maio 9, 2024

Blog do Prof. H

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Budismo

É um sistema que está conquistando seguidores entre muitos de Hollywood. É, com frequência, definido como uma religião de compaixão e ética. A verdade é que talvez não exista nenhum sistema de crenças mais complexo do que o budismo. Ele começa com as quatro nobres verdades sobre o sofrimento e sua cessação, então passa para o óctuplo caminho sobre como acabar com o sofrimento. Mas, quando a pessoa entra no óctuplo caminho, surgem centenas e mais centenas de outras regras para lidar com contingências.

A partir de uma subestrutura simples de quatro ofensas de quatro ofensas que resultam na perda da condição de discípulo, constrói-se um edifício incrível de caminhos para a restauração. Aqueles que seguem os ensinos de Buda recebem trinta regras sobre como tentar evitar esses perigos ocultos. Mas, antes mesmo de alguém se ocupar desses perigos ocultos, existem 92 regras que se aplicam a apenas uma das ofensas. Existem 75 regras para aqueles que entram na ordem. Existem regras de disciplina a serem aplicadas: 227 para para os homens, 311 para as mulheres. (Aqueles que estudam o budismo sabem que Buda teve de ser persuadido antes de mulheres receberem permissão ara ser discípulas. Depois de muita súplica e bajulação por um dos seus discípulos, ele por fim cedeu ao pedido, mas estabeleceu regras extras para elas.) […] Para entender de verdade essa teoria complicada, seria quase necessário conhecer filosofia e psicologia em um nível universitário. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 135, 136, 137)

O problema [da dor e do sofrimento] não é apenas real e sentido pelas pessoas, também é universal. Nenhuma religião tenta explicar isso mais do que o budismo. A peregrinação toda de Buda rumo ‘Iluminação’ começou por ele estar absorto com o mistério do mal e do sofrimento. Foi a universalidade do tema que o colocou em sua peregrinação. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 163)

O budismo também invoca a doutrina do carma e da reencarnação. As frases iniciais das escrituras budistas dizem que cada indivíduo é a soma total daquilo que ele pensou em sua vida passada. Uma das coleções dos discursos de Buda é chamada de Anguttara Nikaya. Aqui estão alguns pensamentos:

Meu kamma [ações passadas e presentes] é minha única propriedade, kamma é minha única herança, kamma é a única causa do meu ser, kamma é meu único parente, minha única proteção. Quaisquer ações que eu faça — boas ou más –, eu me tornarei herdeiro delas. (Anguttara Nikaya, 7.5)

(Observe que a língua pali, em que foram redigidas as escrituras budistas, tem um som diferente em algumas palavras que se tornaram comuns a partir do hinduísmo. Kamma, por exemplo, tem o sentido de carma.)

De modo que também para o budismo a resposta à pergunta dos discípulos sobre o transtorno do cego — “… Quem pecou, este homem ou seus poais…” — seria: “Tanto este homem quanto seus pais pecaram”. O sofrimento do homem cego é a herança do pecado de sua vida passada, e é o destino dos pais herdar essa situação.

Mas essa religiões têm de fato uma diferença. O hinduísmo sustenta que por trás do mundo transitório ou irreal se encontra aquilo que é um última instância real. O budismo inverteu isso, dizendo que por trás do mundo real existe, na verdade, a impermanência. Desse modo, o motivo de todos os nossos desejos é porque achamos que há permanência, então temos anseios. Assim que ficamos sabendo que não há nada permanente, nem mesmo o eu, então paramos de ter anseios. No estado de “iluminação”, o eu é extinto, e todo desejo, e, portanto, todo sofrimento, se vai. Esse é o objetivo do budismo. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 179, 180)

Como podemos acabar com o sofrimento? De acordo com o ensino budista, se conseguirmos eliminar o desejo, eliminaremos o mal. Aliás, a própria palavra nirvana significa a negação da selva de desejos a que nossos renascimentos nos condenaram.

Será que alguém consegue resistir à pergunta: “Como uma cosmovisão que considera que tudo é impermanente chega a explicar a origem da impermanência e a sedução da mente de considerar permanentes essas coisas? O que, então, é esse eu se ele nem sequer existe, exceto como  ilusão? A resposta de Buda é que ele próprio viveu sob a ilusão da permanência até que, por meio de múltiplas reencarnações, descobriu a impermanência de toda a realidade. Então ele anunciou que essa seria sua última existência, , visto que havia alcançado estado de total ausência de desejo. Nessa última encarnação, é claro, ele corrigiu as ideias errôneas de seus discípulos. Ele questionou vários ensinos hindus.

Acima de tudo, porém, o budismo enfrenta um problema de fato insuperável. Se a vida é cíclica e as encarnações não têm início, por que elas têm um fim? Como alguém tem uma regressão infinita de causas, se existe uma encarnação final?

O filósofo William Lane Craig nos lembra que uma regressão infinita de causa é como tentar saltar para fora de um poço sem fundo. Como você começa a saltar para fora, se nunca chegou ao fundo? Em contrapartida, alguém poderia muito bem perguntar, se cada nascimento é um renascimento, qual kamma foi pago em seu primeiro nascimento? Alguém também poderia perguntar se, caso a ausência de desejo seja o derradeiro nirvana, então seria seguro dizer que nesse estado não existe nem mesmo o desejo de ver o mal chegar ao fim? (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 180)

O aspecto incrível desse ensino é que, quanto mais dolorosa a existência de alguém, mais certo é que a vida anterior teve sucesso em pagar suas dívidas. De maneira que, quando alguém apanha o corpo de uma criancinha deformada desde o nascimento, o kamma está em operação. É possível que não se queira admitir, mas essa é a realidade existencial de tal ensino.

Alguns anos atrás, soube de um grupo de missionários e suas respectivas famílias que haviam morrido em um acidente de ônibus perto de um vilarejo em um país budista. Em poucos minutos pilharam o ônibus e saquearam os corpos em busca de bens. O motivo: aqueles que morreram estavam apenas recebendo seu kamma, e não há nada errado em tomar aquilo que é deixado por alguém que está pagando suas dívidas. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 181)

Se cada vida é o pagamento de uma vida anterior, também pode-se perguntar por que Buda relutou tanto em admitir mulheres na ordem sagrada e estabeleceu que as regras para governá-las fossem bem mais numerosas. Aliás, até mesmo uma mulher que estivesse há anos na ordem tinha de prestar reverência maior a um homem que era apenas um iniciado. Se o kamma está em operação, por que essas regras foram impostas, pressupondo uma virtude de ordem superior colocada sobre alguns? A menos, é claro que uma mulher, em virtude ser mulher, tenha herdado um kamma maior.

O que se torna evidente é que o navio panteísta se desintegra no recife do mal. Não se pode declarar a ausência do eu enquanto se individualiza o nirvana, e não se pode falar de cessação do sofrimento sem também apresentar a origem do primeiro pensamento errado. O budismo tem um intricado conjunto de regras e normas porque precisa delas. Como caminho não teísta, é uma estrada repleta de kamma. reconhece o mal e em seguida fecha de modo fatalista os olhos para ele, procurando um escape. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 181)

Em contraste marcante, a mensagem cristã reconhece o horror do mal e procura oferecer uma razão moralmente justificável para Deus permitir o sofrimento. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 182)

Estamos vivendo em uma época em que vozes iradas pleiteiam com insistência cada vez maior que não propaguemos o evangelho, que não devemos considerar ninguém “perdido” apenas porque não é “cristão”. “Todos nascemos em crenças diferentes e, portanto, devemos deixar as coisas como estão” — é o que diz a “sabedoria” tolerante de nossa época. Mahatma Gandhi, por exemplo, se pronunciou contra a ideia de conversão com vigor. Quando fazem essas declarações, as pessoas esquecem ou não sabem que ninguém nasce cristão. Todos os cristãos são cristãos em consequência da conversão. Pedir ai cristão que não tente comunicar sua fé a alguém de outra religião é pedir ao cristão que negue sua própria fé.

Conta-se que Sri Ramakrishna, um dos principais “santos” da Índia, foi muçulmano por um breve período, foi cristão também por um breve período e, então, por fim voltou a ser hindu, porque chegou à conclusão de que todas essas religiões são iguais. Se são todas iguais, por que ele voltou ao hinduísmo? de fato não é verdade que todas as religiões sejam iguais. Nem mesmo o hinduísmo é igual em seu interior. dessa maneira, negar ao cristão o privilégio de propagar sua fé é propagar a ele as crenças fundamentais de outra religião. 

Se a conversão é pessoal e não decorre de nascimento, isso nos leva à questão seguinte, a questão da compulsão. O ensino de Jesus é claro. ninguém deve ser forçado a se tornar cristão. (Ravi Zacharias, Jesus entre outros deuses, p. 228)

“Seria muito estranho que um Deus criasse esses seres pensantes e não lhes deixasse algum tipo de comunicação de Sua parte, de modo que saio em busca dessa comunicação. Para mim, a Bíblia parece ser a melhor candidata para tanto, não só por causa de seu significado e franqueza, mas porque o tipo de Deus racional, que vai da causa para o efeito, encontrado nela combina com o efeito racional de causa e efeito que a ciência encontrou no Universo. […] a razão por que a ciência moderna se desenvolveu no mundo ocidental se deve à lógica racional da tradição judaico-cristã, oriunda do tipo de Deus descrito na Bíblia. Podemos considerar outras grandes religiões, como hinduísmo, budismo, confucionismo ou xintoísmo, e descobrir o misticismo, mas não Deus; muitos deuses, ás vezes em conflito uns com os outros, mas não o Deus coerente da Bíblia. Esse tipo de Deus é congruente com a racionalidade que encontramos no Universo e com a ciência; em particular, com as leis da ciência que funcionam ao nosso redor.” (Ariel A. Roth, A Ciência Descobre Deus, p. 253)

Apesar de o exemplo anterior envolver o islamismo, os filiados de outros seguimentos não deveriam ficar muito confortáveis pensando que isso só acontece no mundo de Allah. A situação é mais generalizada do que parece. Até mesmo o budismo, comumente reconhecido como uma religião pacífica, tem uma ala tão violenta que já mereceu estudos acadêmicos a esse respeito: “a violência em nome de Buda” (Mahinda Deegalle. Buddhism, Conflict and Violence in Modern Sri Lanka (Abingdon: Routledge, 2006); Michael K. Jerryson. Buddhist Fury: Religion and Violence in Southern Thailand (Oxford: Oxford University Press, 2011)).

Não é raro ouvir histórias de violência de budistas contra a minoria muçulmana de Mianmar. Numa dessas, está o relato de mulheres e crianças rohingyas impelidas para o alto-mar por líderes budistas, num simples barco de pesca, praticamente sem provisões de água ou mantimento. Várias morreram à deriva antes que pudessem ser resgatadas pela guarda costeira.

(Esta pesquisa está em construção por Hendrickson Rogers.)

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