Labirintos

— Sei não, viu? Aquele Abraão, sempre o achei muito suspeito por ter possuído 3 mulheres, e talvez outras concubinas, de acordo com Gênesis 25.6. Você não acha, Ananias?

— Do que você está falando, mulher? —, respondeu o marido de Safira, enquanto terminava de contar novamente o dinheiro da propriedade vendida.

— Preciso que você preste atenção aqui, Safira, para combinarmos direitinho o que vamos dizer aos apóstolos, quando formos levar parte desse valor…

Curiosamente, o casal acima, ao que parece, não teve problemas com divórcio, nem separações. E, mesmo assim, seus problemas eram ainda piores, pois a Bíblia os denuncia até hoje como mentirosos e com o coração cheio do anjo caído (cf. At 5.3).

Algo que me motiva bastante no estudo da Palavra de Deus é perceber como os personagens bíblicos viviam sem sequer suspeitar de que suas vidas se tornariam uma vitrine para o universo. Em particular, para a posteridade! Isso me anima, pois eu prefiro ter a certeza de que existe muita gente me observando (Deus, os 4 seres viventes ao redor de Seu trono, 24 anciãos, muitos anjos do bem, vários anjos maus, estes últimos totalmente desnecessários; e também mundos não caídos!), do que imaginar que só eu vejo o que vejo. E você? Prefere o anonimato ou o teto de vidro?

Essa aparente falta de privacidade, na verdade, é parte do plano da redenção do ser humano, e também do sistema de segurança divino para o planeta Terra.

Se tudo ocorresse às escuras, no ponto cego, fora das câmeras, que segurança teríamos? Por outro lado, é correto pensar que todos esses olhos nos observando não impedem a maldade nem a injustiça. Mas, calma. A função da câmera não é impedir o assalto ou o homicídio. Dentro de uma sociedade onde seus membros têm razoavelmente o que chamamos de livre-arbítrio, não há nenhuma garantia de que assaltos e homicídios deixarão de existir por causa de um sistema de vigilância e monitoramento. A função da câmera é registrar e deixar arquivado para uso numa investigação ou num julgamento.

É uma pena que os adventistas do sétimo dia sejam os únicos que enxergam na Bíblia esse enorme almoxarifado no Tribunal celestial, também conhecido com Santuário. Enquanto outros cristãos veem os anjos como bebês gordinhos ociosos com asas e harpas; enxergam um panteão de gente canonizada por pecadores aqui da Terra, os quais conseguem mandar pessoas para ajudar Deus lá no Céu (usando critérios definidos por esses mesmos pecadores!), a teologia adventista interpreta a Bíblia de modo bem singular, objetivo e redentivo. Somente os adventistas enxergam na Bíblia um julgamento investigativo, iniciado em 22 de outubro de 1844, como a última fase do projeto de resgate do planeta Terra ao domínio divino, e expulsão do mal que ora subjuga toda a Criação de Deus nesse mundo. O almoxarifado foi aberto naquela data e desde então o Tribunal de Deus está em audiência!

Os registros de tudo o que meus olhos já viram, meus ouvidos já ouviram, meus pensamentos já elaboraram, minhas mãos já tocaram, meu paladar já provou e meu olfato já cheirou, e isso desde o primeiro instante em que essas engenharias orgânicas conhecidas como mente e sentidos começaram a funcionar no palco do cérebro, tendo o corpo como sua incrível extensão — tudo o que meu corpo faz e o que ocorre dentro e fora dele está sendo arquivado até o último instante de vida! Aliás, o profeta Davi chegou a escrever no Salmo 139 que antes mesmo da conclusão desse backup, Deus já possui o arquivo original antes mesmo da primeira batida do coração! Como assim?! Predestinação? Não. O nome disso é onisciência preditiva não causativa; apenas preditiva. Deus é extraordinariamente muito, mas muito capaz! E isso também é explicitado no fato de o Deus bíblico não ser Uma, mas Três Pessoas divinas e igualmente capazes. Politeísmo?! Não. É a própria definição de unidade, de onde o casamento hétero monogâmico veio: duas mentes, dois corpos, zilhões de sentimentos, mas um único propósito — eternidade… (E se a Trindade não existe, puxa, como Deus pode legislar fidelidade conjugal e união vitalícia se Ele mesmo não entende nada do assunto, nem dá exemplo?)

No Antigo Testamento, o sangue do animal morto em lugar do pecador era transferido para o Santuário terrestre. Seria isso uma metáfora para transferência de arquivos? O pecador transferia seu pecado para o inocente animal perfeito, e o sangue deste contendo simbolicamente a culpa do pecador era transferido para o Santuário. E somente então o pecador tinha sua culpa expiada, ou seja, ele recebia algo e não apenas transferia. É uma ilustração horrível e cruel, mas real e inesquecível das consequências da transgressão dos Dez Mandamentos de Êxodo 20 (sem ser na versão católico romana). Deus guarda as evidências, mesmo Ele sabendo de tudo, o que deixa claro que não é para Ele, mas para aqueles que vão checar Suas sentenças.

A redenção começa quando o pecador arrependido pede o perdão daquele contra quem ele pecou (Deus e Seus Mandamentos, e outros contra quem erramos).

Um fato muito importante nesse contexto, e que o (pseudo)cristianismo em peso (assim como o paganismo e o espiritismo) rejeitam é: não há transferência de arquivos do pecador não arrependido para o Santuário! Mas, também não há redenção…

Pecado ou desobediência (seja por rebeldia ou por ignorância) é algo que precisa ser expiado. Ou seja, resolvido por Deus, nunca pelo próprio pecador ou por outros pecadores. Por isso, o sacramento da confissão é uma blasfêmia, assim como as indulgências, o purgatório e a intercessão de Maria. A única parte do pecador em sua redenção é pedir perdão (se arrepender, pedir perdão e reformar sua vida). Cabe a Deus todo o resto. Caso contrário, a salvação não é mais pela graça de Jesus, mas por obras humanas. E se fosse possível redimir-nos a nós mesmos, qual o sentido da morte de Jesus Cristo na cruz?

Todo esse cenário parece um labirinto sem saída.

O casamento deveria ser eterno; nem todos os casais que mantém seu matrimônio o fazem com legítima unidade; tudo isso é registrado por Deus, o Qual é eternamente trino e unido; esses registros fundamentam e validam as sentenças divinas sobre o destino de cada alma (alma aqui no sentido bíblico de Gênesis 2.7: pessoa, indivíduo mortal; não no sentido pagão ou cristianismo paganizado: espírito, algo imortal); as pessoas que pedem perdão (ou seja, se arrependem, pedem o perdão e lutam para não repetir seus delitos) têm sua culpa transferida para o Cordeiro de Deus, o qual levou esses pecados sobre Si e os depositou no Tribunal celestial, para por fim transferi-los para o originador do pecado — Satanás, o primeiro anjo caído; sendo que, quem não pede perdão, expiará sua própria culpa deixando de existir, uma vez que teve a oportunidade de ter o único Imortal como seu expiador, mas não aproveitou!

Agora, vou lhe explicar por que vejo um labirinto sem fim:

Ser pecador é ser o antônimo de Deus. (Por isso que o dogma da imaculada conceição de Maria, bem como sua mediação, são blasfêmias, e não teologia cristã… A querida irmã Maria está dormindo o sono dos justos e só reviverá após o segundo advento de Jesus, na ressurreição dos redimidos por Ele!) Logo, conviver em matrimônio é tão fácil como me tornar divino!

Por outro lado, à medida que a expiação de Jesus ocorre, Suas características são transferidas Dele para o pecador perdoado. Sendo que nem sempre sabemos quem está participando dessas transferências, pois eu posso estar nesse exato momento com o coração cheio de Satanás, sem o perdão divino, e ser tão parecido (quanto convier ao anjo caído) com aquele outro que pediu e recebeu o perdão! Só aqueles que estão observando nossas vidas e nossos arquivos sabem discernir quem é quem.

O Espírito Santo, Aquele ser divino, imortal que “perscruta” (cf. 1ª Co 2.10), observou Ananias e Safira e avisou a Pedro, um pecador que estava sendo expiado por Jesus (Pedro nunca foi Papa e nunca subiu aos Céus! Assim como a irmã Maria, está dormindo o sono dos expiados).

Estudar a Bíblia, portanto, é decifrar o labirinto daqueles que já morreram, e cujos registros (uma pequena fração deles) Deus escolheu usar para nos guiar em nosso perigoso labirinto!

Perigoso, pois posso estar com meu coração cheio de Satanás, mas me tornar fingido como ele. Posso estar sendo expiado por Jesus, após reconhecer minhas culpas, mas antes de o processo de transferências se completar, eu posso desistir e voltar a manter minha culpa sobre mim. Posso olhar para os assaltos e homicídios e me desinteressar dos assuntos eternos. Posso viver de autoprofecias (“eu sou vencedor”; “amanhã será melhor que hoje”; “confie sempre em Deus”; etc.), em lugar de estudar os labirintos proféticos redentores registrados por Deus na Bíblia. (Não pense que a Bíblia foi alterada e que há um sistema mais poderoso do que Deus capaz de fazer isso! Você ainda tem dúvidas de que Deus tem poder e é capaz de preservar Sua Palavra do jeito que ela foi registrada pelos profetas?)

Esse labirinto é bastante desanimador, muitas vezes. Mas é nele que a salvação é possível. Após a morte, o labirinto acaba, assim como a possibilidade da expiação dos pecados!

Não era plano de Deus a existência desse labirinto. A combinação das escolhas da sociedade humana e seus membros livres, e a atuação de Satanás e seus anjos, submeteram a humanidade a esse labirinto. E não adianta culpar nossos ancestrais, pois também deixamos um labirinto para nossos filhos…

No entanto, Jesus viveu nesse labirinto e conseguiu sair dele vitorioso!

Ele sabe o caminho. Ele é o caminho. Ele viveu da Bíblia de Seu tempo, o Antigo Testamento. Veja como é importante estudar os labirintos dos personagens do AT! Era o que Jesus tinha e era o suficiente para a época Dele (e foi Ele mesmo, o Anjo YHWH/Javé/do Senhor Quem conduziu o povo de Israel em seu labirinto e em Suas expiações!) Já há quase dois mil anos a humanidade possui o AT e o NT (na verdade é um testamento só, uma aliança só, pois Deus não muda; mas esse é outro assunto!). E no Novo Testamento, Jesus nos deu o Apocalipse — o labirinto a ser estudado e entendido nesta época…

Só lhe adianto o seguinte: se você estudar o Apocalipse ou pregar sobre ele, seu labirinto ficará ainda mais difícil e perigoso! No entanto, você estará cumprindo o Apocalipse, ou seja, a Palavra de Deus para este tempo. E ainda que sofra situações absurdas, excêntricas e injustas, você terá ciência de que não está sozinho nesse labirinto. Mais do que isso: você estará preparado para o sofrimento, mesmo desanimado e cansado de tanto labirinto… Seu foco não estará no próprio labirinto, mas nos labirintos revelados na Bíblia, e isso lhe motivará a aguardar pela saída assim como as histórias e profecias bíblicas apresentam.

E, sério, não permita que as situações injustas, os assaltos e os homicídios lhe façam perder a confiança de que Deus está, não apenas observando, mas resolvendo o problema do mal, da maldade humana e da atuação dos anjos maus! Lembre-se dos desfechos dos labirintos de Ananias e Safira, e do “polígamo” Abraão. Deus é justo e não permitirá a injustiça para sempre! Seu sistema de vigilância eficiente, Seu santuário/Tribunal com seu Plano da Redenção e Expiação darão conta do engenheiro por trás dos labirintos: Satanás e sua facção, formada por outros anjos e parte da humanidade, grande parte…

Isso é fé. Fatos. A fé verdadeira está baseada em fatos, não em sentimentos, pois estes são manipuláveis:

Hebreus 11

“1Ora, a fé é a certeza de coisas que se espera, a verdade de FATOS que não se veem. 2Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. 3Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”.

A Bíblia, sobretudo o Apocalipse em nossa época, trazem fatos sobre os quais podemos apoiar nossa fé, nossa confiança em Deus. Profecias. E não “autoprofecias”, entendeu?

Seja seu labirinto bastante excêntrico ou aparentemente normal, mantenha-se no fato da expiação de Jesus. Entenda este assunto estudando os labirintos dos personagens reais da Bíblia, em vez dos labirintos enganadores dos personagens de Hollywood.

Prepare-se para o fim do labirinto sendo transparente com o Senhor Espírito Santo, o Perscrutador. Não confie no que você vê, nem nos seus sentimentos, mas nos fatos bíblicos, nos labirintos revelados pelo Espírito Santo aos profetas verdadeiros. Tenha fé na “falta de privacidade” que lhe dará a segurança de que você não está sozinho em seu labirinto!

Participe da redenção divina! Não carregue sua culpa pra sempre. Para isso, reconheça seu pecado, peça perdão e evite cometê-lo. Não seja orgulhoso e nem olhe para o mau exemplo de alguém para justificar seu mau exemplo… Ao participar da redenção, o próprio Deus transferirá para você características Dele, o que lhe capacitará a alcançar aquilo que, de outro modo,é impossível.

Se Ele fez isso no passado, Ele continua fazendo isso hoje também!

E caso você tenha interesse em aprender mais sobre a Bíblia, sobre o julgamento de Deus e seu almoxarifado no Tribunal do Céu, ore a Deus e peça para que Ele envie um irmão adventista para estudar esses assuntos com você!

Deixe os labirintos da Palavra de Deus darem sentido ao seu labirinto. Em especial, o Apocalipse lhe fará entender como e quando a saída do labirinto acontecerá! Deus o ajudará nas dificuldades extras que esse estilo de vida lhe acarretará… Mas, é melhor ter os anjos maus dificultando seu labirinto do que enganando seu coração, não acha?

Fonte: Hendrickson Rogers via Instagram.

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Para a cronologia “Do chifre pequeno à besta do mar – as origens do império católico globalista romano”, acesse AQUI.
Para a cronologia Do auge do império globalista católico romano até a “ferida mortal”, acesse AQUI.
Para a cronologia Da “ferida mortal” infligida ao império papal (Ap 13) até sua completa cura e novo auge, onde ele receberá adoração por parte de “toda a terra”, acesse AQUI.
Para a cronologia “As origens da besta que emerge da terra, tem dois chifres como cordeiro, mas fala como dragão (Apocalipse 13:11-18)”, acesse AQUI.
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(Hendrickson Rogers)

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