novembro 21, 2024

Blog do Prof. H

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Deus pode ser visto ou a invisibilidade faz parte de Sua natureza?

Minha primeira reação à pergunta acima foi ignorá-la, principalmente porque ela poderia facilmente levar a especulações que não alimentam a vida espiritual. [Mas, depois,] pensei em discutir a questão, pois talvez possa glorificar a Deus e a Cristo. A seguir estão algumas ideias.

1. Criado à semelhança de Deus. Gênesis 1:26 declara que Deus criou o ser humano à Sua “imagem” e “semelhança”, dois substantivos usados alternadamente em outras passagens do Antigo Testamento. A própria terminologia inclui a ideia de uma expressão concreta. O ser humano, como unidade indivisível, foi criado à imagem de Deus; portanto, na realidade, é imagem. Esse pensamento ousado levanta na mente de alguns a questão da existência material de Deus. Tal estado não é negado na Bíblia, mas a ênfase do nosso texto está na singularidade dos seres humanos, não na aparência exterior de Deus. Em outras palavras, não podemos explorar a existência material humana para definir a existência divina. Podemos afirmar a presença divina sem nos aprofundarmos no mistério de Sua inescrutabilidade. Talvez sem especular sobre a natureza da existência material de Deus, possamos dizer que Ele não tem um corpo, mas que é um corpo.

2. Visível-invisível. Muitas vezes a invisibilidade é atribuída a Deus, sugerindo que Ele não tem uma forma visível. Paulo se referiu a Deus como “o Deus invisível [grego aoratos]” (Cl 1:15) e “o Deus único, imortal, invisível” (1Tm 1:17). João acrescenta: “Ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1:18). No entanto, a palavra grega aoratos não descreve o que por natureza precisa de visibilidade, mas o que não pode ser visto imediatamente. Por exemplo, para os gregos a face da Lua era invisível durante um período de tempo. O mesmo conceito vale para o futuro. Quando descrevemos Deus como invisível, falamos sobre algo muito mais profundo, isto é, a transcendência divina ou a distância infinita entre o Criador e a criatura. A forma corpórea da criatura não pode abranger a plenitude de Deus como Ele é em Si mesmo. Aqui o papel de Jesus como mediador se torna indispensável, porque Ele torna visível Aquele a quem ninguém pode ver (Jo 1:18; 14:8, 9), mas a quem desejamos ver (cf. Mt 5:8). Tanto o Antigo como o Novo Testamento (Êx 24:17; 1Tm 6:16) declaram que Deus habita em luz impenetrável. A luz da Sua glória ao mesmo tempo revela e esconde Seu Eu visível e torna as criaturas conscientes da Sua presença. Talvez o exemplo mais ousado desse fenômeno se encontre em Ezequiel, que viu no trono divino “uma figura semelhante a um homem” coberta por um brilho que “parecia metal brilhante”, ou “cheia de fogo”, e uma “luz brilhante” que “O cercava” (1:26, 27). Ezequiel viu a luz indescritível, a glória que cobre a presença visível de Deus.

Não há necessidade de especular sobre a natureza da corporalidade de Deus. O mais importante é reconhecer a natureza única do Criador e a promessa de um dia, deslumbrado pelo Seu brilho, estar diante da luz impenetrável da Sua glória para adorá-Lo. Tudo se tornou possível por meio de Jesus, que nos revelou o amor de Deus e que irá glorificar nosso corpo e permitir que fiquemos de pé para ver a glória de Deus.

Fonte: Ángel Manoel Rodrígues, Revista Adventista, Mai./2019, p. 35.


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