comparecer. Em seu lugar veio um conquistador político impiedoso e interesseiro – Pizarro – e seu exército voraz. Fingindo agir em nome de Deus, Pizarro aproximou-se do Peru pelo mar e tirou partido das esperanças incas monoteístas, destruindo tanto estes como o seu império.
Ainda antes de Pizarro, Hernando Cortez aproveitou-se de expectativas semelhantes entre os astecas e acabou com eles. Como a história poderia ter-se desenrolado de modo diferente se apenas os verdadeiros emissários do evangelho tivessem chegado primeiro! Não apenas para transmitir sua mensagem, mas também para servir os astecas, incas e outros povos ameaçados das Américas como intermediários, ensinando-os antecipadamente a tratar com forças políticas e comerciais que logo surgiriam. Os astecas e incas não teriam então se curvado diante de Cortez e Pizarro como cumpridores de suas lendas, desde que estas já teriam sido então cumpridas! Os impérios maia, asteca e inca talvez tivessem sobrevivido até hoje.
Quanta ironia também no fato de os católicos espanhóis, em seu zelo de abolir a “ idolatria” inca, terem destruído uma crença monoteísta que serviu com efeito de um Velho Testamento provisório para abrir a mente de milhares às boas novas da encarnação de Viracocha na Pessoa de seu Filho. Note que eu disse Velho Testamento “ provisório” e não “substituto” .
A “mão que se move” de Omar Khayyam, todavia “escreve e, tendo escrito, segue adiante” . É tarde demais para trazer de volta Pachacuti e seu império, a fim de tratá-los com mais justiço do que fizeram os espanhóis. O que importa agora? Que nós, filhos da presente geração, tratemos com justiça os filhos de Pachacuti que sobreviveram ao holocausto espanhol – os quechuas.
Vamos colocar a reforma de Pachacuti em perspectiva histórica. Vamos compará-lo por um momento com Aquenaton, Faraó egípcio que tentou também uma reforma religiosa. Os egiptólogos proclamam Aquenaton (1379 – 1361 a.C.) como um gênio raro por ter tentado – ainda que sem sucesso – substituir a idolatria confusa e vulgar do Egito antigo pela adoração do sol.[22] Pachacuti, no entanto, se encontra quilômetros adiante de Aquenaton pela sua compreensão de que o sol, que podia apenas cegar os olhos humanos, não tinha condições de competir com um Deus grande demais para ser visto pelos olhos do homem! Como é curioso que os eruditos modernos tenham feito enorme publicidade em torno da reforma de Aquenaton, enquanto a de Pachacuti é somente mencionada em livros de estudo obscuros para os iniciados.
Vamos endireitar os registros.
Se a adoração do sol por Aquenaton estava um degrau acima da idolatria, a escolha de Pachacuti de adorar a Deus em lugar do sol foi como um salto para a estratosfera! Descobrir um homem como Pachacuti no Peru do século XV é tão surpreendente como encontrar um Abraão em Ur ou um Melquisedeque entre os cananeus. Se fosse possível voltar no tempo, Pachacuti é alguém que eu certamente gostaria de conhecer. Gosto de chamá-lo de “Melquisedeque inca”.
Os atenienses e cretenses da época de Epimênides e os incas dos dias de Pachacuti morreram sem ouvir o evangelho de Jesus Cristo. O que dizer disso? Não houve povos pagãos que tivessem vivido para receber as bênçãos do evangelho, os quais já tivessem um conceito de Deus?
A história registra, de fato, muitos desse tipo. Este é um dentre eles.
Fonte: Don Richardson, O fator Melquisedeque: o testemunho de Deus nas culturas por todo o mundo. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2008 (e 1. ed. 1995), p. 37-46.
Referências:
[6] Victor W. Von Hagen, The Ancient Sun Kingdoms of the Américas (Nova Iorque: World Publishing Co., 1957), p. 497.
[7] Philip Ainsworth Means, “The Incas: Empiro Builders of the Andes” Indians of the Americas, rev. 1965 (Washington, D.C.: National Geographic Society, 1955), p. 307.
[8] Alfred Metraux, History of the Incas (Westminster, MD: Pantheon Books, Random House, Inc., 1969), p. 123.
[9] Hiram Bingham, “Discovering Machu Picchu”, Indians of the Americas, p. 317.
[10] Metraux, History of the Incas, p. 126.
[11] Ibid., p. 128.
[12] Ibid.
[13] Means, “The Incas” , p. 306.
[14] B. C. Brundage, Empire of the Inca (Norman, OK: University of Oklahoma Press, 1963), pp. 1 6 4 -165.
[15] Metraux, p. 128.
[16] Brundage, p. 162.
[17] Ibid. p. 163.
[18] Ibid. p. 165.
[19] Means, pp. 305, 306.
[20] Brundage, p. 165.
[21] Metraux, p. 126.
[22] Leonard CottrelI, ed., The Horizon Book of Lost Worlds (Nova Iorque: American Heritage Publishing Co., 1962), p. 115.
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(Hendrickson Rogers)