maio 8, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Muitas vezes os pais são a própria causa daquilo que supõem evitar

Pais e filhos

Foi-me mostrado que, enquanto os pais tementes a Deus restringem seus filhos, devem estudar-lhes a disposição e temperamento, e procurar satisfazer-lhes as necessidades. Alguns pais atendem cuidadosamente às necessidades temporais dos filhos; tratam-nos fiel e bondosamente na enfermidade, e pensam então haver cumprido seu dever. Nisto se enganam. Sua obra apenas começou. Importa cuidarem das necessidades do espírito. Requer-se habilidade para aplicar os remédios apropriados para curar uma mente magoada.

As crianças têm provações tão difíceis de suportar, tão penosas em sua natureza, como as pessoas de mais idade. Os próprios pais não se sentem sempre da mesma maneira. Seu espírito se acha muitas vezes perplexo. Agem movidos por pontos de vista e sentimentos errados. Satanás os esbofeteia, e cedem-lhe às tentações. Falam irritados, e de maneira a despertar a ira dos filhos, e são às vezes exigentes e frenéticos. As pobres crianças partilham do mesmo espírito, e os pais não se acham preparados para as ajudar, pois foram a causa do mal. Por vezes tudo parece ir torto. Há irritação ao redor, e todos passam momentos deploráveis e infelizes. Os pais lançam a culpa aos pobres filhos, e julgam-nos muito desobedientes e indisciplinados, as piores crianças do mundo, quando a causa da perturbação encontra-se neles próprios.

Alguns pais suscitam muita tempestade por sua falta de domínio próprio. Em lugar de pedirem bondosamente aos filhos para fazerem isto ou aquilo, ordenam em tom de ralho, tendo ao mesmo tempo nos lábios uma censura ou reprovação que as crianças não mereceram. Pais, essa direção seguida para com vossos filhos destrói-lhes a felicidade e a ambição (Testimonies for the Church 1:384-389 (1863)). Fazem o que ordenais, não por amor, mas porque não ousam proceder diversamente. Não têm o coração no que fazem. É um trabalho servil, em vez de um prazer, e isto os leva a esquecer-se de seguir vossas direções, o que vos aumenta a irritação, e se torna ainda pior para as crianças. Repetem-se as censuras, sua má conduta é exibida diante delas em vivas cores, até que delas se apodera o desânimo, e não se lhes dá se agradam ou não. Tomam-se de um espírito de “não me importo”, e procuram fora de casa, fora dos pais, o prazer e satisfação que aí não encontram. Misturam-se com companheiros de rua, e ficam em breve tão corrompidos como os piores.

O que os pais podem fazer

Sobre quem recai este grande pecado? Caso o lar houvesse sido tornado atrativo, se os pais houvessem manifestado afeição pelos filhos, procurando bondosamente ocupação para eles, e instruindo-os com amor na obediência a seus desejos, haveriam tocado uma corda sensível no coração deles, e teriam sido prontamente obedecidos por pés, mãos e corações voluntários. Controlando-se a si mesmos e falando bondosamente, e louvando as crianças quando se esforçam por fazer o que é direito, os pais podem estimular esses esforços, tornar as crianças muito felizes, e lançar sobre o círculo de família um encanto que afugentará toda sombra escura, aí introduzindo alegres raios de sol.

Os pais desculpam às vezes sua errônea direção por não se sentirem bem. Sentem-se nervosos, e acham que não podem ser pacientes e calmos e falar de maneira agradável. Assim se enganam eles a si próprios, e agradam a Satanás, que exulta em que a graça de Deus não seja por eles considerada suficiente para vencer as fraquezas naturais. Eles podem e devem dominar-se sempre. Deus deles requer isto. Devem compreender que, quando cedem à impaciência e à irritação, fazem outros sofrer. Os que os rodeiam são afetados pelo espírito que manifestam, e se eles, por sua vez, procedem com o mesmo espírito, o mal aumenta, e tudo vai torto.

Pais, quando vos sentis irritados, não deveis cometer um pecado tão grande como o de envenenar toda a família com essa perigosa irritabilidade. Em tais ocasiões, ponde uma dupla guarda sobre vós mesmos, e resolvei no coração não ofender com os vossos lábios; que só haveis de proferir palavras agradáveis, animadoras. Dizei- vos a vós mesmos: “Não arruinarei a felicidade de meus filhos com uma palavra irritada.” Controlando-vos assim, tornar-vos-eis mais fortes. Vosso sistema nervoso não será tão sensitivo. Sereis fortalecidos pelos princípios do direito. A consciência de estardes vos desempenhando fielmente de vosso dever vos fortalecerá. Os anjos de Deus aprovarão os vossos esforços, e ajudar-vos-ão.

Quando vos sentis impacientes, pensais demasiadas vezes serem os filhos os causadores, e os censurais quando não o merecem. De outras vezes eles poderiam fazer exatamente as mesmas coisas, e tudo vos pareceria suportável e justo. As crianças conhecem, e notam, e sentem essas irregularidades, e elas não são sempre as mesmas. Às vezes acham-se de algum modo preparadas para enfrentar as disposições mutáveis, e de outras estão nervosas e irritáveis, e não podem suportar censuras. Seu espírito se insurge contra isto. Os pais querem que se faça toda concessão ao seu estado mental, e todavia não vêem a necessidade de as fazer da mesma maneira a seus pobres filhos. Desculpam em si mesmos aquilo que, visto nas crianças que não têm os mesmos anos de experiência e disciplina, haviam de censurar grandemente.

Alguns pais são de temperamento nervoso, e quando fatigados com trabalho ou opressos por cuidados, não mantêm um calmo estado de espírito, mas manifestam aos que mais caros lhes devem ser na Terra, uma irritação e falta de paciência que desagrada a Deus, e traz uma nuvem sobre a família. As crianças em suas perturbações, devem muitas vezes ser acalmadas com terna simpatia. A mútua bondade e paciência tornará o lar um paraíso, e atrairá os santos anjos ao círculo familiar.

A mãe pode e deve fazer muito no sentido de controlar os nervos e o espírito, quando deprimida: mesmo quando doente, ela pode, uma vez que se eduque, ser amável e contente, e pode suportar mais ruído do que pensara outrora ser possível. Não deve fazer os filhos sofrerem as enfermidades dela e nublar-lhes o tenro e sensível espírito com suas depressões de espírito, fazendo-os achar que a casa é um túmulo, e o quarto da mãe o lugar mais triste do mundo. A mente e os nervos adquirem vigor e resistência pelo exercício da vontade. A força de vontade demonstrar-se-á em muitos casos poderoso calmante para os nervos.

Fonte: Testemunhos Seletos, v. 1, p. 127 – 129. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos%20Seletos%201.pdf>. Acesso em: set. 2021.

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