novembro 21, 2024

Blog do Prof. H

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Apocalipse – Possibilidades (capítulo 14)

Apocalipse 14

ApTexto (ARA, 3ª ed)Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo
14.1 Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Eu, João, vi o Senhor Jesus vitorioso, na Nova Jerusalém que se encontra no Céu, e ao lado Dele a última geração dos salvos e outros de outras gerações, os quais venceram a religião pseudocristã e demais fantoches do pai da mentira. Esses justos se pareciam com o Senhor Jesus e Deus o Pai, pois venceram o inimigo de Deus com o Seu poder e, devido a justiça divina imputada por Deus sobre eles, pois assim desejaram e cooperaram com o Salvador, eram propriedade do Fabricante e resplandeciam as características Dele em seu caráter e estilo de vida.

“O Apocalipse mostra que o engano de Satanás no tempo do fim será tão bem-sucedido que o mundo escolherá adorar a besta e receber sua marca. Contudo, Apocalipse 14:1-5 revela que Deus terá Seu remanescente, os que se posicionarão ao lado do Senhor quando a maioria do mundo fizer o contrário” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 75). 

“O capítulo 13 focaliza o lado do dragão, ao passo que o 14 se concentra no lado do remanescente no conflito final descrito em 12:17” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

“O capítulo 14 é a resposta divina para as bestas do capítulo 13. Fala da vitória de Deus e Seus escolhidos” (RAMOS, 2006, p. 278). 

“No capítulo anterior, vimos o perseguidor com suas características bem distintas. Agora, vemos os que são perseguidos, e as características distintas dos verdadeiros adoradores de Deus” (FEYERABEND, 2005, p. 121). 

“Agora, em Apocalipse 14:1-13, entre o doloroso episódio relacionado com a besta semelhante a cordeiro (13:11-18) e a dramática segunda vinda do Filho do homem nas nuvens do Céu (14:14-20), encontramos mais um interlúdio destinado a prover encorajamento e iluminação no tempo do fim. Três anjos anunciam ao mundo as últimas mensagens de esperança e condenação (14:6-12); e os 144 mil aparecem novamente (14:1-5), desta vez sobre o Monte Sião, profeticamente recobertos de glória e vitória, tais como de fato serão, uma vez terminado o dramático conflito” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 359 e 360). 

“A compreensão do significado deste capítulo ficará prejudicada, a menos que o estudemos em relação com os capítulos 12 e 13” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 165). 

“O capítulo quatorze é dentre todos o mais importante do Apocalipse. Num lance ligeiro d’olhos constatamos que sua mensagem divide-se em três partes principais: Os 144.000 na glória, a tríplice mensagem angélica e a intervenção do céu na terra” (MELLO, 1959, p. 405). 

“Em Apocalipse 14 João emprega uma figura de linguagem em que ele antecipa certos acontecimentos. Encontramos aqui uma estrutura proléptica, na qual primeiro é descrito o grupo dos 144 mil (versos 1-5), para então serem mencionadas as três mensagens angélicas responsáveis pela origem deste grupo (versos 6-12). Tanto a proclamação das mensagens quanto a formação do grupo são descritas como ocorrendo no período final da história humana, que antecede a segunda vinda de Cristo e o juízo final (versos 14-20)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 51). 

“Uma característica admirável da palavra profética é que nela o povo de Deus nunca é levado a posições de prova e dificuldade e aí abandonado. Levando-os a cenas de perigo, a voz da profecia não cessa aí, deixando-os a aguardar o seu destino em dúvida, talvez em desespero, quanto ao resultado final, mas leva-os até ao fim e mostra-lhes a saída em cada conflito. Os primeiros cinco versículos de Apocalipse 14 são um exemplo disto.  

“O capítulo 13 terminou apresentando o povo de Deus, um grupo pequeno e aparentemente fraco e indefeso, em conflito moral com os mais fortes poderes da Terra, que o dragão consegue mobilizar para o seu serviço. Um decreto é publicado, pelo poder supremo do país, mandando que adorem a besta e recebam a sua marca, sob pena de morte se recusarem cumpri-lo. Que pode o povo de Deus fazer em tal conflito e em tal extremidade? Que será feito dele? Olhemos com o apóstolo para a cena que se segue no programa e que vemos? O mesmo grupo no Monte Sião com o Cordeiro – um grupo vitorioso, tocando em harmoniosas harpas o seu triunfo na corte do Céu” (SMITH, 1979, p. 244 e 245). 

“Não contemplamos agora os poderes opressores da Terra, mas o grupo vitorioso em companhia do Cordeiro sobre o Monte de Sião. Que contraste! O ‘nome de seu Pai’, não o sinal da besta, está escrito em ‘suas testas’’. Eles são um grupo especial, o mesmo grupo que notamos no capítulo 7. Na abertura desta profecia, este grupo estava ainda na Terra cercado por inimigos, mas pronto para ser selado com o selo do Deus vivo. Foram congregados de todas as nações. No capítulo 14, o mesmo grupo é visto com Cristo” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 165). 

“Apocalipse 7 retrata os 144.000 na Terra, antes de sua severa provação e da destruição do mundo. Apocalipse 14 os apresenta com Cristo no Céu, depois dos acontecimentos finais da história terrestre” (COFFMAN, 1989, p. 58). 

Gulley (1996, p. 4) crê num consolo metafórico e não que os 144.000 já se encontrem literalmente no Céu, nesse verso. “Durante o tempo da angústia, estão tão seguros como já estivessem no Céu com seu Senhor”. 

“Ter o selo com o nome de Deus na fronte significa que Ele é o dono dos salvos (Ap 14:1)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 54). Confira Apocalipse – Possibilidades, o capítulo 7 versos do 1 ao 3: https://blogdoprofh.com/2019/05/04/apocalipse-possibilidades-capitulo-7 

“Os 144.000 são primeiramente introduzidos em Apocalipse 7 em resposta à pergunta do Sexto Selo em Apocalipse 6:17 ‘Porque é vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?’ Devemos ter em mente que o Sexto Selo começa em Apocalipse 6:12 e se estende até Apocalipse 7:17. O contexto do Sexto Selo é o Julgamento dos Vivos, a segunda fase do Juízo Investigativo, justo antes da abertura do Sétimo Selo (Apoc. 8:1-5), que revela o momento do fechamento da porta da graça. […] Apocalipse 7:1-8 aponta para os 144.000 dizendo que eles subsistirão porque foram selados pelo Selo do Deus Vivo” (RAMOS, 2006, p. 282 e 283). 

“Em que Monte Sião viu João este grupo? No Monte Sião celeste, porque a voz dos harpistas, sem dúvida proferida por estes mesmos, é ouvida do céu. O mesmo Sião onde o Senhor fala ao Seu povo em íntima relação com a vinda do Filho do homem (Joel 3:16; Heb. 12:26-28; Apoc. 16:17). Aceitar o fato de que há um Monte Sião no Céu e uma Jerusalém celeste, seria um antídoto poderoso para a falsa doutrina de um segundo tempo de graça e um milênio de paz na Terra” (SMITH, 1979, p. 245). 

“O cap. 14 dá sequência ao tema anterior. Os 144 mil são retratados (Ap 14:1-5) com o Cordeiro no monte Sião, para indicar seu triunfo sobre a besta e sua imagem (Ap 13:11-18). Anteriormente, João os vira sofrendo a prova mais severa, sendo excluídos e condenados, como se dignos de morte. Mas, na hora mais sombria, eles foram livrados e, assim, estão com o Cordeiro em segurança” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 913). 

“Sendo a Jerusalém terrenal uma figura da Jerusalém celestial, compreendemos a realidade de que esta denomina-se também ‘Sião’ e de que tem um monte chamado ‘Monte de Sião’. Dois profetas esclarecem-nos isto precisamente: ‘E o Senhor bramará de Sião, e dará a Sua voz de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o Senhor será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel’ (Jl 3.16). ‘E vós sabereis que Eu sou o Senhor vosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela’ (Jl 3.17). ‘E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá, quando o Senhor dos Exércitos reinar no Monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os Seus anciãos haverá glória’ (Is 24.23).  

“Corroborando com Joel e Isaías, citados, escreveu S. Paulo: ‘Mas chegastes ao Monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos’ (Hb 12.22). Assim não há dúvida de que êstes inspirados homens de Deus referiram-se à Nova Jerusalém como a Sião Celestial e atestaram que nela há um monte chamado ‘Monte de Sião’. Agora compreendemos que, no ‘Monte de Sião’, na Jerusalém celestial, está o santuário do qual Jesus é Sumo sacerdote. Assim era na Jerusalém terrestre e assim deve ser na Jerusalém celeste” (MELLO, 1959, p. 406). 

“O monte Sião é citado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento como o trono peculiar de Deus, e, aos olhos de Israel, famoso pela beleza do orvalho matinal (Salmo 133:3). É em Sião que Deus habita (Salmo 9:11). E do monte Sião, por Ele amado (Salmo 78:68), que vem a salvação (Salmo 14:7). É sobre o ‘monte santo de Sião’ que Deus declarou o filho como Rei quando disse: ‘Tu és Meu Filho, Eu, hoje, Te gerei’ (Salmo 2:6 e 7). E para Sião que ‘os resgatados do Senhor voltarão e virão. … com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça’ (Isaías 35:10). É a Jerusalém celestial com sua incontável hoste de anjos (Hebreus 12:22-24)” (FEYERABEND, 2005, p. 121). 

“No AT, o monte Sião foi, a princípio, a fortaleza da cidade pré-israelita de Jerusalém (ver 2Sm 5.6,7; ver também nota em 2Sm 5.6). Mais tarde, veio a ser quase um sinônimo de Jerusalém (ver ‘Jerusalém’, em Jr 4). Em Apocalipse, como em Hb 12.22-24, trata-se da Jerusalém celestial, a eterna habitação de Deus e de seu povo (ver ‘Zafom, Olimpo, Sinai e Sião: o monte de Deus’, em SI 48)” (BÍBLIA, 2013, p. 2063). 

“‘Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial’. Heb. 12:22. Com os salvos de todas as épocas, os 144.000 estarão no Céu, ‘diante do trono de Deus … no Seu santuário’ (Apoc. 7:15), imediatamente após a segunda vinda de Jesus. No livro do Apocalipse, o templo ou santuário está sempre no Céu. (Ver cap. 11:19; 15:5.)” (COFFMAN, 1989, p. 57). O autor claramente acredita que a “grande multidão” de Apocalipse 7.9-17 coincide com os 144.000, pois cita Ap 7.15 o qual descreve o primeiro grupo e não os 144.000. 

“Comparando as palavras de Apocalipse 14:1 (‘tendo nas frontes escrito o Seu nome e o nome de Seu Pai’) com as do capítulo 7:3 (‘Até selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus’), chegamos à conclusão de que os 144.000 permitiram que Deus desenvolvesse Seu belo caráter na vida deles. ‘Seus seguidores devem levar, como credenciais perante o mundo, os indeléveis característicos de Seus princípios morais’ – A Ciência do Bom Viver, pág. 37” (GULLEY, 1996, Lição 9, p. 5) 

‘Monte Sião’ é um termo que por vezes foi usado nos tempos do Antigo Testamento como nome cerimonial para Jerusalém e seu templo. Veja, por exemplo, Salmo 48:1 e 2; Obadias 17. No Apocalipse, ‘Monte Sião serve como nome para a Nova Jerusalém e o trono de Deus. Os 144 mil que, aqui em Apocalipse 14:1 a 5, se encontram em pé, são homens e mulheres, meninos e meninas que permaneceram inamovíveis em sua lealdade a Deus” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 360). 

“Sinônimo de Jerusalém; alusão a Jl 2:32. cento […] mil. Com base em Jl 2:32, pode-se dizer que este grupo é o mesmo que ‘os restantes’ de Ap 12:14” (BÍBLIA, 2015, p. 1667).  

“Cremos que os 144.000 vistos aqui sobre o Monte Sião são os santos que em Apocalipse 13 nos foram apresentados como objetos da ira da besta e de sua imagem” (SMITH, 1979, p. 244 e 245). 

Como sabemos se é o mesmo grupo ou não? No cap. 13, alguns morreriam antes do decreto de morte (cf. Ap 20.4), pois seriam perseguidos, v. 16 e 17. Ou seja, se morreram, então os grupos não podem ser os mesmos, a menos que entre os 144.000 existam ressuscitados. Esse bom debate já foi realizado no capítulo 7, mas no início deste capítulo continuamos a obter mais informações. Observe o verso 4 também, mais abaixo. 

“O selamento dos 144.000 (Apoc. 7:2-4) é um tema central no Apocalipse. Eles devem revelar Jesus ao mundo justo antes e logo após o fechamento da porta da graça sendo a expressão e a vindicação do caráter de Deus (Ezeq. 39:27). Eles têm o nome de Jesus e do Pai escritos na testa, significando a restauração e fixação do caráter de Jesus neles” (RAMOS, 2006, p. 281). 

O Seu nome e o nome de Seu Pai. Evidências textuais […] apoiam esta variante. Os 144 mil recebem ‘na fronte’ (Ap 7:3). Portanto, há uma relação direta entre o selo e o nome divino. O selo que João viu tinha o nome do Pai e do Filho. Os selos antigos continham o nome daquele que o autenticava (ver exemplos de inscrições nesses selos, no com. de Ap 7:2). Aplicados aos 144 mil, os nomes representam: propriedade, os 144 mil pertencem a Deus; e caráter, os 144 mil refletem perfeitamente a imagem de Jesus. Por sua vez, a marca e o nome da besta estão também associados (Ap 13:17)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 913). 

“Eles têm o nome do Pai na sua fronte. No capítulo 7 diz-se que têm o selo de Deus na sua fronte. Assim, é-nos dada uma chave importante para compreender o que é o selo de Deus, porque imediatamente percebemos que o Pai considera o Seu nome como o Seu selo. É, portanto, o selo da Lei aquele mandamento da Lei que contém o nome de Deus. O mandamento do sábado é o único que contém o título descritivo que distingue o verdadeiro Deus de todos os deuses falsos. Onde quer que Ele estivesse, aí estava o nome do Pai (Deut. 12:5, 14, 18, 21; 14:23; 16:2, 6, etc.). Portanto, todo o que guarda este mandamento tem, por conseguinte, o selo do Deus vivo” (SMITH, 1979, p. 245 e 246). 

“O nome de Deus, o Seu caráter, é revelado por Sua obra criativa e redentiva, da qual o sábado é um sinal (Êxo. 31:13). Quem recebe a concessão do caráter de Cristo como um dom do Espírito Santo guarda o sábado como o grande memorial da sua vitória espiritual em Cristo” (GULLEY, 1996, Lição 9, p. 5). 

Os dois parágrafos anteriores fazem sentido apenas durante os eventos de Ap 13, e não antes. 

“O nome de — Deus Criador — contido no mandamento do sábado é também aplicado ao Filho de Deus visto que Êle também é Deus e Criador dos céus e da terra. Assim, terão os 144.000 em suas testas o nome do Cordeiro e o nome do Pai, que aliás é o mesmo do sêlo de Deus — Deus Criador — nome que Os distingue dos falsos deuses” (MELLO, 1959, p. 407). 

““Quem responde à voz do Espírito, aceitando a Cristo como seu Salvador e Senhor e faz Sua vontade conforme revelada nas Escrituras, recebe o selo de Deus do tempo do fim. Quem aceita o controle dos demônios em sua vida, dá as costas a Cristo, rejeita Sua lei e recebe a marca da besta” (GULLEY, 1996, Lição 9, p. 1).

14.2Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Também escutei, vindas do Céu, uma voz imponente que eu a comparo como o som de muitas águas e o som de um estrondoso trovão; e juntamente com essa voz, eu escutei o maravilhoso som de músicas.
14.3 Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Era um coral de salvos que louvava a Deus pelo livramento extraordinário que Ele lhes concedera; O louvavam perante Seu trono, com as quatro criaturas divinas e os vinte e quatro sacerdotes humanos assistindo a essa apresentação! A última geração de salvos (e outros de outras gerações?) estavam cantando de sua experiência singular, de muita perseguição, mas também de muito livramento dado por Deus e Seus anjos! A vida desses justos, a história deles era um louvor extraordinário aos ouvidos do Senhor Deus, Aquele que os havia separado aqui na Terra, no meio de tanto pecado e mentiras.

“O apóstolo João ouve música celestial quando os remidos e os anjos se reúnem para juntos começarem a eternidade” (COFFMAN, 1989, p. 60). 

“Alguns entendem que os harpistas e os cantores mencionados aqui não são os 144 mil, mas os anjos, os quais cantam uma mensagem que somente os 144 mil são capazes de entender. No entanto, os 144 mil são retratados com harpas, cantando (Ap 15:2, 3). Por isso, pode ser que seja aos 144 mil que se faz alusão aqui. […] 

“O som que João ouviu era semelhante ao de harpistas. Ele não deve ter visto os instrumentos sendo tocados, por isso é cauteloso ao fazer a identificação […] 

Entoavam. Literalmente, ‘entoa’. A narrativa é feita em tom dramático, no tempo presente” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 913). 

“Enquanto observa, João é cativado pelos sons do cântico. É como o rolar de muitas águas, ou a voz de uma grande multidão. Quarenta e seis vezes, no Apocalipse, ouvem-se vozes, e são quase sempre vozes de vitória. Não é apenas um cântico de vitória; é também um cântico de experiência. Somente os que passaram pelo tempo de angústia, que permaneceram firmes pela verdade de Deus quando todo o mundo se maravilhava após a besta, e que testemunharam os terríveis efeitos das sete últimas pragas, poderão unir-se neste cântico especial.  

“Este é um novo cântico, pois registra uma nova experiência. É majestoso e sublime, embora doce e suave – o mais maravilhoso cântico no Céu ou na Terra, ‘como quando o harpista tange a sua harpa’. Somente os que experimentaram plena salvação podem aprender esse cântico” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 166). 

“Há um dia que está justamente a irromper sobre nós, quando se verão os mistérios de Deus, e todos os Seus caminhos serão vindicados; quando a justiça, a misericórdia e o amor serão os atributos de Seu trono. Quando findar o conflito terreno, e os santos forem recolhidos para o lar, nosso primeiro tema será o cântico de Moisés, o servo de Deus.  

“O segundo tema será o cântico do Cordeiro, o hino de graça e redenção. Esse hino será mais alto, mais elevado, e, em mais sublimes acentos, ecoando e reecoando pelas cortes celestes. Assim é entoado o cântico da providência de Deus, ligando as várias dispensações; pois tudo agora é visto sem véu entre o que é legal, o que é profético, e o evangelho.  

“A história da igreja na Terra e a igreja remida no Céu, tudo se centraliza na cruz do Calvário. Eis o tema, eis o cântico — Cristo é tudo em todos — em antífonas de louvor a ressoarem através do Céu, entoadas por milhares e dezenas de milhares, e uma incontável multidão das hostes dos remidos. Todos se unem nesse cântico de Moisés e do Cordeiro. É novo cântico, pois nunca dantes fora cantado no Céu” (WHITE, 2008a, p. 361 e 362). 

“Este cântico é chamado de cântico de Moisés e cântico do Cordeiro (Apocalipse 15:3). O cântico de Moisés em Êxodo 15 é um cântico de livramento. O cântico dos 144 mil é um cântico de livramento. Ninguém mais pode juntar-se a eles, pois nenhum outro grupo de pessoas haverá passado por experiência como a deles. Este cântico não pôde ser cantado até que o Cordeiro foi morto. Os anjos não puderam unir suas vozes neste cântico dos remidos, pois Cristo não morreu pelos pecados deles” (FEYERABEND, 2005, p. 122). 

Sobre a redenção dos anjos que pecaram, o autor de “Apocalipse – Possibilidades” escreveu “O Plano da Redenção para os Anjos”, um livreto de 2012 que pode ser estudado através deste link: https://blogdoprofh.com/2018/11/04/livro-o-plano-da-redencao-para-os-anjos-2/. 

“O novo cântico dos 144.000 está bem esclarecido no capítulo quinze. Consta de duas partes distintas: O cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro. Ninguém senão os 144.000, em toda a eternidade, poderá aprender êste novo cântico. Pois será o cântico que expressará uma experiência pela qual jamais alguém terá passado em tempo algum além dêles. E isto prova que todos os 144.000 terão idêntica experiência em um tempo único, definido, e uma única causa como motivo para entoarem no ‘Monte de Sião’ o novo cântico especial. E o tempo e a causa da grande experiência pela qual passarão diz-nos com acerto o versículo dois do capítulo quinze” (MELLO, 1595, p. 407 e 408). 

“A experiência é de natureza tão pessoal que somente aqueles que passam por ela são capazes de apreciar seu significado. Para eles, o cântico é uma síntese abrangente das experiências que vivenciaram nas etapas finais do grande conflito.  

Comprados. Do gr. agorazō, ‘comprar’, ‘adquirir’ (ver Ap 3:18; 18:11). Os salvos são descritos como ‘compraste para Deus’ (Ap 5:9) e ‘redimidos dentre os homens’ (Ap 14:4; comparar com Rm 3:24; 1Co 6:20)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 913). 

“E levados para um lugar celestial, quer literalmente após a segunda vinda, quer na esfera espiritual, durante a crise final de 12:17 (ver Ef 2:6)” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

White (2007, p. 63), a mesma autora que sugeriu a possibilidade de entre os 144.000 existirem salvos ressurretos (cf. o capítulo 7), menciona este versículo, Ap 14.3, no sentido de os “redimidos/comprados dentre os homens” serem, de fato, os justos vivos que serão trasladados assim como Enoque, e não os salvos que ressuscitarão. Ela diz: 

“Pela fé Enoque ‘foi trasladado para não ver a morte, […] visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus’. Hebreus 11:5. Em meio de um mundo condenado à destruição por sua iniqüidade, viveu Enoque uma vida de tão íntima comunhão com Deus que não lhe foi permitido cair sob o poder da morte. O caráter piedoso deste profeta representa o estado de santidade que deve ser alcançado por aqueles que hão de ser ‘comprados da Terra’ (Apocalipse 14:3), por ocasião do segundo advento de Cristo. Então, como no mundo antes do dilúvio, a iniqüidade prevalecerá.  

“Seguindo os impulsos de seu coração corrompido e os ensinos de uma filosofia enganadora, os homens rebelar-se-ão contra a autoridade do Céu. Mas, como Enoque, o povo de Deus procurará pureza de coração, e conformidade com Sua vontade, até que reflitam a semelhança de Cristo.  

“Como Enoque, advertirão o mundo da segunda vinda do Senhor, e dos juízos que cairão sobre os transgressores; e pela sua santa conversação e exemplo condenarão os pecados dos ímpios. 

“Assim como Enoque foi trasladado para o Céu antes da destruição do mundo pela água, assim os justos vivos serão trasladados da Terra antes da destruição desta pelo fogo. Diz o apóstolo: ‘Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta’. 1 Coríntios 15:51, 52.  

“‘Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus’; ‘a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.’ ‘Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. 1 Tessalonicenses 4:16-18’”.

14.4 São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; Esses justos não tinham as crenças falsas, inventadas pelo pseudocristianismo e suas filiais; eles haviam atendido aos ensinamentos da Palavra de Deus e permaneceram leais no meio de sua geração, a qual aceitava a teologia fraudulenta e impunha o ensinamento deturpado. Esses justos ficaram ao lado do Senhor Jesus aqui na Terra, mesmo sendo acusados pelos que rejeitavam a Bíblia de serem hereges e rebeldes contra Deus. Mas esses justos seguiram a Palavra de Deus com retidão, revelando assim que foram separados por Deus no meio de seus contemporâneos desobedientes; eram como os primeiros frutos da grande colheita de Deus, e foram ofertados para Ele e o Senhor Jesus!

“Como um retrato do exército de Deus pronto para a guerra santa (ver ‘Herem, guerra santa’, ISm 15), os 144 mil assemelham-se às tropas de Israel que se guardavam das mulheres, priorizando a batalha (cf. Dt 23.10; ISm 21.5; 2Sm 11.11). Apocalipse também retrata a humanidade não arrependida como uma prostituta (Ap 17.1-5) e os fiéis a Cristo como uma noiva (19.7; 21.2,9). Os 144 mil recusaram-se a cometer imoralidade com a Babilônia” (BÍBLIA, 2013, p. 2064). 

Macularam. Do gr. molunō, ‘manchar’, ‘sujar’ coisas como a consciência (1Co 8:7) ou roupas (Ap 3:4). A referência, neste caso, é figurada e trata da mácula trazida por relações ilícitas. O tempo verbal do grego se refere à ação de um ponto ou período específico, certamente o momento em que a união dos elementos religiosos, simboliza dos por ‘mulheres’, exercerá forte pressão sobre os santos, a fim de que renunciem a lealdade a Deus e a Seus mandamentos, para se unir à besta (ver com. de Ap 16:14; 17:2, 6).  

“Qualquer concessão implicaria uma mácula. Então, em pé [,] vitoriosos sobre o monte Sião, os santos são elogiados por sua fidelidade (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 914). 

“São espiritualmente ‘sem mancha’ [‘Estes são os que não se mancharam’, A Bíblia Para Todos] porque rejeitaram a contrafação de Satanás” (BATTISTONE, 1989, p. 102).  

“A figura da mulher é usada com frequência nas Escrituras para representar a igreja. Uma mulher pura simboliza a igreja verdadeira, e uma mulher imoral, a igreja apóstata (ver com. de Ap 12:1). A igreja de Roma e várias igrejas apóstatas que seguem seus passos são simbolizadas por uma mulher impura e suas filhas (ver com. Ap 17:1-5). Sem dúvida, é a essas igrejas que o profeta se refere aqui” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 914). 

“… as ‘mulheres’ de Apoc. 14:4, … devem referir-se à coalizão de elementos religiosos – cristãos professos – que usarão de pressões e seduções para levar os santos a renunciarem a Deus e Seus mandamentos” (COFFMAN, 1989, p. 64). 

“O têrmo ‘mulheres’ não é têrmo literal da inspiração, mas profético ou simbólico de igrejas, como temos nos capítulos doze e dezessete. […] uma vez desligados das igrejas corrompidas, êles serão “virgens”, pois agora pertencem à verdadeira fé do evangelho” (MELLO, 1959, p. 408). 

“Eles não se ‘macularam com mulheres’ (verso 4), ou seja, não revelaram qualquer intimidade com a falsa mãe Babilónia e suas filhas prostitutas. Eles venceram toda e qualquer tentação quanto a adorar a besta e sua imagem. Compare o capítulo 13:17 com 15:2. Eles ‘não têm mácula’. Apocalipse 14:5” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 360). 

“Aquelas mulheres promíscuas de quem eles se afastaram são descritas em Apocalipse 17:18: ‘A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da Terra’. A grande cidade que reinou sobre os reis da Terra no tempo de João foi Roma. Esta cidade deu o seu nome para a igreja que é representada pela mulher, e esta igreja trocou os ensinamentos e os mandamentos de Deus por doutrinas e mandamentos de homens.  

“João está falando de fornicação espiritual. Esta é uma figura de linguagem comum na Bíblia. Muitas vezes é dito que os homens iam se prostituir após os seus ídolos. O povo de Deus tem evitado tanto a idolatria espiritual como a idolatria declarada e exterior. Eles entregaram-se ao Senhor Jesus Cristo tal como uma virgem entrega-se a seu marido (II Coríntios 11:2). Renunciaram à infidelidade a Deus e à verdade divina – infidelidade que o Antigo Testamento tantas vezes menciona como fornicação ou adultério espiritual” (FEYERABEND, 2005, p. 122). 

Castos. Do gr. parthenoi, termo usado tanto para homens quanto para mulheres; neste caso, aplica-se a homens. O texto grego deixa isso claro, bem como o fato de eles não se macularem com ‘mulheres’. Uma vez que toda a passagem é metafórica, a castidade literal, masculina ou feminina, não é o assunto em questão. Caso fosse, este versículo estaria em contradição a outros que defendem o casamento e a relação conjugal (ver com. de 1Co 7:1-5).  

“Os santos são chama dos de castos, por não terem se relacionado com a Babilônia (ver com. de Ap 18:4). Eles recusaram qualquer ligação com Babilônia e suas filhas quando estas se tornaram agentes de Satanás em seu esforço final para erradicar os santos (ver com. de Ap 13:15). Eles não foram maculados por se associarem a esta união de elementos religiosos agrupados por Satanás, embora talvez houvessem pertencido, no passado, a um dos vários grupos então amalgamados” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 914). 

“Símbolo de pureza e lealdade espiritual (2Co 11:2). Eles estão prontos para as bodas do Cordeiro (Ap 19:7, 8)” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

Ramos (2006, p. 301 e 302) faz uma aplicação reflexiva sobre essa fornicação espiritual revelada por Jesus a João, a qual não fará parte da conduta do remanescente/dos 144.000. Ele faz uma importante pergunta e em seguida a responde com uma lista de crenças/práticas equivocadas.  

“Há um grande número de professos cristãos que fisicamente saíram de Babilônia mas mentalmente ainda apreciam o ‘vinho de Babilônia’ (Apoc. 17:2; 18:3), continuam crendo e praticando as tradições de Babilônia. Que tradições pagãs são ensinadas pela Igreja de Roma e pelo movimento da Nova Era e que são aceitas pela maioria dos cristãos?  

“A Imortalidade da Alma. […] Dedicar tempo para assistir filmes que ensinam a reencarnação e a comunicação com os mortos (Ghost, Tocados por um Anjo, Exorcismo, Harry Potter etc.) é se expor às influências satânicas presentes numa sessão espírita. As crianças que crescem vendo esses tipos de desenhos que promovem a imortalidade da alma, a bruxaria e a reencarnação desenvolverão uma mente pagã. 

“A observância do domingo ou simplesmente o hábito de curtir mais o domingo do que o sábado. Qual é o dia da semana que você mais aprecia? O gosto inconsciente pelo domingo se resume numa frase que pode não estar sendo verbalizada muitas vezes mas está na mente: o sábado é o dia do Senhor, mas o domingo é o meu dia! Infelizmente muitos se deleitam mais no domingo do que no sábado, porque no domingo vão fazer aquilo que realmente gostam, passear, brincar, jogar e ir à praia. Há um risco de o domingo se tornar mais deleitoso do que o sábado, e Satanás torce para que isso aconteça. Os verdadeiros filhos de Deus esperarão com ansiedade pelo sábado por ser ele um dia deleitoso: ‘se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos… então te deleitarás no Senhor’ (Isa. 58:13- 14). 

“O Natal, e a Páscoa […] da forma como são comemorados hoje são ‘vinho de Babilônia’; […] Astrologia, horóscopo e o evangelho do ‘amor próprio’. […] O evangelho do amor próprio tem sido pregado nos púlpitos das igrejas cristãs tendo como base um mandamento que Satanás inventou: ame a si mesmo; se você não se amar não poderá amar o próximo, então se ame! Jesus resumiu os Dez Mandamentos em dois: amar a Deus e amar o próximo (Mateus 22:36-40); o mandamento: ame-se a si mesmo para poder amar o próximo é uma distorção das palavras de Jesus. A fonte do amor ao próximo é Jesus, é amar a Jesus. O amor próprio é egoísmo e constitui um dos sinais do fim do mundo: ‘nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos’ (II Tim. 3:1-2)”. 

O artigo intitulado Babilônia “tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” (Apocalipse 14:8), disponível em: https://blogdoprofh.com/2022/03/12/babilonia-tem-dado-a-beber-a-todas-as-nacoes-do-vinho-da-furia-da-sua-prostituicao-apocalipse-148/, contém mais explicações sobre aquilo que macula e contamina um ser humano no final dos tempos, e poderá incapacitá-lo de fazer parte dos 144.000 e da vida eterna. 

“Seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá. Entendemos que se diz isto deles no seu estado remido. São os companheiros especiais do seu Senhor glorificado no reino. Acerca do mesmo grupo, lemos: ‘Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida’ (Apoc. 7:17)” (SMITH, 1979, p. 246). 

“Não há nada na vida do Redentor em que eles não tomem parte, seja no Céu, seja na Terra. Eles O seguem em Sua humilhação, Seus labores, sofrimentos, morte, ressurreição e ascensão. Eles O seguem na prosperidade e na adversidade, na alegria e na tristeza, na perseguição e no triunfo” (FEYERABEND, 2005, p. 122). Será que alguns dos 144.000 foram ressuscitados assim como o Cordeiro? Talvez pelo menos alguns? Ou o cumprimento dessa profecia equivale a crer que todos eles jamais passarão pela morte? O autor citado neste parágrafo, pelo visto, crê que pelo menos alguns dentre os 144.000 foram ressuscitados. 

Seguidores do Cordeiro. Esta expressão parece apontar para algum privilégio especial dos 144 mil. Os detalhes desse privilégio não são revelados; portanto, só é pos esível fazer conjecturas a respeito (comparar com Ap 7:14-17)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 914). 

“A mais alta honra que Deus pode conceder, está reservada para este grupo. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá’. Acompanhando o seu amado Comandante através do Universo, tornam-se um especial troféu da graça. Tendo vivido durante a hora mais trágica da Terra, quando os enganos do diabo foram os maiores, saíram, não obstante, vitoriosos. Que maravilhosa recompensa por sua fé! Qual foi o segredo de sua vitória, quando tudo estava contra eles? A resposta encontra-se nos versos das três mensagens angélicas que vêm a seguir” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 168). 

“Os 144 mil sobre o Monte Sião preenchem a profecia de Sofonias 3:12 a 15, a respeito do povo de Deus dos últimos dias, reunido em Seu ‘santo monte’:  

Mas deixarei no meio de ti um povo…  

que confia em o nome do Senhor;  

os restantes de Israel não cometerão iniquidade,  

nem proferirão mentira,  

e na sua boca não se achará língua enganosa…  

Canta, ó filha de Sião;  

rejubila, ó Israel;  

regozija-te, e de todo o coração exulta, ó filha de Jerusalém. …  

O Rei de Israel, o Senhor, está no meio de ti;  

tu já não verás mal algum.  

“Este povo maravilhoso nutrirá o desejo de ser leal ao Cordeiro, custe-lhes isso o que custar. Eles ‘não amaram a própria vida’ ‘mesmo em face da morte’. Apocalipse 12:11. Entretanto, eles não repousam em suas próprias forças! Tudo suportaram pela fé, crendo que ‘o Rei de Israel, o Senhor’, estava ‘no meio’ deles. Agora, recebem eles a vida eterna e o direito de acompanhar o Cordeiro em Suas excursões por todo o Universo. Veja Apocalipse 14:4” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 360). 

“Foram ‘comprados [redimidos] dentre os homens’ (versículo 4), expressão que só pode ser aplicável aos que são trasladados dentre os vivos. Paulo trabalhava para ver se de algum modo podia chegar à ressurreição dos mortos (Filip. 3:11). Esta é a esperança dos que dormem em Jesus: uma ressurreição dos mortos. Uma redenção dentre os homens, dentre os vivos, deve significar uma coisa diferente, a saber a trasladação. Por isso os 144.000 são os santos vivos, que serão quando produzir-se a segunda vinda de Cristo” (SMITH, 1979, p. 245). 

Paulo usa a expressão “fostes comprados” em 1ª Co 6.20 e 7.23 ao escrever para os membros da igreja de Corinto. Será que existe a possibilidade de ele ou outro autor bíblico se referir aos que dormem do mesmo modo? Ou essa expressão descreve apenas os salvos vivos? Aracelli Mello (1959, p. 408) responde assim: “Esta profética expressão sôbre os 144.000 só pode ser aplicada aos que serão trasladados sem jamais passarem pela morte. As profecias que fazem alusão aos mortos que serão ressuscitados por ocasião da segunda vinda de Cristo, nunca assim se exprimem. Os mortos não poderão ser comprados dentre os homens; pois não são mais homens mas simplesmente pó.  

“Portanto, grande diferença há entre ser comprados ‘dentre os homens’ e ser chamado dentre os mortos no dia da vinda de Cristo. Temos assim mais uma vez comprovada a profecia de que os 144.000 serão cristãos que nunca terão passado pela morte”. 

“São ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’. Este termo é aplicado a diferentes seres representando condições especiais. Cristo constitui as primícias como antítipo do molho movido. Os que primeiro receberam o Evangelho são chamados por Tiago ‘primícias’ de certa classe (Tiago 1:18). Assim também os 144.000, colhidos para o celeiro celeste aqui na Terra durante as perturbadas cenas dos últimos dias, trasladados para o Céu sem ver a morte, e ocupando uma posição preeminente, são chamados neste sentido primícias para Deus e para o Cordeiro.  

“Com esta descrição dos 144.000 triunfantes, termina a série profética que começou com o Apocalipse 12” (SMITH, 1979, p. 246 e 247). 

“Por ‘primícias’ entendem-se os primeiros frutos visivelmente amadurecido numa lavoura e que prenunciam uma grande messe ao tempo da colheita total. O mesmo ocorrerá ao aparecer o Senhor Jesus. Os primeiros frutos amadurecidos visíveis que Ele encontrará em sua lavoura — a igreja — são os santos vivos em número de 144.000.  

“Depois se seguirá então a grande colheita dos santos que jazem na sepultura desde o princípio do mundo. Nisto temos uma inequívoca prova de que os 144.000 são, em verdade, os santos que estarão vivendo na terra por ocasião da segunda vinda de Cristo, prontos para a trasladação. Serão ‘primícias’ para ‘Deus e para o Cordeiro’, expressão privilegiada comprovante de que serão elevados a uma posição preeminente e que terão vivido numa mesma época e saído vitoriosos dum mesmo combate, o maior de todos os da história da igreja de Deus na terra” (MELLO, 1959, p. 409). 

Já Anderson e Trezza (1988, p. 167) veem na expressão “primícias” a qualidade dos primeiros frutos. “A expressão ‘primícias’ (primeiros frutos) tem referência à qualidade. De todos os redimidos da Terra, esses são os primeiros em qualidade. Foram comprados dentre os homens, separados de hábitos pecaminosos e da conversação mundana. I Cor. 6:20. Não foram seduzidos pelos enganos do diabo. II Tes. 2:9-11”. 

Primícias. Do gr. aparchē, ‘primeiros a frutos’, relacionado ao verbo aparchomai, ‘fazer um começo [em sacrifício]’, ‘oferecer os primeiros frutos’. Os israelitas antigos ofereciam as primícias ao Senhor, tanto individual (Dt 26:1-11) quanto nacionalmente (Lv 23:10, 17). A oferta dos primeiros frutos era um reconhecimento da bondade de Deus manifesta na colheita. A oferta nacional também tinha importância como tipo (ver com. de 1Co 15:20). Aplicado aos 144 mil, o termo ‘primícias’ pode ser entendido de duas maneiras: 

“1. Como a primeira parte da grande colheita. Os 144 mil são os vencedores no grande conflito contra a besta e sua imagem (ver de Ap 14:1). Foram livrados na batalha e, por isso, se encontram seguros diante do trono de Deus. ‘Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro’ (GC, 649).  

“2. Com o simples ‘presente’ ou ‘oferta’. Na LXX, aparchē é a tradução mais frequente do heb. terumah, ‘contribuição’ ou ‘oferta’. O termo terumah é usado para se referir à contribuição dos filhos de Israel para a construção do santuário (Êx 25:2, 3). Com frequência, terumah descreve a ‘oferta movida’ (ver Nm 5:9; na LXX, aparchē). Inscrições antigas mostram que aparchē costumava ser usado para designar um ‘presente’ a uma deusa, sem qualquer referência ao tempo. Quando aparchē traduz terumah, também não há referência ao tempo. 

“Portanto, os 144 mil podem ser considerados como as ‘primícias’ tanto no sentido de fazer parte de uma colheita maior como de ser um presente ou oferta a Deus” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 914 e 915).

14.5 e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula. Eles abandonaram os ensinamentos do pai da mentira, os quais foram impostos pelos fantoches dele com ameaça de morte; mas esses justos optaram por temer a Deus e não aos homens, e permaneceram leais aos mandamentos divinos.

“Desde o AT, a mentira designa muitas vezes a religião dos falsos deuses” (ECUMÊNICA, 1994, p. 2442). 

“‘Em sua boca não se achou engano’. Aqui está uma descrição da parte de Deus do vitorioso remanescente que aguarda a volta de seu Mestre. S. Tiago diz: ‘Se alguém não tropeça em palavra, tal varão é perfeito’. S. Tia. 3:2. Sofonias, descrevendo a igreja remanescente, diz que ela ‘não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa’. Sof. 3:13” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 167 e 168). 

“O vocábulo grego que aparece nesse trecho significa ‘irrepreensíveis’, ‘sem mácula’, ‘sem defeito’. A mesma palavra é usada em I S. Pedro 1:19 para descrever a Jesus – ‘sem defeito e sem mácula’. Como poderia ser melhor retratado o caráter dessas ‘primícias para Deus e para o Cordeiro’, do que pelo uso de alguns termos idênticos aos que são utilizados para descrever o nosso Senhor? Eles receberam a justiça de Cristo e refletiram a glória do Seu caráter. […]  

“Os que morrem crendo têm perfeição atual às portas da morte (ver Col. 2:10). Os fiéis que viverem até quando Jesus vier experimentarão ininterrupta vitória em virtude da contínua habitação do Espírito Santo no coração deles” (COFFMAN, 1989, p. 66). 

“A forma verbal do grego [‘não se achou’] sugere que um ponto específico do tempo está em foco aqui. A partir de então, a investigação mostra que os 144 mil não têm mácula. Isso não significa que nunca erraram, mas que, pela graça de Deus, superaram todo defeito de caráter” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915). 

 Perfeccionismo? Ou vitória sobre pecados específicos como a adoração à besta? 

 “Mentira. Do gr. dolos, ‘engano’, ‘sutileza’, ‘fraude’, ‘logro’. Evidências textuais […] comprovam a variante pseudos, ‘falsidade’, ‘mentira’. O evangelho de Jesus Cristo transforma o pecador errante em alguém sem falsidade, engano e pecado. 

Não têm mácula. Do gr. amōmos, ‘sem defeito’, ‘irrepreensível’ […]  

Diante do trono (ARC). Evidências textuais […] apoiam a omissão desta expressão” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915). 

“Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus — candidatos para o Céu. Pesquisai as Escrituras por vós mesmos, para que possais compreender a terrível solenidade do tempo presente” (WHITE, 2008b, p. 67). 

“Cristo quer que os crentes vivos entrem numa relação com Ele que suporte o escrutínio (ou exame minucioso) do Universo. […] O juízo que precede o Segundo Advento não terminará antes que os servos de Deus sejam selados definitivamente (Apoc. 7:3). Então o caráter deles estará inteiramente de acordo com a vontade de Deus (Apoc. 14:1). Eles cumprirão o que é declarado em Apocalipse 14:5: ‘Não se achou mentira em sua boca; não tem mácula’” (BATTISTONE, 1989, p. 74 e 75).

14.6Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo,Eu, João, vi mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus, levando o conteúdo bíblico, sem ilações, esoterismos, crenças de estimação ou perversões do texto profético feitas por religiosos – o evangelho eterno, as revelações produzidas pelo próprio Fabricante, Mantenedor e Restaurador, e entregues aos Seus profetas e preservadas e espalhadas – para toda a humanidade, em todos os idiomas e regimes sociais, em todas as culturas e ideologias, sem exceção.
14.7dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Esses indivíduos viviam levando essas informações divinas com grande influência, anunciando e advertindo os seus semelhantes: “Não tenham outros deuses além do Criador. Deem a Ele o crédito pela vossa existência, saúde, habilidades e esperança, e não a processos casuais e violentos, pois os 2.300 anos profetizados por Daniel 8.22, sobre o tempo em que duraria (sem o processo judicial divino) a blasfêmia do anticristo e de todo sistema anti-humano, terminaram em 22 de outubro de 1844. O julgamento dos habitantes do planeta Terra começou e a justiça aparecerá! Por isso, manifestem que vocês reconhecem a existência e atuação de Deus desde o Gênesis, adorando-O como Fabricante, Mantenedor e Restaurador do universo e da vida, submetendo-se aos Seus 10 mandamentos morais de Êxodo 20, lembrando-se do sábado como um desses mandamentos morais e memorial da Criação de Deus, vivendo uma vida que mereça ser vindicada por Sua justiça em Seu Tribunal celestial. Caso contrário, vocês terão desperdiçado ingratamente a vida que pertence a Ele, endeusando-se com suas próprias ideologias insanas e oprimindo o próximo; e terão de ser destruídos assim como as almas dos antediluvianos o foram pelas águas do Dilúvio, após a sentença infalível do justo Juiz”.

“Aqui se inicia uma nova cena. Cronologicamente, os acontecimentos representados nesta visão precedem os retratados na visão dos v. 1 a 5” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915).  

“Nestes versículos outra cena e outra cadeia de acontecimentos proféticos é apresentada [são apresentadas]. Sabemos que assim é, porque os versículos anteriores deste capítulo descrevem um grupo dos remidos no estado imortal, uma cena que constitui uma parte da cadeia profética que começa com o primeiro verso de Apocalipse 12, e termina essa cadeia de acontecimentos, porque nenhuma profecia vai além do estado imortal. Sempre que numa série de profecia somos levados até o fim do mundo, sabemos que esta série termina aí, e que o que a seguir é apresentado pertence a uma nova série de acontecimentos. O Apocalipse, em particular, é composto destas séries de cadeias proféticas independentes, como já foi apresentado, de cujo fato, antes deste, tivemos já vários exemplos (SMITH, 1979, p. 247). 

“As três últimas mensagens a serem pregadas à Terra pelo remanescente do fim do tempo antes da vinda do Filho do Homem nas nuvens (14:14). Estas são as mensagens ordenadas em 10:11” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

Outro. Do grego allos, outro do mesmo tipo. Evidências textuais […] apoiam a omissão desta palavra. Muitos anjos já foram mencionados (Ap 1:1, 20; 5:2; 7:1, etc.), por tanto a designação ‘outro’ não é necessária” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915). 

“Os versículos seis a doze apresentam três anjos com suas respectivas mensagens. O versículo nove inicia apresentando o ‘terceiro anjo’, o que é evidente que os anteriores são o segundo e o primeiro anjos. As mensagens destes três anjos são mensagens para os últimos dias, o que é comprovado pela menção do profeta, imediatamente, a elas, da gloriosa segunda vinda de Cristo para segar a seara da terra. Elas visam o preparo dum ‘povo para estar em pé no dia de Deus’” [cf. Ap 6.17] (MELLO, 1959, p. 409 e 410). 

O autor acima crê que esse primeiro anjo é o mesmo anjo de Apocalipse 10.1 (MELLO, 1959, p. 410), algo que, até aqui, eu não consigo encontrar evidências textuais e lógicas para tal identificação. No capítulo 10, o anjo foi identificado com o Senhor dos anjos – Jesus Cristo. Mais à frente veremos que, cronologicamente, Apocalipse 10 e 14.6 e 7 se cumprem no mesmo ponto da história. Talvez o autor esteja se referindo a isso. 

“Estes anjos são evidentemente simbólicos, porque a obra que lhes é atribuída é a de pregar o Evangelho eterno ao povo. Mas a pregação do Evangelho não foi confiada a anjos literais, e sim a homens que são responsáveis por este sagrado depósito colocado em suas mãos. Portanto, cada um destes três anjos simboliza os que são enviados com a missão de tornar conhecidas aos semelhantes as verdades especiais que constituem a essência destas mensagens. Os anjos literais estão vivamente interessados na obra de graça entre os homens, sendo enviados para servir em favor daqueles que hão de herdar a salvação. E como há ordem em todos os movimentos e planos do mundo celeste, talvez não seja mero produto da fantasia supor que um anjo literal tenha o cargo e a supervisão da obra de cada mensagem (Heb. 1:14; Apoc. 1:1; 22:16)” (SMITH, 1979, p. 247 e 248). 

“A palavra grega angelos (‘anjo’) significa ‘mensageiro’. Na Bíblia, os anjos costumam representar seres a serviço de Deus (cf. Ml 2:7; Lc 1:13). Apocalipse 14:12 relaciona claramente os três anjos ao povo de Deus do tempo do fim. É esse povo que leva a mensagem divina de advertência a todo mundo” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 83). 

Meio do céu. Ver Ap 8:13. A região de voo revela a extensão global do trabalho e da mensagem do anjo. A obra cresce e se desenvolve até ser vista e ouvida por toda a humanidade” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915). 

“Aparece um anjo simbólico, em relevante destaque contra o fundo representado pelo Céu, tal como a mãe genuína em Apocalipse 12:1. À semelhança da mulher, o anjo parece estar localizado no Céu, mas constitui o símbolo de um grupo de pessoas que vive sobre a Terra” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 361). 

“Os três anjos de Apocalipse 14 representam o povo que aceita a luz das mensagens de Deus, e vão como agentes Seus fazer soar a advertência por toda a extensão e largura da Terra” (WHITE, 2008c, p. 147). 

“Vemos nestes símbolos o flagrante contraste que a Bíblia estabelece entre as coisas terrenas e as celestiais. Sempre que é preciso representar governos terrestres – até os melhores dentre eles – o símbolo mais apropriado que se pode encontrar é uma fera. Mas quando é necessário apresentar a obra de Deus, um anjo revestido de beleza e cingido de poder é escolhido para a simbolizar” (SMITH, 1979, p. 248). 

“A expressão do profeta — e vi outro anjo — aponta indiretamente para o último que êle vira, que é o do capítulo dez. O fato de o profeta ter visto o anjo voar ‘pelo meio do céu’, demonstra que nenhum poder humano poderá impedir ou deter o movimento ou a obra mundial do povo de Deus que êle representa. A missão da igreja de Cristo alcançará o seu propósito em preparar um povo especial para subsistir aos tremendos acontecimentos que logo assaltarão a agonizante civilização do século atual” (MELLO, 1959, p. 410). 

“É significativo o fato de afirmar-se ser um anjo o arauto desta advertência. Pela pureza, glória e poder do mensageiro celestial, a sabedoria divina foi servida de representar o caráter exaltado da obra a cumprir-se pela mensagem, e o poder e glória que a deveriam acompanhar. E o vôo do anjo ‘pelo meio do céu’, ‘a grande voz’ com que é proferida a advertência, e sua proclamação a todos os ‘que habitam sobre a Terra’, ‘a toda a nação, e tribo, e língua, e povo’, evidenciam a rapidez e extensão mundial do movimento” (WHITE, 2013, p. 310). 

“As mensagens dos três anjos estão ligadas ao assunto dos 144.000. A última geração vivente do povo de Deus se compõe dos que atenderam às mensagens dos três anjos. Os três ‘anjos’ são simbólicos, pois os cristãos – e não os anjos – foram incumbidos de pregar o evangelho eterno. (ver Apoc. 14:6; S. Mat. 28:16-20). Eles simbolizam o testemunho e a pregação cristã.  

“O tempo para essa atividade especial pode ser determinado pela própria profecia. Numa extremidade está o anúncio de que chegou a hora do juízo de Deus (Apoc. 14:6). Na outra extremidade encontra-se a Segunda Vinda de Cristo (Apoc. 14:14). Visto que as profecias de Daniel (capítulos 7 a 9) indicam que a fase inicial do juízo começou em 1844, as mensagens desses anjos simbólicos são transmitidas com a máxima clareza e urgência entre 1844 e a volta de Cristo” (COFFMAN, 1989, p. 71). 

“Simbolizando uma mensagem ou um mensageiro, este primeiro anjo representa um movimento de âmbito mundial; não alguma mensagem nova, mas a mesma mensagem do passado, o evange1ho eterno. Deus sempre teve apenas um evangelho, algumas vezes chamado ‘o evangelho de Deus’, ‘o evangelho da graça’, ‘o evangelho de Jesus Cristo’, ‘o evangelho do reino’’, etc. Essas diferentes expressões apenas dão ênfase a diferentes fases do mesmo glorioso evangelho ou boas-novas.  

“Ele foi proclamado a Adão antes de ser este expulso do Éden. Também Noé foi um ‘pregador da justiça’ II S. Pedro 2:5. Ele proclamou libertação do pecado, porque ‘achou graça aos olhos do Senhor’’. Gên. 6:8. O fiel Abraão ensinou o mesmo glorioso evangelho (Gál. 3:8), e Moisés considerou ‘o vitupério de Cristo maiores riquezas que os tesouros do Egito’ (Heb.11:26). Todos estes olhavam para o Redentor vindouro, do mesmo modo que nós outros, que vivemos deste lado da cruz, olhamos para o Redentor que já veio 

“Mas os homens de todas as eras são salvos do pecado pela mesma graça e o mesmo Salvador. Paulo fala do ‘eterno propósito de Deus’, mas feito conhecido aos homens numa moldura que eles pudessem compreender. Em cada época determinada, alguma ênfase especial tem sido posta sobre alguma fase especial do evangelho.  

“Nesta última geração, a grande tarefa do evangelho é proclamar a iminente volta de nosso Senhor e preparar um povo para encontrá-Lo. É, portanto, no quadro da hora do juízo, que o evangelho eteno está sendo proclamado hoje. Ele vem com uma advertência especial a todos que ‘habitam’ ou ‘vivem’ na Terra, que se sentem tranquilos e estabelecidos” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 168 e 169). 

“[‘Voando pelo meio do céu’]. Mensagem mundial. O rápido movimento do anjo pela atmosfera denota a importância da mensagem e a urgência com que é transmitida. Voar pela atmosfera que circunda a Terra representa a amplitude mundial da mensagem. Isto também é indicado pela declaração de que a proclamação do anjo deve atingir todos os povos” (COFFMAN, 1989, p. 75). 

“A proclamação do evangelho no tempo do fim é mundial, isto é, ‘a cada nação, e tribo, e língua, e povo’ (Ap 14:6). Isso traz à lembrança a ordem que João recebe de profetizar ‘a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis’ (Ap 10:11). Isso confirma a noção de que os três anjos representam o povo de Deus no tempo do fim, que recebe a incumbência de pregar o evangelho. Essa pregação é significativa, uma vez que a besta, no tempo do fim, exercerá sua autoridade delegada por Satanás sobre ‘cada tribo, povo, língua e nação’ (Ap 13:7). 

“Portanto, a proclamação do evangelho no tempo do fim é mundial, assim como as atividades enganosas de Satanás. Essa pregação final do evangelho é mencionada por Jesus em Seu sermão no Monte das Oliveiras (Mt 24:14)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 83 e 84).  

evangelho. Cumpre Mt 24:14. O primeiro dos três anjos a proclamar a mensagem final de Deus ao mundo. No contexto do Apocalipse, o evangelho inclui a boa-nova da segunda vinda de Cristo, quando ele resgata seu povo” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

“O termo ‘evangelho’ aqui pode não se referir unicamente às ‘boas-novas’. Na tradição profética, o termo ‘boas-novas’ incluía também os anúncios de juízo sobre os inimigos do povo de Deus (Na 1.15)” (BÍBLIA, 2013, p. 2064). 

“Nesta declaração da profecia [‘tendo um evangelho eterno para pregar’] vemos infalivelmente a restauração da pura verdade do evangelho em nossa geração. Nestes últimos dias o mundo deveria ouvir novamente o poderoso e real evangelho anunciado pelos antigos profetas de Deus, pelos santos apóstolos e pelo Filho de Deus. Deus tem enviado à terra uma mensagem especial para cada época importante e solene de sua história. Antes do dilúvio uma poderosa mensagem de graça foi enviada aos homens. Antes do primeiro advento de Cristo também uma mensagem de poder sacudiu a nação judáica e impressionou o mundo. E era bem de ver que, antes do segundo advento de Cristo, soasse igualmente, em tôrno de todo o glôbo, uma mensagem especial de vida, de esperança, de graça e de convite, conduzida por um povo especial. 

“No oitavo capítulo do livro de Daniel está bem assentada a profecia de que Roma-papal lançaria por terra a pura verdade do evangelho e que a trocaria pelas tradições de homens sem Deus. E esta ação da igreja de Roma determinou a apostasia do cristianismo predita com clareza no Velho e no Novo Testamentos. Foram os chamados ‘pais da igreja’ [confira uma série de artigos sobre a patrística em: https://blogdoprofh.com/?s=patristica] que puseram os alicerces da grande apostasia que redundou no surgimento do ‘homem do pecado’ que se assenta ‘como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus’ [cf. 2ª Ts 2.1-4], decretando dogmas religiosos em substituição aos do ‘evangelho eterno’ de Deus.  

“Roma-papal substituiu totalmente a Bíblia e moveu-lhe guerra aberta como dizem as profecias de Daniel e do Apocalipse. Também o protestantismo, que pretende ter-se afastado de Roma, tem humilhado de igual maneira a Bíblia, preferindo muitos erros que trouxe de Roma de preferência às verdadeiras doutrinas do ‘evangelho eterno’.  

“Todavia, o primeiro anjo, representando um movimento de Deus nestes últimos tempos, anuncia a restauração do ‘evangelho eterno’, que por êsse nome já indica sua imutabilidade e condena as suas falsificações. Graças a Deus que Êle não deixou Seus filhos sem a verdadeira e imprescindível luz nesta derradeira hora do império das trevas” (MELLO, 1959, p. 411). 

“O evangelho eterno nunca muda. Existe apenas um evangelho (Romanos 1:16 e 17; Gálatas 1:8). Ele foi anunciado primeiro no Éden (Gênesis 3:15), depois para os filhos de Israel (Hebreus 4:1 e 2), e é proclamado de novo a cada geração. O evangelho vai ao encontro de cada necessidade, de cada crise na história do mundo.  

Cada nação, tribo, língua e povo: Não é um ramo que brotou de alguma denominação, mas um movimento poderoso, invencível e mundial, que começou pequenino e envolveu a Terra – um movimento organizado para a obra final de Deus pela humanidade caída” (FEYERABEND, 2005, p. 123). 

“As ações enganosas de Satanás, de âmbito mundial, serão confrontadas pela proclamação mundial do evangelho no tempo do fim. As três mensagens angélicas são proclamadas pelo povo de Deus a fim de combater Satanás e seus aliados no tempo do fim: o dragão, símbolo do paganismo/espiritismo; a besta do mar, um poder que simboliza o catolicismo romano; e a besta semelhante ao cordeiro, ou o falso profeta, representando o protestantismo apóstata (Ap 13). Satanás utilizará esses poderes do tempo do fim até o momento da sexta praga (Ap 16:13, 14). Portanto, o mundo receberá duas mensagens antagônicas, cada uma com o objetivo de ganhar a lealdade das pessoas na Terra” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 76). 

“O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação ‘do mistério que desde tempos eternos esteve oculto’. Romanos 16:25. Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. Desde o princípio, Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás, e da queda do homem mediante o poder enganador do apóstata. Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar Seu Filho unigênito ‘para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’. João 3:16” (WHITE, 2007a, p. 9). 

O mesmo evangelho antes e depois da cruz. Alguns cristãos crêem que aqueles que viveram antes do primeiro advento de Cristo eram salvos por sua obediência à lei de Deus, mas agora os cristãos são salvos pela graça. A Bíblia mostra, porém, que só há um Deus, o qual tem o mesmo plano de salvação para todas as pessoas. A natureza do pecado é a mesma em todas as épocas: transgressão da lei de Deus (I S. João 3:4), e o plano da redenção sempre constituiu na justiça pela fé no Redentor que expiou os nossos pecados por Sua morte substituinte. […]  

“A obra do primeiro anjo é proclamar por todo o mundo esse mesmo evangelho eterno que não sofre alterações; a saber: que Cristo Jesus veio ao mundo salvar os pecadores que O aceitam como Senhor e Salvador. […]  

“Estas passagens indicam que o plano da redenção foi elaborado na eternidade, antes da criação deste mundo. Isto explica por que o evangelho é ‘eterno’.  

  1. Rom. 16:25; I Cor. 2:7 – um segredo divino guardado no coração de Deus. 
  2. II Tim. 1:9 – graça estendida a nós por meio de Cristo. 
  3. I S. Ped. 1:18-20 – a morte expiatória de Jesus. 
  4. Efés. 1:4 e 5 – a Divindade resolve aceitar os que recebem a Cristo. 
  5. Tito 1:2 – vida eterna prometida aos que crêem. 
  6. S. Mat. 25:34 e 41 – o reino preparado para os remidos; destruição do diabo e seus anjos” (COFFMAN, 1989, p. 73 e 74).

“O anjo proclama a mensagem ‘em grande voz’ (Ap 14:7; grego phōnē megalē). Essa mensagem é urgente, pois diz respeito ao destino eterno de todos os habitantes da Terra. Trata-se do chamado divino ao arrependimento. Esse chamado é expresso por meio de um imperativo triplo: temer a Deus, dar-Lhe glória e adorá-Lo como Criador”  (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 83 e 84).  

Em grande voz [verso 7] significa que Deus quer que Seu último convite seja ouvido por todos. Alguns estudantes da Bíblia crêem que esse quadro profético está se cumprindo literalmente pela difusão da mensagem do evangelho pelo rádio e pela televisão” (COFFMAN, 1989, p. 75). 

Grande voz. As mensagens do primeiro e do terceiro anjos são proclamadas em ‘grande voz’ (v. 9). Isto indica que a mensagem será proclamada de modo que todos ouçam. A expressão também enfatiza a importância da mensagem.  

Temei. Do gr. phobeō, ‘temer’, ‘reverenciar’. Phobeō é usado aqui não no sentido de ter medo de Deus, mas de se achegar a Ele com reverência e respeito. Comunica a ideia de lealdade absoluta ao Senhor, de rendição total a Sua vontade (ver com. de Dt 4:10).  

Deus. O apelo para temer a Deus é feito na hora crucial, quando as pessoas estão adorando os deuses do materialismo, do prazer e muitos outros criados por elas mesmas” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915). 

“[‘Temei a Deus e dai-lhe glória’]. Esta é ainda a mensagem do primeiro anjo. Seu propósito, nesta hora drástica do mundo, é convencer cada homem e mulher do dever de temer a Deus e dar-Lhe glória. A fim de fazer isto devem obedecer a Sua lei. Diz o sábio: ‘De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque êste é o dever de todo o homem’ (Ec 12:13). Sem obediência a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradável a Deus. ‘Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os Seus mandamentos’ (1ª Jo 5:3)” (MELLO, 1959, p. 412). 

‘Temei a Deus e dai-Lhe glória’ (Ap 14:7). No Apocalipse, o povo de Deus no tempo do fim é formado por aqueles que temem ao Senhor (Ap 11:18; 19:5). Na Bíblia, temer a Deus significa levá-Lo a sério e reconhecer quem Ele é. Isso implica respeito e reverência por Deus. Temer ao Senhor denota um relacionamento correto com Ele e uma entrega plena à Sua vontade (Gn 22:12; Jó 1:8, 9). Também resulta em fazer o que é certo, por isso aqueles que temem a Deus guardam Seus mandamentos (Dt 5:29; 13:4; Ec 12:13)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 84). 

Temei a Deus. Significa reverenciar ou respeitar (Sl 111:10; Pv 3:7; 9:10). Mas também pode expressar o ‘medo’ por parte daqueles que não levam Deus a sério (Ap 6:15-17)” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

“Apropriado respeito e reverência pelo Criador significa amorosa e voluntária obediência a Sua vontade. Isto requer uma atitude de supremo amor a Deus e de amor imparcial pelos semelhantes, da maneira indicada pelos Dez mandamentos. Damos glória a Deus quando vivemos física, mental e espiritualmente com o Seu desígnio a nosso respeito” (COFFMAN, 1989, p. 76). 

Temei a Deus: Não temam aos homens, mas temam a Deus. Não dêem glória a si mesmos ou a outros homens, mas dêem glória a Deus. Não adorem ídolos, dinheiro, prazer ou as ciências humanas, mas adorem o grande Criador que, por Seu imenso poder e palavra, fez todas as coisas. ‘Pelo temor do Senhor os homens evitam o mal’ (Provérbios 16:6). Deus chama o Seu povo do pecado para a justiça, da transgressão da Sua lei para a obediência. O que significa temer a Deus? ‘De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem’ (Eclesiastes 12:13). 

Dai glória a Deus: Como damos glória a Deus? Confessando nossos pecados (Josué 7:19). Agradecendo-Lhe Suas bênçãos (Lucas 17:12-17). Guardando os mandamentos de Deus (Apocalipse 14:12; II Tessalonicenses 1:10)” (FEYERABEND, 2005, p. 124). 

“Temer a Deus e dar-Lhe glória caminham juntos (Ap 11:13; 15:4). Ao passo que o primeiro ato designa um relacionamento correto com o Senhor, o segundo denota obediência a Ele. A pessoa que teme a Deus responde à Sua graça por meio da observância de Seus mandamentos. Jesus disse: ‘Nisto é glorificado Meu Pai, em que deis muito fruto’ (Jo 15:8). O povo de Deus no tempo do fim é caracterizado por seu relacionamento íntimo com Jesus Cristo e pela guarda de Seus mandamentos (Ap 12:17; 14:12)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 84). 

É chegada. Ou, ‘chegou’.  

Hora. Ou, ‘tempo’, não uma hora literal (comparar com o uso do termo em Jo 4:21, 23 5:25, 28; Ap 14:15). Pensando desta forma, é possível entender que a expressão ‘hora de Seu juízo’ se refere ao período geral em que o julgamento ocorrerá, não necessariamente ao momento específico de seu início. Logo, é possível dizer que a primeira mensagem angélica começa a ser proclamada nos anos anteriores a 1844, embora esse juízo ainda não houvesse começado.  

Juízo. Do gr. krisis, ‘ato de julgar’, em contraste com krima, ‘sentença do julgamento’ (ver com. de Ap 17:1). […] 

“Historicamente, a pregação de Guilherme Miller e seus companheiros de 1831 a 1844, sobre o fim dos 2.300 dias em 1844, pode ser considerada um marco do início da mensagem do primeiro anjo (ver F. D. Nichol, The Midnight Cry, p. 284). Entretanto, a mensagem é válida desde então e continuará a ser até se encerrar a oportunidade de salvação” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 915 e 916). 

“O motivo para temer a Deus e dar-lhe glória é haver chegado a hora do juízo (Ap 14:7). Esse juízo corresponde ao julgamento pré-advento que ocorre antes de segunda vinda de Cristo, contrastando com o juízo final que acontece após o milênio (Ap 20:11-15). Seu propósito é decidir quem tem um relacionamento correto com Deus e quem não. Essas decisões são tomadas antes da vinda de Jesus. O juízo pré-advento ocorre na mesma época em que o evangelho do tempo do fim está sendo pregado. Quando a pregação do evangelho termina, e o juízo pré-advento é concluído, ocorre a separação final entre os que pertencem ao reino de Deus e os perdidos (Ap 14:14-20).  

“Então Jesus virá e levará a recompensa a cada pessoa, de acordo com suas obras. O juízo faz parte do evangelho. É uma boa-nova para os fiéis e obedientes, mas uma péssima notícia para os infiéis. Quando o juízo terminar, o destino de cada pessoa estará definido (Ap 22:11). Não haverá segunda chance. A oferta de salvação não estará mais disponível. Para o povo de Deus, o juízo significa vindicação e salvação. Para as demais pessoas, porém, representa condenação. E é justamente para estas que as mensagens dos três anjos são direcionadas, chamando-as a adorar o Deus vivo. Os pecadores ainda tem a oportunidade de se arrepender e se voltar para o Senhor porque Ele não quer que ninguém pereça. Em vez disso, deseja que todos cheguem ao arrependimento (2Pe 3:9)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 84 e 85). 

“[‘Pois é chegada a hora do seu juízo’]. Esta declaração da profecia atesta haver um tempo pré-definido em que a hora do juízo chegaria. E que êste tempo não chegara nos dias dos antigos profetas, evidencia-se no fato de nenhum deles ter-se referido ao juízo como um acontecimento já vindo. Todos os que dentre eles ao juízo fizeram menção, sempre o aludiram como um acontecimento ainda no futuro. Cristo, nos Seus ensinos ao povo, referira-se várias vêzes ao juízo; mas nunca o mencionou como um acontecimento chegado nos seus dias. O Salvador o colocou sempre no futuro (Mt 12:36 e 37). Os apóstolos muito falaram do juízo em suas epístolas; porém, o puseram no porvir (At 17:31, 24:25; Rm 2:16; 2ª Pe 2:4 e 9; Jd 6)” (MELLO, 1959, p. 412 e 413). 

“A primeira mensagem angélica inclui tanto a salvação quanto o juízo. Ela é uma boa notícia aos que dão glória a Deus e O adoram como seu Criador, mas também é uma advertência de juízo aos que rejeitam o Criador e o sinal da verdadeira adoração que Ele concedeu: o sétimo dia, o sábado” o contrário” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 76). 

“O julgamento começa enquanto a humanidade ainda dispõe de tempo para aceitar o evangelho. […] O próprio julgamento faz parte das boas novas. Em Daniel 7, constatamos que os santos recebem repetidamente a promessa de libertação em sintonia com o julgamento. Durante nosso estudo do sexto selo em Apocalipse 6, ouvimos que as almas ‘debaixo do altar’, que haviam sido perseguidas durante a grande tribulação dos 1.260 anos, clamavam pelo julgamento que as vindicaria. Para elas, a mensagem do primeiro anjo, de que chegara a hora do julgamento longamente esperado, representava muito boas novas.  

“‘Dai glória a Deus’, diz o anjo. Louvado seja o Senhor! A chegada da hora de juízo é uma boa nova para todos os cristãos que têm sido maltratados, bajulados, zombados, multados, queimados ou oprimidos de qualquer forma devido a sua lealdade a Deus.  

“Em Daniel 9 podemos observar que Deus chama a primeira fase do julgamento final de ‘Dia da Expiação’. Um de Seus propósitos durante a hora do juízo é remover qualquer coisa que esteja a separar Seu precioso povo uns dos outros e dEle próprio. Seu alvo, durante essa primeira fase do juízo, é levar Seu povo à perfeita unidade, ao sentimento de plena união uns com os outros e com Deus, conforme Jesus orou poucas horas antes da cruz. Veja S. João 17. Um julgamento desse tipo certamente equivale a boas novas!  

“O estudo de Daniel 8 e 9 apresenta evidências de que a primeira fase do julgamento final (o ‘Dia da Expiação’ do tempo do fim) deveria começar ao término dos 2.300 dias-anos de Daniel 8:14. Sabemos que os 2.300 anos começaram em 457 a.C., na mesma ocasião em que começaram as setenta semanas de Daniel 9:24 a 27. Assim, esse longo período deveria terminar — e simultaneamente iniciar-se no Céu o julgamento — em 1844. Já demonstramos que a porção selada de Daniel, o ‘pequeno livro’, foi aberto, no tempo exato, durante a era de mudanças radicais provocadas pela Revolução Francesa, na década de 1790. […] Os 1.260 anos alcançaram aí o seu cumprimento, e a atenção de muitos estudiosos voltou-se para os 2.300 dias” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 361 e 362). 

“Ao estudarmos […] a mensagem do primeiro anjo, note que ela trata de questões muito significativas para a humanidade. Deus está apelando para o coração dos homens, no tempo do julgamento final. Note também o apelo para reverência e lealdade, numa época em que a maioria dos habitantes do mundo se volta para a adoração de outro poder (Apoc. 13:8)” (COFFMAN, 1989, p. 71). 

“De seu vantajoso ponto de observação no santuário celestial, João contempla dramáticos acontecimentos. Três anjos são enviados do quartel-general de Deus, por assim dizer, como que num trabalho de recrutamento. É-1hes ordenado que se apressem com mensagens especiais a toda nação, tribo, língua e povo. Devem alistar pessoas para Deus. Nem todos no mundo fizeram decisão definitiva de pertencer a Deus ou a Satanás de modo completo. ‘Multidões no vale da decisão’ é outra descrição do profeta. Joel 3:14.  

“Na hora mesma do juízo de Deus, milhões ouvem as mensagens, e uma grande multidão se arregimenta ao chamado do ‘Capitão de sua salvação’ e se une às fileiras de Deus. Juízo é inerente ao evangelho de Cristo, pois somente no juízo se revelará a justiça de Deus em seu caráter vindicatório. E nesse ajuste, somente os nomes dos vencedores serão retidos no livro da vida do Cordeiro. Apoc. 3:5; Dan.12:1. Quando Paulo pregava, olhava para frente, para o juízo. Ele falava da ‘temperança, e da justiça, e do juízo’ que haveria de vir. Esta é a verdade para nossa geração. A hora do juízo de Deus já soou” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 169). 

“‘É chegada (ou chegou) a hora do Seu juízo’. O tempo do verbo grego nessa passagem indica que começou o juízo” (COFFMAN, 1989, p. 77). 

é chegada a hora. O juízo final começa antes da segunda vinda. Ele é o contexto para a proclamação final do evangelho” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

“É a mensagem que abre a porta para fazermos parte dos 144.000” (COFFMAN, 1989, p. 80). 

“A esta advertência do Juízo e às mensagens com ela relacionadas segue-se, na profecia, a volta do Filho do homem nas nuvens do céu [Ap 14.14]. A proclamação do Juízo é uma anunciação de que a segunda vinda de Cristo está próxima. E esta proclamação é chamada o evangelho eterno. Deste modo é mostrado que a pregação da segunda vinda de Cristo ou a anunciação de sua brevidade, é parte essencial da mensagem evangélica” (WHITE, 1964, p. 143). 

“Três instâncias de juízo aparecem aqui [em Apocalipse 14:6, 7, 15-20]: Uma durante a mediação de Jesus, nosso advogado (I São João 2:1), quando Ele intercede enquanto é investigada a conduta dos crentes; outra instância é quando se fecha a porta da graça e o Senhor vem para ceifar a messe da terra, Seu povo redimido (Apocalipse 14:15, 16); e a terceira aparece nos versículos seguintes quando as uvas são lançadas no lagar da cólera de Deus (Apocalipse 14:17-20), o que ocorrerá com a destruição dos ímpios” (BELVEDERE, 1987, p. 75). 

O julgamento é erroneamente limitado à segunda vinda. Ser-nos-á muito útil recordar, enquanto prosseguimos, que desde os primórdios da igreja muitos cristãos imaginaram que o julgamento final se limitava à segunda vinda. O assim chamado Credo Apostólico procedeu desta forma, o mesmo ocorrendo com vários hinos populares, bem como com numerosos teólogos e pregadores. Haverá, sem dúvida, um julgamento por ocasião da segunda vinda, a separação entre ‘ovelhas’ e ‘bodes’. Veja S. Mateus 25:31-46.  

“Mas a Bíblia apresenta quatro fases do julgamento final, das quais uma é o julgamento por ocasião da segunda vinda.  

  1. O julgamento antes da segunda vinda. O Pilho do homem apresenta- Se ao Ancião de Dias (Daniel 7:9-14, 26 e 27), purifica o santuário (Daniel 8:14) e investiga os livros (Daniel 7:10), de modo a comprovar quem está qualificado para permanecer com seu nome no livro da vida. Veja Daniel 12:1 e 2. 
  2. O julgamento por ocasião da segunda vinda. O Filho do homem, assentado em glória, separa as ovelhas dos bodes. S. Mateus 25:31-46. 
  3. O julgamento durante o milénio. Durante mil anos os santos assentam-se em tronos e lhes é atribuída a tarefa de julgar, o que fazem mediante o exame dos registros dos que não se salvaram e dos anjos caídos. Apocalipse 20:4; I Coríntios 6:2 e 3. 
  4. O julgamento no final do milénio. No encerramento do milénio é lago de fogo. Apocalipse 20:12-15. O julgamento que deveria começar ao final dos 2.300 dias acha-se descrito em Daniel 7. 

“É esta a primeira fase do julgamento final, quando o Filho do homem Se dirige, não à Terra, mas ao Ancião de Dias. Pelo fato de os cristãos terem durante tanto tempo identificado o julgamento final exclusivamente com a segunda vinda, quando os estudiosos bíblicos descobriram a mensagem do primeiro anjo e o fim dos 2.300 dias, eles entenderam que o final dos 2.300 dias revelaria tanto o juízo quanto a segunda vinda.  

“Equivocaram-se quanto à segunda vinda; achavam-se estupendamente certos, entretanto, ao dizer que a hora do juízo estava às portas. Pois realmente estava! A profecia predissera que o julgamento (embora não a segunda vinda) chegaria na década de 1840” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 362 e 363). 

“Em I Coríntios 15:42-54 é mostrado que os justos ressuscitarão incorruptíveis e glorificados. Apocalipse 20:4-6 diz que os bem-aventurados e santos têm parte na primeira ressurreição. Isso mostra que, na ressurreição, já foi tomada uma decisão a respeito dos justos de Deus. Tal fato é vigorosamente confirmado em Apocalipse 22:11 e 12, quando o Salvador proclama Sua sentença final. Para o justo, o julgamento está plenamente completo antes que o Senhor venha” (FEYERABEND, 2005, p. 125). 

“A profecia do Juízo Celestial anunciada pelo profeta Daniel é revelada com mais detalhes em Apocalipse. As cenas descritas em Daniel 7:9-10 correspondem às cenas de Apocalipse 4 e 5, nas quais Deus revelou ao profeta João primeiramente a Sala do Juízo com um Trono cercado por outros 24 tronos onde estavam assentados os 24 anciãos.  

  • ‘E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um Trono estava posto no céu, e Um assentado sobre o Trono… e ao redor do Trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestidos brancos’ (Apoc. 4:2, 4). Daniel e João, embora separados por um espaço de mais de 600 anos, viram, em visão, as mesmas cenas, contemplaram a mesma sala, o Santíssimo, e viram também os mesmos livros. 

“Mais ainda, Daniel e João viram quando Jesus Se dirigiu ao Pai para receber os livros, ou o Livro que se desdobrava em sete tomos. Daniel diz: ‘eis que vinha nas nuvens do Céu um como o Filho do Homem; e dirigiu-Se ao Ancião de Dias’ (Dan. 7:13); e João descreve a mesma cena ao dizer: ‘e disse-me um dos anciãos: Não chores: eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o Livro e desatar os seus Sete Selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos um Cordeiro… E veio, e tomou o Livro da destra do que estava assentado no Trono’ (Apoc. 5:5-7).  

  • Daniel viu Jesus entrar à presença do Pai envolto em nuvens. João viu que Jesus veio cercado pelos quatro seres viventes, isto é, entre os anjos e os 24 anciãos. Ellen G. White teve uma visão da mesma cena, e uniu as duas descrições. 

“Escreveu ela: ‘Então um carro de nuvens, com rodas como flama de fogo, circundado por anjos, veio para onde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado para o Santíssimo, onde o Pai Se assentava’ (Primeiros Escritos, p. 55). Ela está descrevendo o que aconteceu no final dos 2.300 anos. Ela fala do ‘carro de nuvens’, e que Jesus ‘entrou no carro de nuvem’, e também fala que Ele estava circundado pelos anjos; era um carro de nuvem de anjos. Essa descrição une perfeitamente as cenas vistas por Daniel e João” (RAMOS, 2006, p. 307 e 308). 

“A própria mensagem derrama luz sobre o tempo em que este movimento deve ocorrer. Declara-se que faz parte do ‘evangelho eterno’, e anuncia a abertura do juízo. A mensagem da salvação tem sido pregada em todos os séculos; mas esta mensagem é uma parte do evangelho que só poderia ser pregada nos últimos dias, pois somente então seria verdade que a hora do juízo havia chegado.  

“As profecias apresentam uma sucessão de acontecimentos que nos levam ao início do juízo. Isto se observa especialmente no livro de Daniel. Entretanto, a parte de sua profecia que se refere aos últimos dias, Daniel teve ordem de fechar e selar, até ‘o tempo do fim’. Não poderia, antes que alcançássemos o tempo do juízo, ser proclamada uma mensagem relativa ao mesmo juízo e baseada no cumprimento daquelas profecias. Mas, no tempo do fim, diz o profeta, ‘muitos correrão de uma parte para outra, e a Ciência se multiplicará’. Daniel 12:4.  

“O apóstolo Paulo advertiu a igreja a não esperar a vinda de Cristo em seu tempo. ‘Porque não será assim’, diz ele, ‘sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado’. 2 Tessalonicenses 2:3. Não poderemos esperar pelo advento de nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do ‘homem do pecado’. Este ‘homem do pecado’, que também é denominado ‘mistério da injustiça’, ‘filho da perdição’, e ‘o iníquo’, representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter sua supremacia durante 1.260 anos. Este período terminou em 1798. A vinda de Cristo não poderia ocorrer antes daquele tempo.  

“Paulo, com a sua advertência, abrange toda a dispensação cristã até ao ano de 1798. É depois dessa data que a mensagem da segunda vinda de Cristo deve ser proclamada. Semelhante mensagem jamais foi apresentada nos séculos passados. Paulo, como vimos, não a pregou; indicara aos irmãos a vinda do Senhor num futuro então muito distante. Os reformadores não a proclamaram. Martinho Lutero admitiu o juízo para mais ou menos trezentos anos no futuro, a partir de seu tempo. Desde 1798, porém, o livro de Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm proclamado a mensagem solene do juízo próximo” (WHITE, 2013, p. 310 e 311). 

“Desde os dias dos apóstolos nada ocorreu que pudesse interpretar-se como o cumprimento desta primeira mensagem, até que chegamos à Reforma do século XVI. Alguns asseguram que Lutero e seus colaboradores deram a primeira mensagem, e que as duas mensagens seguintes foram apresentadas desde então. Os fatos históricos é que vão decidir a questão. Onde estão as provas de que os reformadores fizeram tal proclamação? Quando e onde despertaram o mundo com a proclamação de que tinha vindo a hora do juízo de Deus? Não encontramos registrado que tal fosse a preocupação das suas pregações.  

“‘Alguns intérpretes supõem que a mensagem supracitada (Apoc. 14:6-11) refere-se à época da Reforma e que se cumpriu na pregação de Lutero e dos outros eminentes personagens que foram suscitados naquele tempo para proclamar os erros da igreja romana. […] Mas me parece que estas interpretações encontram objeções insuperáveis. O primeiro anjo tem por missão pregar o Evangelho de maneira muito mais extensa do que os reformadores puderam fazer. Longe de o pregarem a todos os habitantes da terra, nem sequer o pregaram em toda a Europa cristã. A Reforma não pôde penetrar em alguns dos reinos mais extensos da jurisdição romana. Ficou totalmente excluída da Espanha, Portugal e Itália. Não se poderia também dizer com lógica e veracidade no tempo da Reforma que tinha vindo a hora do juízo de Deus. […] A hora do juízo de Deus é um tempo bem conhecido e definido com exatidão nas profecias de tempo em Daniel e Apocalipse’. – William Cuninghame, A Dissertation on the Seals and Trumpets of the Apocalypse, pág. 255” (SMITH, 1979, p. 250). 

“‘Eu espero – disse Lutero – que o último dia do juízo esteja longe, e na verdade estou convicto de que não tardará mais trezentos anos; porque a Palavra de Deus diminuirá e se obscurecerá pela falta de pastores fiéis e servos de Deus. Em breve se ouvirá a voz: ‘Eis aqui, é vindo o esposo’. Deus não quer nem pode tolerar muito mais este mundo ímpio; deve apresentar-se com o dia terrível e castigar o desprezo por sua Palavra’. – Martinho Lutero, Familiar Discourses, págs. 7, 8.  

“Estes registros são decisivos no que respeita aos reformadores. E como as considerações precedentes bastam para impedir a aplicação da mensagem do juízo ao passado, vejamos a opinião que a localiza numa época futura, além do segundo advento.  

“O motivo apresentado para situar a mensagem nesse tempo é o fato de que João viu o anjo voar pelo meio do céu, logo depois de ter visto o Cordeiro no Monte Sião com os 144.000, que é um acontecimento futuro. Se o livro do Apocalipse fosse uma profecia consecutiva, este raciocínio teria peso, mas como consta de uma série de cadeias proféticas independentes, e como já mostramos que uma dessas cadeias termina com o versículo 5 deste capítulo, e começa uma nova com o versículo 6, essa opinião não pode ser defendida.  

“Para demonstrar que a mensagem não pode ter o seu cumprimento numa época futura, basta-nos observar o seguinte: A comissão apostólica estendia-se apenas até a “ceifa”, que é o fim do mundo. (Mat. 13:39). Portanto, se este anjo com o ‘Evangelho eterno’ vem depois desse acontecimento, prega outro evangelho, e sujeita-se ao anátema de Paulo em Gálatas 1:8.  

“A segunda mensagem não pode, evidentemente, ser dada antes da primeira, mas a segunda mensagem anuncia a queda de Babilônia, e depois disso ouve-se uma voz do céu dizendo: ‘Sai dela, povo Meu’ [Ap 18.4]. Quão absurdo localizar isto depois do segundo advento de Cristo, visto que todo o povo de Deus, tanto vivos como mortos, é nesse tempo arrebatado para encontrar o Senhor nos ares para estar sempre com Ele (1 Tess. 4:17). Depois disso não podem ser chamados a sair de Babilônia. Cristo não os leva para Babilônia, mas para a casa do Pai, onde há muitas moradas (João 14:2, 3)” (SMITH, 1979, p. 251 e 252). 

“Se a mensagem não foi dada no passado, e não pode ser dada no futuro depois da vinda de Cristo, onde poderia localizar-se senão na geração atual, se estamos nos últimos dias, precisamente antes da vinda de Cristo? Com efeito, a própria natureza da mensagem a limita à última geração da humanidade. Proclama que é vindo o juízo de Deus. O juízo pertence à conclusão da obra de salvação em favor do mundo, e a proclamação que anuncia a sua aproximação só pode, portanto, fazer-se quando nos aproximamos do fim” (SMITH, 1979, p. 252). 

“O apóstolo Paulo que dissertara diante do governador romano Félix sobre ‘o juízo vindouro’ [At 24.25], proclamou aos ouvintes do Areópago que Deus ‘estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou’ (Atos 17:31). A profecia dos 2.300 anos de Daniel 8 [verso 22] apontava inequivocamente a esta hora do juízo. Este período profético, o mais longo das Escrituras, vai de 457 a.C. até 1844 d.C. Então, como já vimos ao estudar a profecia de Daniel, o santuário ia ser purificado. Esta purificação, de acordo com o serviço típico de Levítico 16, era a obra final de expiação” (SMITH, 1979, p. 253). 

Caso o querido leitor não tenha conhecimento sobre a profecia de Daniel 8.22, uma vez que ela é pré-requisito para a compreensão desta profecia de Apocalipse 14.6 e 7, aconselho as seguintes opções de leitura e vídeo: 

1) https://blogdoprofh.com/2012/04/09/as-2300-tardes-e-manhas-de-daniel-814-e/ e 

2) https://blogdoprofh.com/2017/02/06/daniel-8-o-tamid-o-chifre-pequeno-e-santuario/. 

“‘Deus sentado em seu trono para julgar o mundo […] abre o Livro dos Anais, lê-o e ali se encontra a assinatura de cada homem. Soa a grande trombeta; ouve-se uma suave voz: ‘Este é o dia do juízo’. […] No Dia do Ano Novo escreve-se o decreto; no Dia da Expiação fica selado quem viverá e quem morrerá’. – Jewish Encyclopedia, vol. 2, pág. 286. 

“Alguém perguntaria se uma mensagem desta natureza foi dada ao mundo ou se ela está sendo hoje proclamada. Cremos que o grande movimento do segundo advento do século passado corresponde exatamente à profecia” (SMITH, 1979, p. 254). 

“Na Europa, América e muitos outros lugares em volta do mundo, a mensagem do primeiro anjo começou a cumprir-se naquilo que é frequentemente identificado como o ‘grande despertamento do segundo advento’. O termo ‘segundo advento’ provém da ênfase que o movimento colocou sobre a segunda vinda (ou ‘advento’) de Cristo. […] impressionante movimento interdenominacional e intercontinental” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 363). 

“A profecia da primeira mensagem angélica, apresentada em Apocalipse 14, teve o seu cumprimento no movimento do advento de 1840-44. Tanto na Europa como na América, homens de fé e oração ficaram profundamente comovidos ao ser sua atenção chamada para as profecias, e, examinando o Registro Inspirado, viram convincentes evidências de que o fim de todas as coisas estava às portas. O Espírito de Deus instou com Seus servos para darem a advertência. Por todas as partes disseminou-se a mensagem do evangelho eterno: ‘Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo’. Apocalipse 14:7” (WHITE, 2008a, p. 279). 

“Em 1831 Guilherme Miller, de Low Hampton, Nova York, por um fervoroso e sólido estudo das profecias, foi levado à conclusão de que a dispensação cristã estava perto do seu fim. Colocou o termo, que pensava ocorrer no fim dos períodos proféticos, por volta de 1843. Estendeu depois esta data ao outono de 1844. Suas investigações foram um estudo perseverante e lógico das profecias porque adotou uma sadia regra de interpretação, que se encontra na base de toda reforma religiosa, e de todo avanço no conhecimento profético. Tal regra consiste em tomar toda a linguagem das Escrituras, como a de qualquer outro livro, em sentido literal, a não ser que o contexto ou as leis da linguagem requeiram que se entenda em sentido figurado, e deixar que uma passagem da Escritura interprete outra passagem.  

“É verdade que ele cometeu um erro em um ponto vital, como explicaremos adiante, mas, em princípio, e em grande número de pormenores, foi correto. Seguiu o caminho correto e fez um grande avanço em comparação com todos os sistemas teológicos do seu tempo. Quando começou a propagar seus pontos de vista, eles foram recebidos favoravelmente, e ocorreram grandes despertamentos religiosos em diferentes partes do país” (SMITH, 1979, p. 254). 

“O período dos anos de 1840 e 1844 foi de intensa atividade e grande progresso nesta obra. Foi proclamada ao mundo uma mensagem com todas as características de um cumprimento da proclamação de Apocalipse 14:6, 7. Foi na verdade aquele Evangelho do reino que Cristo declara devia ser pregado a todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então viria o fim (Mateus 24:14). O cumprimento de ambas estas passagens supõe a pregação da iminência do fim. O Evangelho não podia ser pregado a todas as nações com um sinal do fim, se não fosse compreendido como tal, e a proximidade do fim era, pelo menos, um dos seus temas principais” (SMITH, 1979, p. 255). 

Este autor e vários outros citam diversos exemplos sobre a ocorrência generalizada desta pregação sobre o segundo advento de Cristo ou, como ele chama, “movimento adventista”. No capítulo 10, vimos a ocorrência desse mesmo fenômeno. Ou seja, cronologicamente, a mensagem do 1° anjo e o cumprimento da profecia de Apocalipse 10 coincidem, ocorrem simultaneamente, são, portanto, pontos de vista diferentes sobre a mesma época da história – o início do julgamento do planeta Terra, em particular a justificação dos filhos de Deus ou a festa das bodas (casamento) entre Cristo e Sua noiva, a igreja.  

Em Mateus 22.1-14, o Senhor Jesus disse em parábola que “a sala do banquete ficou cheia de convidados” (v. 10). Ou seja, o convite para a festa de casamento foi feito e muitos professaram aceitá-lo. Mas, então, “o rei” (v. 11) fez uma investigação entre “os que estavam à mesa” e descobriu alguém que não “trazia veste nupcial”, e o expulsou da comemoração (v. 12-14). 

Apocalipse 10 e 14.6 e 7, salientam o esforço divino, através de Seus mensageiros que convidam, para salvar a humanidade tornando-a, toda, Sua igreja, noiva de Seu Filho. Isso ocorre desde Adão e Eva e continuará até o último bebê que nascerá. No entanto, esses dois textos de Apocalipse salientam esse esforço de Deus às vésperas do casamento: Deus julga os que supostamente aceitaram antes de o Noivo e a noiva aparecerem. O convite é para todos e entre os que aparecerem no banquete, haverá o julgamento investigativo, o qual começou em 22 de outubro de 1844. Ao final dele, saberemos quais dos convidados que responderam positivamente ao convite permanecerão, e quais foram expulsos. Ou seja, conheceremos a noiva, a igreja de Cristo. 

No entorno da década de 1840, nos EUA e em todo o mundo, o primeiro anjo cumpriu a profecia. Antes disso ele também cumpriu sua missão (o evangelho é “eterno” apenas se seus mensageiros também o forem – Deus é o primeiro dos mensageiros, e depois Dele nunca faltaram mensageiros) e ainda hoje e até o fim do julgamento, esses mensageiros continuarão a convidar toda a humanidade. 

“Ao pregar a doutrina do segundo advento, Guilherme Miller e seus companheiros haviam trabalhado com o único propósito de despertar os homens ao preparo para o juízo. Tinham procurado acordar os que professavam a religião, para a verdadeira esperança da igreja, e levá-los a sentir a necessidade de uma experiência cristã mais profunda; trabalhavam, também, para acordar os não-conversos ao dever de imediato arrependimento e conversão a Deus. ‘Não faziam tentativas para converter os homens a uma seita ou partido em matéria de religião. Daí o trabalharem entre todas as facções e seitas, sem interferências com sua organização ou disciplina’. 

“‘Em todos os meus trabalhos’, disse Miller, ‘nunca tive o desejo ou o pensamento de criar qualquer interesse separado do das denominações existentes, ou de beneficiar uma em detrimento de outra. Pensava em beneficiar a todas. Supondo que todos os cristãos se regozijassem com a perspectiva da vinda de Cristo, e que os que não viam as coisas como eu as via, não haveriam, por isso, de menosprezar os crentes nesta doutrina, não pensei em qualquer necessidade de reuniões separadas. Todo o meu objetivo se concentrava no desejo de converter almas a Deus, cientificar o mundo do juízo vindouro e induzir meus semelhantes a fazer o preparo de coração que os habilitaria a encontrar-se com seu Deus em paz. A grande maioria dos que se converteram pelos meus trabalhos, uniram-se às várias igrejas existentes’. — Memórias de Guilherme Miller, Bliss.  

“Como sua obra tendia a edificar as igrejas, foi por algum tempo olhada com favor. Mas, decidindo-se os pastores e os dirigentes religiosos contra a doutrina da segunda vinda de Cristo, e desejando suprimir toda agitação a respeito, não somente se opuseram a ela, do púlpito, mas também negaram a seus membros o privilégio de assistir a pregações sobre o assunto, ou mesmo falar de tal esperança nas reuniões de oração da igreja.  

“Assim, encontraram-se os crentes em grande provação e perplexidade. Amavam suas igrejas, e repugnava-lhes o separar-se delas; mas como vissem suprimido o testemunho da Palavra de Deus e negado o direito de pesquisar as profecias, compreenderam que a lealdade para com o Senhor lhes vedava a submissão. Não poderiam considerar os que procuravam excluir o testemunho da Palavra de Deus como constituindo a igreja de Cristo, ‘coluna e base da verdade’. Daí o se sentirem justificados em desligar-se dessas congregações.  

“No verão de 1844 aproximadamente cinqüenta mil se retiraram das igrejas. Por esse tempo, uma assinalada mudança se presenciou na maioria das igrejas dos Estados Unidos. Havia muitos anos se vinha verificando uma conformação cada vez maior, gradual mas constante, com as práticas e costumes do mundo, e bem assim um declínio correspondente na verdadeira vida espiritual; mas, naquele ano, evidenciou-se uma decadência súbita e notável em quase todas as igrejas do país. Se bem que ninguém parecesse capaz de indicar a causa, o fato em si mesmo era largamente notado e comentado, tanto pela imprensa como do púlpito” (WHITE, 2013, p. 328 e 329). 

“A mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14, anunciando a hora do juízo de Deus e apelando para os homens a fim de O temer e adorar, estava destinada a separar o povo professo de Deus das influências corruptoras do mundo, e despertá-lo a fim de ver seu verdadeiro estado de mundanismo e apostasia.  

“Deus enviou à igreja, nesta mensagem, uma advertência que, se fosse aceita, teria corrigido os males que a estavam apartando dEle. Houvessem os homens recebido a mensagem do Céu, humilhando o coração perante o Senhor, buscando com sinceridade o preparo para estar em pé em Sua presença, o Espírito e poder de Deus ter-se-iam manifestado entre eles. A igreja de novo teria atingido o bendito estado de unidade, fé e amor, que houve nos dias apostólicos, em que ‘era um o coração e a alma’ dos crentes, e ‘anunciavam com ousadia a Palavra de Deus’, dias em que ‘acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar’. Atos 4:32, 31; Atos 2:47” (WHITE, 2013, p. 331). 

“Mas o movimento geral acerca do segundo advento de Cristo e a proclamação de que ‘vinda é a hora do Seu juízo’, não se limitou ao hemisfério ocidental. Foi mundial. Realizou sob este aspecto a proclamação do anjo ‘a toda nação, e tribo, e língua e povo’. 

“Mourant Brock, clérigo anglicano, que promoveu energicamente o movimento adventista nas Ilhas Britânicas, disse: ‘Não é apenas na Grã-Bretanha que a expectativa da próxima vinda do Redentor é alimentada, e que é levantada a voz de advertência, mas também na América, Índia, e no continente da Europa. Um de nossos missionários alemães relatou ultimamente que em Wurtemberg, há uma colônia cristã de várias centenas de pessoas que se distinguem por esperar o segundo advento.  

“‘E um ministro cristão que vem das praias do mar Cáspio me disse que existe a mesma expectativa diária entre os de sua nação. Falam a respeito dela como ‘dia do conforto’. Em uma pequena publicação intitulada ‘O Milênio’, o autor diz que entende que na América cerca de trezentos ministros da palavra estão assim pregando ‘este evangelho do reino’, enquanto neste país – acrescenta – cerca de setecentos da Igreja Inglesa estão levantando o mesmo clamor’. – Mourant Brock, Glorification, nota ao pé das págs. 10, 11” (SMITH, 1979, p. 256). 

“‘Os árabes deste lugar [Iêmen] têm um livro chamado ‘Seera’, que trata da segunda vinda de Cristo e do Seu reino em glória. No Yêmen […] passei seis dias com os recabitas. […] ‘Não bebem vinho, não plantam vinhas, não semeiam, e vivem em tendas, e lembram-se das palavras de Jonadabe, filho de Recabe’. Em sua companhia estavam filhos de Israel da tribo de Dã, que residem perto de Yerim, em Hadramaut, que esperam, como os filhos de Recabe, a breve vinda do Messias nas nuvens do céu’. – José Wolff, Narrative of a Mission to Bokhara, págs 40, 42” (SMITH, 1979, p. 257). 

“‘Em Wurtemberg [Alemanha] há uma colônia cristã com algumas centenas de membros, que aguardam o breve advento de Cristo. Também outra de igual crença nas margens do Cáspio. Os Molokaners, grande corpo de dissidentes da Igreja Grega Russa, que reside nas margens do Báltico, povo muito piedoso, de quem se diz que ‘tomando a Bíblia por único credo, a única norma de sua fé são as Sagradas Escrituras!’, são caracterizados pela ‘expectativa do reino imediato e visível de Cristo sobre a Terra’.  

“‘Na Rússia a doutrina da vinda e reino de Cristo é pregada em relativa extensão e aceita por muitos da classe operária. Tem sido extensamente ativada na Alemanha, em particular ao sul, entre os morávios. Na Noruega mapas e livros sobre o Advento têm circulado amplamente, e a doutrina foi recebida por muitos.  

“‘Entre os tártaros, na Tartária, prevalece a expectativa do advento de Cristo por esse tempo. Publicações inglesas e americanas sobre esta doutrina têm sido enviadas para a Holanda, Alemanha, Índia, Irlanda, Constantinopla, Roma e para quase todas as estações missionárias do globo. […]  

“‘O Dr. José Wolff, segundo as anotações em seu diário entre os anos 1821 e 1845, proclamou o breve advento do Senhor na Palestina e Egito, nas costas do Mar Vermelho, na Mesopotâmia, na Criméia, Pérsia, Turquistão, Bokara, Afeganistão, Cachemira, Hindustão, Tibete, Holanda, Escócia, Irlanda, Constantinopla, Jerusalém, Santa Helena e a bordo de seu barco no Mediterrâneo e na cidade de Nova York a todas as denominações.  

“‘Ele declara que pregou entre judeus, turcos, maometanos, persas, hindus, caldeus, yeseedes, sírios, sabeus, paxás, xeques, xás, aos reis do Organtsh e Bucara, a rainha da Grécia, etc. De seus extraordinários labores diz o Investigador: ‘Ninguém, talvez, tenha dado maior publicidade à doutrina da segunda vinda de Jesus Cristo do que este conhecido missionário ao mundo. Onde quer que vá, proclama o próximo advento do Messias em glória’. – D. T. Taylor, A Voice of the Church, págs. 342, 344” (SMITH, 1979, p. 257e 258). 

“As crianças desempenharam papel da mais alta relevância ao pregarem a mensagem do primeiro anjo na Suécia, onde somente ao clero oficial era permitido pregar, e este não demonstrou qualquer interesse pela mensagem da segunda vinda. Numa das mais poderosas demonstrações do cumprimento da mensagem do primeiro anjo, durante os anos de 1842 e 1843, os jovens e mesmo as crianças pequenas pregaram a chegada da hora do juízo.  

“Ole Boqvist e Erik Walbom, adolescentes, foram colocados na prisão e cruelmente açoitados sob um jato de água gelada. Crianças pequenas, algumas com não mais de seis anos de idade, apresentaram sermões a grupos que por vezes chegaram a atingir alguns milhares de pessoas, insistindo com o povo a que se arrependesse, pois a hora do juízo logo sobreviria.  

“Algumas crianças pareciam estar em visão ou estado de transe enquanto pregavam. Quando não se achavam pregando, falavam e agiam como qualquer outro menino ou menina. Um médico do Governo, Dr. S. E. Sköldberg, apresentou um relatório oficial, baseado em numerosas observações de crianças-pregadoras. O departamento de saúde proibiu durante algum tempo que as crianças ultrapassassem os limites dos municípios em que residiam, a fim de manter em quarentena aquilo que foi oficialmente identificado como ‘doença da pregação’!  

“Quando as crianças eram solicitadas a explicar por que procediam daquela forma, elas citavam dois textos bíblicos cm particular: (a) Joel 2:28 e 29: ‘E acontecerá depois que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão’. (b) Apocalipse 14:7 — ‘É chegada a hora do Seu juízo’ (Froom, Prophetic Faith, 3:687-700, 299; M. Ellsworrh Olsen, A History ofthe Origin and Progresí of Seventh-day Âdventists (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Assn., 1925), págs. 99-101)” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 363 e 364). 

O livro O Fator Melquisedeque – O testemunho de Deus nas culturas por todo o mundo, Don Richardson apresenta vários e vários relatos que também evidenciam a atuação divina, por meio de anjos humanos e não humanos, ensinando a Verdade aos povos do globo, sobretudo aos dos interiores dos continentes e ilhados pelos oceanos. 

“‘Vejo que a advertência do Senhor foi ouvida de fato, e se elevou a voz na igreja naquele tempo, com referência à proximidade do advento é inegável. Pode-se dizer, sem temor de exagerar, que desde 1828 até 1833 um maior número de folhetos ou trabalhos destinados a tratar o tema do advento e declarar sua proximidade vieram a público e foram publicados nos principais jornais religiosos da época que o que aparecera anteriormente em qualquer século de toda a época decorrida desde o tempo dos apóstolos; sim, e provavelmente mais que em todos os séculos desde então. – William Cuninghame, A Dissertation on the Seals and Trumpets of the Apocalypse, pág. 443” (SMITH, 1979, p. 258). 

“Desde o Pentecostes, a fé cristã sempre tem sido mais bem-sucedida como movimento de obreiros voluntários. Por meio de estudos bíblicos pessoais, distribuição de literatura, seminários de diversos tipos e outros meios de testemunho, somos convidados individualmente a partilhar a graça de Cristo” (COFFMAN, 1989, p. 75). 

No capítulo 10 nós estudamos bastante sobre o movimento adventista ou pregação sobre a iminente vinda do Senhor Jesus, nos anos 1840, e a grande decepção. 

“Supondo que a Terra era o santuário, e que a sua purificação devia realizar-se pelo fogo ao manifestar-Se o Senhor desde os Céus, esperavam naturalmente o aparecimento de Cristo no fim daqueles dias. E pela sua má compreensão deste ponto sofreram um esmagador desapontamento, predito na própria Escritura, embora tudo o que a profecia declarava e tudo o que deviam esperar, teve lugar nesse tempo com absoluta exatidão.  

“Começou então a purificação do santuário, mas esse fato não trouxe Cristo à Terra, porque a Terra não é o santuário, e a sua purificação não implica a destruição da Terra, porque a purificação do santuário é realizada com o sangue de uma oferta de sacrifício e não com o fogo. Aqui estava o amargor do livrinho para a igreja (Apoc. 10:10). Aqui estava a vinda de um como o Filho do homem, não a esta Terra, mas ao Ancião de dias (Dan. 7:13, 14). Aqui estava a vinda do Esposo às bodas, segundo a parábola das dez virgens em Mateus 25. 

“As virgens loucas disseram então às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam’. As prudentes responderam: ‘Ide e comprai-o para vós’. E indo elas comprá-lo, chegou o Esposo. Não se trata aqui da vinda de Cristo a esta Terra, porque é uma vinda que precede as bodas; mas as bodas, isto é, a recepção do reino (ver comentários sobre o Apocalipse 21), devem preceder a Sua vinda a esta Terra para receber o Seu povo, que há de ser convidado para a ceia de bodas (Lucas 19:12; Apoc. 19:7-9). Esta vinda, na parábola, deve, portanto, ser a mesma que a vinda do Filho do homem ao Ancião de dias mencionada fala em Daniel 7:13, 14. 

“‘As que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta’. Depois de o Esposo vir às bodas, há um exame dos convidados, para ver quem está em condições de participar na cerimônia, segundo a parábola de Mateus 22:1-3. Como último ato antes das bodas o Rei entra para ver os convidados, para verificar se todos estão convenientemente trajados com as vestes nupciais; todo aquele que, após o devido exame, é achado com as vestes e é aceito pelo Rei, não perde mais essas vestes, mas tem certa a imortalidade. Mas a aptidão para o reino é unicamente determinada pelo juízo investigativo do santuário. 

“Portanto, a obra feita no santuário, que é a expiação ou purificação do próprio santuário, não é senão um exame dos convidados para ver quem tem as vestes nupciais. Por conseguinte, até que esta obra tenha terminado, não está determinado quem está “preparado” para entrar nas bodas. “As que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas.” Esta expressão nos leva do tempo em que o Esposo vem para as bodas, através de todo o período de purificação do santuário, ou do exame dos convidados. Quando este exame estiver concluído, terminará o tempo de graça e a porta se fechará. 

“É agora clara a relação da parábola com a mensagem que estamos examinando. Apresenta um período de preparação dos convidados às bodas do Cordeiro, que é a obra do juízo, a que a mensagem nos leva quando declara: ‘Vinda é a hora do Seu juízo’. Esta mensagem deve ser proclamada com uma grande voz. Foi proclamada com o poder assim indicado entre os anos 1840 e 1844, mais especialmente no outono do último ano, levando-nos ao fim dos 2.300 dias, quando começou a obra do juízo ao iniciar Cristo a obra da purificação do santuário” (SMITH, 1979, p. 258-260). 

“Enquanto no céu, no santuário de Deus, se processa o juízo desde 1844, na terra a mensagem do primeiro anjo adverte a civilização da sua realidade. Há perigo em não dar a devida atenção à mensagem de advertência. Todavia todos — o rico e o pobre; o sábio e o ignorante; o rei e a rainha; o grande e o pequeno; o moço e o velho — todos hão de prestar suas contas no augusto tribunal do universo. Poderá o indivíduo ter a religião que tiver — cristã, maometana, budista, sintoista, ou qualquer outra — comparecerá da mesma maneira à barra do grande tribunal. Não importa a quanto tempo tenha o homem ou a mulher cometido seus erros contra a Lei de Deus. Todos os seus atos serão revelados e julgados com precisão embora praticados há muito e mesmo esquecidos na terra” (MELLO, 1959, p. 413 e 414). 

“Quando Ele vier, pois, todos os casos estarão decididos. Diz Jesus: ‘O Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra’. Apocalipse 22:12. É esta obra de julgamento, que precede imediatamente   a segunda vinda, que é anunciada na mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:7: ‘Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo’ (WHITE, 2013, p. 308). 

“Solenes são as cenas ligadas à obra final da expiação. Momentosos, os interesses nela envolvidos. O juízo ora se realiza no santuário celestial. Há muitos anos esta obra está em andamento [isto foi escrito cerca de 39 a 44 anos após 22/10/1844; e a autora já considerava ‘muitos anos’!]. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela aos casos dos vivos.  

“Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame. Atualmente, mais do que em qualquer outro tempo, importa a toda alma atender à admoestação do Salvador: ‘Vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo’. Marcos 13:33. ‘Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei’. Apocalipse 3:3. Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá sido decidido, ou para a vida, ou para a morte.  

“O tempo da graça finaliza pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu. Cristo, no Apocalipse, prevendo aquele tempo, declara: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra’. Apocalipse 22:11, 12.  

“Os justos e os ímpios estarão ainda a viver sobre a Terra em seu estado mortal: estarão os homens a plantar e a construir, comendo e bebendo, todos inconscientes de que a decisão final, irrevogável, foi pronunciada no santuário celestial.  

“Antes do dilúvio, depois que Noé entrou na arca, Deus o encerrou ali, e excluiu os ímpios; mas, durante sete dias, o povo, não sabendo que seu destino se achava determinado, continuou em sua vida de descuido e de amor aos prazeres, zombando das advertências sobre o juízo iminente. ‘Assim’, diz o Salvador, ‘será também a vinda do Filho do homem’. Mateus 24:39.  

“Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado. ‘Vigiai, pois, … para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo’. Marcos 13:35, 36. Perigosa é a condição dos que, cansando-se de vigiar, volvem às atrações do mundo. Enquanto o homem de negócios está absorto em busca de lucros, enquanto o amante dos prazeres procura satisfazer aos mesmos, enquanto a escrava da moda está a arranjar os seus adornos — pode ser que naquela hora o Juiz de toda a Terra pronuncie a sentença: ‘Pesado foste na balança, e foste achado em falta’. Daniel 5:27” (WHITE, 2013, p. 427 e 428). 

“Após a ascensão Jesus iniciou Seu ministério sacerdotal no Santuário Celestial. Lá Ele exerce Sua função de mediador junto ao Pai, advogado e juiz (1 Timóteo 2:5; 1 João 2:1). Ele aplica em favor dos crentes os méritos de Seu precioso sangue, oferecendo reconciliação e perdão. Após o tempo especificado na profecia de Daniel 8:14, Jesus deu início ao processo de purificação do santuário, o que corresponde ao juízo que ocorre antes de Sua Segunda Vinda (Hebreus 9:23). Todos nós compareceremos perante o tribunal de Cristo para sermos julgados. Unicamente os méritos do sangue de Jesus podem nos absolver e nos salvar” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 52). 

“O Juízo Investigativo começou com os mortos em 1844, e breve passará para os casos dos vivos. Quando será o Julgamento dos Vivos? É bastante coerente e bíblico entendermos que o período do Selamento dos Vivos mencionado em Apoc. 7:2-3 e Apoc. 13:16-7, seja também o tempo do Juízo dos Vivos. Selamento e Julgamento são uma só coisa; ambos definem o destino eterno de cada um. Apocalipse fala claramente de dois selos:  

  • o Selo do Deus Vivo (Apoc. 7:2-3); 
  • e o selo da besta (Apoc.13:16-18)” (RAMOS, 2006, p. 311 e 312).

Samuel Ramos (2006, p. 324) afirma ainda mais explicitamente que o julgamento dos vivos ocorrerá “por ocasião do Decreto Dominical. O povo de Deus estará sendo selado pelo Selo do Deus Vivo e os ímpios pelo selo da besta”.  

“Os que forem selados pelo Selo do Deus Vivo não mais se perderão, estarão selados para a vida eterna, e os que forem selados pelo selo da besta estarão perdidos. Os salvos refletem o santo caráter de Jesus e nos perdidos revela-se o caráter ímpio de Satanás. A profecia de Apocalipse 7:2-3 aponta para o selamento do povo de Deus. Quem são eles?” (RAMOS, 2006, p. 311 e 312). 

O autor responde a indagação apontando para os que, no fim do tempo do fim, santificarem o sábado do quarto mandamento da Lei de Deus. Isso faz todo sentido, uma vez que haverá um claro contraste (claro pelo menos para os que vivem de acordo com a luz da Bíblia) entre o cristianismo/religiosidade nominal e a devoção ao Criador. Este Criador, segundo a Bíblia e sua semântica, criou, abençoou e santificou/separou o sétimo dia da semana e legislou o sábado como um mandamento moral a toda a humanidade. 

Imediatamente antes da volta do Senhor Jesus Cristo, assim como no início da história humana, só haverá dois grupos de indivíduos — os que reconhecem a autoridade do Criador e os que a desprezam; os que recebem o selo de Deus e os que escolhem a marca da besta, o expediente utilizado por Satanás para usurpar a autoridade divina aqui na Terra. 

Três ordens na mensagem do primeiro anjo. O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1) Temer a Deus; 2) Dar-Lhe glória; e 3) adorá-Lo por ser o Criador. Esta última ordem recomenda que a família humana reconheça o seu Criador e faz alusão à fraseologia do quarto mandamento: ‘Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas’. Apoc. 14:7; comparar com Êxo. 20:11” (COFFMAN, 1989, p. 79). 

“O primeiro apêlo da mensagem do primeiro anjo é — Temei a Deus e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo. O segundo e final apêlo é — E adorai Aquele que fêz o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Deduzimos desta mensagem que, ao chegar, desde 1844, o tempo que precederia o fim do mundo, Deus deveria ser crido e adorado como o Criador de tudo quanto existe. E, de todos quantos aceitam o ‘evangelho eterno’ e adoram a Deus como Criador de tôdas as coisas, está escrito: ‘Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus’ (Ap 14:12)” (MELLO, 1959, p. 415). 

“Este anúncio de juízo é um chamado para adorar o Criador. Ao tempo em que a besta e sua imagem estão reclamando culto por parte das nações, Deus convida os homens a adorar Aquele que fez o Céu e a Terra. Como os romanos, a quem Paulo escreveu, os homens hoje estão adorando ‘a criatura mais que o Criador’ [cf. Rm 1.25]. Educação e humana filosofia têm roubado ao homem o conceito de um Deus pessoal. O Criador tem sido perdido de vista em Sua criação.  

“Para adorar o Criador de modo completo, precisamos também reconhecer o sinal de Seu poder criador, e este sinal é o sábado. ‘Porque em seis dias fez o Senhor o Céu e a Terra. […] e descansou no sétimo dia; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou’. Êxo. 20:11. ‘O haver Deus abençoado e santificado o dia, significou sua separação dentre os dias comuns para fim religioso, para que fosse um perpétuo memorial ou sinal de que todos os que o observassem se estariam mostrando adoradores dAquele Deus que fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo’ – Binney’s Theological Compend, págs. 169 e 170” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 170 e 171). 

‘Adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas’ (Ap 14:7). A adoração é o ponto central no conflito final entre Cristo e Satanás. No tempo do fim, os habitantes do mundo se dividirão em dois grupos: aqueles que temem e adoram a Deus e aqueles que temem e adoram a besta. Uma linha clara de divisão é traçada entre os dois grupos. É importante ter em mente que o teste do tempo do fim não é uma negação da adoração, mas uma negação de quem é adorado. Ao passo que a maioria dos habitantes da Terra rejeita a verdade e escolhe seguir e adorar a besta, o povo do Senhor escolhe adorar e servir a Deus. 

“A verdadeira adoração na Bíblia é associada ao dia correto de adoração. O chamado para adorar ao Deus que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas reflete o quarto mandamento do Decálogo. Os editores da obra The Greek New Testament observam, em uma margem, que essa declaração de Apocalipse 14:7 é uma citação direta de Êxodo 20:11 (ver Kurt Aland et al. (eds). The Greek New Testament, 4ª ed. (Nova York: United Bible Societies, 1993), p. 863).  

“Isso indica que o chamado do primeiro anjo para adorar a Deus, o Criador, é feito no contexto da observância do sábado. Trata-se de um convite para a adoração ao Criador, que fez esta Terra em seis dias e proclamou a santidade do sétimo (Gn 2:1-3). O sétimo dia, o sábado, é um sinal especial de nosso relacionamento com Deus (Êx 31:13; Ez 20:12, 20). Também é um memorial tanto da criação (Êx 20:11) quanto da redenção (Dt 5:15).  

“A mensagem do primeiro anjo mostra que a verdade sobre Deus, o Criador, será proclamada mais uma vez ao mundo. As pessoas são chamadas a voltar para o Senhor, combatendo as atividades enganosas de Satanás, que têm a intenção de levar o mundo à religião falsa e ao serviço a um deus falso (2Ts 2:4)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 85). 

adorai […] mar. Esta linguagem faz uma alusão inequívoca ao mandamento do SÁBADO, com referência à CRIAÇÃO (Êx 20:8-11), indicando, portanto, que o sétimo dia tem relevância especial na proclamação do evangelho no tempo do fim. Descansar das próprias obras é a resposta ideal ao evangelho (ver Hb 4:1-11). As admoestações a ‘temer’ e ‘adorar’ neste versículo se encaixam diretamente no contexto imediato mais amplo de guardar os mandamentos de Deus (ver Ap 12:17; 14:12), com referências óbvias ao decálogo” (BÍBLIA, 2015, p. 1667). 

“Os mandamentos de Deus os encontramos na Sua lei escrita por Seu próprio dedo no Monte Sinai, que são tão imutáveis como Êle o é (Tg 1:17). A lei de Deus contém o reflexo de Seu santo caráter divino, e, os que a guardam são nesta profecia chamados ‘santos’ e possuidores da ‘fé de Jesus’. Assim são considerados na revelação os que aceitam o ‘evangelho eterno’ a partir do ano de 1844. Êles se distinguem — aqui estão — de todos os demais religiosos e religiões, por obedecerem aos mandamentos da lei de Deus.  

“Sabem que não poderão obedecer ao ‘evangelho eterno’ desprezando o eterno Decálogo que êle contém. Sabem que não poderão ser perdoados pela divina graça enquanto persistirem no pecado que é o fruto da violação dos mandamentos da lei do Todo-poderoso Deus. Em outras palavras, êles não só guardam os mandamentos de Deus por ser justo guardá-los, mas porque sabem que, segundo os ensinos do Velho e do Novo Testamentos, um dia serão por êles julgados (Tg 2:10-12).  

“Segundo a tríplice mensagem angélica dêste décimo quarto capítulo, é a lei do divino Decálogo que aponta ‘Aquêle que fêz o céu, e a terra; e o mar, e as fontes das águas’. E é exatamente no quarto mandamento da lei que isto é demonstrado por Seu próprio Legislador. Leiamos novamente o quarto mandamento: ‘Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás tôda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus: não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fêz o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que nêles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou’ (Êx 20:8:11).  

“Notemos pelas palavras do quarto mandamento que Deus criou o mundo em seis dias e abençoou e santificou o sétimo dia, o sábado, para um propósito altamente definido, isto é, para lembrá-Lo perpetuamente como Criador do céu, da terra, do mar e de tudo quanto nêles há. Em outros têrmos, o sábado é o dia semanal comemorativo da criação do mundo. É pela observância do sábado que Deus espera ser reconhecido e adorado pelos habitantes do mundo como Criador, mantenedor e doador de tôdas as coisas. Devemos pois ver no sábado do sétimo dia o legítimo fundamento do culto divino.  

“Exatamente antes do fim do mundo e da segunda vinda de Cristo, a começar com o ano de 1844, esta gloriosa verdade deveria ser anunciada na terra segundo esta infalível profecia. Deus deseja ser adorado como Aquele que em seis dias criou o maravilhoso mundo que deu a Seus filhos para nêle desfrutarem das obras de Sua gloriosa criação realizada em seis dias” (MELLO, 1959, p. 415 e 416). 

“O Evangelho Eterno é a mensagem do primeiro anjo. Difere do evangelho comumente pregado porque fala de Jesus não só como Salvador, mas também como Juiz no tribunal celestial. O Evangelho Eterno também é um chamado mundial para se adorar o Criador: ‘E adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas’ (Apoc. 14:7). O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus. A mensagem do Evangelho Eterno foi levada a todos os postos missionários do mundo. Deu origem ao maior movimento criacionista do mundo, exaltando a Lei de Deus como norma do Juízo Celestial, e mostrando que a única maneira de se adorar o Criador dos céus e da terra, é através da guarda do sábado bíblico, o memorial da criação. 

“O movimento criacionista adventista de 1844 é uma resposta divina à teoria evolucionista de Darwin, que em 1844 escreveu seu primeiro rascunho do livro Origem das Espécies, publicado em 1859. A Revolução Francesa (1789) estabeleceu as bases para Satanás lançar no mundo suas mais poderosas armas contra a mensagem do primeiro anjo. O evolucionismo, o Manifesto Comunista de Karl Marx em 1848, o nascimento de Friedrich Nietzsche em 1844, e o espiritismo moderno na casa das irmãs Fox em 1848, todos eles foram tentativas de Satanás para neutralizar o poder da mensagem do primeiro anjo” (RAMOS, 2006, p. 323 e 324). 

Adorai. Do gr. proskuneō, ‘reverenciar’, ‘adorar’. A adoração a Deus contrasta com a adoração à besta (Ap 13:8, 12) e a sua imagem (v. 15). Na crise final, os habitantes da Terra serão chamados a fazer uma escolha, semelhante à dos três hebreus em Babilônia, entre a adoração ao Deus verdadeiro ou a falsos deuses (Dn 3). A mensagem do primeiro anjo tem o objetivo de preparar as pessoas para a escolha correta e a permanecerem firmes no momento crucial” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 916). 

Adorai o Criador: Este apelo para uma reforma na adoração a Deus está baseado nos termos do quarto mandamento. Ele cita as mesmas palavras do mandamento. É um apelo para adorar o Deus que fez ‘os céus, a Terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso abençoou o dia de sábado e o santificou’ (Êxodo 20:11). Uma vez que o registro bíblico da criação está sendo negado por tantos, e uma vez que o sábado de Deus, um sinal do Seu poder criador, foi posto de lado pela humanidade em geral, é vital que todas as pessoas, em todas as partes, sejam chamadas para adorar o verdadeiro Deus e, assim fazendo, aceitem o sinal do Seu poder criador, que é o sábado do quarto mandamento” (FEYERABEND, 2005, p. 125 e 126). 

“O apelo para observar o sábado de Deus faz parte da mensagem do primeiro anjo. Somos convidados a adorar o Criador no dia que constitui o monumento comemorativo de Sua obra criadora. Isto também faz parte do evangelho eterno. A adoração e lealdade de muitos apenas é superficial. Segundo é ensinado pela parábola das dez virgens (S. Mat. 25:1-13), o que é genuíno e verdadeiro precisa tornar-se evidente” (COFFMAN, 1989, p. 79). 

“O ser defeituosa a lei pronunciada pela própria voz divina, o haverem sido certas especificações postas à margem, eis a pretensão apresentada agora por Satanás. É o último grande engano que ele há de trazer sobre o mundo. Não necessita atacar toda a lei; se pode levar os homens a desrespeitar um só preceito, está conseguido seu objetivo. Pois ‘qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos’. Tiago 2:10. Consentindo em transgredir um preceito, são os homens colocados sob o poder de Satanás.  

“Substituindo a lei divina pela humana, procurará Satanás dominar o mundo. Essa obra é predita em profecia. Acerca do grande poder apóstata que é representante de Satanás, acha-se declarado: ‘Proferirá palavras contra o Altíssimo e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão’. Daniel 7:25.  

“Os homens hão de certamente estabelecer suas leis para anular as de Deus. Procurarão obrigar a consciência de outros, e, em seu zelo para impor essas leis, oprimirão os semelhantes. A guerra contra a lei divina, começada no Céu, continuará até ao fim do tempo. Todo homem será provado. Obediência ou desobediência, eis a questão a ser assentada por todo o mundo.  

“Todos serão chamados a escolher entre a lei divina e as humanas. Aí se traçará a linha divisória. Não existirão senão duas classes. Todo caráter será plenamente desenvolvido; e todos mostrarão se escolheram o lado da lealdade ou o da rebelião. Então virá o fim. Deus reivindicará Sua lei e livrará Seu povo. Satanás e todos quantos se lhe houverem unido em rebelião serão extirpados. O pecado e os pecadores perecerão, raiz e ramos (Malaquias 4:1) — Satanás a raiz, e seus seguidores os ramos” (WHITE, 2007a, p. 672). 

“’A importância do sábado como memória da criação consiste em conservar sempre presente o verdadeiro motivo de se render culto a Deus’ — porque Ele é o Criador, e nós as Suas criaturas. ‘O sábado, portanto, está no fundamento mesmo do culto divino, pois ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante, e nenhuma outra instituição faz isso. O verdadeiro fundamento para o culto divino, não meramente o daquele que se realiza no sétimo dia, mas de todo o culto, encontra-se na distinção entre o Criador e Suas criaturas. Este fato capital jamais poderá tornar-se obsoleto, e jamais deverá ser esquecido’. — História do Sábado, J. N. Andrews.  

“Foi para conservar esta verdade sempre perante o espírito dos homens que Deus instituiu o sábado no Éden; e, enquanto o fato de que Ele é o nosso Criador continuar a ser razão por que O devamos adorar, permanecerá o sábado como sinal e memória disto. Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incrédulo.  

“A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus, ‘Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas’. Segue-se que a mensagem que ordena aos homens adorar a Deus e guardar Seus mandamentos, apelará especialmente para que observemos o quarto mandamento” (WHITE, 2013, p. 381 e 382). 

“Essa mensagem é o oposto da teoria da evolução, pois exige a adoração a Deus nos termos do mandamento do sábado (Êxodo 20:8-11) e adquire grande solenidade na época do juízo que João viu em progresso no santuário do Céu” (BELVEDERE, 1987, p. 131). 

“Nenhum dos males do mundo existiria se o homem houvesse observado semanalmente o sábado em comemoração à criação efetuada por Deus. Guardando o Sábado, seria levado a observar os outros nove mandamentos da lei de Deus, o que teria resultado em felicidade e bem-estar permanentes à família humana. Mas foi a teoria malsã da evolução que excluiu a Deus e levou o ateísmo e o cristianismo nominal a rejeitar o Sábado, dia comemorativo da criação de Deus. A razão por que a mensagem apocalíptica ordena: ‘E adorai Aquêle que fêz o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas’, tem um grande propósito em vista: Levar o homem outra vez a Deus pela observância sincera do Sábado e torná-lo feliz em novamente reconhecer o Criador do mundo e seu próprio Criador” (MELLO, 1959, p. 421). 

“O povo de toda parte precisa que a Bíblia seja aberta perante ele. Chegou o tempo, o importante tempo, em que o rolo do livro está sendo desdobrado diante do mundo pelos mensageiros de Deus. A verdade contida na primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, deve ir a toda nação, e tribo, e língua e povo; ela deve iluminar as trevas de todo continente e estender-se às ilhas do mar. Coisa alguma de invenção humana deve ter licença de retardar esta obra. Para que isto se consiga, necessitam-se talentos cultivados e consagrados; necessitam-se pessoas capazes de realizar obra excelente na mansidão de Cristo, porque o próprio eu nEle se acha escondido. Os neófitos não podem fazer aceitavelmente a obra de revelar os tesouros ocultos para enriquecer as almas nos bens espirituais” (WHITE, 2008c, p. 376 e 377). 

“Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção” (WHITE, 1949, p. 262). 

Os irmãos adventistas do sétimo dia creem que pelo menos alguns dentre si cumprem Ap 14.6-12. 

“As Três Mensagens Angélicas fizeram da Igreja Adventista do Sétimo Dia o que ela é hoje no mundo, um poderoso movimento profético mundial, e no dia em que deixarmos de pregar essas mensagens, voltaremos ao nada. Pode ser que muitos pregadores modernos considerem as Três Mensagens Angélicas pesadas demais para serem pregadas. Pode ser que muitos deles achem que esse tema não é apropriado para uma semana de oração, ou uma série evangelística. Pode ser que estejamos desenvolvendo o mesmo conceito de Canright [ex-adventista], o de pregar doutrinas suaves e populares, mas a missão profética da Igreja Adventista é a proclamação das Três Mensagens Angélicas. Como disse Ellen G. White, essas mensagens ‘nos separam das igrejas e do mundo’ [WHITE, 2008c, p. 147], tornam-nos impopulares, mas esta é a nossa missão” (RAMOS, 2006, p. 305). 

De fato, há uma peculiaridade nas crenças da IASD. O julgamento ou a “hora do Seu juízo” (Ap 14.7) possui uma compreensão atípica dentro dos cristianismos católico e evangélico, muito embora a Bíblia autentique a posição adventista. Além do ponto de vista exposto, a respeito do julgamento dos que professaram o Deus bíblico e/ou Seus princípios e Suas leis, alguns dos adventistas também são únicos em acreditar e ensinar que Deus elaborou esse julgamento pré-advento para Se defender das acusações de Lúcifer (pré-Criação), lá no Céu, e pós-Criação, aqui na Terra, vindicando ou deixando claro que tipo de caráter Ele tem, e como Ele reage ao mal sem ser mau. Todo esse Plano da Redenção, na compreensão da instituição adventista, além de salvar do pecado, objetiva vacinar o universo de Deus contra uma segunda queda. Tudo isso faz parte do “evangelho eterno” e, portanto, deve ser ensinado “a cada nação, e tribo, e língua e povo”, Ap. 14.6. 

“De certa forma, o pecado colocou Deus em juízo diante do universo. Um inimigo muito sutil surgiu dentro do próprio céu e desafiou Deus. Antes de Satanás ser o acusador dos irmãos de Jesus (Apoc. 12:10), tornara-se ele o acusador do próprio Deus o Pai. Murmurou contra Deus e teve inveja de Cristo. Acusou, rebelou-se, e usou de enganos para ganhar a simpatia e apoio dos anjos. Deus entra em juízo pela maneira como são respondidas as acusações feitas contra Ele nesta guerra entre o bem e o mal. A segurança eterna do governo divino depende desse processo judicial celestial. Deus considera vitalmente importante, que todas as Suas criaturas, em todo o universo, vejam claramente a justiça e a integridade divina no trato com o mal. […] 

“O Juízo Celestial tem dois propósitos:  

  • Passar em juízo nome por nome de todos aqueles que um dia professaram fé em Jesus, e assim determinar quem são aqueles cujos nomes permanecerão no Livro da Vida do Cordeiro. ‘Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus’ (O Grande Conflito, p. 483); 
  • Justificar o caráter de Deus de todas as acusações feitas por Satanás, e reivindicar diante do universo a justiça divina” (RAMOS, 2006, p. 314 e 315).

“O Dia da Expiação no Santuário Celestial envolve muito mais do que somente restaurar e vindicar a humanidade. A fase final do ministério de Jesus que refuta Satanás e elimina o pecado é muito mais profunda do que um decreto sobre o destino da família humana. Não será somente a terra que será restaurada à sua pureza original, mas será restaurada também a harmonia eterna do universo. A purificação do altar, dos lugares santos, e do santuário [cf. Lv 16.20] inclui a vindicação de Deus, Seu governo e Seu caráter” (RAMOS, 2006, p. 316). 

“Pela mesma representação falsa do caráter divino, por ele dada no Céu, fazendo com que Deus fosse considerado severo e tirano, Satanás induziu o homem a pecar. E, logrando ser bem-sucedido nisto, declarou que as injustas restrições de Deus haviam motivado a queda do homem, assim como determinaram a sua própria rebelião” (WHITE, 2013, p. 436). 

“A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo, durante todas as eras vindouras — perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua pena” (WHITE, 2007b, p. 17). 

“Mas o plano da redenção tinha um propósito ainda mais vasto e profundo do que a salvação do homem. Não foi para isto apenas que Cristo veio à Terra; não foi simplesmente para que os habitantes deste pequeno mundo pudessem considerar a lei de Deus como devia ela ser considerada; mas foi para reivindicar o caráter de Deus perante o Universo. Para este resultado de Seu grande sacrifício, ou seja, a influência do mesmo sobre os entes de outros mundos, bem como sobre o homem, olhou antecipadamente o Salvador quando precisamente antes de Sua crucifixão disse: ‘Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim’. João 12:31, 32.  

“O ato de Cristo ao morrer pela salvação do homem, não somente tornaria o Céu acessível à humanidade, mas perante todo o Universo justificaria a Deus e Seu Filho, em Seu trato com a rebelião de Satanás. Estabeleceria a perpetuidade da lei de Deus, e revelaria a natureza e os resultados do pecado.  

“Desde o princípio a grande controvérsia fora a respeito da lei de Deus. Satanás procurara provar que Deus era injusto, que Sua lei era defeituosa, e que o bem do Universo exigia que ela fosse mudada. Atacando a lei, visava ele subverter a autoridade de seu Autor. Mostrar-se-ia no conflito se os estatutos divinos eram deficientes e passíveis de mudança, ou perfeitos e imutáveis.  

“Quando Satanás foi arremessado do Céu, resolveu tornar a Terra o seu reino. Quando tentou e venceu Adão e Eva, achou que havia adquirido posse deste mundo; ‘porque’, dizia ele, ‘escolheram a mim como seu príncipe’. Alegava que era impossível ser concedido o perdão ao pecador, e, portanto, a raça decaída constituía legítimos súditos seus, e seu era o mundo. Mas Deus dera o Seu amado Filho — igual a Ele mesmo, a fim de suportar a pena da transgressão, e assim proveu um caminho pelo qual pudessem ser restabelecidos ao Seu favor, e de novo trazidos ao seu lar edênico.  

“Cristo empreendeu redimir o homem, e livrar o mundo das garras de Satanás. O grande conflito iniciado no Céu devia ser decidido no próprio mundo, no próprio campo que Satanás alegara como seu. Foi maravilha para todo o Universo que Cristo Se humilhasse para salvar o homem decaído. Que Aquele que passara de uma es trela para outra, de um mundo para outro, dirigindo tudo, suprindo pela Sua providência as necessidades de toda a ordem de seres em Sua vasta criação — que Ele consentisse em deixar Sua glória e tomar sobre Si a natureza humana, era um mistério que os seres sem pecado de outros mundos desejavam compreender.  

“Quando Cristo veio ao nosso mundo sob a forma humana, todos estavam profundamente interessados em acompanhá-Lo, ao percorrer Ele, passo a passo, a vereda ensangüentada a partir da manjedoura ao Calvário. O Céu observou o insulto e zombaria que Ele recebeu, e sabia que isto foi por instigação de Satanás. Notaram a operação das forças contrárias a avançar, impelindo Satanás constantemente trevas, tristezas e sofrimento sobre a raça, e estando Cristo a reagir contra isso. Observaram a batalha entre a luz e as trevas, enquanto a mesma se tornava mais forte.  

“E ao clamar Cristo em Sua aflição mortal sobre a cruz: ‘Está consumado’ (João 19:30), um brado de triunfo repercutiu por todos os mundos, e pelo próprio Céu. A grande contenda que estivera em andamento durante tanto tempo neste mundo, estava agora decidida, e Cristo era vencedor. Sua morte resolveu a questão de terem ou não o Pai e o Filho amor suficiente pelo homem para exercerem a abnegação e um espírito de sacrifício.  

“Havia Satanás revelado seu verdadeiro caráter de mentiroso e assassino. Viu-se que o mesmo espírito, com que governara os filhos dos homens que estiveram sob o seu poder, ele teria manifestado se lhe fora permitido governar os seres do Céu. Unanimemente o Universo fiel uniu-se no engrandecimento da administração divina.  

“Se a lei pudesse ser mudada, ter-se-ia podido salvar o homem sem o sacrifício de Cristo; mas o fato de que foi necessário Cristo dar a vida pela raça caída prova que a lei de Deus não livrará o pecador de suas reivindicações sobre ele. Está demonstrado que o salário do pecado é a morte. Quando Cristo morreu, ficou assegurada a destruição de Satanás.  

“Mas, se a lei foi abolida na cruz, como muitos pretendem, a agonia e morte do amado Filho de Deus foram suportadas unicamente para dar a Satanás exatamente o que ele pedia; triunfou então o príncipe do mal, foram sustentadas suas acusações contra o governo divino.  

“O próprio fato de que Cristo suportou a pena da transgressão do homem, é um poderoso argumento a todos os seres criados, de que a lei é imutável; que Deus é justo, misericordioso, e abnegado; e que a justiça e misericórdia infinitas unem-se na administração de Seu governo” (WHITE, 2007b, p. 44-46). 

“‘Deus precisa dar uma resposta final e incontrovertida às acusações de Satanás. O pecado não pode ser erradicado pela força, se fosse assim, Deus já poderia ter feito isto no princípio. O universo precisa servir a Deus por amor e não por medo. Para esse fim Deus realiza o programa divino no Santuário Celestial. A honra do santuário é a honra do trono de Deus. A própria segurança e honra do governo de Deus tem sido colocada em risco por causa do pecado. A purificação do santuário, a remoção dos pecados do santuário, significa a vindicação de Deus’ (Edward Heppenstall, Our High Priest, p. 99)” (RAMOS, 2006, p. 317). 

“Uma das doutrinas históricas dos Adventistas do Sétimo Dia é o ensino concernente ao juízo que antecede a volta de Cristo. Os adventistas falam deste juízo como o Juízo Investigativo; isto é, a abertura dos livros de registros diante da corte no Santuário Celestial. Durante este tempo de julgamento, começando em 1844, Deus revela a todos os interessados quem são realmente os salvos de todas as eras. Seu objetivo é assegurar um veredito universal em favor dos santos antes da ressurreição deles, tendo em vista a vindicação deles e também a vindicação de Deus’ (Edward Heppenstall, Our High Priest, p. 107)” (RAMOS, 2006, p. 318). 

“Se os seres humanos foram infectados com o pecado, como garantir que eles não irão reintroduzi-lo no Céu ao Deus permitir que estejam ali? Nós prendemos criminosos para proteger a sociedade de ações predatórias. De vez em quando, o poder judiciário liberta um prisioneiro por acreditar que ele está pronto para viver em meio à sociedade, só para descobrir, um dia ou um ano mais tarde, que essa pessoa agrediu ou matou outra vítima inocente. Todos perguntam, então, por que foi permitido que aquele criminoso voltasse ao convívio da sociedade? 

“Posso lhe garantir que, se temos esse tipo de preocupação enquanto vivemos em uma sociedade pecadora aqui na Terra, os anjos do Céu estão ainda mais preocupados com o tipo de pessoa que será admitido em sua sociedade perfeita. Os anjos leais, sob a liderança de Miguel (Cristo), lançaram Lúcifer e seus anjos para fora do Céu há milhares de anos porque eles se insurgiram contra Deus.  

“Os anjos não caídos passaram milhares de anos observando, em primeira mão, os horríveis resultados da rebelião, e eles não querem permitir que o pecado entre outra vez em sua sociedade! Eles não querem permitir que entre no Céu alguém que possa começar outra vez o ciclo mortal. Eles querem ter certeza de que, dentre as pessoas que entrarão no Céu, nenhuma delas esteja trazendo consigo o risco de que o pecado seja reintroduzido no Universo. 

“É por isso que a questão mais importante do grande conflito, tanto para Deus quanto para os anjos, é resolver de uma vez por todas o problema do pecado. O Senhor não forçará os anjos a aceitar no Céu alguém sobre quem eles tenham dúvidas. Francamente, você e eu não desejaríamos morar em um lugar onde se questionasse se somos ou não bem-vindos ali. Assim, a fim de garantir que seremos bem recebidos no Céu por todos os anjos, Deus permite que eles revisem a vida de cada ser humano que Ele decidiu levar para Seu reino. 

O juízo investigativo é exatamente sobre isso! 

O propósito do juízo não é Deus decidir quem merece ser salvo. Ele tomou a decisão sobre o merecimento de cada santo no tempo em que ele ou ela viveu e morreu. Esse julgamento também não confere aos anjos poder de veto sobre as decisões divinas. O propósito do juízo é deixar que os anjos vejam em que Deus Se baseou para tomar Sua decisão acerca de cada pessoa. O Senhor deseja que os anjos estejam convencidos não somente de Sua justiça, mas também de que nem você, nem eu, nem qualquer outra pessoa que foi salva irá reintroduzir o pecado e a rebelião no Universo.  

“O amor – o valor mais importante do reino de Deus – requer confiança, e esta tem como base a evidência. É por isso que, no momento em que ‘assentou-se o tribunal, e se abriram os livros’ (Dn 7:10), Daniel viu milhares de milhares de anjos a ministrarem diante de Deus e miríades de miríades perante Ele. 

“Sem essa visão singular que Daniel nos dá sobre a participação dos anjos no julgamento, nenhuma declaração existente na Bíblia sobre o juízo final faria sentido. Deus conhece cada detalhe da vida de cada um dos santos que viveu neste planeta. Ele não precisa de um julgamento final para determinar se merecemos ou não a salvação [cf. Jó 34.23]. O benefício que Deus tira do juízo é a certeza da parte dos anjos no que concerne às decisões divinas sobre nossa salvação. Se apenas um dos anjos tiver qualquer dúvida sobre um dos santos a quem Deus levará para o Céu, a lei do amor, sobre a qual o Universo atua, ficaria comprometida. Deus não pode correr esse risco, e é por isso que, antes de nos levar para o Céu, Ele deve ter certeza absoluta de que cada anjo, de braços abertos, dará as boas-vindas a cada um dos salvos. 

“Essa é, precisamente, a compreensão de juízo investigativo refletida na declaração da crença adventista do sétimo dia sobre o tema: 

O juízo investigativo revela aos seres celestiais quem dentre os mortos dorme em Cristo, sendo, portanto, Nele, considerado digno de ter parte na primeira ressurreição. Também torna manifesto [para os mesmos seres celestiais] quem, dentre os vivos, permanece em Cristo, guardando os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, estando, portanto, Nele, preparado para a trasladação ao Seu reino eterno. Esse julgamento vindica a justiça de Deus em salvar os que creem em Jesus. (Manual da Igreja Adventista, p. 172, itálicos acrescentados). 

O papel de Satanás no juízo Em Apocalipse 12:10, ocorre uma declaração que nos dá uma visão aprofundada do juízo investigativo. Esse verso diz que Satanás é ‘o acusador de nossos irmãos […] que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus’. Posso assegurar que o inimigo está fazendo todo o possível para garantir que você e eu não sejamos absolvidos no julgamento.  

“No capítulo anterior, citei uma declaração de Ellen White que destaca o papel de Satanás como acusador no juízo investigativo. Aqui está ela outra vez:  

Enquanto Jesus faz a defesa dos súditos de Sua graça, Satanás acusa-os diante de Deus como transgressores. O grande enganador procurou levá-los ao ceticismo, fazendo-os perder a confiança em Deus, separar-se de Seu amor e violar Sua lei. Agora aponta para o relatório de sua vida, para os defeitos de caráter e dessemelhança com Cristo, que desonraram a seu Redentor, para todos os pecados que ele tentou-os a cometer; e por causa disso os reclama como súditos seus. (O Grande Conflito, p. 484). 

“Essa é, simplesmente, outra maneira de dizer que Lúcifer, agora Satanás, discorda profundamente de Deus, não apenas sobre Suas leis e Seus regulamentos, mas também sobre suas decisões a respeito dos seres humanos. É desnecessário dizer que o inimigo está feliz com as decisões de Deus quanto aos que estão perdidos. É o veredito divino sobre aqueles a quem o Senhor considera dignos de serem salvos que Satanás questiona. Assim, o juízo investigativo não diz respeito apenas aos seres humanos. Nesse julgamento, Deus, assim como nós, também está sendo julgado, pois são as decisões Dele acerca do destino eterno dos justos que o adversário está desafiando. 

“O Senhor não pede que os anjos O aceitem cegamente. Ele os convida, assim como faz conosco, a arrazoarem com Ele (ver Is 1:18). Isso significa que Deus quer explicar aos anjos as decisões que toma para que eles possam entender e, por si mesmos, decidirem o que pensar sobre elas. Paulo diz, em Romanos 3:26, que o Senhor quer ‘[manifestar] Sua justiça no tempo presente, para Ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus’ (itálico acrescentado). Ele quer vindicar Seu nome ao deixar que o julgamento manifeste Sua justiça. Assim, o juízo diz respeito tanto a Deus e Suas decisões quanto a nós e nossa salvação. 

“O mesmo Satanás que, há milhares de anos, foi tão persuasivo, a ponto de convencer um terço dos anjos do Céu em sua rebelião contra Deus, ainda é capaz de apresentar aos anjos argumentos muito convincentes sobre você e eu. É por isso que precisamos de um Mediador no santuário celestial durante o juízo investigativo que possa combater, com a verdade, todos os argumentos enganosos do inimigo sobre nós. […] 

“Os que aceitam Jesus como Salvador não precisam temer o juízo, pois Cristo, seu Mediador, está respondendo a cada uma das acusações de Satanás contra eles. Quando o julgamento terminar, cada anjo do Céu terá tido a oportunidade de ouvir tanto as acusações do inimigo quanto as respostas de Cristo” (MOORE, 2017, p. 34-36). 

“As cenas descritas pelo profeta João em Apocalipse 5:1-13, em que o Pai segura em Suas mãos o Livro selado com Sete Selos, e ninguém é achado digno de abrir o Livro: ‘E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele’ (Apoc. 5:3), indica que o conteúdo do livro não é simplesmente a história da igreja cristã. Por que o Pai não podia abrir o Livro? Por que unicamente o Filho era digno de abri-lo?  

“O Pai foi o primeiro a ser acusado por Satanás nas cortes celestiais. Naquele tempo o Filho Se levantou em defesa do Pai, e expulsou Satanás e os seus anjos do céu. Agora, na forma humana, o Filho de Deus viveu, morreu e ressuscitou para poder ser o Salvador e Juiz dos pecadores, e ser também, Aquele que justifica o caráter do Pai diante do universo.  

“Em face do desespero do profeta João, um dos anciãos o consolou dizendo: ‘Não chores: eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu, para abrir o Livro e desatar os seus Sete Selos’ (Apoc. 5:5). A missão de Jesus ao vir à terra não era somente morrer para salvar a humanidade, mas devia Ele também ressuscitar para ascender ao Céu e então ser entronizado no Santuário Celestial como Mediador e Juiz. O ministério sacerdotal de Jesus só pode ser corretamente entendido se for estudado dentro do contexto dos serviços realizados no santuário, os quais envolviam três fases:  

  • os serviços do pátio; 
  • do lugar santo; 
  • e do santíssimo. 

“As três fases estão interligadas. O texto de Apocalipse 5:5 declara que Jesus venceu para poder abrir o Livro selado com Sete Selos. […] Ele é digno de abrir os Livros e oficiar o Juízo Celestial. A reconciliação completa realizada por Jesus possui três fases:  

  • A primeira é a expiação feita na cruz, quando Jesus trouxe redenção para o pecador; corresponde à morte do cordeiro no pátio do santuário terrestre; 
  • A segunda é o ministério sacerdotal de Jesus realizado no lugar santo do Santuário Celestial, (31-1844) corresponde à intercessão diária e contínua realizada pelo sacerdócio levítico no lugar santo do santuário terrestre; 
  • A terceira fase é o Juízo Celestial de 1844 para frente; corresponde ao Dia da Expiação, realizada uma vez por ano no santíssimo do santuário terrestre, no dia dez do sétimo mês. 

“Sem essas três fases o pecado não teria fim, e o homem não alcançaria a imortalidade. O plano da salvação só poderá ser corretamente entendido se for estudado sob a luz da doutrina do santuário, levando em conta as três fases do ministério de Jesus” (RAMOS, 2006, p. 319-322). 

“O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a toda alma que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até ao final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos investiguem acuradamente estes assuntos, e possam dar resposta a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles há. A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do homem, é tão essencial ao plano da redenção, como o foi Sua morte sobre a cruz. Pela Sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu ao Céu, depois de ressurgir. Pela fé devemos penetrar até o interior do véu, onde nosso Precursor entrou por nós. Hebreus 6:20” (WHITE, 2013, p. 426) 

“A resposta final de Deus para Satanás ainda não foi dada. O trabalho realizado por Jesus no Juízo Celestial difere da Sua vitória no monte do Calvário. Jesus vai continuar ministrando até que a morte e o pecado não mais existam. Limitar o processo expiatório de Jesus unicamente à cruz, impede a eliminação final do pecado e a completa purificação do universo. Tanto a vitória de Jesus na Cruz como Seu ministério sacerdotal no Céu são essenciais para a consumação do plano da salvação e a reivindicação do caráter de Deus” (RAMOS, 2006, p. 322).

14.8Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.Após a semeadura daqueles mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus, nas décadas de 1830 e 1840, muitos dos cristãos protestantes nominais que lideravam denominações cristãs, rejeitaram aquela luz e as sementes. Censuraram seus membros e os expulsaram de suas congregações, e ainda caluniaram os mensageiros levantados por Deus! Então, Ele lhes enviou a sentença também por meio de mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus: “Vocês professam seguir a Jesus e tê-Lo como vosso Senhor e Salvador. No entanto, não recebem, tão pouco aceitam, Sua Palavra e Seus mensageiros. E por rejeitarem-nos, vocês rejeitam o Próprio Salvador. E por professarem com os lábios, mas negarem com o caráter e estilo de vida, automaticamente fazem parte do reino da confusão, da arrogância espiritual, do reino de Satanás na Terra, mas que ainda está disfarçado de ‘igreja’. Assim como desde o início da História humana, Eu tenho vencido esse reino do mal, ainda que ele auto denomine reino de Deus – mas, não passe de uma contrafação demoníaca –, Eu estou julgando aqui no Tribunal celestial cada um de vocês, enganadores e falsos mestres, obstinados e tiranos, e Meu veredito é ‘reprovado’, ‘eternamente perdido’, ‘merecedor da inexistência eterna’, pois vocês preferem se embriagar com as mentiras da serpente/dos anjos maus, não por desconhecimento, mas por rejeitarem a oportunidade de conhecer, aprender de Mim através dos Meus mensageiros – indivíduos espalhados –, que aprendem e compartilham. E vocês, além de beberem as crenças falsas, inventadas por anjos caídos e homens usados por eles, impõem essa mistura de Bíblia com paganismo, interpretações humanistas e espiritismo, o que Eu considero uma traição/infidelidade contra Mim, pois quebram a aliança de lealdade aos Meus Mandamentos Morais e à Palavra profética autêntica. Vocês se tornaram adúlteros, especialistas em prostituição e aliciadores de almas, as quais deveriam ser conduzidas a Mim, pelo Meu evangelho eterno, em vez de serem seduzidas e enganadas por vossas doutrinas que não santificam o caráter, nem têm o poder de libertar do pecado.” Essa sentença tem sido elaborada desde o início do Julgamento de toda a humanidade, desde 22/10/1844, de modo que ela ecoará até o fim do juízo no Tribunal celestial, e sua divulgação aqui na Terra será intensificada à medida que denominações evangélicas rejeitarem a mensagem do Julgamento celestial e da adoração somente ao Criador, e se unirem às católicas, espíritas e pagãs em doutrinas e práticas, e globalizarem numa única instituição político-religiosa-ocultista, perseguidora dos verdadeiros filhos de Deus. O ciclo de perseguições, pregação da mentira e consolidação da contrafação será sempre denunciado pelos mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus, e condenado pelo Juiz Jesus Cristo em Seu tribunal, até que o julgamento seja finalizado e Ele desça à Terra para executar esse veredito já proclamado. Os que teimarem em permanecer nas denominações evangélicas diante desta realidade de apostasia e apatia para com a mensagem do Julgamento celestial já iniciado e da adoração somente ao Criador, receberão o mesmo veredito dado por Jesus a essas organizações ditas protestantes: “Vocês caíram do Meu corpo. Não fazem parte de Minha igreja. Assim como o catolicismo e o paganismo, o pseudo protestantismo não ajunta Comigo, mas espalha, e impede seres humanos de acessarem Meu evangelho eterno e a verdade presente”.
 

Seguiu-se. Do gr. akoloutheō, ‘acompanhar’, ‘seguir’. A palavra transmite ideia de acompanhar pessoalmente (ver Mt 19:27, 28; Mc 1:18). Parece que o termo tem dois sentidos neste texto. O segundo anjo segue o primeiro cronologicamente, mas também é verdade que o primeiro anjo continua seu ministério quando o segundo se une a ele. Nesse sentido, a mensagem do segundo anjo acompanha a do primeiro” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 916).

“O verbo grego traduzido por ‘seguiu-se’ nos versos 8 e 9 encerra a idéia de ‘acompanhar’ ou ‘seguir em companhia de’. Assim, depois de ser transmitida a primeira mensagem, é acrescentada a segunda e, finalmente, a terceira – formando desse modo, com o tempo, por assim dizer, um acorde musical de três notas, e continuando a ser uma mensagem unida e harmoniosa até o fim do tempo” (COFFMAN, 1989, p. 71).

“O tempo desta mensagem é determinada, em grande parte, pelo da primeira mensagem. Esta não pode preceder aquela, mas a primeira está limitada aos últimos dias. Todavia, a segunda deve ser dada antes do fim, porque nenhum acontecimento desta espécie é possível depois desse acontecimento. É, portanto, uma parte daquele movimento religioso que se realiza nos últimos dias com referência especial à vinda de Cristo” (SMITH, 1979, p. 260 e 261).

Outro anjo. Evidências textuais […] atestam a inclusão da palavra ‘segundo’ (ARA). Em alguns manuscritos, a palavra que significa ‘segundo’ ocorre no lugar da expressão ‘outro anjo’; em outros, ocorre adição a ela; há ainda manuscritos que trazem ‘um segundo anjo’, em vez de ‘outro anjo’” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 916).

“[…] a mensagem do primeiro anjo, proclamada a todo mundo pelo grande movimento religioso do século XIX, atingiu sozinha até 21 de março de 1844, data prefixada pelo movimento, nos Estados Unidos, para a segunda vinda de Cristo. E daí em diante, até a segunda data apontada, isto é, 22 de outubro do mesmo ano de 1844, é que foi cumprida e proclamada a mensagem do segundo anjo por aquele mesmo grande movimento, conjuntamente ainda com a do primeiro anjo. Pois sua mensagem está tão ligada à do primeiro anjo que dêle é dito tê-lo seguido imediatamente” (MELLO, 1959, p. 422).

“A mensagem do segundo anjo está intimamente ligada à proclamação do primeiro. Ao passo que a primeira chama as pessoas a temer e adorar a Deus, o Criador, a segunda mensagem anuncia a queda da grande Babilônia – a contratação de Deus – ‘que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição’ (Ap 14:8)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 85 e 86).

“A primeira e a terceira mensagens angélicas são proclamadas em ‘grande voz’ (v. 7, 9). A mensagem a respeito da queda de Babilônia é anunciada posteriormente com ‘potente voz’ (ver com. Ap 18:1, 2)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 916).

“Quando alguém rejeita a mensagem do evangelho, as instâncias do Senhor não cessam imediatamente. São enviadas advertências a fim de despertar o indivíduo para sua grande necessidade e para a capacidade de Cristo para supri-la. A mensagem do segundo anjo é uma advertência mundial aos que não atenderam à mensagem do primeiro anjo. O maior inimigo da humanidade nos últimos dias é a ‘Babilônia’ mística ou antitípica. Como o Senhor nos ama infinitamente, Ele revela a iniqüidade desse falso sistema religioso e recomenda que não tenhamos nada que ver com ele” (COFFMAN, 1989, p. 83).

Babel. Do heb. Babel. Segundo Gênesis 11:9, o nome, que significa ‘confusão’, baseia-se, evidentemente, no fato de que o verbo heb. Balal significa ‘confundir’. Os babilônios, no entanto, explicavam o nome de sua cidade, que chamavam de Babilu, como significando ‘porta de deus’ ou BabiIlani, ‘portão dos deuses’ (RLA, vol. 1, p. 333). É possível que o nome originalmente derivasse do verbo babilônico babalu, ‘a dispersão’, ou ‘desaparecer’; mas os babilônios podem não ter ficado orgulhosos do significado original de sua cidade, dando a explicação de que era composto dos nomes, babu, ‘porta’, e ilu, ‘deus’. A cidade remonta à época dos primeiros habitantes da Mesopotâmia e ao início do reino de Ninrode; provavelmente, fosse a capital do reino desse famoso homem da Antiguidade (Gn 10:10). Com a exceção de Gênesis 10:10 e 11:9, a cidade de Babel é sempre chamada de Babilônia, na Bíblia (ver Babilônia)” (NEUFELD; DORNELES, 2014, p. 153).

Babilônia. A antiga cidade com este nome já estava desolada, em ruínas, nos dias de João (ver com. de Is 13:19). Assim como tantos outros termos e expressões no Apocalipse, a Babilônia espiritual […] é mais claramente compreendida quando relacionada a sua correspondente histórica no AT […]. O uso da palavra ‘mistério’ associado a ‘Babilônia’ (Ap 17:5) mostra que o nome é figurado” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 917).

“Esta é a primeira vez que a palavra Babilônia ocorre no livro do Apocalipse, e como já temos feito notar, é usada precisamente seis vezes. Já temos observado que o número seis é preeminente no misterioso culto da antiga Babilônia. Esta antiga cidade teve sua origem quando os homens voluntária e conscientemente afastaram-se da graça de Deus e procuraram a salvação por suas próprias obras” (ANDERSON, 1988, p. 171 e 172).

“Esta é a primeira menção à Babilônia, o foco do juízo de Deus em Ap 16 – 18 (ver nota sobre 11:7, 8)” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“A torre [do templo de Babilônia] foi reparada ao longo do tempo, a última vez por Nabucodonosor, que disse ter recebido uma ordem de seu deus Marduque para construí-la, de modo que ‘seu topo rivalizasse com o céu’. Ele chamou a torre do templo, que estava no sagrado composto do templo de Marduque, de Etemenanki, que significa ‘a pedra fundamental do céu e da terra’. Foi destruída por Xerxes. Alexandre, o Grande, planejava reconstruí-la; na verdade, ele removeu a maioria dos detritos, preparando-a para sua reconstrução, quando a morte o levou” (NEUFELD; DORNELES, 2014, p. 154).

“Deus exaltou Babilônia para que ela pudesse cumprir esse propósito. A prosperidade favoreceu a nação, até que ela atingisse uma altura de riqueza e poder que desde então nunca foi igualada – apropriadamente representada na Escritura pelo símbolo inspirado: uma ‘cabeça de ouro’ (Dn 2:38). Mas o rei deixou de reconhecer o poder que o exaltara. No orgulho de seu coração disse Nabucodonosor: ‘Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?’ (Dn 4:30).

“Em vez de ser protetora dos homens, tornara-se Babilônia opressora orgulhosa e cruel. As palavras da inspiração, descrevendo a crueldade e avareza dos governantes de Israel, revelam o segredo da queda de Babilônia, e da de muitos outros reinos desde o início do mundo: ‘Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza’ (Ez 34:3, 4).

“Ao governador de Babilônia sobreveio a sentença do Vigia divino: ‘A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino’ (Dn 4:31). ‘Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia; assenta-te no chão; já não há trono. […] Assenta-te silenciosa e entra nas trevas, filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada senhora de reinos’ (Is 47:1, 5). ‘Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza’ (Jr 51:13)” (WHITE, 2008a, p. 107 e 108).

“A Babilônia do AT representava uma força opressora sobre o povo do Senhor e também ‘confusão’ (ver Gn 11:1-9)” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“A antiga Babilônia, na Mesopotâmia, era o centro político, comercial e religioso de um império mundial. Era notável pelo luxo e pela decadência moral. O título ‘a grande Babilônia’ é tirado de Dn 4.30, e alguns acreditam que em Apocalipse seja uma referência a Roma como centro da oposição a Deus e ao seu povo, enquanto outros pensam que representa todo o sistema político e religioso do mundo em geral sob o governo do Anticristo. Outros ainda entendem que seja a própria Babilônia – reedificada e restaurada” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

“A partir do exílio, Babilônia tornou-se a designação típica dos impérios opostos a Deus e a seu [sic] povo, e votados à maldição (cf. Is 46,1-3; 47,1-15; Jr 50,29-32; 51,44-48; Zc 5,5-11)” (ECUMÊNICA, 1994, p. 2442).

“Babilônia também é mencionada no NT. Pedro enviou saudações da igreja ‘que se encontra em Babilônia’ (1Pe 5:13). Comentaristas concordam que tal referência indicava Roma e não o que restou da Babilônia literal. No antigo uso rabínico, ‘Babilônia’ era um epíteto comum para Roma; assim, diz-se: ‘Eles chamavam o lugar Roma de Babilônia’ (Midrash Rabá sobre Cantares de Salomão 1.6.4). No Apocalipse, Babilônia é um símbolo da oposição contra Cristo e seus seguidores (Ap 14:8; 16:19; 17:18)” (NEUFELD; DORNELES, 2014, p. 157).

“O Apocalipse foi escrito perto do fim do primeiro século da Era Cristã. As aplicações de suas numerosas profecias se estendem ao futuro, a partir do tempo do apóstolo João. Nesse tempo não havia mais uma cidade literal com esse nome, nem haveria outra no futuro. Precisamos, portanto, encarar o uso dessa palavra, pelo apóstolo, como simbólico. No contexto em que ele a emprega, ela se aplica ao fim do tempo. (Ver Apoc. 17 e 18)” (COFFMAN, 1989, p. 84).

“No idioma babilônico, o substantivo Bab-ilu (Babel ou Babilônia) significa ‘porta dos deuses’. Mas, no hebraico, está associado de maneira depreciativa a balal, palavra que significa ‘confundir’. […] Os governantes de Babilônia chamavam sua cidade de ‘porta dos deuses’ porque acreditavam que era o lugar onde os deuses se relacionavam com os seres humanos, a fim de colocar ordem nas questões terrenas […]. Portanto, o nome parece refletir a reivindicação dos reis babilônios de que haviam sido chamados para governar o mundo por ordem divina […]. Babilônia foi fundada por Ninrode (ver com. de Gn 10:10; 11:1-9). Desde o início, a cidade era símbolo da descrença no Deus verdadeiro e da rebelião contra Sua vontade […]. Sua torre era um monumento à apostasia, uma fortaleza de rebelião contra Deus. O profeta Isaías identifica Lúcifer como o rei invisível de Babilônia (ver com. de Is 14:4, 12-14)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 917).

“A construção da cidade de Babilônia por Ninrode culminou na apostasia da Torre de Babel. […] ‘Façamo-nos um nome’, eles disseram. Gên. 11:4. Já fizemos referência no capítulo 3 a esta deliberada e organizada apostasia. Todo aquele projeto estava em direto desafio à promessa de Deus de que Ele jamais voltaria a destruir o mundo por um dilúvio. O nome pelo qual eles desejariam ser lembrados era Bab-ril, que significa ‘porta de Deus’; mas Deus enviou-lhes confusão, e jamais concluíram o projeto. Deus chamou o lugar ‘Babel’ ou ‘Babilônia’’, que significa confusão. Sua torre, que devia ser um monumento ao seu orgulho, tomou-se um memorial de sua loucura. Desde aquele dia até hoje, Babilônia tem simbolizado apostasia, arrogância, confusão e salvação humanamente arquitetada” (ANDERSON, 1988, p. 172).

“Babilônia foi a primeira cidade edificada depois do dilúvio, remontando daí o seu nome que encheu os séculos. Foi erigida para ser o centro religioso mundial como atesta o significado do seu nome: ‘Porta para Deus’. Todavia o seu culto era contrário a Deus, pelo que nela interveio, demonstrou-lhe o Seu desagrado, derribou-lhe o seu maior monumento e confundiu os seus habitantes, originando-se daí o significado de seu segundo nome – confusão. Mais tarde, através de profecias definidas, Deus lavrou a sua destruição que foi cumprida com todo o rigor da Sua ira (Gn 11.1-9). Porém, ao ser proclamada a mensagem do segundo anjo anunciando a queda de Babilônia, a velha cidade dêste nome já não existia há séculos – estava totalmente em ruínas” (MELLO, 1959, p. 422).

“As origens de Babilônia são primeiro mencionadas na descrição das tentativas de Ninrode para fundar uma cidade na planície de Sinear (Gen. 10:8-10). Ele e seus seguidores opuseram-se à ordem de Deus para se espalharem pela Terra. Comparar a ordem de Deus (Gen. 9:1, 7, 18 e 19) com o espírito de oposição que se desenvolveu na planície de Sinear (Gen. 11:1, 4, 8 e 9). Assim, desde o começo a cidade representou descrença e rebeldia. Foi uma cidadela de rebelião contra Deus. Após o juízo divino que confundiu as línguas das pessoas, o povo de Deus chamou a cidade de Babel, que significa ‘confusão’. A maioria das referências a Babilônia, na Bíblia, dizem respeito ao Império Neobabilônico desenvolvido por Nabucodonosor, perto do fim do sétimo século A.C. Caracterizou-se pelo orgulho e cruel opressão. Estas características: confusão, orgulho e opressão – se refletem no símbolo de ‘Babilônia’ empregado por João” (COFFMAN, 1989, p. 85 e 86).

“O evangelho do reino, foi pregado em Babilônia […], e Nabucodonosor foi levado a conhecer e adorar a Deus. Mas depois da morte de Nabucodonosor, Babilônia novamente voltara à idolatria, e essa apostasia tornara-se irredutível ao usar Belsazar os vasos sagrados da casa de Deus, dedicados à adoração de Deus, para neles beber o vinho de Babilônia enquanto prestava adoração aos deuses falsos. Apareceu então a mão escrevendo na parede e sobreveio a queda de Babilônia antiga” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 211).

“Outro aspecto importante que se destaca em Isaías 14:12-14, sob o símbolo do rei de Babilônia, foi sua intenção de ser semelhante a Deus, estabelecendo seu trono ali onde está o trono do Altíssimo. Ali começa a rebelião cósmica cujo grande conflito é revelado no Apocalipse” (BELVEDERE, 1987, p. 13).

“Em outubro de 539 a.C., apenas 23 anos depois da morte de Nabucodonosor, o império caiu nas mãos de Ciro, o persa, quase sem luta. Ciro havia forçado uma entrada para o vale da Mesopotâmia na batalha de Opis e, poucos dias depois, a capital caiu nas mãos dos persas sem qualquer batalha. Com a sua queda, encerrou-se a história de Babilônia como um poder independente. O reino se tornou parte do império persa e posteriormente foi reduzida a uma província. Em seguida, o território caiu nas mãos de Alexandre, o Grande, e pertenceu sucessivamente aos selêucidas, partos, sassânidas e outros. Atualmente, faz parte do Iraque” (NEUFELD; DORNELES, 2014, p. 159).

“Uma série de profecias foi dirigida contra Babilônia, predizendo que a cidade seria destruída e se tornaria um lugar desabitado (Is 13; 14:1-23; Jr 50, 51). Essas profecias se cumpriram gradualmente. Quando Ciro, o Grande, tomou a cidade em 539 a.C., ela não sofreu nenhuma violência e foi conquistada intacta pelos persas, que fizeram dela uma das capitais do novo império. Entretanto, várias rebeliões contra o domínio persa sob Dario I e Xerxes levaram o último rei a punir a cidade rebelde, destruindo seus palácios, templos e muros (c. 480 a.C.). Também aboliu o título de ‘rei de Babilônia’, que ele, assim como seus antecessores, tinha usado até aquele momento, e fez de Babilônia uma mera província.

“Um século e meio depois, Alexandre, o Grande, planejou fazer de Babilônia a capital de seu império, porém morreu antes de sequer começar a realizar seus planos ambiciosos. Nenhum de seus sucessores escolheu Babilônia como capital. Seleuco I Nicator, em 312 a.C., construiu Selêucia como sua nova capital, às margens do Tigre (ver mapa XIII, C-5), utilizando grande parte do material de construção da antiga Babilônia. Desde então, a cidade serviu como fonte de tijolos. A barragem do rio Hindiya foi construída com os antigos tijolos de Babilônia. O mesmo ocorreu com a cidade de Hilla, situada 5,6 km ao sul de Babilônia, e muitas das aldeias que rodeiam as ruínas da antiga cidade. Portanto, a grande metrópole dos tempos antigos foi completamente abandonada. Grandes montanhas de detritos marcam as antigas regiões de Babilônia” (NEUFELD; DORNELES, 2014, p. 155 e 156).

“Assim como Babilônia caiu ante o Império Medo-Persa, pelo desvio das águas do rio Eufrates, a Babilônia Mística também cairá da mesma forma (Apocalipse 14:8; 16:12; 18:2)” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 53).

“Compreender a significação da segunda mensagem Angélica requer um paralelismo de três colunas. A primeira coluna trata de Babilônia literal, da maneira como existia nos tempos do Antigo Testamento, com os seus objetivos e pretensões.

“A segunda coluna contém a mensagem do segundo anjo, do modo como foi interpretada e proclamada por Guilherme Miller, em 1844.

“A terceira coluna constitui um quadro do cumprimento final da segunda mensagem Angélica pouco antes da volta do Senhor. […]

“As Escrituras contém muitas advertências e apelos decisivos. Pouco antes do Dilúvio, Deus advertiu uma geração corrupta e perversa (Gen. 6:3). Ao antigo povo de Israel foram concedidos 490 anos de advertências e apelos (Dan. 9:24-27). Esse período terminou em 34 A.D. Eles também rejeitaram a direção do Espírito Santo. A mensagem do segundo anjo (Apocalipse 14) salienta uma advertência final” (COFFMAN, 1989, p. 83).

“Duas antigas cidades, Jerusalém e Babilônia, são postas em contraste nas Escrituras – Salém, significando paz, e Babel significando confusão. Uma dessas cidades – Jerusalém – tomou-se o centro do reino terrestre de Deus; a outra – Babilônia – tomou-se o centro do governo terrestre de Satanás. No Novo Testamento, e especialmente no Apocalipse, essas duas cidades representam dois reinos espirituais” (ANDERSON, 1988, p. 172).

“Na verdade, Satanás tinha o plano de transformar Babilônia no centro e agente de seu plano mestre para assegurar o controle sobre a raça humana, assim como Deus tinha o propósito de atuar por meio de Jerusalém […]. Por isso, ao longo do AT, as duas cidades tipificaram as forças do bem e do mal em ação no mundo. Os fundadores de Babilônia tinham a intenção de estabelecer um governo totalmente independente de Deus e, se Ele não interviesse, eles teriam conseguido eliminar a justiça da Terra […]. Por esse motivo, o Senhor achou por bem destruir a torre e dispersar aqueles que a construíram (ver com. de Gn 11:7, 8). O período de sucesso temporário foi seguido por mais de um milênio de declínio sujeição a outras nações […].

“Quando Nabucodonosor II reconstruiu Babilônia, ela se transformou em uma das maravilhas do mundo antigo […]. O plano de tornar seu reino universal e eterno […] foi um sucesso na medida em que o novo império babilônico superou seus antecessores tanto em esplendor quanto em poder […]. No entanto, Babilônia também se tornou orgulhosa e cruel […]. Conquistou o povo de Deus e ameaçou derrotar seu propósito como nação escolhida. Em uma dramática série de acontecimentos, Deus humilhou Nabucodonosor e assegurou sua submissão […].

“Porém, seus sucessores se recusaram a se humilhar diante de Deus (ver Dn 5:18-22). Por isso, o reino acabou sendo pesado na balança do Céu e achado em falta, e seu domínio foi revogado por decreto do Observador divino (ver com. de Dn 5:26-28). Mais tarde, Babilônia passou a ser uma das capitais do império persa, mas foi parcialmente destruída por Xerxes […]. Ao longo dos séculos, a cidade perdeu cada vez mais sua importância até que, no fim do primeiro século d.C., praticamente deixou de existir.

“Desde a queda da Babilônia antiga, Satanás tem procurado, por meio de um poder mundial após o outro, controlar o planeta. E provavelmente já teria conseguido se não fossem as repetidas intervenções divinas (ver com. de Dn 2:39-43). Sem dúvida, sua tentativa mais próxima do sucesso foi a subversão da igreja mediante a apostasia papal na Idade Média […]. Mas Deus intervém para impedir o sucesso de uma ameaça após a outra até o cumprimento final de Seus propósitos (ver Ap 12:5, 8, 16). As nações nunca mais conseguiram se ligar umas as outras para formar um só poder (ver com. de Dn 2:43). O mal é, por natureza, causador de divisões. Contudo, perto do fim dos tempos, Satanás terá a oportunidade de conquistar o que parecerá um sucesso, por um breve momento (ver com. de Ap 16:13, 14, 16; 17:12-14).

“Ao que tudo indica, perto do fim do primeiro século d.C., os cristãos já se referiam à cidade e ao império de Roma usando o título enigmático de Babilônia (ver com.d 1Pe 5:13). Nessa época, a cidade de Babilônia, tão magnífica no passado, estava quase, se não completamente, em ruínas. Era uma desolação inabitada e, por isso, uma ilustração vívida do destino final da Babilônia mítica. Os judeus estavam exilados mais uma vez, nas mãos impiedosas de Roma […], assim como haviam sido exilados anteriormente por Babilônia. Os cristãos também passaram por repetidas perseguições nas mãos do império […]. Entre judeus e cristãos Babilônia se transformou num termo apropriado para descrever Roma imperial.

“Durante os primeiros séculos do cristianismo, a designação velada de Babilônia para se referir à cidade e ao império de Roma ocorre várias vezes tanto na literatura judaica quanto cristã” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 917 e 918).

“Ela estava ‘embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus’ (Apocalipse 17:6). Trata-se do mesmo poder do pequeno chifre de Daniel 7:25 e Apocalipse 13” (FEYERABEND, 2005, p. 126).

“Como a Babilônia literal, Roma e a ‘Babilônia’ de Apocalipse são poderes orgulhosos, desumanos que oprimem o povo de Deus. Veja especialmente Apocalipse 17:6, onde Babilônia está ‘embriagada com o sangue dos santos’. Esses impérios se rebelam contra Deus, idéia que está implícita no nome ‘Babilônia’. Na língua babilônica, o nome é bab ili, que significa: ‘a porta de (dos) Deus(es)’, referindo-se ao lugar de acesso ao reino divino. Compare com Gênesis 11, onde o povo construiu a torre de Babel (Babilônia) com o objetivo de alcançar pelo seu próprio poder o nível divino da imunidade de qualquer responsabilidade diante de Deus.

“Quando despertou de um sonho em que viu uma escada ligando o Céu e a Terra, Jacó exclamou: ‘Este lugar é a casa de Deus, a porta dos Céus’ (Gên. 28:17). Note que a ‘casa de Deus’ é ‘a porta dos céus’; isto é, o caminho de acesso ao reino divino. Jacó chamou o lugar de ‘Betel’, que significa ‘casa de Deus’. A ‘porta do céu’ em Betel e a ‘porta de (dos) Deus(es)’ em Babilônia eram caminhos opostos para se alcançar o reino divino. A escada de Jacó vinha do Céu, revelada de cima por Deus. Mas Babilônia, com suas torres e templos, era construída por seres humanos do solo para cima. Esses caminhos opostos representam os caminhos contrastantes para se alcançar a salvação: graça de origem divina contra obras humanas” (GANE, 2004, p. 71).

“A palavra é aqui usada em sentido figurado para designar a grande cidade simbólica do Apocalipse, provavelmente com referência especial ao significado do termo e às circunstâncias em que nasceu. Aplica-se a alguma coisa em que se pode escrever a palavra ‘confusão’. Há apenas três coisas possíveis às quais a palavra pode aplicar-se. São o mundo religioso apóstata em geral; a igreja papal em particular e a cidade de Roma. Examinando estes pontos mostraremos primeiro o que não é Babilônia. Babilônia não se limita à igreja romana. Não negamos que essa igreja é uma parte muito importante da grande Babilônia. As descrições do capítulo 17 parecem aplicar-se muito particularmente a essa igreja. Mas o nome que ela traz na sua testa, ‘Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da Terra’, revela outras relações familiares. Se a igreja é a mãe, quem são as filhas? O fato de se falar destas filhas mostra que, além da igreja católica romana, há outros corpos religiosos incluídos nesta designação” (SMITH, 1979, p. 262).

“Babilônia não é a cidade de Roma. O argumento em que alguns se baseiam para mostrar que a cidade de Roma é a Babilônia do Apocalipse é assim apresentado: O anjo disse a João que a mulher que ele tinha visto era a grande cidade que reinava sobre os reis da Terra, e que as sete cabeças da besta são sete montes sobre os quais a mulher está sentada. Logo, dando à cidade e aos montes um sentido literal, e encontrando Roma justamente edificada sobre sete colinas, aplicam a declaração à Roma literal. O princípio em que se baseia esta interpretação é a suposição de que a explicação de um símbolo deve ser sempre literal. Mas cai por terra desde o momento em que se mostra que os símbolos por vezes são explicados substituindo-os por outros símbolos, explicando-se então estes. […]

“Não será difícil mostrar que tanto os montes como a cidade são usados simbolicamente. Notemos com especial atenção os seguintes pontos: Somos informados em Apocalipse 13 que uma das sete cabeças foi ferida de morte. Esta cabeça não pode, portanto, ser um monte literal, porque seria estulto dizer que um monte foi ferido de morte. Cada uma das sete cabeças tem sobre si uma coroa. Mas quem já viu um monte literal adornado com uma coroa? As sete cabeças são evidentemente diferentes formas de governo que se sucedem evidentemente no transcurso do tempo, pois lemos: ‘Cinco já caíram, um existe, e outro ainda não é vindo.’ (Apoc. 17:10).

“Mas as sete colinas sobre as quais Roma está edificada não são sucessivas, e seria absurdo aplicar-lhes semelhante linguagem. Segundo Daniel 7:6, comparado com Daniel 8:8, 22, as cabeças significam governos, e segundo Daniel 2:35, 44 e Jeremias 51:25 os montes significam reinos. Segundo estes fatos, a versão literal de Apocalipse 17:9 e 10 remove toda a obscuridade: ‘As sete cabeças são sete montes sobre os quais a mulher está sentada e são sete reis.’

“Vê-se, assim, que o anjo representa as cabeças como montes, e explica depois os montes como sendo sete reinos sucessivos. O significado é transferido de um símbolo para outro e então é dada uma explicação do segundo símbolo. Do argumento anterior deduz-se que a ‘mulher’ não pode representar uma cidade literal, porque os montes sobre os quais a mulher está sentada são simbólicos e uma cidade literal não pode estar assentada sobre montes simbólicos” (SMITH, 1979, p. 262 e 263).

“Segundo os capítulos dezesseis, dezessete, dezoito e dezenove do Apocalipse, a Babilônia desta profecia é simbolizada pela antiga Babilônia do rio Eufrates. É uma Babilônia espiritual, uma corporação de indivíduos que, como os fundadores habitantes da Babilônia de outrora, pretendem não só a supremacia religiosa no mundo como julgam ascender a Deus por suas obras como os edificadores daquela antiga Babilônia. Mas, seu culto, como o daquela, é contrário à justiça de Deus, pelo que é ela também confusão e está votada pelas profecias também à completa destruição” (MELLO, 1959, p. 423).

“A palavra Babilônia, ou Babel, quer dizer confusão. Ela teve sua origem com a cidade e a torre que o povo tentou construir na terra de Sinar, depois do dilúvio. Foi lá que as línguas do mundo foram confundidas. É um símbolo adequado para as igrejas populares e seculares, com suas centenas de diferentes seitas e doutrinas contraditórias” (FEYERABEND, 2005, p. 126).

“Babilônia, tanto literal quanto mística, é reconhecida há muito como uma inimiga tradicional da verdade e do povo de Deus. O uso do nome no Apocalipse indica todas as organizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a Antiguidade até o fim dos tempos (ver com. de Ap 17:5; 18:24). A comparação dos textos do AT (que expõem em detalhes os pecados e o destino da Babilônia literal) com as descrições do Apocalipse acerca da Babilônia mística deixa claro como é apropriado o uso figurado do nome (ver com. de Is 47:1; Jr 25:12; 40:1; Ap 16:12-21; 17; 18 […]). Essas passagens revelam a importância de um estudo aprofundado do AT sobre a Babilônia literal para servir de base para a compreensão do significado das passagens do NT relacionadas à Babilônia mística” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 919).

“Babilônia significa a igreja mundana universal” (SMITH, 1979, p. 264).

“Babilônia é chamada uma ‘mulher’. Uma mulher, usada como símbolo, significa uma igreja. Interpretamos a mulher de Apocalipse 12 como sendo uma igreja. A mulher de Apocalipse 17 deve indubitavelmente interpretar-se como significando também uma igreja. O caráter da mulher representa o caráter da igreja representada. Uma mulher casta representa uma igreja pura, e uma mulher corrupta, uma igreja impura ou apóstata.

“A mulher Babilônia é uma prostituta, e mãe de filhas semelhantes a ela. Esta circunstância, como o seu próprio nome, demonstra que Babilônia não se limita a um só corpo eclesiástico, mas deve ser composta de vários. Deve englobar s todos os que têm natureza semelhante, e representar todas as igrejas corruptas e apóstatas da Terra. Isto explicará talvez a linguagem de Apocalipse 18:24, pela qual vemos que quando Deus reclamar da grande Babilônia o sangue dos seus mártires, nela se encontrará o ‘sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na Terra.’” (SMITH, 1979, p. 264).

“Apocalipse 12 fala sobre a mãe verdadeira, a igreja pura. Babilônia também é uma mãe; ela é chamada a mãe das meretrizes. Para ser a mãe das meretrizes, ela deve ter filhas que são meretrizes. No credo do papa Pio IV, lemos: ‘Reconheço a Santa Igreja Católica Apostólica Romana como mãe e soberana de todas as igrejas’ (Joseph Faa Di Bruno, Catholic Belief, pág. 253)” (FEYERABEND, 2005, p. 126).

“No capítulo dezesseis versículo dezenove, é mencionado que, por ocasião da sétima praga, a ‘grande cidade’ fender-se-á ‘em três partes’ e que ‘da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o calix do vinho da indignação da Sua ira’. Note-se que a ‘grande Babilônia’ espiritual surge nesta outra profecia composta de três partes, ou seja de três grandes corpos religiosos. No versículo treze deste mesmo capítulo verificamos os três setores que compõem a Babilônia moderna: O primeiro e mais antigo é o paganismo sob a forma de dragão; o segundo é a igreja católica sob a tutela da bêsta papal; e o terceiro é o protestantismo estadunidense, constituído de igrejas filhas da igreja de Roma-mãe, sob a égide do falso profeta ou seja a bêsta de ‘dois chifres semelhantes aos de um cordeiro’, que são os Estados Unidos protestantes” (MELLO, 1959, p. 423).

“A Igreja de Roma é chamada Babilônia, e sua religião foi um restabelecimento da religião da antiga Babilônia. Ela tem pretensões a um sacerdócio com poderes e privilégios excepcionais, justamente como o fazia a antiga Babilônia. Pelo dogma da imaculada conceição da Virgem Maria, nega haver Deus em Cristo assumido a mesma carne do homem caído, exatamente como o fazia Babilônia antiga. Ver Dan. 2:11. Reclama jurisdição espiritual universal, e sob pena de castigos e penalidades, exige submissão, assim como o fazia a antiga Babilônia. Ver Dan. 3. Repudia a verdade evangélica fundamental da justificação pela fé, e zomba das obras, tal como fazia a Babilônia antiga. Ver Dan. 4:30. Uma cuidadosa comparação do ritual da antiga e moderna Babilônia revela ser o da última, cópia da primeira; fácil é traçar-se historicamente a relação através do paganismo de Roma política.

“‘Na subversão de Babilônia pelos persas, que nutriam ódio tradicional à sua idolatria, os sacerdotes caldeus fugiram para Pérgamo, na Ásia Menor, ali estabelecendo a sede de sua religião. O último rei, pontífice de Pérgamo foi Átalo III, que ao morrer deixou seus domínios e autoridade para os romanos, em 133 A. C., e desde então, as duas linhas do Pontífices Máximos se uniram no de Roma.’ – O Falso Cristo, J. Garnier, Londres, George Allen, 1900, págs. 94 e 95” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 212).

“Através dos séculos quase todo país da Europa teve sua igreja oficial do Estado, e a maioria desses países têm atualmente suas religiões estabelecidas, que se opõem energicamente aos dissidentes. Babilônia embriagou todas as nações com o vinho da sua fornicação, isto é, com suas falsas doutrinas. Portanto, não pode simbolizar senão igreja mundana universal.

“A grande cidade, Babilônia, é composta de três divisões. Assim também as grandes religiões do mundo podem ser distribuídas sob três agrupações.

“A primeira, a mais antiga e a mais espalhada é o paganismo, que separadamente simboliza sob a forma de um dragão; a segunda é a grande apostasia papal, simbolizada pela besta; a terceira são as filhas, ou descendentes daquela igreja simbolizada pela besta de dois chifres, embora não abranja todas. Guerra, opressão, mundanismo, formalismo religioso, a busca do prazer, e a conservação de muitos erros da igreja católica romana, identificam com triste e fiel exatidão o grande corpo das igrejas protestantes como uma importante parte desta grande Babilônia, objeto da advertência” (SMITH, 1979, p. 264 e 265).

“[…] trata-se, portanto, duma igreja a que a profecia chama de Babilônia, uma igreja que deve exercer supremacia mundial religiosa como exerceu nos seus dias a Babilônia do passado. E que a revelação do capítulo dezessete trata da igreja católica, nada há que de lugar a dúvidas. Mas Babilônia não é somente a igreja papal. O capítulo diz que ela é ‘mãe de prostitutas’, isto é, de igrejas infiéis que dela saíram e que indubitavelmente são as igrejas protestantes caídas que saíram de Roma e que em conjunto podem receber o título de Roma-protestante” (MELLO, p. 423).

“Um exame do procedimento seguido pela igreja protestante em certas ocasiões o demonstrará melhor. Quando Roma teve o poder, destruiu vastas multidões dos que considerava hereges. A igreja protestante manifestou o mesmo espírito. Basta citar Miguel Servet, queimado pelos protestantes de Genebra sob a direção de João Calvino; os dissidentes durante muito tempo oprimidos pela igreja inglesa; os pais puritanos da Nova Inglaterra enforcando os Quakers e açoitando os batistas, apesar de eles por sua vez serem fugitivos da opressão semelhante da igreja anglicana. Mas, dirão alguns, estes acontecimentos pertencem ao passado. É verdade, mas demonstram que quando pessoas dirigidas por forte preconceito religioso, podem coagir os dissidentes, não se podem eximir de o usar, e essa fraqueza há de ver-se nos Estados Unidos em futuro cumprimento da profecia final de Apocalipse 13” (SMITH, 1979, p. 265).

“Era vontade de Cristo que Sua igreja fosse unida. Orou para que Seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai eram um, porque isto daria poder ao Seu Evangelho e levaria o mundo a crer nEle. Em vez disto, olhe-se para a confusão que existe no mundo protestante, para os muitos muros de separação que o dividem numa rede de sociedades, e para os muitos credos discordantes como as línguas dos que foram dispersos quando construíam a torre de Babel. Deus não é o autor disto. É o estado de coisas que a palavra ‘Babilônia’ descreve com propriedade.

“Usa-se esta palavra com este mesmo fim, e não como termo de censura. Em vez de se encher de ressentimento quando se menciona este termo, o povo devia antes examinar a sua posição, para ver se em sua fé ou prática é culpado de ter algum relacionamento com a grande cidade da confusão. Em caso positivo, deve separar-se imediatamente dela” (SMITH, 1979, p. 265).

“O termo Babilônia é muito abrangente e representa o papado em aliança política e religiosa com os reis da Terra. Representa todas as corporações e movimentos religiosos que têm se desviado da verdade, desafiado a autoridade divina e seduzido as pessoas com o vinho de sua prostituição. ‘A grande Babilônia’ descrita neste verso designa, em sentido especial, as religiões apóstatas unidas no fim do tempo, numa tríplice aliança: (1) papado; (2) protestantismo apostatado; (3) espiritismo. Esta profecia da queda de Babilônia encontra o seu cumprimento no abandono do cristianismo em geral da pureza e simplicidade do evangelho” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 53).

“A verdadeira igreja é uma virgem casta (2 Cor. 11:2). A igreja que se une em amizade ao mundo, é uma prostituta. É esta relação ilícita com os reis da Terra o que constitui a grande prostituta do Apocalipse. Assim, a igreja judaica, a princípio esposada com o Senhor (Jer. 2, 3 e 31:32), tornou-se prostituta (Ezeq. 16). Esta igreja, quando apostatou de Deus, foi chamada Sodoma (Isaías 1), exatamente como ‘a grande cidade’ (Babilônia) é também chamada em Apocalipse 11.

“A união ilícita com o mundo, de que Babilônia é culpada, é uma prova positiva de que não se trata do poder civil. O fato de o povo de Deus estar no meio dela antes de ser destruída é uma prova de que ela professa ser um corpo religioso. Por estes motivos, é muito evidente que a Babilônia do Apocalipse é a professa igreja que se uniu com o mundo” (SMITH, 1979, p. 265 e 266).

“No livro do Apocalipse, ‘Babilônia’ é a união religiosa (do papado, do protestantismo apostatado e do espiritismo; Apoc. 16:13 e 14) que estabelece a imagem da besta e persegue o fiel povo de Deus (Apoc. 13:15-17; 17:6). Essa união religiosa que se opõe a Cristo e Sua verdade, é amparada pelo governo secular. Em Apocalipse 17, a grande besta escarlate pode ser encarada como o poder secular dominado por Satanás; e a mulher sentada sobre a besta, como a união religiosa: ‘Babilônia’” (COFFMAN, 1989, p. 86).

Caiu, caiu. Evidências textuais […] apoiam a omissão do segundo ‘caiu’. A passagem parece ecoar Isaías 21:9, em que as evidências textuais da LXX se dividem entre a palavra ‘caiu’ ocorrer uma ou duas vezes. O hebraico repete o termo. A repetição dá ênfase à mensagem. Babilônia é um termo abrangente que João usa a caracterizar todos os grupos e movimentos para afastaram da verdade. Isso exige que se interprete sua ‘queda’ como um evento progressivo e cumulativo” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 916 e 917).

“A denúncia da queda de Babilônia, exarada no versículo oito do capítulo que estamos considerando, cumprida em 1844, alude à Babilônia integral ou apenas a uma das partes que a compõem?” (MELLO, 1959, p. 423).

“[…] a própria profecia estabelece a mais nítida distinção entre a queda e a destruição de Babilônia. Babilônia ‘cai’ antes de ser ‘lançada’ com ímpeto no mar, como uma grande pedra de moinho [cf. Ap 18.21], e ser completamente ‘queimada no fogo’ [Ap 18.8]. Portanto, a queda é espiritual, porque depois da queda é dirigida a Voz ao povo de Deus que ainda está relacionado com ela: ‘Sai dela, povo Meu’. O motivo é logo a seguir apresentado: ‘para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas.’ Babilônia, portanto, continua existindo no pecado, e suas pragas são ainda futuras, depois de sua queda” (SMITH, 1979, p. 266).

“Não nos é estranha a grande reforma da corrupção papal iniciada pelo protestantismo, no século XVI, que em verdade foi a princípio uma obra notável. E podemos afirmar, fundamentados na carta relativa à igreja de Sardo, que o protestantismo constituiu a igreja de Deus até quase aos meados do século XIX, quando recebeu a poderosa luz do grande movimento mundial adventista, referido no capítulo dez e na mensagem do primeiro anjo. Não há assim dúvida alguma de que o protestantismo, em 1844, era o único setor de Babilônia que ainda não havia caído e por conseguinte o único que se achava em posição que permitia sofrer uma queda espiritual.

“Portanto, é inevitável a conclusão de que a mensagem que anuncia a queda de Babilônia se refira às igrejas protestantes. Com sua queda, pode dizer-se então que ‘Babilônia, aquela grande cidade’, caiu. Anteriormente não se podia dizer que ela havia caído enquanto ainda uma parte, o protestantismo, estava de pé como igreja de Deus. Depois, porém, que a condição do mundo protestante piorou e sacrificou êle a pura verdade divina do evangelho de Cristo, é que somente pôde Babilônia sofrer uma queda espiritual e a grave denúncia – caiu, caiu, Babilônia, aquela grande cidade – ser então proclamada.

“Esta mensagem não demonstra que o protestantismo, e bem assim Babilônia, caiu brusca e rapidamente em 1844, mas que naquela data, ao rejeitar a grande luz do advento, entrou êle em processo de queda mais acentuada, enveredando para a queda total e final como trata o capítulo dezoito” (MELLO, 1959, p. 424).

“1. No Antigo Testamento a nação de Babilônia é comparada a uma mulher (Isa. 47:1 e 7-9). “2. A mulher descrita em Apocalipse 17:1-6 é uma ‘meretriz’. Isto denota que antes ela era pura e virtuosa. Seu nome atual é ‘Babilônia, a Grande’ (verso 5).

“3. Em certa época, a mulher de Apocalipse 12:1 e a mulher do capítulo 17:1 foram uma só: o povo de Deus, a Igreja de Cristo da maneira descrita em Atos e nas Epístolas do Novo Testamento.

“4. O apóstolo Paulo predisse que a apostasia se manifestaria de tal modo na Igreja Cristã que se transformaria no ‘homem do pecado’ – o sistema papal (ver II Tess. 2:3).

“5. O cristianismo formou uma união com o paganismo. (Ver O Grande Conflito, págs, 47 e 48.)

“6. No Antigo Testamento, o povo de Deus, Israel, é retratado como estando desposado com Deus (Ezeq. 16:8). Quando Israel começou a ter ligações com os egípcios, assírios e caldeus, isto corrompeu sua fé. A idolatria e os costumes pagãos impregnaram e alteraram sua experiência religiosa. As uniões ilícitas de Israel são, portanto, consideradas como prostituição (ver Ezeq. 16:15, 26 e 28-38). Deus encarou a nação como ‘meretriz’.

“7. Semelhantemente, nos primeiros séculos da Era Cristã, o cristianismo transigiu com o paganismo por meio de suas ligações ilícitas com o mundo. Em Apocalipse 12:1 uma mulher pura é o símbolo dos leais crentes em Cristo. Em Apocalipse 17:1, a mulher corrupta é um símbolo do cristianismo apostatado.

“8. Essa apostasia cristã é chamada ‘Babilônia’ por duas razões:

1ª Suas crenças são uma confusão de paganismo e cristianismo (verso 4).

2ª Ela persegue e oprime a outros cristãos (versos 6 e 18).

“A ‘Grande Babilônia’ ou ‘Babilônia, a Grande), apresentada como uma mulher montada numa besta, representa a união da Igreja e do Estado (versos 3-5). É o grande perseguidor dos santos de Deus (verso 6) e um poder religioso que influi sobre as questões políticas da Terra (verso 18). “Esse poder é o papado, o mesmo poder retratado pelo símbolo da besta em Apocalipse 13:1-10 e da ponta pequena em Daniel 7:25. A ‘Grande Babilônia’ do fim do tempo abrange todo o conjunto de religiões falsas que se levantam contra Deus. […]

“Quando as corporações religiosas abandonam a verdade de Deus, quando substituem as doutrinas da Palavra de Deus pelas doutrinas de homens, quando resistem às admoestações do Espírito Santo e se aliam para promulgar os seus erros, usando a autoridade civil para impor as suas idéias, eles estão se tornando Babilônia” (COFFMAN, 1989, p. 87 e 88).

“Parte da tríplice mensagem de Deus hoje é: ‘Caiu, caiu Babilônia’ …. Os cristãos, a exemplo dos antigos edificadores de Babel, volveram-se do evangelho eterno para seguirem sua própria diversão, com a teoria da evolução substituindo o relato bíblico da Criação. Está sendo proclamada hoje, não só nos centros de saber, mas mesmo dos púlpitos. O efeito desta modema teoria evolucionária sobre a crença cristã é tremenda. A fé está sendo sutilmente minada” (ANDERSON, 1988, p. 172).

A queda é espiritual, e também um informativo de que Babilônia está sendo julgada no Tribunal/Santuário celestial e sendo condenada, caindo de sua posição de igreja de Deus. No entanto, e simultaneamente, ela crê e prega que está passando por uma reforma e um reavivamento de paz e união aqui na Terra. Nada mais ilusório, pervertido e enganador!

“O mundo fica extasiado e maravilhado com o surpreendente reavivamento do seu poder. Isso tem sido especialmente verdade desde que a independente soberania da Cidade do Vaticano foi reconhecida pela Itália, em 1929. O papa disse: ‘Este momento tão importante, tão histórico, que se coloca entre o passado e o futuro, fecha o passado e abre o futuro (Codress, 27 de junho de 1929)” (FEYERABEND, 2005, p. 128).

“A mensagem do segundo anjo de Apocalipse, Capítulo 14, foi primeiramente pregada no verão de 1844, e teve naquele tempo uma aplicação mais direta às igrejas dos Estados Unidos, onde a advertência do juízo tinha sido mais amplamente proclamada e em geral rejeitada, e onde a decadência das igrejas mais rápida havia sido.

“A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral, em conseqüência de recusarem a luz da mensagem do advento; mas essa queda não foi completa. Continuando a rejeitar as verdades especiais para este tempo, têm elas caído mais e mais. Contudo, não se pode ainda dizer que ‘caiu Babilônia, … que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.’

“Ainda não deu de beber a todas as nações. O espírito de conformação com o mundo e de indiferença às probantes verdades para nosso tempo existe e está a ganhar terreno nas igrejas de fé protestante, em todos os países da cristandade; e estas igrejas estão incluídas na solene e terrível denúncia do segundo anjo. Mas a obra da apostasia não atingiu ainda a culminância” (WHITE, 2013, p. 389).

“A profecia da queda de Babilônia tem seu cumprimento final no afastamento, por parte do protestantismo como um todo, da pureza e simplicidade do evangelho (ver com. de Ap 14:4). Essa mensagem foi pregada primeiro pelo movimento adventista conhecido como milerismo, no verão de 1844, sendo aplicada às igrejas que rejeitaram a mensagem do primeiro anjo a respeito do juízo (ver com. do v. 7). A mensagem terá cada vez mais relevância à medida que o fim se aproxima e chegará ao cumprimento completo com a união dos vários elementos religiosos sob a liderança de Satanás (ver com. de Ap 13:12-14;17:12-14). A mensagem de Apocalipse 18:2 a 4 anuncia a queda completa de Babilônia e chama todo o povo de Deus disperso em meio aos vários grupos religiosos que formam Babilônia a se separar dela” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 917).

“A maioria dos cristãos professos rejeitou a advertência do primeiro anjo da maneira pela qual foi transmitida por Miller. Vendo a queda moral deles, Guilherme Miller volveu-se para a segunda mensagem angélica em 1844. Ele reconhecia que, ao rejeitarem a mensagem do primeiro anjo, as igrejas estavam rejeitando a luz do Céu. Crendo estar próximo o fim de todas as coisas, combinou a parábola das dez virgens (S. Mat. 25:1-13) com o apelo para sair de Babilônia. Assim, o tempo de tardança e o Clamor da Meia-noite passaram a fazer parte de sua mensagem. As igrejas zombaram; muitos que atenderam à mensagem experimentaram, porém, profunda espiritualidade. Os que atenderam de coração às advertências das mensagens do primeiro e do segundo anjo prepararam-se para o encontro com o seu Senhor” (COFFMAN, 1989, p. 86 e 87).

Beber. Imagem que descreve a aceitação dos falsos ensinos e das práticas de Babilônia. A expressão ‘tem dado a beber a todas as nações’ ou ‘fez todas as nações beberem’ (NVI) sugere coerção. Elementos religiosos pressionarão o estado secular a fazer cumprir os decretos de Babilônia.

Todas as nações. A natureza universal da apostasia é retratada aqui. A substituição das leis divinas por leis humanas e a execução de decretos religiosos pelo estado se tornarão universais (ver com. de Ap 13:8 […])” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 919).

todas as nações. A Babilônia do tempo do fim desperta oposição mundial a Deus(BÍBLIA, 2015, p. 1668).

Vinho da fúria. É provável que a figura seja emprestada de Jeremias 25:15, texto em que o profeta é instruído: ‘Toma […] este cálice do vinho do Meu furor e darás a beber dele a todas as nações (ver com. De Ap 13:12). Mas não é fúria nem furor que Babilônia oferece ao dar vinho às nações. Ela argumenta que o tomar seu vinho levará paz às nações (ver com. de Ap 13:12). Todavia, isso acaba acarretando a ira de Deus sobre os seres humanos.

“Alguns sugerem que a palavra traduzida aqui por ‘fúria’ (thumos) deveria ser vertida por ‘paixão’. Assim, a passagem diria: ‘Ela fez todas as nações beberem do vinho de sua imoralidade apaixonada.’ No entanto, em outros trechos do Apocalipse, thumos parece ter o sentido de ‘raiva’ e ‘ira’, que provavelmente deve ser adotado aqui também.

Prostituição. Imagem da conexão ilícita entre a igreja e o mundo, ou entre a igreja e o estado secular. A igreja deve se casar com seu Senhor; mas, quando ela procura apoio do estado, deixa seu cônjuge legítimo. Por meio de seu novo relacionamento, comete prostituição espiritual (comparar com Ez 16:15; Tg 4:4)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 919).

“A Babilônia mística tem um cálice de ouro na mão (Apocalipse 17:4). A antiga Babilônia foi comparada a um copo de ouro (Jeremias 51:7). Em 1825, por ocasião do jubileu, o papa Leão XII cunhou uma medalha onde, de um lado, estava a sua própria imagem e, do outro, a imagem da igreja de Roma simbolizada por uma mulher segurando uma cruz em sua mão esquerda e um cálice na direita. Uma inscrição em volta dela dizia: ‘Sedet super universum’ (o Universo inteiro é o seu trono) (Alexander Hislop, The Two Babylons, pág. 6.).

“Multidões têm bebido o vinho de suas falsas doutrinas. Quando as professas igrejas protestantes repudiaram o princípio fundamental do protestantismo, colocando de lado a autoridade da Bíblia e aceitando a tradição, a especulação e as leis feitas por homens, elas adotaram os princípios da Babilônia moderna, e podem ser consideradas como filhas de Babilônia, escolhendo deliberadamente beber do seu cálice.

“A posição católica romana com respeito à Bíblia não é compatível com os princípios de a Bíblia somente (sola Scriptura) da Reforma protestante. A igreja diz: ‘Embora estas duas vertentes (a Bíblia e a tradição), no que tange à sua origem divina, sejam igualmente sagradas, e ambas plenas de verdades reveladas, mesmo assim, das duas, a tradição é mais clara e segura’ (Joseph Faa Di Bruno, Catholic Belief, pág. 45). Isso contradiz a Bíblia, que nos alerta contra a tradição” (FEYERABEND, 2005, p. 127).

“Babilônia experimenta esta queda espiritual porque ‘a todas as nações deu a beber do vinho da ira [não ira, mas intensa paixão] da sua prostituição’. Há apenas uma causa a que isto pode referir-se – as falsas doutrinas. Ela corrompeu as verdades puras da Palavra de Deus e embriagou as nações com fábulas agradáveis” (SMITH, 1979, p. 267).

“Quando alguém faz que realizemos alguma coisa, ele está usando a força, a coerção ou compulsão. Isto suscita um sentimento de revolta. No entanto, a maior parte do mundo aceitará o sinal (ou marca) da besta quando for usada a força para impô-lo (Apoc. 13:16 e 17). O mistério em conexão com o ato de Babilônia compelir todas as nações a fazerem o que ela quer é o fato de que essas nações parecem deleitar-se em beber o seu vinho! Isto nos leva a duas conclusões:

1ª O diabo está sendo bem-sucedido na execução de seus planos.

2ª O ato de as nações beberem o vinho de Babilônia é o resultado de alguma forma de engano. Parece que elas não sabem que o vinho é o da ira final. Esse vinho não é bom, mas as nações bebem-no assim mesmo” (COFFMAN, 1989, p. 88 e 89).

“A visão do Apocalipse revela que Roma é a igreja-mãe. Esta tem filhos que a deixaram e filhas que saíram dela, mas apesar de havê-la abandonado conservam muito de seus vícios e da sua conduta religiosa equivocada. Saíram da casa da mãe meretriz, mas embriagados com o vinho doutrinário que ela havia adulterado. Este versículo nos ajuda a entender que evidentemente Babilônia é uma espécie de sobrenome ou nome de família e que a grande Babilônia inclui Roma e as outras igrejas guardadoras do domingo, etc. Isto pode causar admiração, mas Deus o revela com clareza” (BELVEDERE, 1987, p. 86 e 87).

“Pode-se dizer que o cálice da comunhão, de puro suco de uva, que Cristo ofereceu aos apóstolos como ‘a nova aliança no Meu sangue’ (I Cor. 11:25) simboliza todas as verdades de que se compõe o plano da salvação. A Igreja de Cristo deve continuar oferecendo esse cálice ao mundo. Mas Babilônia, a apostasia cristã, só pode oferecer vinho fermentado. Lemos em Jeremias 51:7: ‘Do seu vinho beberam as nações, por isso enlouqueceram.’ […]

“Eis algumas das doutrinas que se encontram no cálice de Babilônia papal:

1. A tradição e a autoridade da Igreja estão acima da Bíblia.

2. O batismo infantil.

3. Adoração de Maria e dos santos.

4. A imortalidade da alma; o tormento eterno no inferno.

5. A missa e a transubstanciação.

6. Confissão dos pecados ao sacerdote.

7. A penitência.

8. O purgatório.

9. A infalibilidade do papa.

10. O caráter sagrado do domingo.

“Dois desses erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo – contribuirão para unir a confederação total da apostasia que comporá a grande cidade da Babilônia mística no conflito final com o erro” (COFFMAN, 1989, p. 90 e 91).

“Há duas taças, a taça do Senhor e a de Babilônia. O vinho na taça do Senhor representa a verdade viva, ‘como a verdade é em Jesus;’ o vinho na taça de Babilônia representa suas falsas doutrinas, a substituição da Palavra viva e lei de Deus pela tradição humana, e a união ilícita que fez entre a igreja e o poder secular, dependendo, para dar força aos seus ensinos, mais do poder político que do poder de Deus. Por isso mesmo é que, embora mantenha uma forma de piedade, nega, porém, a sua eficácia. II Tim. 3:1-5.

“A citação seguinte estabelece a posição da igreja de Roma no tocante à tradição: ‘Embora essas duas correntes [a Bíblia e a tradição] sejam em si mesmas, em virtude de sua origem divina, igualmente santas, e estejam ambas repletas de verdades, mesmo assim, entre as duas, a tradição é para nós mais clara e segura.’ – Fé Católica, Rev. José Faa Di Bruno, D. D. (católico romano), pág. 45.

“A substituição da lei de Deus pela da igreja, em cumprimento da profecia de Dan. 7:25, testifica da completa subordinação da Palavra de Deus à autoridade da igreja. O ensino universal destas doutrinas em lugar do evangelho puro, desviou o mundo do bom caminho e fez com que todas as nações bebessem do vinho da ira da sua prostituição. A Reforma do século dezesseis foi um esforço para a volta às verdades puras da Palavra de Deus. Nesta os reformadores negaram a supremacia da tradição sobre a Escritura Sagrada” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 213).

“No credo do Papa Pio IV, uma autorizada declaração da fé Católica Romana é encontrada no seguinte acerto: ‘Reconheço a Santa Igreja Católica Apostólica como mãe e soberana de todas as e igrejas.’

“Quando as professas igrejas protestantes repudiaram o princípio fundamental do protestantismo, pondo de parte a autoridade da Palavra de Deus, aceitando em seu lugar a tradição e especulação humanas, adotaram o princípio fundamental da moderna Babilônia, e podem ser chamadas filhas de Babilônia. Sua queda está então incluída na de Babilônia, e exige uma proclamação da queda da moderna Babilônia.

“Muitos representantes do moderno protestantismo têm rejeitado, dum modo ou doutro, muitas das doutrinas fundamentais da Bíblia, tais como:

A queda do homem.

A doutrina bíblica do pecado.

A infalibilidade das Escrituras.

A perfeição das Escrituras como regra de fé e prática.

A divindade de Cristo, e Sua consequente liderança sobre a igreja.

A conceição miraculosa de nosso Senhor e Seu nascimento de uma virgem.

A ressurreição de Cristo.

A morte vicarial, expiatória e propiciatória de Cristo.

A salvação pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo.

A regeneração pelo poder do Espírito Santo.

A eficácia do nome de Cristo na oração.

O ministério e guarda dos santos anjos.

Os milagres como manifestação e intervenção direta do poder e Deus” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 213 e 214).

“Há três formas básicas pelas quais Babilônia, como a personificação do mal e da confusão, conseguirá unir as pessoas: lisonja, decepção e força. A mensagem do segundo anjo focaliza a terceira estratégia ao dizer que Babilônia ‘tem dado a beber’ (forçado) às nações a se intoxicar com o vinho de suas falsas doutrinas. […]

“Embora Deus seja soberano, Ele não força a vontade das pessoas. […] Em nossa obra de espalhar as singulares mensagens dos três anjos temos de ser cuidadosos no sentido de deixar que as pessoas tenham liberdade para escolher. Em vez de prescrever exatamente o que a pessoa tem de fazer, talvez o melhor caminho seja dizer-lhe: ‘Vamos ver o que a Bíblia tem a dizer sobre isso? Depois de estudar a Palavra de Deus você mesmo irá perceber o que Deus deseja.’” (GULLEY, 1996, p. 5A).

A pesquisa Babilônia “tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” (Apocalipse 14:8), em constante atualização, oportuniza uma lista extensa e fundamentada sobre os possíveis significados desse “vinho” e a embriaguez resultante. Disponível em: <https://blogdoprofh.com/2022/03/12/babilonia-tem-dado-a-beber-a-todas-as-nacoes-do-vinho-da-furia-da-sua-prostituicao-apocalipse-148/>. Acesso: dez. 2022. Considere-a um apêndice rico e imprescindível desse capítulo.

“Esse vocábulo pode abranger qualquer relação ilícita que Babilônia tenha com o mundo, com falsas doutrinas, com a idolatria e com o poder civil. Parece ser evidente que ela finalmente se envolverá em tudo isso. […]

“O Antigo Testamento fala muitas vezes [II Crôn. 21:5 e 11; Ezeq. 16:26] da apostasia de Israel e de seu afastamento de Deus – seu Noivo ou Marido. Israel buscou outros deuses, praticou a idolatria e manteve ligações proibidas com outras nações. Tudo isso é chamado ‘fornicação’, ou ‘prostituição’. A mesma palavra se aplica à aceitação dos erros de ‘Babilônia’ pelas nações modernas” (COFFMAN, 1989, p. 90).

“Isto realça indiscutivelmente a tremenda importância que tem para Deus a necessidade de manter as doutrinas puras, como Ele as deu e respeitá-las” (BELVEDERE, 1987, p. 83).

“Apocalipse 16:19 indica que a ‘Grande Babilônia’ abrange muito mais do que o papado, embora esse sistema de religião constitua o seu coração. Nessa passagem Babilônia é simbolizada por uma cidade de três partes. O capítulo 17, verso 2, menciona que ‘os reis da Terra’ estão em união ilícita com Babilônia. O verso 5 diz que ela é ‘a mãe das meretrizes’. Suas filhas são outras igrejas que tem algumas semelhanças com a mãe. Estas só podem ser as igrejas protestantes que surgiram na reforma do século dezesseis e que romperam com Roma, na tentativa de estabelecer verdadeira base bíblica para a crença.

“Infelizmente, as igrejas reformadas não se desfizeram de todos os erros defendidos por Roma. Pela graça de Deus, fizeram, porém, grande progresso – algumas mais, outras menos. A direção, em geral, foi para as verdades bíblicas e a pureza do evangelho. No começo, as grandes denominações protestantes permaneceram firmemente sobre a elevada plataforma da autoridade da Bíblia, da personalidade de Deus, da divindade de Cristo, da expiação pelo Seu sangue e do Segundo Advento de Cristo” (COFFMAN, 1989, p. 89).

“Declara-se que Babilônia é ‘mãe das prostitutas.’ Como suas filhas devem ser simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade e a aprovação de Deus, a fim de estabelecer uma aliança ilícita com o mundo. A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam.

“Visto que esta mensagem se segue à advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos. Demais, no Capítulo 18 do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia. E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante.

“Ao tempo em que surgiram, assumiram estas uma nobre posição no tocante a Deus e à verdade, e Sua bênção com elas estava. Mesmo o mundo incrédulo foi constrangido a reconhecer os benéficos resultados que se seguiam à aceitação dos princípios do evangelho. Nas palavras do profeta a Israel: ‘E correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da Minha glória que Eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor Jeová.’ Ezequiel 16:14.

“Caíram, porém, pelo mesmo desejo que foi a maldição e ruína de Israel — o desejo de imitar as práticas dos ímpios e buscar-lhes a amizade. ‘Confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama.’ Ezequiel 16:15.

“Muitas das igrejas protestantes estão seguindo o exemplo de Roma na iníqua aliança com os ‘reis da Terra’: igrejas do Estado, mediante suas relações com os governos seculares; e outras denominações, pela procura do favor do mundo.

“E o termo ‘Babilônia’ – confusão – pode apropriadamente aplicar-se a estas corporações; todas professam derivar suas doutrinas da Escritura Sagrada, e, no entanto, estão divididas em quase inúmeras seitas, com credos e teorias grandemente contraditórios.

“Além da pecaminosa união com o mundo, as igrejas que se separaram de Roma apresentam outras características desta. Uma obra católica romana argumenta que, ‘se a Igreja de Roma foi culpada de idolatria, com relação aos santos, sua filha, a Igreja Anglicana, tem a mesma culpa, pois tem dez igrejas dedicadas a Maria para uma dedicada a Cristo.’ — Dr. Challoner, The Catholic Christian Instructed, no prefácio.

“E o Dr. Hopkins, no ‘Tratado Sobre o Milênio’, declara: ‘Não há motivo para se considerar o espírito e prática anticristãos como sendo restritos ao que hoje se chama a Igreja de Roma. Nas igrejas protestantes muito se encontra do anticristo, e longe estão de se acharem completamente reformadas das … corrupções e impiedade.” — Obras, Samuel Hopkins” (WHITE, 2013, p. 334 e 335).

“Ainda que muitos líderes do moderno protestantismo, conhecidos como altos críticos, não tenham formalmente adotado o credo da Igreja de Roma, e não se tenham tornado parte orgânica desta corporação, mesmo assim pertencem à mesma classe ao rejeitar a autoridade da Palavra de Deus, aceitando em seu lugar o produto de suas próprias argumentações. Há tanta apostasia num caso como no outro, e ambos devem ser incluídos, portanto, em Babilônia, e ambos se acharão envolvidos, afinal, em sua queda” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 213 e 214).

“Aqui está falando de uma babilônia mística ou simbólica, pois a literal já havia sido destruída nos tempos do Antigo Testamento e Isaías 13:19-21 declara que nunca mais seria habitada. É interessante notar que a Bíblia de Jerusalém (tradução católica com imprimatur), comentando Apocalipse 17:5 diz que ‘Babilônia é o nome simbólico de Roma’. Devido ao sentido eminentemente religioso da mensagem dos três anjos, devemos interpretar esta caída como espiritual ou religiosa. O comentário da Bíblia de Jerusalém diz que Roma arrastou todas as nações à idolatria” (BELVEDERE, 1987, p 84).

“Para chegar agora mais particularmente à aplicação da profecia referente à queda de Babilônia, vejamos a atitude do mundo religioso em relação à possibilidade de tal mudança, quando chegou o tempo para a proclamação desta mensagem, em relação com a primeira mensagem, por volta de 1844. O paganismo era apenas apostasia e corrupção logo no início e ainda o é. Não é possível uma queda espiritual em relação a ele.

“O catolicismo durante séculos tem estado em uma condição caída durante séculos.

“Mas as igrejas protestantes começaram a grande obra de reforma da corrupção papal, e realizaram um trabalho nobre. Estiveram, numa palavra, em tal posição que lhes era possível uma queda espiritual.

“Portanto, é inevitável a conclusão de que a mensagem anunciando a queda se referia quase por completo às igrejas protestantes. Pode perguntar-se por que motivo é que este anúncio não foi feito mais cedo, se tão grande parte de Babilônia tinham já caído havia tanto tempo. A resposta é esta: Babilônia, como um todo, não podia dizer-se caída enquanto uma divisão dela permanecesse de pé. Não podia anunciar-se até que a condição do mundo protestante piorasse, e este tivesse sacrificado a verdade, ou seja a única senda do progresso. Quando isto aconteceu, e o protestantismo experimentou uma queda espiritual, então podia ser feito o anúncio acerca de Babilônia como um todo, como nunca o podia ter sido antes: ‘Caiu, caiu Babilônia.’” (SMITH, 1979, p. 269).

“Por ocasião do primeiro advento de Cristo, os líderes religiosos da época poderiam ter aprendido muito acerca de Jesus se tivessem ouvido as palavras de Ana e Simeão, dois idosos e queridos israelitas que oravam diariamente no templo (S. Lucas 2:25-38); ou se tivessem escutado Maria, a jovem donzela da vila de Nazaré; ou João Batista, o pregador leigo junto ao Jordão. Ao chegar a hora do juízo, os líderes religiosos da ocasião poderiam ter aprendido muitíssimo de Jesus se houvessem escutado Guilherme Miller, o pregador leigo batista” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 378).

“O mundo religioso estará então nas mesmas condições em quê se achava a nação judaica depois de haver rejeitado a Cristo em Seu primeiro advento” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 160).

2ª Timóteo 3.1-5:

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.

“A falha de Babilônia está na sua confusão da verdade e suas falsas doutrinas. Ela cai pelo fato de que as propaga laboriosamente e se apega a elas depois de lhe ser oferecida a luz e a verdade que as teria corrigido. No caso das igrejas protestantes havia chegado um tempo de subir a um nível religioso mais elevado. Podiam aceitar a luz e a verdade que lhes eram oferecidas, e atingir a mais alta consecução, ou podiam rejeitá-las, e perder sua espiritualidade e o favor de Deus, ou, noutros termos, experimentar uma queda espiritual.

“A verdade que Deus achou conveniente empregar como um instrumento nesta obra foi a mensagem do primeiro anjo. A doutrina pregada era que a hora do juízo de Deus chegara, e isto tornava iminente o segundo advento de Cristo. Depois de ouvir por tempo suficiente para ver a bênção que acompanhava a doutrina e os bons resultados que produzia, as igrejas, como um todo, rejeitaram-na com desdém e escárnio.

“Foram, assim, provadas, revelando-se claramente o fato de que seus corações estavam com o mundo, e não com o Senhor, e que o preferiam assim. Mas a mensagem teria curado os males que então existiam no mundo religioso. O profeta exclama, talvez referindo-se a este mesmo tempo: ‘Queríamos curar Babilônia, mas ela não sarou.’ (Jer. 51:9).

“Pergunta alguém: Como sabemos que teria sido este o efeito da recepção da mensagem? Respondemos: Porque este foi o efeito em todos os que a receberam. Saíram de diferentes denominações, e suas barreiras denominacionais foram derribadas; credos em conflito foram desfeitos em átomos; abandonaram a esperança antibíblica de um milênio temporal; corrigiram suas falsas opiniões sobre a segunda vinda; o orgulho e a conformidade com o mundo foram banidos; o que estava mal foi posto em ordem; os corações uniram-se na mais doce fraternidade; e o amor e a alegria reinaram soberanamente. Se a doutrina fez isto com os poucos que a receberam, o mesmo teria feito com todos, se a tivessem recebido. Mas a mensagem foi rejeitada.

“Por toda parte do país se levantou o clamor: ‘Caiu, caiu Babilônia’, e, em antecipação do movimento apresentado em Apocalipse 18:1-4, os que proclamavam a mensagem acrescentam: ‘Sai dela, povo Meu’. Como resultado, milhares de pessoas separaram-se das diversas denominações. Notável mudança então sobreveio às igrejas acerca da sua condição espiritual. Quando uma pessoa recusa a luz, coloca-se necessariamente em trevas; quando rejeita a verdade, forja inevitavelmente os grilhões do erro para os seus próprios membros. Segue-se a queda de espiritualidade ou queda espiritual. Isto foi o que experimentaram as igrejas. Preferiram aderir aos velhos erros, e continuar pregando ainda as suas falsas doutrinas entre o povo. Portanto, a luz da verdade os abandonou” (SMITH, 1979, p. 270 e 271).

“Ao pregar a doutrina do segundo advento, Guilherme Miller e seus companheiros haviam trabalhado com o único propósito de despertar os homens ao preparo para o juízo. Tinham procurado acordar os que professavam a religião, para a verdadeira esperança da igreja, e levá-los a sentir a necessidade de uma experiência cristã mais profunda; trabalhavam, também, para acordar os não-conversos ao dever de imediato arrependimento e conversão a Deus. ‘Não faziam tentativas para converter os homens a uma seita ou partido em matéria de religião. Daí o trabalharem entre todas as facções e seitas, sem interferências com sua organização ou disciplina.’

“‘Em todos os meus trabalhos’, disse Miller, ‘nunca tive o desejo ou o pensamento de criar qualquer interesse separado do das denominações existentes, ou de beneficiar uma em detrimento de outra. Pensava em a todas. Supondo que todos os cristãos se regozijassem com a perspectiva da vinda de Cristo, e que os que não viam as coisas como eu as via, não haveriam, por isso, de menosprezar os crentes nesta doutrina, não pensei em qualquer necessidade de reuniões separadas. Todo o meu objetivo se concentrava no desejo de converter almas a Deus, cientificar o mundo do juízo vindouro e induzir meus semelhantes a fazer o preparo de coração que os habilitaria a encontrar-se com seu Deus em paz. A grande maioria dos que se converteram pelos meus trabalhos, uniram-se às várias igrejas existentes.’ — Memórias de Guilherme Miller, Bliss.

“Como sua obra tendia a edificar as igrejas, foi por algum tempo olhada com favor. Mas, decidindo-se os pastores e os dirigentes religiosos contra a doutrina da segunda vinda de Cristo, e desejando suprimir toda agitação a respeito, não somente se opuseram a ela, do púlpito, mas também negaram a seus membros o privilégio de assistir a pregações sobre o assunto, ou mesmo falar de tal esperança nas reuniões de oração da igreja.

“Assim, encontraram-se os crentes em grande provação e perplexidade. Amavam suas igrejas, e repugnava-lhes o separar-se delas; mas como vissem suprimido o testemunho da Palavra de Deus e negado o direito de pesquisar as profecias, compreenderam que a lealdade para com o Senhor lhes vedava a submissão. Não poderiam considerar os que procuravam excluir o testemunho da Palavra de Deus como constituindo a igreja de Cristo, ‘coluna e base da verdade.’ Daí o se sentirem justificados em desligar-se dessas congregações. No verão de 1844 aproximadamente cinqüenta mil se retiraram das igrejas.

“Por esse tempo, uma assinalada mudança se presenciou na maioria das igrejas dos Estados Unidos. Havia muitos anos se vinha verificando uma conformação cada vez maior, gradual mas constante, com as práticas e costumes do mundo, e bem assim um declínio correspondente na verdadeira vida espiritual; mas, naquele ano, evidenciou-se uma decadência súbita e notável em quase todas as igrejas do país. Se bem que ninguém parecesse capaz de indicar a causa, o fato em si mesmo era largamente notado e comentado, tanto pela imprensa como do púlpito” (WHITE, 2013, p. 375 e 376).

“A simples observação de que Jesus não retornou em 1844 persuadiu muitas pessoas de que Miller achava-se iludido e em erro. Mais correto seria dizer que, embora equivocado nalguns pontos, provavelmente nenhuma outra pessoa sobre a face da Terra estava tão próxima da verdade quanto Miller. […] Achava-se correto ao pregar o pré-milenismo, o retorno visível de Cristo no começo dos mil anos. (No terrno ‘pré-milenismo’, o pré significa ‘antes’. […] A maioria dos ministros e escritores dos dias de Miller, se é que abordavam o assunto da segunda vinda, eram pós-milenistas. (Aqui, o pós significa ‘depois’.)

“Diziam eles que Cristo não apareceria visivelmente a não ser depois de um indefinido período de mil anos de paz e prosperidade. Entretanto, eles diziam – cuidado, não se confunda! – que Jesus voltaria muito em breve através de uma ‘segunda vinda’ invisível e espiritual, com o que Ele marcaria o início desses mil anos de paz. Alguns dos oponentes de Miller em realidade concordavam com ele no tocante aos 2.300 dias. […] Para essas pessoas, entretanto, o que iniciaria na década de 1840 era o período de mil anos de paz e prosperidade que precederia a segunda vinda visível de Cristo.

“Tal forma de pensar era adequada ao otimismo – a ‘era dos bons sentimentos’ – que prevaleceu na América daqueles dias. Além disso, apoiava apropriadamente as sublimes esperanças de numerosas associações de reforma e sociedades missionárias estrangeiras então existentes. O ‘Homo Americanus’ haveria de pavimentar naqueles dias o caminho para o mundo ideal. […]

“De fato, conforme disse Edward Beecher em 1835, as igrejas da América achavam-se ‘voltadas como nunca dantes’ para a crença de que ‘o glorioso advento do reino de Deus’ estava às portas. O que suas mentes consideravam como ‘o glorioso advento do reino de Deus’ não era o Seu retorno visível, senão um retorno espiritual que converteria o mundo e removeria ‘toda corrupção… e todas as injustiças’ – escravidão, tirania, guerra, pobreza, alcoolismo e assim por diante – do sistema social (Ver Timothy Smith, Revivalim and Social Reform in Mid-Nineteenth-Century America (New York: Abingdon Press, 1957), págs. 225, 226).

Miller, o pré-milenista. Erguendo-se contra semelhante pano de fundo, Guilherme Miller foi o notável porta-voz do pré-milenismo, o conceito escriturístico de que Jesus deve retornar literalmente antes que possamos imaginar uma nova era de genuína bondade. Ele havia lido, em II Timóteo 3:1-5 e 13, que os homens dos ‘últimos dias’ seriam ‘egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus’ e – exatamente ao contrário de se tornarem cada vez melhores, conforme pregava o pós-mílenismo dominante – estes ‘homens perversos e impostores’ iriam ‘de mal a pior, enganando e sendo enganados.’

“Assim, Miller ensinou que tão-somente o aparecimento pessoal de Cristo, em poder e grande glória seria capaz de erradicar o mal e instituir a paz permanente. O grande movimento do segundo advento foi preeminentemente o movimento pré-milenista de seus dias. Foi por esta razão que ele recebeu tanta censura e escárnio. O pré-milenismo de Miller e sua mensagem de que o juízo final estaria se manifestando em 1844, foi rejeitado não porque esses ensinos estivessem errados – pois que errados não estavam – mas porque eram impopulares. Eles não se coadunavam com o otimismo contemporâneo, baseado sobre o futuro da América e a conversão do mundo. Por outro lado, a Guerra Civil Americana em breve proveu aos adversários pós-milenistas de Miller fortes razões para crerem que eles é que se achavam positivamente errados. […]

“Hoje se observa uma ressurreição do pós-milenismo. Mas a maior parte dele se centraliza na doutrina do arrebatamento de J. N. Darby e nega a mensagem do primeiro anjo, de que a hora do juízo de Deus já começou. Nega igualmente a mensagem do terceiro anjo, conforme veremos no devido momento. […] Isso é lamentável, pois Miller certamente estava correto ao pregar a doutrina bíblica da primeira mensagem angélica, que diz respeito à chegada da hora do juízo no final dos 2.300 dias, em 1844. Guilherme Miller foi o homem de Deus para a hora de Deus. […] Na verdade, Miller encontrava-se à frente dos teólogos porque (a) seus erros não eram piores que os destes e (b) sua compreensão das profecias bíblicas, embora imperfeita, era muito superior à dos teólogos” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 375 – 378).

“As igrejas, em geral, fecharam as portas a esta mensagem, e numeroso grupo dos que a receberam cortou sua ligação com elas. Na providência de Deus, esta proclamação se uniu com a mensagem do segundo anjo, conferindo poder à obra” (WHITE, 2013, p. 402).

“Os adventistas, vendo que as igrejas rejeitavam o testemunho da Palavra de Deus, não mais podiam considerá-las como constituindo a igreja de Cristo, ‘pilar e coluna da verdade’; e quando a mensagem ‘Caiu Babilônia’, começou a ser anunciada, eles se sentiram justificados da separação de sua antiga associação. Desde a rejeição da primeira mensagem, uma triste mudança teve lugar nas igrejas. Quando a verdade é desprezada, o erro é recebido e acariciado. O amor a Deus e a fé em Sua Palavra esfriaram. As igrejas agravaram o Espírito do Senhor, e este tem sido em grande medida retirado delas” (WHITE, 2008b, p. 286).

“Também em 1844, o Religious Telescope empregava a seguinte linguagem:

― ‘Nunca testemunhamos um declínio tão geral da religião como no presente. Na verdade, a igreja devia despertar e investigar a causa desta aflição, pois deve considerá-la como aflição todo aquele que ama Sião. Quando nos lembramos de quão poucos e raros são os casos de verdadeira conversão, e a impenitência e dureza dos pecadores são quase sem par, involuntariamente exclamamos: Esqueceu-Se Deus de ser gracioso? Ou fechou a porta da misericórdia?’ – Religious Telescope, 4/12/1844, pág. 76” (SMITH, 1979, p. 271 e 272).

“‘Os abaixo assinados, ministros e membros de várias denominações de Filadélfia e arredores, crendo solenemente que os presentes ‘sinais dos tempos’, a saber, a penúria espiritual das nossas igrejas em geral e os extremos males no mundo que nos rodeia, parecem clamar alto a todos os cristãos a ter momentos especiais de oração, concordam por este meio, por divina permissão, unirem-se em uma semana de oração especial a Deus Todo-poderoso para o derramamento do Seu Espírito Santo em nossa cidade, nosso país e no mundo.’ – Philadelphia Sun, 11/11/1844” (SMITH, 1979, p. 272).

“‘Conservam-se as formas exteriores da religião; continua a rotina dos deveres dominicais, mas em relação com os momentos de ‘refrigério pela presença do Senhor’, nos quais o temor pega o hipócrita, a convicção toma o pecador e os corações humildes se agarram às promessas e lutam poderosamente pela conversão de almas – esses momentos apenas são conhecidos à medida em que são docemente lembrados, como dias que se foram e não existem mais.’ – ‘Reavivamentos’, na revista Oberlin Evangelist, 20/11, 1844, pág. 189” (SMITH, 1979, p. 273).

“‘Um simples relance para os semanários da nossa própria denominação provará que o mal não se limita apenas aos batistas.’ – ‘Amplitude da Cultura Cristã’, na revista Congregationalist, 19/11/1858, pág. 186” (SMITH, 1979, p. 273).

“O principal jornal metodista, o Christian Advocate, de Nova York, publicou em 1883 um artigo do qual copiamos estas declarações:

― ‘1. Disfarçai como quiserdes, a igreja, num sentido geral, encontra-se espiritualmente em rápido declínio. Enquanto cresce em número e dinheiro, torna-se extremamente fraca e limitada em sua espiritualidade, tanto nos ministros como nos membros. Está tomando a aparência e caráter da igreja de Laodicéia.

― ‘2. Há milhares de ministros, nas congregações e nas conferências, e muitos milhares de leigos, tão mortos e inúteis como estéreis figueiras. Não contribuem com nada de natureza temporal ou espiritual para o progresso e triunfo do Evangelho através da Terra. Se todos estes ossos secos de nossa igreja e de suas congregações ressuscitassem e realizassem um serviço fiel e ativo, que novas e gloriosas manifestações de poder divino se presenciariam!’ – Christian Advocate, New York, 30/8/1883” (SMITH, 1979, p. 273 e 274).

“‘Numa edição recente do vosso jornal vi um artigo de um colaborador, em que se afirmava que havia mais de três mil igrejas nas corporações congregacionalistas e presbiterianas deste país que no ano passado não relataram a recepção de um único membro por profissão de fé. Poderá ser isto verdade? De tal maneira se apoderou de mim este pensamento, que não o posso expulsar de minha mente. […]

“‘Que há de pensar o Filho de Deus de semelhante resultado do nosso trabalho? Que há de um mundo incrédulo pensar de um cristianismo que não pode produzir mais qualquer fruto? E não temos nós nenhuma preocupação pelas multidões de almas que cada ano caem na perdição, enquanto nos sentamos todos e olhamos? E onde estará este nosso país nos próximos dez anos, se não despertarmos do sono?’ – Dwight Moody, Independent, New York, 3/12/1896, pág. 1” (SMITH, 1979, p. 275).

“‘Hoje parece que a grande tradição moral hebraica cristã, que é a parte mais antiga de nossa herança, está-se desmoronando diante de nossos olhos. […] A fé na ciência fortaleceu-se de tal maneira, e adquiriu tanta auto-suficiência, arraigou-se tanto nos processos de nossa sociedade, que muitos dos que a albergam perderam todo o desejo de combiná-la com qualquer outra […] O homem que confia numa ciência física para descrever o mundo não acha onde situar uma divindade […]

“‘As filosofias que hoje expressam seus interesses básicos [dos homens] não se preocupam já, como no século XIX, de justificar uma crença em Deus e na imortalidade. Estas idéias desapareceram simplesmente de qualquer tentativa séria para chegar a compreender o mundo. […] O atual conflito da fé religiosa com a ciência já não se refere a uma explicação científica do mundo, senão a uma explicação científica da religião. O efeito realmente revolucionário da fé científica hoje, não é sua nova visão do universo, e sim sua nova visão da religião.’ – John Herman Randall, na revista Current History, junho, 1929, págs. 359-361” (SMITH, 1979, p. 276).

“Qual é essa nova visão da religião? Um porta-voz do liberalismo moderno explica-o francamente:

― ‘Os protestantes liberais abandonaram a crença na infalibilidade verbal da Bíblia’ – James Gordin Gilkey, Faith to Affirm, pág. 3” (SMITH, 1979, p. 276).

“Se o protestantismo tivesse aceitado a mensagem do primeiro anjo, isso teria permitido à igreja ser uma luz a todas as nações. Mas ao rejeitar a mensagem, traiu sua missão e deixou as nações sem o testemunho da verdade presente que poderia ter recebido; e como resultado elas andam tateando nas trevas do erro e superstição resultantes das influências intoxicantes e estupefacientes do sistema de falsas doutrinas que tal igreja edificou e não quis abandonar” (SMITH, 1979, p. 277).

“‘Durante anos assaltos cada vez mais acerbos foram lançados contra a religião. Parecia que não precisávamos preocupar-nos se ‘as antigas crenças desfaleciam e caíam’. Pareceria que nesta civilização, como nas do passado quando se aproximava o seu fim inevitável, nós, e esse termo abrange toda a humanidade em geral, temos ficado muito seguros de nós mesmos. […]

“‘Temos observado, e muitos de nós com pouco receio, o desenvolvimento de culto estranhos e o surgimento de filosofias pagãs. Sem a menor perturbação, temos presenciado o nascimento do humanismo moderno, com sua negativa de um poder maior que o nosso próprio; sua exaltação do homem até torná-lo igual a seu Criador. Agora, quando a civilização pode estar morrendo de pé, a barreira de esferas de nossa auto-suficiência está explodindo no espaço. Finalmente os seres humanos estão começando a descobrir que não são pequenos deuses, e sim tão-somente pequenos homens.’ – Inquirer de Filadélfia, 24/5/1941, pág. 10” (SMITH, 1979, p. 278).

“Mas como estas igrejas se apartam cada vez mais de Deus, atingem por fim uma condição tal que os verdadeiros cristãos não podem por mais tempo manter contato com elas. Então serão chamados a sair. Esperamos isto no futuro, em cumprimento de Apocalipse 18:1-4. Cremos que virá quando, em acréscimo de suas corrupções, as igrejas começarem a levantar contra os santos o braço da opressão” (SMITH, 1979, p. 278).

“Embora compreendamos claramente que as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos são aplicáveis aos dias de hoje [entre 1851 e 1882, cf. biografia de EGW], reconhecemos, não obstante, que em sua proclamação inicial, a anunciação da primeira mensagem angélica com sua declaração ‘é chegada a hora de seu juízo’ está ligada à proclamação do esperado advento de Cristo no decênio de 1830 e início de 1840.

“A mensagem do segundo anjo foi inicialmente proclamada no princípio do verão de 1844, na forma do chamado dos crentes adventistas para saírem das igrejas nominais que haviam rejeitado a proclamação da primeira mensagem angélica. E embora seja verdade que a mensagem do segundo anjo permaneça uma verdade presente, seu cumprimento culminou no período que antecedeu imediatamente o dia 22 de Outubro de 1844.

“Quando as mensagens dos três anjos se tornarem proeminentes perante o mundo novamente, um pouco antes da segunda vinda de Cristo, o anjo de Apocalipse 18:1 se unirá à proclamação do segundo anjo, no que diz respeito à mensagem ‘caiu, caiu, Babilônia’ (WHITE, 2007c, p. 303).

Da verdade para o secularismo e para o espiritismo. Desde o desapontamento em 1844, a teoria da evolução e a influência da crítica destrutiva da Bíblia têm causado muita descrença na cristandade. No pensamento de grande número de pessoas não há lugar para milagres ou para a intervenção sobrenatural de Deus. Muitos cristãos deixaram de lado a oração a um Deus pessoal. A divindade de Cristo, Seu nascimento virginal, ações miraculosas, ressurreição literal e corpórea têm também sido rejeitados.

“O quadro tornou-se mais confuso com a vasta difusão do espiritismo e o volver de muitos cristãos para religiões orientais e numerosas seitas. O Movimento da Nova Era, com suas raízes no ocultismo e no misticismo oriental, impregna todos os níveis da sociedade, influenciando as pessoas nos negócios de saúde, na educação e nos entretenimentos. Não é de admirar que Deus nos advirta da queda de Babilônia e apele para que Seu povo se retire dela (Apoc. 18:4 e 5)” (COFFMAN, 1989, p. 92).

2ª Tessalonicenses 2.3-12:

Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. O caráter do homem da iniquidade e a sua derrota. Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.

“A Escritura Sagrada declara que Satanás, antes da vinda do Senhor, operará ‘com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça’; e ‘os que não receberam o amor da verdade para se salvarem’ serão deixados à mercê da ‘operação do erro, para que creiam a mentira.’ 2 Tessalonicenses 2:9-11. A queda de Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse 14:8 está ainda no futuro.

“Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão. Muitos deles há que nunca souberam das verdades especiais para este tempo. Não poucos se acham descontentes com sua atual condição e anelam mais clara luz. Em vão olham para a imagem de Cristo nas igrejas a que estão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais da verdade, e aliando-se mais intimamente com o mundo, a diferença entre as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação.

“Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais poderão permanecer unidos aos que são ‘mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela’ [2ª Tm 3.4 e 5]. O Capítulo 18 do Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do Capítulo 14:6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão.

“Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra. Quando os que ‘não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade’ (2 Tessalonicenses 2:12), forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam a mentira, a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão ao chamado: ‘Sai dela, povo Meu.’ Apocalipse 18:4” (WHITE, 2013, p. 340 e 341).

“Diante do fato de que a atitude da maior parte dos ministros e teólogos começou a endurecer contra a mensagem do primeiro anjo no verão e outono de 1843, os associados de Miller passaram a vislumbrar um novo sentido na mensagem do segundo anjo, encontrada em Apocalipse 14:8: ‘Seguiu-se [ao primeiro] outro anjo, o segundo, dizendo: ‘Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.’

“Desde os dias de Lutero, os protestantes haviam compreendido corretamente Babilônia como sendo um símbolo da Igreja Romana, um corpo cristão cujos líderes, vistos pelo seu lado pior, rejeitaram vários elementos da verdade bíblica e perseguiram os cristãos que prosseguiram crendo em tais verdades. Por volta da segunda metade do ano 1843, muitas igrejas protestantes na América do Norte achavam-se em posição de crítica e rejeição face a algumas significativas verdades bíblicas que Miller e seus associados estavam pregando. Não satisfeitos em manifestar de forma ostensiva o seu desacordo com tais doutrinas, essas igrejas também eliminaram do rol de seus membros muitos milhares de fiéis que sinceramente optaram por aceitar as mesmas.

“Os associados de Miller estudaram a mensagem do segundo anjo à luz de Apocalipse 17:5 e observaram que Babilônia, sendo ela própria uma ‘meretriz’, é a ‘mãe das meretrizes’. As filhas prostitutas ostentam o nome de sua mãe. Os auxiliares de Miller sentiram-se compelidos a abraçar a conclusão de que as filhas de Babilônia são as igrejas protestantes que, tais quais a igreja romana, rejeitam as verdades bíblicas e aborrecem aqueles que aceitam essas verdades. Chegaram assim a uma conclusão solene, que por sua importância continua a merecer atenção ainda hoje.

“A maior parte da mensagem de Milfer era composta de verdades bíblicas, centralizadas em Cristo Jesus. Ela era abençoada com maravilhoso poder, capaz de transformar positivamente milhares e milhares de pessoas que a aceitaram. Ela própria constituía o cumprimento da profecia, e da mensagem do primeiro anjo. Mas a maior parte das igrejas americanas rejeitaram-na. Seus líderes continuam a rejeitá-la – ou, talvez, a negligenciá-la.

“A sua rejeição ou negligência está se tornando cada vez mais séria, tão certo como se acumulam as evidências de que os 2.300 dias efetivamente conduziram à data do início do julgamento final. Quando chegarmos a Apocalipse 18:4, ouviremos Jesus fazer Seu último apelo aos Seus preciosos seguidores que ainda são membros das igrejas ‘babilônicas’. ‘Retirai-vos dela, povo Meu’ – isto é, ‘retirai-vos de Babilônia’ – diz Ele, ‘para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos.’” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 379).

“A segunda mensagem angélica anuncia a queda de Babilônia na apostasia, e o efeito trágico de suas doutrinas adúlteras sobre a humanidade (Apoc. 14:8)” (BELVEDERE, 1987, p. 104).

“Há muitos que crêem que devemos reformar as igrejas que têm caído. Que diz Deus aos que estão em Babilônia? Apocalipse 18:4” (BELVEDERE, 1987, p. 83), onde se lê:

Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos.

“Sim, o protestantismo deixou de andar na gloriosa luz do trono de Deus. E como resultado reina em seu meio a confusão setária e doutrinária, a dissenção e a decomposição. O mundanismo e o orgulho estão aniquilando tôda a planta de crescimento celestial em suas fileiras. A negação e rejeição das mais evidentes mensagens bíblicas destinadas a esta época estão sempre na ordem do dia em seu meio. É êste o espírito do romanismo que o acompanha já desde muito. E a culminância desta triste condição voluntária será logo a união amistosa com Roma, como testifica a profecia do capítulo treze.

“Disse o Dr. Harnack: ‘O Protestantismo ameaça converter-se em eco servil e miserável do catolicismo. A catolização das igrejas evangélicas, com que se pretende fazer delas igrejas legalistas, doutrinárias e formalistas é portanto um perigo tão grande, por colaborar nesta obra três poderosas potências para assegurar êste processo de desenvolvimento, a saber a indiferença das massas, a religião natural e o Estado’ (Los Videntes y lo Porvenir, L. R. Conradi, 650). Ressurgirá então o espírito de violência e desembainhará a espada contra os que não hão de tolerar a sua apostasia” (MELLO, 1959, p. 432 e 433).

“Era vontade de Cristo que Sua igreja fosse unida. Orou para que Seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai eram um, porque isto daria poder ao Seu Evangelho e levaria o mundo a crer nEle. Em vez disto, olhe-se para a confusão que existe no mundo protestante, para os muitos muros de separação que o dividem numa rede de sociedades, e para os muitos credos discordantes como as línguas dos que foram dispersos quando construíam a torre de Babel. Deus não é o autor disto. É o estado de coisas que a palavra ‘Babilônia’ descreve com propriedade. Usa-se esta palavra com este mesmo fim, e não como termo de censura. Em vez de se encher de ressentimento quando se menciona este termo, o povo devia antes examinar a sua posição, para ver se em sua fé ou prática é culpado de ter algum relacionamento com a grande cidade da confusão. Em caso positivo, deve separar-se imediatamente dela” (SMITH, 1979, p. 265).

“No professo mundo cristão, muitos se desviam dos claros ensinos da Bíblia, e edificam um credo com especulações humanas e fábulas aprazíveis; e apontam para a sua torre como um caminho para subir ao Céu. Os homens ficam tomados de admiração ante a eloqüência, enquanto esta ensina que o transgressor não morrerá, que a salvação pode ser conseguida sem a obediência à lei de Deus. Se os professos seguidores de Cristo aceitassem a norma de Deus, esta os levaria à unidade; mas enquanto a sabedoria humana for exaltada sobre a Sua santa Palavra, haverá divisões e dissensão. A confusão existente entre credos e seitas em conflito uns com os outros, é apropriadamente representada pelo termo ‘Babilônia’, que a profecia aplica às igrejas amantes do mundo, dos últimos dias. Apocalipse 14:8; 18:2” (WHITE, 2007b, p.95).

“Quando a antiga Babilônia caiu, o povo de Deus daquele tempo foi dela liberto para voltar à sua terra de Canaã. A queda da Babilônia espiritual, anuncia também a breve libertação do povo de Deus para a Canaã celestial. Como anunciado no capítulo dezoito, o povo de Deus deve ser liberto de Babilônia para não perecer com ela em sua queda final e inexorável” (MELLO, 1959, p. 433).

“O grande pecado imputado a Babilônia é que ‘a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.’ Esta taça de veneno que ela oferece ao mundo representa as falsas doutrinas que aceitou, resultantes da união ilícita com os poderosos da Terra. A amizade mundana corrompe-lhe a fé, e por seu turno a igreja exerce uma influência corruptora sobre o mundo, ensinando doutrinas que se opõem às mais claras instruções das Sagradas Escrituras” (WHITE, 2013, p. 388).

“Babilônia mística se destaca consideravelmente no estudo dos acontecimentos finais da história terrestre. Os adventistas que participaram do movimento de 1844 viram as atuações iniciais dos elementos que caracterizarão a ‘Babilônia’ do fim do tempo. Hoje vemos muito mais do que eles, pois a apostasia doutrinária mundial está vagarosa, mas obstinadamente levantando a pavorosa cabeça. As nações estão bebendo do vinho de Babilônia. O ponto de total intoxicação assinalará a queda total de Babilônia” (COFFMAN, 1989, p. 92 e 93).

Uma pessoa alcoolizada pode ter dificuldades sérias de aprendizagem e para ensinar algo correto. Um bêbado, cambaleia. E alguém em estado ainda mais avançado de embriaguez, cai. Assim como no antigo Israel, os anjos maus também conseguirão fazer cair o cristianismo. O povo de Deus se tornará o povo de Satanás, ao cair de sua posição de oráculo, guardadores de Sua revelação e seguidores do Messias Jesus (Cristo). A segunda mensagem angélica contém essas imagens que ilustram bem a visão de Deus sobre os que apenas professam conhecê-Lo e amá-Lo, mas só professam. Estão em estado avançado de arrogância espiritual e política. Estão cheios de crenças contraditórias, e por isso cambaleiam entre a justiça e a corrupção, a Verdade e a mentira, a vida eterna e a morte eterna. Estão caindo e cairão irreversivelmente. Julgados estão e condenados foram no Tribunal Daquele que professam servir. Os filhos rebeldes serão novamente expulsos do Éden, mas desta vez para nunca mais voltarem. É que o Pai precisa levar para Sua Casa os Seus verdadeiros filhos, e separá-los para todo o sempre dos bêbados que se acham sóbrios, e dos mentirosos que supõem pregar a Verdade. A mulher e a serpente nunca mais conversarão. Chega! No retorno do Pai, o Remanescente estará de pé aguardando seu Pai. Babilônia estará caída, mas até ela reconhecerá isso, sem mais ilusões e engôdos.

“Recusando a mensagem do primeiro anjo, as igrejas protestantes confirmaram sua aceitação das doutrinas errôneas e corrompidas. Havendo rechaçado as doutrinas básicas das Sagradas Escrituras, aceitaram as falsas. Corromperam as puras verdades da Palavra de Deus e embriagaram as nações com fábulas agradáveis à carne. […] é dêste falso vinho, o vinho duma salvação falsificada, que Babilônia e suas filhas – catolicismo e protestantismo – têm dado a beber às nações” (MELLO, 1959, p. 434).

“Quando ensinadores fiéis expõem a Palavra de Deus, levantam-se homens de saber, pastores que professam compreender as Escrituras, e denunciam a doutrina sã como heresia, desviando assim os inquiridores da verdade. Não fosse o caso de se achar o mundo fatalmente embriagado com o vinho de Babilônia, e multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de Deus. Mas, a fé religiosa parece tão confusa e discordante que o povo não sabe o que crer como verdade. O pecado da impenitência do mundo jaz à porta da igreja” (WHITE, 2013, p. 340).

“A Babilônia do tempo do fim é uma prostituta que faz com que as pessoas na Terra se embriaguem com o vinho da sua imoralidade (veja Ap 17:2). O vinho de Babilônia se refere aos falsos ensinos e ao falso evangelho. Hoje, à medida que muitas igrejas protestantes, em cumprimento da profecia bíblica, rapidamente apagam as diferenças que no passado as separavam da Igreja Católica Romana e abandonam a verdade bíblica, testemunhamos a influência corruptora do vinho de Babilônia em meio ao professo corpo de Cristo: a evolução teísta, que é implicitamente contrastada com a referência à Criação na primeira mensagem angélica; tradições teológicas substituindo o sola Scriptura; uma ética revisada que abandona as definições bíblicas de sexo, casamento e assim por diante.

“Pessoas embriagadas não pensam com clareza. À medida que elas se tornam espiritualmente embriagadas com o vinho de Babilônia, são seduzidas a adorar a besta do mar e a receber sua marca, o sinal da autoridade da besta do mar imposto pela besta semelhante ao cordeiro” (STEFANOVIC; MODZEIESKI, 2019, p. 79).

Um resumo do que estudamos profundamente até aqui:

“A simbologia da Babilônia, no Apocalipse, está enraizada na Babilônia histórica, o poder que se opunha a Deus e oprimia Seu povo. Desde seu inicio, na torre de Babel, Babilônia tem sido caracterizada pela arrogância e rebelião contra o Senhor (Gn 11:1-9). Isaías equipara Babilônia com Satanás e sua tentativa de se fazer igual a Deus (14:4, 12-15). Em Apocalipse 14:8. a expressão ‘a grande Babilônia’ ecoa a jactância do rei Nabucodonosor (Dn 4:30). Essa arrogância foi confrontada com o anúncio do juízo divino sobre o monarca e com a realidade de que Babilônia não seria o reino eterno que ele imaginava.

“No Apocalipse, a Babilônia do tempo do fim simboliza a trindade satânica – Satanás, a besta do mar e a besta da terra. Essa liga satânica unirá os poderes religiosos apóstatas sob seu amparo. Eles são chamados de filhas de Babilônia (Ap 17:5). Colocam-se a serviço de Satanás, em oposição a Deus e Seu povo (Ap 13:11-18). Essa confederação religiosa apostata é caracterizada pelo orgulho e pela arrogância da Babilônia histórica. Assim como Babilônia do passado, ela se exalta acima de Deus, tentando tomar o lugar Dele.

“Apocalipse 17 retrata a Babilônia do tempo do fim como uma meretriz que embriaga todas as nações com vinho e as seduz a ter relações ilícitas com ela (Ap 17:1-5; 18:3). Jeremias diz que Babilônia ‘embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, enlouqueceram’ (Jr 51:7).

“Em Apocalipse 13:11 a 18, a trindade satânica engana e seduz os habitantes do mundo a adorar a besta e sua imagem. As nações seduzidas vão se associar à Babilônia do tempo do fim em busca de segurança econômica (Ap 18:3, 9-19). O sistema medieval de religião estatal será restaurado, e a ferida mortal da besta será curada. A união político-religiosa estabelecida imporá a falsa religião, controlando a consciência e a conduta das pessoas.

“Os moradores do planeta serão coagidos a adorar a besta e aceitar sua marca. A mensagem do segundo anjo assegura ao povo de Deus de que esse sistema perverso não durará muito. Ele já caiu e logo chegará ao fim, assim como a Babilônia antiga (cf. Is 21:9; Jr 51:8).

“Em Apocalipse 14:8, a repetição dupla da palavra caiu destaca que Babilônia sem dúvida chegará ao fim. Esse colapso é retratado em Apocalipse 18” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 86).

“A mensagem do segundo anjo denuncia a apostasia e se complementa com a dramática advertência de Apocalipse 18, onde Deus diz a Seu povo que deve sair das igrejas doutrinariamente equivocadas a fim de não ser cúmplice nos seus pecados nem participar de seus flagelos (18:4)” (BELVEDERE, 1988, p. 94).

“As nações, e até mesmo muitas igrejas, estão embriagadas com o vinho intoxicante de Babilônia. Como os antigos babilônios ‘enfurecidos pelos seus Ídolos’ (Jer. 50:38; 51:7), desafiaram a Deus e foram derrotados (Dan. 5), assim encontrará também a moderna Babilônia sua condenação. “A antiga Babilônia podia ter sido curada, mas recusou a verdade de Deus. Jer. 51:9. Como a cidade antiga, a moderna Babilônia também está rejeitando o conselho divino. Havendo desprezado a Palavra de Deus, ela se tomou na realidade ‘morada de demônios, e coito de todo espírito imundo’. Apoc. 18:2. Cada doutrina falsa encontrada na antiga Babilônia – espiritismo, adoração do Sol, astrologia, etc., com todos os males que as acompanhavam – pode ser encontrada na moderna Babilônia. Visto que ela está condenada, Deus está chamando o Seu povo para que se separe dela. ‘Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados’. Apoc. 18:4. ‘Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor… e Eu vos receberei.’ II Cor. 6:17” (ANDERSON, 1988, p. 173).

“As igrejas denominacionais caídas é que são Babilônia. Babilônia tem estado a promover doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro é composto de doutrinas falsas, tais como a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da existência de Cristo antes de Seu nascimento em Belém, a defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santo e santificado dia de Deus.

“Estes erros e outros semelhantes são apresentados ao mundo pelas várias igrejas, e assim se cumprem as Escrituras que dizem: ‘Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição.’ É uma ira criada por doutrinas falsas, e quando reis e presidentes sorvem esse vinho da ira da sua prostituição, enchem-se de ódio contra os que não concordam com as heresias falsas e satânicas que exaltam o sábado falso, e levam os homens a pisarem a pés o monumento de Deus.

“Anjos caídos formam, na Terra, confederações com homens maus. Nessa época aparecerá o anticristo, como o Cristo verdadeiro, e então a lei de Deus será anulada completamente entre as nações do mundo. Sazonará a rebelião contra a santa lei de Deus. Mas o verdadeiro chefe de toda essa rebelião é Satanás disfarçado em anjo de luz. Os homens serão iludidos e o exaltarão ao lugar de Deus, deificando-o.

“Mas a Onipotência intervirá, e às igrejas apostatadas que se unirem na exaltação de Satanás, se expedirá a sentença: ‘Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga [Ap 18.8].’” (WHITE, 2008c, p. 65 e 66).

Ellen G. White, na Carta 98, traduzida por Nichol e Dorneles (2014, p. 1094 e 1095), faz uma associação explícita entre o vinho de Babilônia e a transgressão institucionalizada do mandamento sabático, cometida pelo papado e adotada pelas igrejas protestantes. Ela escreveu: “Deus denuncia Babilônia porque ‘tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.’ Isto significa que ela desconsiderou o único mandamento que aponta para o Deus verdadeiro e derrubou o sábado, memorial divino da criação.

“Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, santificando esse dia e separando-o de todos os outros como consagrado a Ele, para que fosse observado por Seu povo durante todas as suas gerações. Mas o homem do pecado, exaltando-se acima de Deus, assentando-se no templo de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus, cuidou em mudar os tempos e as leis. Este poder, pretendia provar que não somente era igual a Deus, mas que estaria acima de Deus. Assim, mudou o dia de repouso colocando o primeiro dia da semana onde deveria estar o sétimo. E o mundo protestante adotou este filho do papado, considerando-o sagrado. Na Palavra de Deus, isto é chamado de sua fornicação.

“Deus tem uma controvérsia com as igrejas de hoje. Elas estão cumprindo a profecia de João: ‘Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição’ (Ap 18:3). Divorciaram-se de Deus ao se recusarem receber Seu sinal. Não têm o espírito do verdadeiro povo de Deus observador dos mandamentos. Os habitantes do mundo, ao darem sua sanção a um falso dia de repouso e ao calcarem a pés o sábado do Senhor, beberam do vinho do furor da sua prostituição”.

“A corrupção de Babilônia é figurada pela embriaguez desenfreada da devassidão. Aludindo assim a certas práticas das orgias pagãs, o autor evoca mais largamente a desordem espiritual e moral da idolatria. – Poder-se-ia também entender que se trata do vinho do furor de Deus (v. 10): a idolatria, designada metaforicamente pela devassidão, dele deu de beber aos homens” (ECUMÊNICA, 1994, p. 2442).

“A ira não é o objetivo de Babilônia ao oferecer seu vinho às nações. É isso que constitui um de seus maiores enganos – fazer as pessoas pensarem que ela lhes está oferecendo paz e bênção. Traz-nos à lembrança de Jeremias quando Israel ofendeu a Deus sendo desleal e dizendo ‘Paz, paz; quando não há paz.’ Jer. 8:11. A ira é o desagrado de Deus. Beber do cálice de Babilônia não trará paz à humanidade, mas a ira de Deus. A ira da prostituição de Babilônia será a ira de Deus sobre todos os que aceitaram a religião deturpada por Babilônia. (ver Apoc. 14:10.)” (COFFMAN, 1989, p. 90).

“A palavra grega traduzida por ‘fúria’, aqui e em Ap 18.3, pode significar paixão, mas normalmente em Apocalipse indica raiva (cf. 12.12; 15.1-7; 16.1). O vinho de Deus pode ser visto como a ira justa (juízo) contra os ‘adultérios’ que a Babilônia promoveu entre as nações. Os antigos costumavam diluir cada parte de vinho em duas partes de água, exceto quando tinham a intenção de se embebedar. Mas Deus administra o vinho de sua ira ‘sem mistura’ (14.10)” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

“O ‘vinho do furor’ é imagem, corrente nos profetas (Is 51,17+) do furor divino prometido aos idólatras” (BÍBLIA DE JERUSALÉM, 2002, p. 2156).

“Trata-se da condenação à oposição conjunta a Deus e a seu [sic] povo. Evangelho e juízo se encontram intimamente ligados nas Escrituras (ver Jo 3:18-21)” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“No mais amplo sentido do termo, Babilônia inclui todas as falsas religiões – toda a apostasia. A mensagem do evangelho anunciando sua final subversão deveria ser motivo de júbilo para todo amante da verdade e da justiça” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 215).

14.9Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão,Às duas mensagens anteriores, foi acrescentada uma terceira, a qual foi pregada também por mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus, com grande influência, anunciando e advertindo a seus semelhantes: se uma pessoa colocar o decreto dominical do sincretismo papado – protestantismo (apostatado norte-americano) – Estado acima dos 10 Mandamentos de Êxodo 20.3-17, em especial acima do quarto mandamento moral sabático, do sétimo dia, essa pessoa estará adorando o papado em vez do Criador. Ao fazer essa escolha e santificar o falso sábado dominical em lugar do sábado do sétimo dia legislado pelo Criador desde a primeira semana literal da Criação de Deus no planeta Terra, esse indivíduo também estará adorando a liderança evangélica dos EUA, filha do papado e sósia dele. Esse indivíduo ao escolher adorar homens pecadores rebeldes, também estará recebendo a marca visível da rebeldia – a guarda do falso sábado, o domingo de Constantino, seja por acreditar que o papado e suas filhas têm autoridade sobre a Lei escrita pelo próprio dedo de Deus, e alterar os 10 Mandamentos morais como quiser, seja por pragmatismo para evitar censura, perseguição, encarceramento, tortura e morte injusta.

Nichol e Dorneles (2014, p. 1095), citando Ellen G. White: “Esta mensagem [terceira] engloba as duas mensagens precedentes. Ela é representada como sendo dada em ‘grande voz’, isto é, com o poder do Espírito Santo. Tudo agora está em jogo. A mensagem do terceiro anjo deve ser considerada da maior importância. Ela é uma questão de vida ou morte. A impressão causada por esta mensagem será proporcional ao fervor e à solenidade com que for proclamada (Ms 16, 1900)”.

Se alguém. O foco muda para a responsabilidade individual na última crise” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“O começo e a terminação da mensagem do terceiro anjo estão dentro do período de tempo abrangido por Apocalipse 11:15-19. A cena se desenvolve depois do desapontamento de 22 de outubro de 1844, e culmina no fim do tempo da graça, quando os ímpios e os justos são separados para sempre (Apoc. 22:11).

“Quando Deus abriu o Lugar Santíssimo, no Céu, em 1844, foi chamada a atenção para a arca. Ela contém a lei, inclusive o sábado do quarto mandamento. Esse quadro profético se cumpriu na ênfase dada à lei e ao sábado depois de 1844. A questão do sábado verdadeiro contra o sábado espúrio é fundamental para a compreensão dessa parte do Apocalipse. (Ver Apoc. 11:19; 12:17; 13:14-17; 14:9-11; 14:12.)

“Todas estas passagens referem-se ao mesmo período de tempo. A História cumpre a profecia, revelando a restauração da verdade do sábado depois de 1844. Outro cumprimento envolverá a exaltação do domingo, no estabelecimento da imagem à besta e de sua marca ou sinal. O clímax será a exigência mundial de que seja honrado o caráter sagrado do domingo. Isto requererá que os habitantes da Terra tomem uma decisão que significará vida ou morte para eles” (COFFMAN, 1989, p. 98).

“Assim como a primeira e a segunda mensagens angélicas, a terceira também é colocada no Apocalipse dentro do contexto dos acontecimentos finais, antes da volta de Jesus. A ‘ceifa’ [Apoc. 14:14] vem logo em seguida” (COFFMAN, 1989, p. 97).

“A obra peculiar do terceiro anjo não foi ainda vista em sua importância. Deus pretendia que Seu povo estivesse muito mais adiante da posição que ocupam hoje. Mas agora que é chegado o tempo para se porem em ação, têm ainda que fazer o preparo. Quando os Reformadores Nacionais começaram a instar por medidas tendentes a restringir a liberdade religiosa, nossos dirigentes deviam ter estado despertos à situação e deveriam ter trabalhado fervorosamente para neutralizar esses esforços. Não é ordenado por Deus que a luz tenha sido retida de nosso povo — a própria verdade presente de que careciam para este tempo. Nem todos os nossos ministros que estão proclamando a mensagem do terceiro anjo, compreendem realmente o que constitui essa mensagem” (WHITE, 2008c, p. 295).

“Nenhuma outra mensagem em toda a Bíblia é tão solene como esta, e vem com especial significado em vista da apostasia mundial e o boicote profetizados no cap. 13:16 e 17, quando será imposta obediência universal ao poder apóstata” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 174).

“‘A mensagem do terceiro anjo, abrangendo as mensagens do primeiro e do segundo anjo, é a mensagem para este tempo.’ – Testimonies, vol. 8, p. 197” (COFFMAN, 1989, p. 71).

“Esta é uma mensagem do mais terrível teor. Não se encontra em toda a Bíblia mais severa ameaça da ira divina. O pecado contra o qual ela adverte deve ser horrível e tão claramente definido que todos os que quiserem possam compreendê-lo e saibam, assim, como evitar os juízos denunciados contra ele.

“Deve notar-se que estas três mensagens são cumulativas, isto é, não cessa uma quando é apresentada a outra. De maneira que, durante certo tempo a primeira mensagem foi a única a ser apresentada. Veio depois a segunda, que não fez cessar a primeira. A partir de então houve duas mensagens. Foram seguidas pela terceira, não para as substituir, mas apenas para se unir a elas, de sorte que agora temos três mensagens que se proclamam simultaneamente, ou antes, uma tríplice mensagem, abarcando as verdades das as três; porém, a última, sem dúvida, é a proclamação culminante. Até que a obra esteja concluída nunca deixará de ser verdade que veio a hora do juízo de Deus, nem que Babilônia caiu. Continua sendo necessário proclamar estes fatos em relação com as verdades apresentadas pela terceira mensagem” (SMITH, 1979, p. 279).

“O fato que o primeiro anjo anuncia o ‘evangelho eterno’ e ser êste o conduto da graça de Deus é evidente que a mensagem deste anjo deve ser proclamada enquanto a graça fôr estendida ao pecador. Também a mensagem do segundo anjo deve ser anunciada em paralelo com a do primeiro anjo pôsto que Babilônia estará em processo de queda até ao fim. E, agora, a profecia enfatiza que o terceiro anjo seguiu aos dois primeiros. Nisto vemos que as três mensagens unem-se formando uma tríplice mensagem unida. As três são mensagens simultâneas a todo o mundo e até ao fim” (MELLO, 1959, p. 435).

“Deve notar-se também a ligação lógica que existe entre as próprias mensagens. Tomando nossa posição logo antes de ser introduzida a primeira mensagem, vemos o mundo religioso protestante em triste necessidade de reforma. Divisões e confusão reinavam entre as igrejas. Estavam ainda ligadas a muitos erros e superstições papais. O poder do Evangelho estava minimizado em suas mãos. Para corrigir estes males foi apresentada a doutrina da segunda vinda de Cristo, e proclamada com poder. Deviam tê-la recebido e teriam sido estimulados para uma nova vida. Em vez disso rejeitaram-na e sofreram espiritualmente as conseqüências.

“Seguiu-se então a segunda mensagem, anunciando o resultado daquela rejeição e declarando o que era não só um fato em si, como também um veredito judicial de Deus sobre as igrejas por sua rebelião a este respeito, a saber, que Deus os havia abandonado e eles tinham sofrido uma queda espiritual. Isto não teve o efeito de os despertar e levar a corrigir seus erros, como bastaria se tivessem querido ser admoestados e corrigidos.

“O que se segue? Está preparado o caminho para um movimento ainda mais retrógrado, para uma apostasia mais ampla e para males ainda maiores. Os poderes das trevas impulsionarão sua obra, e se as igrejas persistirem ainda em fugir da luz e rejeitar a verdade, encontrar-se-ão em breve adorando a besta e recebendo a sua marca. Tal será a conseqüência lógica da conduta que começou com a rejeição da primeira mensagem.

“Agora outra proclamação é enviada, anunciando em tons solenes que, se alguém fizer isto, beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da Sua ira. Isto é o mesmo que dizer: Vós rejeitastes a primeira mensagem e experimentastes uma queda espiritual. Se continuardes a rejeitar a verdade e a desprezar as advertências enviadas, esgotareis os últimos recursos da graça de Deus, e finalmente experimentareis uma destruição literal para a qual não haverá remédio.

“Esta é a ameaça mais severa que Deus podia fazer nesta vida, e é a última. Poucos lhe prestarão atenção e serão salvos, mas a multidão passará adiante e perecerá. A proclamação da mensagem do terceiro anjo é o último movimento religioso especial que devia fazer-se antes de o Senhor aparecer, porque imediatamente depois disso João viu um como o Filho do homem, vindo sobre uma grande nuvem branca para segar a seara da Terra. Isto não pode representar outra coisa senão a segunda vinda de Cristo. Portanto, se a vinda de Cristo está às portas, chegou o tempo para a proclamação desta mensagem” (SMITH, 1979, p. 279 – 281).

“A mensagem propriamente dita do terceiro anjo, que constitui a mensagem de Deus para o tempo de provação e selamento do povo de Deus, é a mais solene advertência do céu especialmente ao protestantismo — que recusou a mensagem do primeiro anjo para erguê-lo de sua apostasia. Ao esgotar-se o último recurso da graça de Deus e os recalcitrantes persistirem em recusar a luz, em preferência ao êrro de Roma, a severa ameaça será tornada realidade literal sem remédio” (MELLO, 1959, p. 435).

“Os argumentos sobre as duas mensagens precedentes [1º e 2º anjos] fixam a época em que se deve dar a terceira, e mostram que pertence ao tempo atual. A melhor evidência de que a mensagem está sendo proclamada ao mundo, está nos fatos que demonstram seu cumprimento. Indicamos a primeira mensagem como proclamação principal do grande movimento adventista de 1840-44.

“Vimos o cumprimento da segunda mensagem em relação com aquele movimento no último ano mencionado. Vejamos o que ocorreu desde aquele tempo. Quando Cristo não veio em 1844, todo o corpo de adventistas caiu em maior ou menor confusão. Muitos abandonaram completamente o movimento. Outros chegaram à conclusão de que o argumento sobre o tempo estava errado e imediatamente procuraram reajustar os períodos proféticos e fixar uma nova data para a vinda do Senhor, obra em que têm continuado mais ou menos até o tempo presente, fixando nova data à medida que cada uma passa.

“Poucos buscaram atenta e sinceramente a causa do erro, e foram confirmados em suas opiniões de que o movimento adventista fora providencial, e que tinha sido correto o argumento sobre o tempo; mas viram que tinha sido cometido um erro sobre o assunto do santuário e que esse erro explicava o desapontamento.

“Viram que o santuário de Daniel 8:14 não era esta Terra, como se tinha suposto, que a purificação não devia ser pelo fogo, e que a profecia neste particular não implicava a vinda do Senhor. Encontraram nas Escrituras evidência muito clara de que o santuário aludido era o templo celestial, que Paulo chama ‘santuário’, ‘o verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não o homem’.

“Viram também que a sua purificação, segundo a figura, ia consistir no ministério final do sacerdote no segundo compartimento, ou no lugar santíssimo. Compreenderam então que tinha chegado o tempo para o cumprimento de Apocalipse 11:19: ‘Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário.’ [Essa é a parte da última trombeta que está para cumprir-se. A primeira parte da 7ª trombeta está a se cumprir desde o início do julgamento, e esta trombeta se estenderá até o milênio.]

“Com a atenção voltada para a arca, foram naturalmente levados a um exame da Lei contida na arca. Que a arca continha a Lei era evidente pelo próprio nome que lhe era aplicado. Era chamada ‘a arca da Aliança’, mas não teria sido a arca da ‘Aliança’, e não podia ter sido assim chamada, se não encerrasse a Lei. Ali estava, pois, a arca no Céu, o grande antítipo da arca que, durante o tempo das sombras, existiu aqui na Terra.

“A Lei que esta arca celeste continha deve, por conseguinte, ser o grande original de que a Lei escrita em tábuas na arca terrestre era apenas uma cópia. Ambas as leis devem ser precisamente iguais, palavra por palavra, til por til. Supor de outro modo representaria seria imaginar mentira. Essa Lei continua sendo, pois, a Lei do governo de Deus, e o seu quarto preceito, hoje como no princípio, requer a observância do sétimo dia da semana como o sábado. Ninguém que admita o argumento sobre o santuário pretende questionar este ponto.

“Assim foi trazida à luz a reforma do sábado, e viu-se que, tudo o que foi feito em oposição a esta Lei, especialmente na introdução de um dia de repouso e culto que destruía o sábado de Jeová, devia ser obra da besta papal, do poder que se oporia a Deus e tentaria mudar Suas leis ao exaltar-se acima de Deus.

“Mas esta é precisamente a obra sobre a qual o terceiro anjo pronuncia a sua advertência. Por isso os crentes de 1844 começaram a ver que a época da mensagem do terceiro anjo está sincronizada com o tempo da purificação do santuário, que começou ao terminar os 2.300 dias, em 1844, e que a proclamação é baseada nas grandes verdades desenvolvidas por este assunto.

“Assim, a luz da mensagem do terceiro anjo raiou sobre a igreja. Seus membros viram imediatamente que o mundo tinha direito de exigir aos que professam proclamar essa mensagem, uma explicação de todos os símbolos que ela contém: a besta, a imagem, a adoração e a marca. Por isso esses pontos constituíram temas de estudo especial. Viram que o testemunho das Escrituras era claro e abundante, e não levou muito tempo a formular, baseados nas verdades reveladas, declarações e provas definidas que explicavam todos estes pontos” (SMITH, 1979, p. 281 – 283).

“Pela primeira besta é representada a Igreja de Roma, uma organização eclesiástica revestida de poder civil, tendo autoridade para punir todos os dissidentes. A imagem da besta representa outra corporação religiosa revestida de poder semelhante. A formação dessa imagem é obra dessa besta cujo calmo surgimento e suave profissão de fé traduzem um notável símbolo dos Estados Unidos. Aqui pode ser encontrada uma imagem do papado. Quando as igrejas do nosso país, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apóie as instituições, a América Protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana. Então será a verdadeira igreja assaltada pela perseguição, como o foi o antigo povo de Deus” (WHITE, 2008b, p. 299).

“Vimos nas lições anteriores que a besta que surge do mar é o papado, e a besta que surge da terra, os Estados Unidos da América do Norte. Esta nação protestante irá render um ato de homenagem ao papado, ao buscar levar os cristãos a santificarem o domingo em lugar do sábado. Todos aqueles que aceitarem esta imposição terão recebido a marca ou selo da besta” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 53).

“O aviso do terceiro anjo é dado em alta voz, e há quatro coisas que devem ser consideradas: 1. Ele alerta contra a adoração da besta. O primeiro anjo convida para adorar ‘aquele que fez o céu e a Terra’. O terceiro anjo alerta contra a adoração da besta. Deve haver, e há, uma diferença essencial. Se aceitamos os ensinos e mandamentos da besta em vez da Palavra e da Lei de Deus, estamos adorando a besta.

2. Ele alerta contra a adoração da imagem da besta. Se cedemos à pressão do protestantismo apostatado ao este dar a mão ao poder civil para impor a marca da besta, não podemos ser considerados como verdadeiros adoradores do Criador.

3. Ele alerta contra receber o sinal da besta. Nas derradeiras horas da crise, a marca papal da guarda do domingo será imposta pela lei civil. O alerta de Deus é proferido contra essa marca. Ao Deus chamar as pessoas para adorar o Criador, a questão do sábado-domingo será claramente delineada.

4. Ele alerta acerca da ira de Deus sobre aqueles que não ouvirem o Seu aviso. Todos temos que escolher entre a ira do homem e a ira de Deus. É entre a obediência ao homem e a obediência a Deus que a decisão precisa ser feita” (FEYERABEND, 2005, p. 128 e 129).

“Apocalipse 14:9-11 é, provavelmente, a mensagem mais solene da Bíblia, mas, ao mesmo tempo, é uma advertência que se preocupa em salvar aqueles que ainda fazem parte da igreja mãe ou de suas filhas, as igrejas protestantes que guardam o domingo. A mensagem do terceiro anjo é a resposta divina à perseguição profetizada em Apocalipse 13:15-17 contra os que guardam os mandamentos de Deus. As duas bestas do capítulo 13 se unirão para impor uma obediência universal ao poder papal” (RAMOS, 2006, p. 329 e 330).

“O cumprimento de Apocalipse 14:9 só se dará quando houver sido formada a imagem à primeira besta e for imposta a marca ou sinal da besta. Quando ocorrer o cumprimento dessas medidas, e grande número de pessoas adorar a besta e sua imagem, e receber o seu sinal, o fim do tempo da graça estará próximo” (COFFMAN, 1989, p. 99).

“A besta representa o papado; a imagem da besta representa outra entidade religiosa e poder civil dominante. […] E em oposição ao selo de Deus está a marca da besta, a marca da apostasia. Contra esse culto falso e idólatra, e contra a recepção dessa marca, Deus envia essa solene advertência. […] ‘E faz [a besta que tinha dois chifres] que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas.’ Apoc. 13:16. Depreende-se que o animal de dois chifres represente os Estados Unidos da América do Norte. […] Ao repudiar essa nação os princípios da liberdade civil e religiosa, e tornar-se um poder perseguidor, outras nações lhe seguirão o exemplo, oprimindo os que recusam abjurar sua fidelidade a Deus” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 392).

Ellen G. White escreveu que o sinal da besta “não é um sinal visível” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 1095).

“Seja o que for o sinal da besta, deve ser alguma coisa clara, definida. O vinho não misturado da ira de Deus não seria reservado para punir uma ofensa desconhecida. E mais, o sinal da besta tem de estar em contraposição com o sinal de Deus, ou o Seu ‘selo’. Este selo, ou sinal do Seu poder criador, como já vimos, é o dia de repouso de Deus, ou o verdadeiro sábado. Segue-se, portanto, que o selo ou sinal desta universal apostasia seria o dia de repouso instituído pelo homem, ou um falso dia de culto” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 174).

“Os argumentos que demonstram o que representa a bêsta, sua imagem e seu sinal, os temos sobejamente no capítulo treze. Urge apenas que façamos uma breve recapitulação para conservarmos intacta a sequência da explanação da profecia: A bêsta — é a potência papal ou católica romana. A sua imagem — é inolvidavelmente o consórcio do protestantismo-estadunidense com o Estado-norte-americano. O sinal da bêsta — é a instituição religiosa do papado — o domingo — pela qual êle pretende provar sua autoridade eclesiástica como legislador em assuntos da igreja…” (MELLO, 1959, p. 435).

“A mudança do sábado é um sinal ou marca da autoridade da Igreja Romana. Os que, compreendendo os reclamos do quarto mandamento, preferem observar o falso dia de repouso em lugar do verdadeiro, estão com isso prestando homenagem à única autoridade que o ordena. O sinal da besta é o dia de repouso papal, aceito pelo mundo em substituição ao dia designado por Deus” (WHITE, 2007a, p. 188).

“Se o sábado do sétimo dia é um sinal entre Deus e Seu povo (Ezequiel 20:12, 20), o sinal da besta é outro dia da semana em contraposição ao selo de Deus. O selo de Deus, ou o sinal de Seu poder criador, é o sábado do sétimo dia (Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11; Apocalipse 14:6, 7). Desta forma, o sinal da besta é o domingo, que foi instituído pela igreja romana como um dia de guarda e representa esta apostasia universal” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 54).

“Apresentamos os argumentos que demonstram em que consiste a besta, a imagem e a marca ao comentarmos Apocalipse 13; e mostramos que a besta de dois chifres, que faz a imagem à besta e impõe a marca, são os Estados Unidos da América. Esta obra, e estes agentes, contra os quais a mensagem do terceiro anjo dá a sua advertência, constitui uma prova adicional de que esta mensagem deve ser proclamada agora, e mostra a grande harmonia existente em todas estas profecias.

“Não necessitamos repetir aqui os argumentos; bastará recapitular os pontos estabelecidos: A ‘besta’ é o poder católico romano.

“A ‘marca da besta’ é a instituição que este poder apresenta como prova de sua autoridade de legislar sobre os assuntos da igreja e dominar as consciências dos homens para mantê-los no pecado. Consiste em fazer uma mudança na Lei de Deus, pela qual é tirado dela a assinatura real. O sábado, o sétimo dia da semana, o grande memorial da obra criadora de Jeová, e arrancado de seu lugar no Decálogo, e é posto em seu lugar um dia de repouso falsificado, o primeiro dia da semana.

“A ‘imagem da besta’ é uma combinação eclesiástica que se assemelha à besta por estar revestida de poder para impor os seus decretos com as penas e castigos da lei civil. A ‘besta de dois chifres’, que dá à imagem o poder de falar e agir, representa os Estados Unidos da América, que avançam para a formação da imagem da besta. A besta de duas pontas impõe a marca da besta, isto é, estabelece por lei a observância do primeiro dia da semana, ou o domingo, como dia de repouso. Já mostramos o que se tem feito neste sentido” (SMITH, 1979, p. 283).

“Quando a igreja começou a cair da fé apostólica, gradualmente aceitou as práticas pagãs. Falsos ensinos tomaram o lugar da verdade, e de modo especial a igreja aceitou um falso dia de culto. No Catholic World, de março de 1894, pág. 809, lemos: ‘Ela tomou o domingo pagão e fê-lo domingo cristão. … E assim, o domingo pagão, dedicado a Balder, tornou-se o domingo cristão, dedicado a Jesus. O sábado cristão é, portanto, até o dia de hoje, o reconhecido produto da igreja católica, esposa do Espírito Santo, sem uma palavra de desaprovação do mundo protestante.’ – The Catholic Mirror, 23 de set. de 1893.

“O falecido cardeal Gibbons, de Baltimore, diz em seu livro The faith of Our Fathers: ‘Podeis ler a Biblia do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma simples linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do sábado, dia este que nós jamais santificamos.’ – pág. 86.

“Numa carta escrita em 8 de outubro de 1901, o Sr. C. F. Thomas, chanceler do cardeal Gibbons, disse que ‘foi a igreja católica que autorizou e sancionou a mudança do dia do Senhor do sétimo dia da semana para o primeiro. Isto ela o fez desde o início de sua existência’.

“Numa obra católica, An Abridgment of the Christiam Doctrine, do Rev. Henry Tuberville, D. D., lemos na página 58:

P. Como podeis provar que a igreja tem poder para ordenar festas e dias santificados?

R. Pelo próprio fato de haver mudado o sábado para o domingo’.

Em outra obra católica, lemos:

P. Tendes algum outro modo de provar que a igreja tem poder para instituir festas de guarda?

R. Não tivesse ela tal poder e não teria podido substituir a observância do sábado do sétimo dia da semana pelo domingo, o primeiro da semana, mudança para a qual não há qualquer autoridade escriturística.’ – Stephen Keenan, A Doctrinal Catechism, pãg. 174, gri£os supridos.

“‘O mais antigo documento sobre a observância do domingo como dever legal é um ato baixado por Constantino em 321 A.D., intimando que todas as cortes de justiça, habitantes de cidades e trabalhadores braçais descansassem no domingo (venerabilis die solis), com uma exceção em favor dos trabalhadores da agricultura.’ – Enciclopédia Britânica, 11ª edição, art. ‘Domingo’.

“O sinal da apostasia é assim claramente identificado. O terceiro anjo adverte contra o recebimento deste sinal. Mas não conhecemos tudo que deve ser conhecido sobre isto, nem podemos conhecer, até o desdobramento final dos acontecimentos” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 174 e 175).

“Mas o povo não é deixado em trevas sobre este assunto. A mensagem do terceiro anjo levanta um protesto solene contra todo este mal. Desmascara a obra da besta, revela a natureza da sua oposição à Lei de Deus, adverte o povo contra a submissão às suas demandas, e indica a todos o caminho da verdade. Isto naturalmente desperta oposição, e a igreja é levada tanto mais a procurar o auxílio da autoridade humana em favor dos seus dogmas quanto mais carece da autoridade divina” (SMITH, 1979, p. 284).

“Vi também que Deus tinha mensageiros que gostaria de usar em Sua causa, mas não estavam prontos. Eram demasiado levianos e frívolos para exercerem boa influência sobre o rebanho e não sentiam o peso da Causa e o valor das almas como devem sentir os mensageiros a fim de praticarem o bem. Disse o anjo: ‘Purificai-vos os que levais os utensílios do Senhor. Purificai-vos os que levais os utensílios do Senhor.’

“Eles não realizarão senão pequeno bem, a menos que se dêem inteiramente a Deus e sintam a importância e a solenidade da última mensagem de misericórdia que agora está sendo dada ao rebanho disperso.

“Alguns não chamados por Deus estão muito desejosos de ir com a mensagem. Mas se sentirem o peso da Causa e as responsabilidades de tal posição, desejariam retrair-se e diriam com o apóstolo: ‘Quem, porém, é suficiente para essas coisas?’ Uma das razões pelas quais se mostram tão desejosos de ir é que Deus não pôs sobre eles o peso da Causa. Nem todos os que proclamaram a primeira e a segunda mensagens angélicas terão de proclamar a terceira, mesmo depois de a haverem inteiramente abraçado, pois alguns têm estado em tantos erros e enganos que mal podem salvar suas próprias almas, e se tomam a si guiar a outros, serão um meio de desviá-los.

“Mas eu vi que alguns que antes penetraram fundo no fanatismo seriam os primeiros agora a correr sem que Deus os mandasse, antes de se haverem purificado de seus passados erros. Tendo o erro misturado com a verdade, com isto alimentariam o rebanho de Deus, e se lhes fosse permitido prosseguir, o rebanho ficaria debilitado e confusão e morte se seguiriam. Vi que esses teriam de ser peneirados e peneirados até ficarem livres de todos os seus erros, ou jamais entrariam no reino” (WHITE, 2007c, p. 82).

Nichol e Dorneles (2014, p. 1096) citando Ellen: “A obra do Espírito Santo é convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. O mundo só pode ser advertido ao ver que aqueles que creem na verdade são santificados por meio da verdade agem de acordo com princípios elevados e santos, mostrando claramente a linha de demarcação entre os que guardam os mandamentos de Deus e os que os calcam a pés.

“A santificação do Espírito assinala a diferença entre os que têm o selo de Deus e os que guardam um dia de repouso espúrio. Quando vier a prova, será mostrado claramente o que é a marca da besta. Ela é a observância do domingo. Aqueles que, depois de terem ouvido a verdade, continuarem a considerar esse dia como santo receberão o sinal do homem do pecado, que cuidaria em mudar os tempos e as leis (EF, 224; Carta 12, 1900)”.

“Tal movimento é pelo menos um fenômeno que exige explicação. Temos encontrado movimentos que cumprem de um modo admirável e exato as mensagens do primeiro e do segundo anjo. Aqui está outro que chama a atenção do mundo em cumprimento da terceira mensagem. Afirma ser um cumprimento, e pede ao mundo que examine as credenciais em que baseia seu direito a tal afirmação. Examinemo-las: ‘Seguiu-os o terceiro anjo’. Assim que este movimento segue os dois anteriormente mencionados. Retoma e continua a proclamação das verdades proclamadas por eles, e lhes ajunta o que mais está envolvido na mensagem do terceiro anjo.

“A terceira mensagem é caracterizada como uma advertência contra a besta. Assim, este movimento enfatiza entre os seus temas uma explicação deste símbolo, diz ao povo em que consiste, como também suas pretensões e obras blasfemas.

“A terceira mensagem adverte a todos contra a adoração da besta. Assim, este movimento explica como o poder da besta trouxe para o cristianismo certas instituições que se opõem aos preceitos do Altíssimo e mostra que, se nos sujeitarmos a elas, adoramos este poder. ‘Não sabeis vós’, diz Paulo, ‘que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis?’ (Rom. 6:16).

“A terceira mensagem adverte a todos contra o receberem a marca da besta. Deste modo, este movimento dedica sua obra em grande escala a mostrar o que é a marca da besta e advertir o povo contra a sua recepção. É tanto mais solícito em fazer isto, quanto é certo que este poder anticristão tem trabalhado tão astutamente que a maioria é enganada, fazendo concessões inconscientes à sua autoridade. Está provado que a marca da besta é uma instituição adornada com o traje cristão e tem sido insidiosamente introduzida na igreja cristã de modo a anular a autoridade de Jeová e a entronizar a da besta.

“Despido de todos os disfarces, levanta simplesmente um falso dia de repouso no primeiro dia da semana, em vez do sábado do Senhor, que é o sétimo dia da semana. Mas é uma usurpação que o grande Deus não pode tolerar e da qual a igreja remanescente deve libertar-se antes de estar preparada para a vinda de Cristo. Daí a urgente advertência: Ninguém adore a besta ou receba a sua marca. A terceira mensagem tem algo a dizer contra a adoração da imagem da besta.

“Assim também o movimento fala deste assunto, dizendo o que será a imagem, ou pelo menos explica a profecia da besta de dois chifres. Revela onde se fará a imagem. A profecia se refere a esta geração e está evidentemente às vésperas de se cumprir. Não há empresa religiosa, além dos adventistas do sétimo dia, que declare ser o cumprimento da mensagem do terceiro anjo. Não há outra que acentue como seus temas preeminentes os assuntos aos quais se dedica este livro [os ads que vivem a mensagem que ensinam, e não todos os ads, ou seja, a instituição e seus CNPJs]” (SMITH, 1979, p. 284 e 285).

“Sabemos que há muitas escolas que oferecem oportunidades para aquisição de conhecimentos em ciências, mas desejamos alguma coisa mais que isto. A ciência da verdadeira educação é a verdade, que deve ser tão profundamente gravada na alma que não se possa apagar pelo erro tão abundante em toda parte. A mensagem do terceiro anjo é verdade, luz e poder, e apresentá-la de tal maneira que cause as devidas impressões no coração, eis o que deve ser a obra de nossas escolas, bem como de nossas igrejas, do professor bem como do ministro. Os que aceitam o lugar de educadores, devem prezar mais e mais a vontade revelada de Deus, tão clara e impressivamente apresentada em Daniel e Apocalipse” (WHITE, 2008c, p. 374).

“Vi um grupo que permanecia bem guardado e firme, não dando atenção aos que faziam vacilar a estabelecida fé da comunidade. Deus olhava para eles com aprovação. Foram-me mostrados três degraus – a primeira, a segunda e a terceira mensagens angélicas. Disse o meu anjo assistente: ‘Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O destino das almas depende da maneira em que são elas recebidas.’

“De novo fui conduzida às três mensagens angélicas, e vi a que alto preço havia o povo de Deus adquirido a sua experiência. Esta fora alcançada através de muito sofrimento e severo conflito. Deus os havia conduzido passo a passo, até que os pusera sobre uma sólida plataforma inamovível.

“Vi pessoas aproximarem-se da plataforma e examinar-lhe o fundamento. Alguns com alegria imediatamente subiram para ela. Outros começaram a encontrar defeito no fundamento. Achavam que se deviam fazer melhoramentos, e então a plataforma seria mais perfeita e o povo muito mais feliz. Alguns desceram da plataforma para examiná-la, e declararam ter sido ela colocada erradamente.

“Mas eu vi que quase todos permaneciam firmes sobre a plataforma e exortavam os que tinham descido a cessar com suas queixas; pois Deus fora o Mestre Construtor, e eles estavam lutando contra Ele. Eles reconsideravam a maravilhosa obra de Deus, que os levara à firme plataforma, e em união levantaram os olhos ao céu e com alta voz glorificaram a Deus. Isto afetou alguns dos que se tinham queixado e deixado a plataforma, e contritos subiram de novo para ela.

“Minha atenção foi chamada para a proclamação do primeiro advento de Cristo. João foi enviado no espírito e poder de Elias a fim de preparar o caminho para Jesus. Os que rejeitaram o testemunho de João não foram beneficiados pelos ensinos de Jesus. A oposição da parte deles, à mensagem que predizia a Sua vinda, colocou-os onde eles não podiam prontamente receber a melhor evidência de que Ele era o Messias.

“Satanás levou os que rejeitaram a mensagem de João a ir ainda mais longe, a ponto de rejeitar a Cristo e crucificá-Lo. Com este procedimento, colocaram-se onde não podiam receber as bênçãos do dia do Pentecoste, o que lhes teria ensinado o caminho para o santuário celestial. A ruptura do véu do templo mostrou que os sacrifícios e ordenanças judaicos não mais seriam recebidos.

“O grande Sacrifício havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo, que desceu no dia do Pentecoste, levou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com o Seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de Sua expiação. Mas os judeus foram deixados em trevas completas. Perderam toda a luz que podiam ter recebido sobre o plano da salvação, e ainda confiavam em seus inúteis sacrifícios e ofertas. O santuário celestial havia tomado o lugar do terrestre, mas eles não tiveram conhecimento da mudança. Assim não podiam ser beneficiados pela mediação de Cristo no lugar santo.

“Muitos olham com horror para a conduta dos judeus em rejeitar e crucificar a Cristo; e, ao lerem a história dos vergonhosos maus tratos que Lhe infligiram, pensam que O amam e não O teriam negado como o fez Pedro, ou crucificado como o fizeram os judeus. Mas Deus, que lê o coração de todos, tem posto à prova esse professado amor por Jesus.

“Todo o Céu observou com o mais profundo interesse a receptividade da mensagem do primeiro anjo. Porém muitos que professavam amar a Jesus, e que derramavam lágrimas ao lerem a história da cruz, ridicularizavam as boas novas de Sua vinda. Em vez de receber a mensagem com alegria, declararam ser ela um engano. Odiavam os que amavam o Seu aparecimento, e expulsaram-nos das igrejas.

“Os que rejeitaram a primeira mensagem não podiam ser beneficiados pela segunda, nem o foram pelo clamor da meia-noite, que devia prepará-los para entrarem com Jesus pela fé no lugar santíssimo do santuário celestial. E pela rejeição das duas primeiras mensagens, ficaram com o entendimento tão entenebrecido que não podiam ver qualquer luz na mensagem do terceiro anjo, que mostra o caminho para o lugar santíssimo.

“Vi que assim como os judeus crucificaram a Jesus, as igrejas nominais haviam crucificado essas mensagens, e por isso mesmo não têm conhecimento do caminho para o santíssimo, e não podem ser beneficiadas pela intercessão de Jesus ali. Como os judeus, que ofereciam seus inúteis sacrifícios, elas oferecem suas inúteis orações dirigidas ao compartimento de onde Jesus já saiu; e Satanás, eufórico com o engano, assume um caráter religioso, e dirige a mente desses professos cristãos para si mesmos, operando com o seu poder, com seus sinais e prodígios de mentira, para retê-los em seu laço.

“Alguns ele engana de uma forma, outros de outra. Ele possui diferentes embustes preparados para afetar diferentes mentalidades. Alguns olham com horror para um determinado engano, ao passo que prontamente aceitam outro. Alguns Satanás engana com o espiritismo. Apresenta-se também como um anjo de luz e espalha sua influência sobre a Terra por meio de falsas reformas. As igrejas ficam alvoroçadas e consideram que Deus está trabalhando maravilhosamente por meio delas, quando isso é obra de outro espírito. O excitamento morrerá e deixará o mundo e a igreja em pior condição que antes.

“Vi que Deus tem filhos honestos entre os adventistas nominais e as igrejas caídas, e antes que as pragas sejam derramadas, ministros e povo serão chamados a sair dessas igrejas e alegremente receberão a verdade.

“Satanás sabe disto, e antes que o alto clamor da terceira mensagem angélica seja ouvido, ele suscitará um excitamento nessas corporações religiosas, a fim de que os que rejeitaram a verdade pensem que Deus está com eles. Ele espera enganar os honestos e levá-los a pensar que Deus ainda está trabalhando pelas igrejas.

“Mas a luz brilhará, e todos os honestos deixarão as igrejas caídas, e tomarão posição ao lado dos remanescentes” (WHITE, 2007c, p. 260-262).

“A história do antigo Israel é um exemplo frisante da passada experiência dos adventistas. Deus guiou Seu povo no movimento adventista, assim como guiara os filhos de Israel ao saírem do Egito. No grande desapontamento fora provada a sua fé, como o foi a dos hebreus no Mar Vermelho. Houvessem ainda confiado na mão guiadora que com eles estivera em sua experiência anterior, e teriam visto a salvação de Deus.

“Se todos os que trabalharam unidos na obra em 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo, proclamando-a no poder do Espírito Santo, o Senhor teria poderosamente operado por seus esforços. Caudais de luz ter-se-iam derramado sobre o mundo. Haveria anos que os habitantes da Terra teriam sido avisados, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a redenção de Seu povo.

“Não foi a vontade de Deus que os filhos de Israel vagueassem durante quarenta anos no deserto: desejava Ele levá-los diretamente à terra de Canaã e ali os estabelecer como um povo santo, feliz. Mas ‘não puderam entrar por causa da sua incredulidade.’ Hebreus 3:19. Por sua reincidência e apostasia, pereceram os impenitentes no deserto, e levantaram-se outros para entrarem na Terra Prometida.

“Semelhantemente, não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse tão demorada, e que Seu povo permanecesse tantos anos neste mundo de pecado e tristeza. A incredulidade, porém, os separou de Deus. Como se recusassem a fazer a obra que lhes havia designado, outros se levantaram para proclamar a mensagem. Usando de misericórdia para com o mundo, Jesus retarda a Sua vinda, para que pecadores possam ter oportunidade de ouvir a advertência, e encontrar nEle refúgio antes que a ira de Deus seja derramada” (WHITE, 2013, p. 398 e 399).

“A respeito de Babilônia, no tempo referido nesta profecia, declara-se: ‘Os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus Se lembrou das iniqüidades dela.’ Apocalipse 18:5. Encheu a medida de sua culpa, e a destruição está a ponto de cair sobre ela.

“Mas Deus ainda tem um povo em Babilônia; e, antes de sobrevirem Seus juízos, esses fiéis devem ser chamados a sair, para que não sejam participantes dos seus pecados e não incorram nas suas pragas. Esta a razão de ser o movimento simbolizado pelo anjo descendo do Céu, iluminando a Terra com sua glória, e clamando fortemente com grande voz, anunciando os pecados de Babilônia. Em relação com a sua mensagem ouve-se a chamada: ‘Sai dela, povo Meu.’

“Estes anúncios, unindo-se à mensagem do terceiro anjo, constituem a advertência final a ser dada aos habitantes da Terra ” (WHITE, 2013, p. 527 e 528).

Nichol e Dorneles (2014, p. 1095), citando Ellen G. White, afirmam: “A mensagem do terceiro anjo foi enviada ao mundo, advertindo as pessoas contra a recepção da marca da besta ou da sua imagem na fronte ou na mão. Receber esta marca significa tomar a mesma decisão que a besta e advogar as mesmas ideias que ela, em direta oposição à Palavra de Deus. […] (Mar [MM 1977], 209). […] Se recebermos esta marca em nossa fronte ou em nossa mão, os juízos pronunciados contra os desobedientes cairão também sobre nós. Mas o selo do Deus vivo é colocado sobre aqueles que conscientemente guardam o sábado do Senhor (RH, 13/07/1897)”.

“Qual é a relação entre o anjo do selamento (Apoc. 7:1-3) e o terceiro anjo (Apoc. 14:9-11)? Dois aspectos da mesma mensagem. Nessas duas cenas temos dois anjos simbólicos ministrando ao mesmo tempo – pouco antes do Segundo Advento. Um aplica o selo do Deus vivo, o que resulta no selamento dos 144.000. O outro adverte as pessoas de que não devem receber a marca ou o sinal da besta. Isto resulta num grupo leal que estará livre dessa marca, mas guardará os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Esse grupo se compõe dos 144.000, com o nome do Pai escrito na fronte. O fato é que, nessas duas profecias, vemos o mesmo anjo ou movimento e dois aspectos correlatos da mesma mensagem. ‘O anjo com o selo do Deus vivo, mencionado no capítulo sete, é, portanto, o mesmo que o terceiro anjo do capítulo catorze.’ – Uriah Smith, As Profecias do Apocalipse, p. 115” (COFFMAN, 1989, p. 59).

“Uma grande obra há a fazer em apresentar aos homens as verdades salvadoras do evangelho. É este o meio estabelecido por Deus para represar a onda da corrupção moral. É este o meio de restaurar no homem a imagem divina. É este o Seu remédio contra a dissolução universal. É o poder que impele os homens para a unidade. Apresentar estas verdades é a obra da mensagem do terceiro anjo. O Senhor determinou que a proclamação dessa mensagem fosse a maior e mais importante obra no mundo para o presente tempo” (WHITE, 2008c, p. 333).

“Até aqui, os que apresentavam as verdades da mensagem do terceiro anjo foram muitas vezes considerados como simples alarmistas. Suas predições de que a intolerância religiosa alcançaria predomínio nos Estados Unidos, de que a Igreja e o Estado se uniriam para perseguir os que guardam os mandamentos de Deus, foram declaradas sem fundamento e absurdas. Afirmou-se confiantemente que esse país jamais se poderia tornar outro que não o que tem sido: defensor da liberdade religiosa.

“Mas, ao ser a questão da obrigatoriedade da observância do domingo amplamente agitada, vê-se aproximar o fato há tanto tempo duvidado e descrido, e a terceira mensagem produzirá um efeito que antes não seria possível produzir.

“Em todas as gerações Deus tem enviado Seus servos para repreender o pecado, tanto no mundo como na igreja. Mas o povo deseja que se lhes falem coisas agradáveis, e a verdade clara e pura não é aceita. Muitos reformadores, ao iniciarem seu trabalho, decidiram-se a exercer grande prudência ao atacar os pecados da igreja e da nação. Esperavam, pelo exemplo de uma vida cristã pura, fazer voltar o povo às doutrinas da Bíblia.

“Mas o Espírito de Deus veio sobre eles, assim como viera sobre Elias, impelindo-o a repreender os pecados de um rei ímpio e de um povo apóstata; não podiam conter-se de pregar as claras afirmações da Escritura Sagrada — doutrinas que tinham sido relutantes em apresentar. Sentiam-se forçados a declarar zelosamente a verdade e o perigo que ameaçava as almas. As palavras que o Senhor lhes dava, eles as falavam, sem temer as conseqüências, e o povo era constrangido a ouvir a advertência.

“Assim será proclamada a mensagem do terceiro anjo. Ao chegar o tempo para que ela seja dada com o máximo poder, o Senhor operará por meio de humildes instrumentos, dirigindo a mente dos que se consagram ao Seu serviço. Os obreiros serão antes qualificados pela unção de Seu Espírito do que pelo preparo das instituições de ensino. Homens de fé e oração serão constrangidos a sair com zelo santo, declarando as palavras que Deus lhes dá.

“Os pecados de Babilônia serão revelados. Os terríveis resultados da imposição das observâncias da igreja pela autoridade civil, as incursões do espiritismo, os furtivos mas rápidos progressos do poder papal — tudo será desmascarado. Por meio destes solenes avisos o povo será comovido. Milhares de milhares que nunca ouviram palavras como essas, escutá-las-ão. Com espanto ouvirão o testemunho de que Babilônia é a igreja, caída por causa de seus erros e pecados, por causa de sua rejeição da verdade, enviada do Céu a ela.

“Ao ir o povo a seus antigos ensinadores, com a ávida pergunta — São estas coisas assim? — os ministros apresentam fábulas, profetizam coisas agradáveis, para acalmar-lhes os temores, e silenciar a consciência despertada. Mas, visto que muitos se recusarão a satisfazer-se com a mera autoridade dos homens, pedindo um claro — ‘Assim diz o Senhor’ — o ministério popular, semelhante aos fariseus da antiguidade, cheio de ira por ser posta em dúvida a sua autoridade, denunciará a mensagem como sendo de Satanás, e agitará as multidões amantes do pecado para ultrajar e perseguir os que a proclamam.

“Estendendo-se a controvérsia a novos campos, e sendo a atenção do povo chamada para a lei de Deus calcada a pés, Satanás entrará em ação. O poder que acompanha a mensagem apenas enfurecerá os que a ela se opõem. O clero empregará esforços quase sobre-humanos para excluir a luz, receoso de que ilumine seus rebanhos. Por todos os meios ao seu alcance esforçar-se-á por evitar todo estudo destes assuntos vitais.

“A igreja apelará para o braço forte do poder civil, e nesta obra unir-se-ão romanistas e protestantes. Ao tornar-se o movimento em prol da imposição do domingo mais audaz e decidido, invocar-se-á a lei contra os observadores dos mandamentos. Serão ameaçados com multas e prisão, e a alguns se oferecerão posições de influência e outras recompensas e vantagens, como engodo para renunciarem a sua fé. Mas sua perseverante resposta será: ‘Mostrai-nos pela Palavra de Deus o nosso erro’ — a mesma que foi apresentada por Lutero sob idênticas circunstâncias.

“Os que forem citados perante os tribunais, defenderão corajosamente a verdade, e alguns que os ouvirem serão levados a decidir-se a guardar todos os mandamentos de Deus. Assim a luz chegará a milhares que de outra maneira nada saberiam destas verdades” (WHITE, 2013, p. 529 e 530).

“Como os defensores da verdade se recusem a honrar o descanso dominical, alguns deles serão lançados na prisão, exilados, e outros tratados como escravos. Para a sabedoria humana, tudo isto parece agora impossível: mas, ao ser retirado dos homens o Espírito de Deus, o qual tem o poder de reprimi-los, e ao ficarem eles sob o governo de Satanás, que odeia os preceitos divinos, hão de acontecer coisas estranhas. Quando o temor e o amor de Deus são removidos, o coração pode tornar-se muito cruel.

“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular.

“Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra eles” (WHITE, 2013, p. 531).

“A perseguição em suas várias modalidades é o desenvolvimento de um princípio que subsistirá enquanto existir Satanás e tiver o cristianismo poder vital. Ninguém poderá servir a Deus sem atrair contra si a oposição das hostes das trevas. Anjos maus o assaltarão, alarmados de que a sua influência lhes esteja arrebatando a presa. Homens maus, reprovados pelo seu exemplo, unir-se-ão àqueles, procurando separar de Deus tal pessoa, por meio de sedutoras tentações. Quando estas não surtem o efeito esperado, recorre-se ao poder compulsório para forçar a consciência.

“Mas, enquanto Jesus permanece como intercessor do homem no santuário celestial, a influência repressora do Espírito Santo é sentida pelos governantes e pelo povo. Essa influência governa, ainda, até certo ponto, as leis do país. Não fossem estas, e a condição do mundo seria muito pior do que ora é.

“Conquanto muitos de nossos legisladores sejam ativos agentes de Satanás, Deus também tem os Seus instrumentos entre os principais homens da nação. O inimigo incita seus servos a que proponham medidas que estorvariam grandemente a obra de Deus; mas estadistas que temem o Senhor são influenciados por santos anjos para que se oponham a essas propostas, com argumentos irretorquíveis. Assim, um pequeno grupo de homens sustará poderosa corrente de males.

“A oposição dos inimigos da verdade será restringida a fim de que a mensagem do terceiro anjo possa efetuar a sua obra. Quando for dada a advertência final, prenderá a atenção das pessoas influentes por meio de quem o Senhor está agora a operar, e algumas delas a aceitarão, e manter-se-ão com o povo de Deus durante o tempo de angústia.

“O anjo que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo, deve iluminar a Terra toda com a sua glória. Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário poder. O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus; a mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI; mas isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última advertência do terceiro anjo.

“Esta obra será semelhante à do dia de Pentecoste. Assim como a ‘chuva temporã’ foi dada, no derramamento do Espírito Santo no início do evangelho, para efetuar a germinação da preciosa semente, a ‘chuva serôdia’ será dada em seu final para o amadurecimento da seara” (WHITE, 2013, p. 532 e 533).

“Nesse tempo, enquanto a obra de salvação está se encerrando, tribulações virão sobre a Terra, e as nações ficarão iradas, embora contidas para não impedir a obra do terceiro anjo. Nesse tempo a ‘chuva serôdia’, ou o refrigério pela presença do Senhor, virá, para dar poder à grande voz do terceiro anjo e preparar os santos para estarem de pé no período em que as sete últimas pragas serão derramadas” (WHITE, 2007c, p. 106).

“Ninguém recebeu até agora o sinal da besta. Ainda não chegou o tempo de prova. Há cristãos verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na comunidade católico-romana. Ninguém é condenado sem que haja recebido iluminação nem se compenetrado da obrigatoriedade do quarto mandamento. Mas quando for expedido o decreto que impõe o sábado espúrio, e o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra a adoração da besta e de sua imagem, será traçada com clareza a linha divisória entre o falso e o verdadeiro. Então os que ainda persistirem na transgressão receberão o sinal da besta.

“A passos rápidos aproximamo-nos desse período. Quando as igrejas protestantes se unirem com o poder secular para amparar uma religião falsa, à qual se opuseram os seus antepassados, sofrendo com isso a mais terrível perseguição, então o dia de repouso papal será tornado obrigatório pela autoridade combinada da Igreja e do Estado. Haverá uma apostasia nacional que só terminará em ruína nacional” (WHITE, 2007a, p. 188).

“O Senhor nunca envia mensagens de advertência simplesmente para condenar pecadores. Toda mensagem de advertência tem o mesmo objetivo que o primeiro advento de Cristo: salvar pecadores! (Ver Ezeq. 18:23). A mensagem do terceiro anjo também oferece o ‘evangelho eterno’ (Apoc. 14:6). Duas classes de pessoas se distinguirão na crise final: 1ª Os que adoram ‘a besta e sua imagem’ e recebem a sua ‘marca’ (verso 9); e 2ª Os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, que adoram a Deus e recebem o Seu selo” (COFFMAN, 1989, p. 97).

14.10também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.Esse cidadão globalista que passa pano na ditadura dominical, por medo do que os totalitários político-esotérico-religiosos podem fazer consigo e com os seus, ele conhecerá a autoridade do Criador e Seu poder que protege e mantém Suas leis funcionando em todo o universo. Já que esse ser humano preferiu ter medo de seus semelhantes em vez de temer e adorar unicamente o Fabricante, ele sofrerá as sete últimas pragas que serão lançadas neste planeta como evidência da soberania e justiça, e do domínio de Deus sobre Sua província terráquea. O Senhor Jesus estará concluindo Seu julgamento no Tribunal celestial, o Senhor Espírito Santo começará a permitir que Satanás e seus demônios castiguem seus súditos humanos, os quais serão atormentados por alguns dias e mortos durante o fim do julgamento e do retorno de Jesus à Terra, e também serão (alguns novamente) castigados e mortos no Geena, após mil anos da segunda vinda do Cordeiro e Seus anjos. A sentença dos rebeldes será cumprida na presença do Juiz, garantindo que ninguém sofra mais nem menos do que aquilo que foi sentenciado. E os assistentes judiciais também testemunharão a lisura do processo do fim do mal, das ditaduras humanas e das sentenças corruptas contra os inocentes.

The New International Version traduziu esse trecho desta maneira: ‘Beberá o vinho do furor de Deus, derramado com toda a intensidade na taça de Sua ira’. Haverá terrível punição por adorar a besta e sua imagem e receber o seu sinal” (COFFMAN, 1989, p. 101).

“No AT, a ira de Deus é retratada como um cálice de vinho para ser bebido (ver SI 75.8; Is 51.17; Jr 25.15)” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

“[…] cólera de Deus. As sete taças de flagelos do cap. 16 (ver 11:18; 15:1). cálice da sua ira. Alusão a Is 51:17-23” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

Será atormentado. Do gr. basanizō, ‘torturar’, ‘atormentar’, ‘afligir’ (ver uso do termo em Mt 8:6, 29; 14:24 [‘açoitado’]; 2Pe 2:8). As sete últimas pragas caem sobre os adoradores da besta e da sua imagem (Ap 16:2). Além disso, os devotos da besta tornam à vida na segunda ressurreição e recebem o castigo final (Ap 20:5, 11-15). Não fica claro a que fase da punição João se refere aqui. Talvez seja a ambas. Nas duas, haverá tormento. A primeira terminará em morte quando Jesus aparecer no céu (ver com. de Ap 19:19-21), e a segunda será a morte eterna (ver com. de Ap 20:14)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 920).

“Antes que o Senhor retorne, todo indivíduo será compelido a fazer sua escolha. Os que recusarem obedecer aos poderes da Terra e a qualquer preço guardarem a fé em Jesus, serão segregados da sociedade. Assim como foi com Daniel que recusou comprometer sua fé e preferiu aceitar o decreto de morte antes que negar o seu Deus, tendo sido miraculosamente salvo do poder dos leões, assim será também nesta última crise com os que permanecerem fiéis aos mandamentos do Céu. É então que os que voluntária e conscientemente escolherem obedecer ao poder apóstata e receberem o sinal da besta, ‘beberão do vinho da ira de Deus’. Apoc. 14:10” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 176).

“O anjo utiliza uma linguagem drástica. Todo aquele que beber do vinho da Babilônia terá que beber ‘do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro’ (Ap 14:10). No Antigo Testamento, beber do vinho do cálice do Senhor é um simbolo da ira de Deus (Jó 21:20; Sl 75:8; Is 51:17-23). Nos tempos antigos, o vinho costumava ser diluído em água para reduzir sua força. Quando não diluído, era misturado a diversas ervas e especiarias a fim de aumentar sua intensidade inebriante.

“O vinho preparado sem mistura representa a ira de Deus executada com toda intensidade, sem misericórdia. O salmista utiliza essa metáfora para representar o juízo divino: ‘Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho espuma, cheio de mistura; dele dá a beber; sorvem-no, até às escórias. todos os impios da terra’ (SI 75:8). O ato de beber esse vinho não diluído da ira de Deus é retratado em Apocalipse 15 e 16, na forma das sete últimas pragas. Elas são chamadas de o cálice do vinho do furor da ira de Deus, derramado sobre quem adora a besta e recebe sua marca (Ap 16:1, 19). Por meio do derramamento das sete últimas pragas, consumou-se ‘a cólera de Deus’ (Ap 15:1)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 87).

“Com infalível precisão, o Ser infinito ainda mantém, por assim dizer, uma conta com todas as nações. Enquanto Sua misericórdia se oferece com convites ao arrependimento, essa conta permanecerá aberta; quando, porém, os algarismos atingem um certo total que Deus fixou, começa o ministério de Sua ira. Encerra-se a conta. Cessa a paciência divina. Não mais há intercessão de misericórdia” (WHITE, 2004, p. 197).

“Quisera eu poder chamar a atenção de cada professor em nosso país sobre esse assunto. Há uma tarefa que devem realizar para ampliar e elevar seu trabalho educacional. Temos justamente diante de nós um tempo em que a condição do mundo se tornará desesperadora, quando a verdadeira religião, que rende obediência a um ‘assim diz o Senhor’, se tornará quase extinta. Nossa juventude deveria ser ensinada que as más obras não são esquecidas ou passadas por alto, porque Deus não pune imediatamente e com extrema indignação seus autores.

“Deus mantém uma conta com as nações. Durante todos os séculos da história deste mundo os maus obreiros têm acumulado ira para o dia da ira; e quando chegar plenamente o tempo em que a iniqüidade houver atingido o limite estabelecido da misericórdia divina, Sua clemência terminará. Quando as contas acumuladas nos livros de registro do Céu indicarem que a soma da transgressão está completa, virá a ira, sem mistura de misericórdia, então se verá que tremenda coisa é esgotar a paciência divina. Esta crise será atingida quando as nações se unirem na invalidação da lei de Deus” (WHITE, 2004, p. 500 e 501).

“Solene é a responsabilidade que repousa sobre nossas casas publicadoras [da IASD]. Os que administram essas instituições, os que dirigem os periódicos e preparam os livros, achando-se, como se acham, à luz dos propósitos divinos, e chamados para dar a advertência ao mundo, são tidos por Deus como responsáveis pela alma de seus semelhantes. A eles, bem como aos ministros da palavra, aplica-se a mensagem dada por Deus ao Seu profeta da antiguidade: ‘A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua impiedade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão.’ Ezequiel 33:7, 8.

“A tempo algum esta mensagem se aplicou com maior força do que ao de hoje. Mais e mais o mundo despreza as reivindicações divinas. Os homens têm-se tornado ousados na transgressão. A maldade dos habitantes do mundo já quase encheu a medida da sua iniqüidade. Esta Terra já quase chegou ao ponto em que Deus há de permitir ao destruidor operar com ela segundo sua vontade. A substituição da lei de Deus pelas dos homens, a exaltação, por autoridade meramente humana, do domingo, posto em lugar do sábado bíblico, é o derradeiro ato do drama. Quando essa substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Ele Se erguerá em Sua majestade para sacudir terrivelmente a Terra. Sairá de Seu lugar para punir os habitantes do mundo por sua iniqüidade, e a Terra descobrirá seu sangue, e não mais esconderá seus mortos” (WHITE, 1949, p. 130).

“A Bíblia retrata nosso amoroso Deus (I S. João 4:8) junto à porta do coração humano, pedindo entrada (Apoc. 3:20). Chegará, porém, o tempo em que aqueles que recusaram atender aos Seus convites e rejeitaram Sua verdade sofrerão o ‘estranho ato’ de Deus (Isa. 28:21). Com o maior amor e tristeza, Ele livrará o Universo do pecado e dos que se identificam com aquele que o originou” (COFFMAN, 1989, p. 102).

“[‘será atormentado com fogo e enxofre’] Figura tradicional do castigo dos impios (cf. Ap 19.20; 20,10; 21.8). Esta imagem é às vezes associada à da ‘geena’ de fogo e talvez derive dela (cf. Mt 18,8-9). O vale de Guê-Hinom, que delimitava Jerusalém a sudoeste, tinha sido outrora tristemente célebre por causa do culto de Moloc; os profetas o consideravam como um lugar impuro (cf. 2Rs 23,10; Jr 7,31; 19.5-6; 32.35).

“Depois do exílio, aí queimavam-se os cadáveres impuros e o lixo. Tal prática influenciou provavelmente as representações e ulteriores do castigo escatológico (cf. Is 66,24); em certos apócrifos judeus e escritos rabínicos, a ‘geena’ designa o lugar de suplício dos impios, e vários textos do NT parecem tributários desta tradição e das imagens que a acompanham (cf. Henoc 22.27; 4Esd 7; Mt 5.22.29; 10,28; 18,9; Mc 9.43; Lc 12.5; Tg 3,6)” (ECUMÊNICA, 1994, p. 2442).

Presença. Tanto as pragas quanto a destruição dos impios após o milênio ocorrerão nesta Terra. No entanto, no último caso, o arraial dos santos estará na Terra. Cristo estará com Seu povo e, sem dúvida, muitos anjos se encontrarão ali” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 920).

14.11A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome.Assim como ocorreu no passado, quando Deus sentenciou o mundo antediluviano, Sodoma e Gomorra, Edom, Babilônia e etc., o resultado da sentença divina contra os adoradores das bestas (Satanás, papado, pseudo protestantismo, misticismos esotéricos espiritualistas e ateus rebeldes) também será irrevogável, inevitável e eterno. Todos os rebeldes – de Caim até o último ser humano que escolherá a rebeldia em lugar da liberdade de amar a Deus e seus semelhantes –, todos serão reunidos no Geena, o lago de fogo produzido pelo petróleo que foi guardado por Deus desde o Dilúvio até o dia da retribuição. O planeta inteiro – continentes (ou algo próximo ao pangeia) e oceanos – tudo entrará em combustão no final do milênio após o retorno do Rei Jesus à Terra. Alguns pecadores passarão mais tempo dentro dessa fornalha planetária, mas assim que seus corpos e órgão internos forem consumidos, seu fôlego de vida será retirado e eles não mais existirão. Outros, sofrerão por menos tempo. Satanás sofrerá por vários dias, mas até ele será destruído completamente! Ele que elaborou os sistemas do papado, pseudo protestantismo, das religiões orientais e da Nova Era e seus OVNIs, dos sistemas de governo corruptos e totalitários, e dos ateus; ele que enganou e seduziu a muitos ao ponto de preferirem temê-lo e adorá-lo em lugar de temer ao Dono da vida e adorar o Criador e Redentor da existência – ele e seus súditos humanos cujo caráter se tornou à imagem de seu senhor, serão um a um consumidos e deixarão de existir para todo o sempre!

Sem dúvida, a imagem da fumaça subindo para sempre é extraída de Isaías 34:10, que descreve a desolação de Edom. O profeta judeu não contemplou um fogo sem fim. Após o incêndio, cuja ‘fumaça’ ele afirma que ‘subirá para sempre’, o país se transforma em ruínas desoladas, habitadas por animais selvagens (v. 10-15). A figura indica completa destruição (ver com. de Ml 4:1)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 920).

“[…] pelos séculos dos séculos. Referência óbvia a Is 34:8-10. No contexto hebraico, ‘pelos séculos dos séculos’ nem sempre significa eternidade absoluta; trata-se do tempo ecessário para o cumprimento do propósito de Deus” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“Assim foi também descrita a destruição de Sodoma e Gomorra em Gênesis 19:24. Judas diz que essas duas cidades sofreram ‘a pena do fogo eterno’ (S. Jud. 7). Os ímpios que viviam nessas cidades foram completamente destruídos pelo fogo, mas não foram atormentados além da morte. “Nosso Deus é sempre um fogo consumidor para a iniqüidade e o pecado. É verdade que os ímpios não têm descanso em sua iniqüidade. Eles não terão descanso ‘nem de dia nem de noite’, durante as pragas e ao serem lançados no lago de fogo, no fim dos mil anos” (COFFMAN, 1989, p. 102 e 103).

“A palavra aion aqui traduzida como ‘pelos séculos dos séculos’, é assim definida por G. Abbott-Smith, no Manual Greek Lexicon of the New Testament [Manual Léxico Grego do Novo Testamento]: ‘Um espaço de tempo como uma vida inteira, geração, período da História, e período indefinidamente longo” (FEYERABEND, 2005, p. 129).

“A frase grega [‘pelos séculos dos séculos’] é eis aionas aionon, e transmite a idéia de que algo durará enquanto durar a natureza daquilo a que se refere. Deus vive para todo o sempre porque é imortal (I Tim. 6:16). A vida eterna dos justos durará para todo o sempre porque eles receberão a imortalidade na segunda vinda de Jesus (I Cor. 15:51-54).

“A palavra aion, usada em Apocalipse 14:11, muitas vezes designa períodos de duração limitada. Por exemplo, S. Mateus 13:39 fala da ‘consumação do século [aion]’. (Comparar com II Tim. 4:10; I Cor. 2:7.) Visto que os ímpios são mortais, eles serão inteiramente consumidos no fogo do último grande dia. O aion dos justos e o dos ímpios serão diferentes porque suas naturezas serão diferentes. Como seres mortais e perdidos, os ímpios serão completamente destruídos pelo fogo e reduzidos a cinzas (Mal. 4:1-3; comparar com Sal. 37:10 e 20; 68: 1 e 2)” (COFFMAN, 1989, p. 103).

“Ele [o fogo eterno] não denota um incêndio sem fim, mas uma queima por tempo suficiente para tornar a destruição completa, até que não haja nada mais para ser queimado. Os profetas do Antigo Testamento usaram a destruição de Sodoma e Gomorra como modelo para a destruição da Babilónia antiga (Is 13:19; Jr 50:40). A mesma linguagem é usada em Apocalipse 14 para caracterizar o destino da Babilônia do tempo do fim. A linguagem grotesca e temível aponta para a aniquilação total, não para um fogo e sofrimento eternos. Aqueles que escolherem adorar a besta e sua imagem e receberem sua marca, sofrerão o castigo eterno, partilhando assim o destino da grande Babilônia (Ap 19.3;20:10).

“A linguagem vívida usada na mensagem do terceiro anjo tem a intenção de despertar os sentidos do povo de Deus e incentivá-lo a permanecer firme diante do engano satânico do tempo do fim. O medo é expulso por um temor maior. À medida que a besta da terra de Apocalipse 13 utiliza o medo para forçar os habitantes do mundo a escolher a religião falsa e receber a marca da besta, o Apocalipse usa uma linguagem ainda mais forte para dissipar esse temor, ecoando as palavras de Jesus: ‘Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes. Aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo’ (Mt 10:28). Quem responde a esse chamado e escolhe a Deus consegue escapar do destino da trindade satânica e de seus seguidores (Ap 20:11-15)” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 88).

“Embora a punição dos que rejeitam a graça de Deus seja severa, como sabemos que ela não consistirá no tormento eterno? (Comparar Apoc. 14:10 e 11 com S. Judas 7; II S. Ped. 2:6; Apoc. 20:14 e 15; 21:1 e 5) ‘Para sempre’ não tem sempre a significação de ‘por toda a eternidade’. Nas versões em português, ‘para sempre’ e ‘pelos séculos dos séculos’, são traduções do substantivo grego aion e do adjetivo aionios, e não designam automaticamente algo que nunca tem fim. A idéia básica transmitida por eles é a de duração initerrupta.

“O fator que determina a duração do substantivo aion ou do adjetivo aionios é a natureza daquilo com o que eles são relacionados. Deus é imortal por natureza (I Tim. 6:15 e 16). Ele é a fonte de vida (Sal. 36:9). Portanto, ao serem aplicadas a Deus, essas palavras gregas sempre significam algo que é eterno.

“Os remidos são mortais por natureza (Jó 4:17), mas pela fé em Jesus Cristo como seu Salvador, eles receberão o dom da imortalidade (II Tim. 1:10; I Cor. 15:51-54). Portanto, quando aion e aionios são aplicados a eles, também significam algo que é eterno ou interminável, porque sua natureza tornar-se-á imortal pela dádiva e poder de Deus.

“Os impenitentes são mortais por natureza (Jó 4:17), e rejeitaram a salvação provida pelo Céu; portanto, não têm a promessa da vida eterna. (Ver I S. João 3:15; 5:11 e 12; Rom. 6:23.) Serão punidos de acordo com as ações que praticaram, e privados de sua existência (Rom. 2:6). ‘Para sempre’ ou ‘para todo o sempre’ em relação aos impenitentes só podem designar um período de tempo ininterrupto até que sua vida mortal deixe de existir. ‘A lâmpada dos perversos se apagará.’ Prov. 24:20” (COFFMAN, 1989, p. 103 e 104).

“Esta é uma expressão forte e terrível para um período de duração indefinida; mas existem expressões mais forte; por exemplo ‘O teu reino é o de todos os séculos: Sal. 1;45:13. A Ele glória… em todas as gerações para todo o sempre’ (Ele 3:21)…’ Tradução Almeida Revisada… ‘Minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será anulada.’ (Isa. 51:6); Tradução Almeida revisada… ‘não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder da vida indissolúvel’ (Heb. 7:16). As expressões mais fortes, que indicam categoricamente sem fim, são reservadas nas Escrituras somente para o bem. Mesmo contudo, quando fazemos todas essas concessões, o quadro dos ímpios é de uma tenebrosidade indescritível de uma noite para a qual não existe amanhecer na revelação’ – Rev. C. Clemance, The Pulpit Commentary, Revelation, pp. 354, 355” (THIELE; BERG, 1960, p. 283 e 284).

A última mensagem de Deus chega ao clímax com o tremendo anúncio de que, os que recusarem aceitar a salvação, beberão do vinho da ira de Deus, sem mistura de misericórdia. Apoc.14:9-11. A palavra ‘tormento’ (verso 11) é uma tradução pouco feliz e não abonada pelo original. A palavra grega basanismos adequadamente traduzida significa examinar pelo uso de uso de basanos, uma espécie de pedra originária da Lídia e que era aplicada a metais, e que se supunha denunciar qualquer mistura que houvesse nesse metal.

“O ouro deixava um traço amarelo nessa pedra de toque (Ver Liddel e Scott, ou qualquer outro dicionário léxico). Hoje o ouro é provado com ácido ou com fogo. Em S. Mateus 14:24, a palavra basanidzomenon, do verbo basanidzo, que vem da palavra acima, basanos, é traduzida por açoitar, onde descreve o navio açoitado ou ‘fustigado’, ou ainda ‘testado’ pelas ondas. Em Apoc. 14:11 a palavra ‘tormento’ na realidade significa ‘testar’ ou ‘provar mediante teste’.

“Um importante pensamento, algumas vezes passado por alto por certos interpretadores, é o fato de que este teste ocorre, não em algum indeterminado lugar de tortura, algum purgatório, mas na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro”. Verso 10. Paulo diz: ‘O fogo prova qual seja a obra de cada um.’ I Cor.3:13. E todos, igualmente, justos e ímpios, passarão pelo teste, e diante de todos os mundos não caídos será revelado quem realmente é o povo de Deus e quem não o é.

“Isaías pergunta: ‘Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?” Isa. 33:14. Então é revelado o fato de que alguns resistirão ao teste, mas estes serão somente os que forem justos e retos diante de Deus. Verso 15.

“Assim como os três dignos hebreus foram protegidos na forna1ha ardente (Dan. 3), os justos permanecerão na presença de Deus, de quem as Escrituras falam como de um ‘fogo consumidor’. Heb. 12:29” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 181).

Adoradores da besta. A classificação é repetida (cf. v. 9) para dar ênfase. O terceiro anjo faz uma ameaça: Os habitantes da Terra não têm desculpa se não fugirem da confusão contra a qual esta mensagem adverte. Eles devem fazer todo esforço necessário para descobrir a identidade da besta, sua imagem e marca, bem como desvendar suas astúcias e formas de agir” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 923).

“Os que rejeitarem a Deus e receberem o sinal da besta serão atormentados. Eles sofrerão as pragas. Quando Jesus voltar, no fim das pragas, os ímpios que ainda estiverem vivendo, morrerão. Permanecerão mortos por mil anos (Apoc. 20:5 e 6). Depois disso, serão ressuscitados e viverão por pouco tempo. Então serão lançados no lago de fogo, com o diabo e seus anjos. Esta é a ‘segunda morte’. (Ver Apoc. 20:9, 10 e 14)” (COFFMAN, 1989, p. 102).

“A revelação divina é impressionantemente clara e nos adverte que, se não abandonarmos o erro e a rebelião, sofreremos as pragas e estaremos irremediavelmente perdidos” (BELVEDERE, 1987, p. 91).

Citando Ellen, Nichol e Dorneles (2014, p. 1096) escreveram: “A substituição do verdadeiro pelo falso é o último ato do drama. Quando esta substituição se tornar universal, Deus Se revelará. Quando as leis humanas forem exaltadas acima das leis de Deus, quando os poderes da Terra qui- serem obrigar as pessoas a guardar o primeiro dia da semana, saibam que é chegado o tempo para Deus atuar. Ele Se levantará em Sua majestade e sacudirá terrivelmente a Terra. Sairá do Seu lugar para punir os habitantes do mundo por sua iniquidade (Mar [MM], 260)”.

14.12Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.É na revelação de Jesus à humanidade, por meio Dele mesmo e de Seus profetas verdadeiros, e na pregação desse evangelho eterno, que está o segredo para um estilo de vida resistente ao sofrimento, o qual se manifesta num viver separado de Babilônia e que sabe esperar e apressar a vinda de Jesus Cristo. Esse estilo de vida gerado pela Bíblia, em particular pelo estudo do Apocalipse, está em completa oposição ao estilo de vida rebelde dos adoradores das bestas, pois não é caracterizado pelo dominguismo e pela anomia, mas pela observância do sábado do sétimo dia e dos outros nove mandamentos morais não adulterados, bem como por todas as crenças, ensinos e doutrinas que o Senhor Jesus praticou e viveu quando Se transformou em criatura para conduzir a humanidade ao Criador.

Apocalipse revela que o código moral que deve reger a conduta dos que foram salvos pela graça, é a Lei dos Dez Mandamentos (Apocalipse 14:12)” (BELVEDERE, 1987, p. 31).

“1. A fé em Jesus levará à aceitação sincera das coisas que Jesus ensinou. Professar crer em Jesus e rejeitar os Seus ensinos é uma triste contradição de idéias.

“2. Fé em Jesus implica aceitar a Bíblia inteira como a autoridade inspirada em questões de doutrina e como a norma de conduta cristã. Isso inclui tanto o Antigo como o Novo Testamento, pois o próprio Jesus acreditava que os seus autores foram escritores escolhidos por Deus.

“3. A fé em Jesus levará ao estudo sério das profecias de Daniel e Apocalipse. O povo remanescente de Deus, ao contrário da maioria dos professos cristãos de hoje, não negligenciará nem menosprezará a Bíblia, como se tratasse de um livro selado, que não pode ser entendido. O anjo disse para João de maneira específica: ‘Não seles as palavras da profecia deste livro’ (Apocalipse 22:10).

“4. A fé em Jesus leva à confiança em Sua promessa de voltar à Terra uma segunda vez, de maneira pessoal e visível. ‘Voltarei e vos receberei para Mim mesmo’, prometeu Jesus aos Seus discípulos, ‘para que, onde Eu estou, estejais vós também.’ [Jo 14.3] […]

“Muitas vezes a Bíblia identifica o verdadeiro povo de Deus como o que guarda os Seus mandamentos (Apocalipse 12:17, Apocalipse 14:12, Isaías 8:20, João 14:15, I João 2:3 e 4). A luz de Deus hoje brilha para nós. O fato de que alguns dos nossos antepassados não tiveram a mesma luz que temos hoje não quer dizer que temos de rejeitar a luz. Como escreveu o Bispo Ken: ‘O erro antigo é o pior dos erros, / a continuidade pode provocar uma maldição. / Se a Idade Escura turvou o olhar dos nossos pais, / devem, então, seus filhos cerrar os olhos por causa da luz?” (FEYERABEND, 2005, p. 129 e 130).

“Em Apocalipse 14, João descreve outra cena. Ele vê um povo cuja fidelidade e lealdade às leis do reino crescem em situações de emergência. O desprezo mostrado para com a lei de Deus só os faz revelar mais decididamente ainda seu amor por essa lei. O amor dos fiéis aumenta em face do desprezo à lei por parte do mundo (Ms 163, 1897)”, citado por Nichol e Dorneles (2014, p. 1097).

“As três mensagens angélicas concluem com uma declaração positiva. Elas apontam para a perseverança dos santos. Estes recebem a incumbência de pregar a mensagem do evangelho no tempo do fim (Ap 14:12), sendo o mesmo povo retratado em Apocalipse 12:17, o qual é alvo da raiva e dos ataques furiosos de Satanás. Eles se caracterizam pela fidelidade inabalável a Cristo e sua obediência aos mandamentos de Deus. Em Apocalipse 14:12, a palavra ‘aqui’ – ‘Aqui está a perseverança dos santos’ – mostra que essa perseverança acontece, acima de tudo, por causa da pregação fiel do evangelho no tempo do fim” (STEFANOVIC; NASCIMENTO, 2018, p. 88).

“A terceira mensagem angélica geralmente é lembrada somente pelas palavras duras e pesadas proferidas contra os adoradores da besta e da sua imagem, mas o destaque glorioso desta mensagem deve ser visto no verso 12, pois estes santos dos últimos dias são fiéis a Deus como a bússola o é ao polo; estes santos sofrem toda espécie de ameaças e pressões, mas permanecem firmes como as rochas do deserto. Jesus Se orgulha deste remanescente fiel, pois eles são diante do mundo e do universo um monumento de glória para Deus, uma reivindicação do Seu caráter” (RAMOS, 2009, p. 336).

“Encerrando-se o ministério de Jesus no lugar santo, e passando Ele para o lugar santíssimo e ficando em pé diante da arca, a qual contém a lei de Deus, enviou um outro anjo poderoso com uma terceira mensagem ao mundo. Um pergaminho foi posto na mão do anjo, e, descendo ele à Terra com poder e majestade, proclamou uma terrível advertência, com a mais terrível ameaça que já foi feita ao homem.

“Esta mensagem estava destinada a pôr os filhos de Deus de sobreaviso, mostrando-lhes a hora de tentação e angústia que diante deles estava. Disse o anjo: ‘Serão trazidos em cerrado combate com a besta e sua imagem. Sua única esperança de vida eterna consiste em permanecer firmes. Posto que sua vida esteja em jogo, deverão reter com firmeza a verdade.’

“O terceiro anjo encerra sua mensagem assim: ‘Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.’ Apocalipse 14:12. Ao dizer ele estas palavras, aponta para o santuário celeste. A mente de todos os que abraçam esta mensagem, é dirigida ao lugar santíssimo, onde Jesus está em pé diante da arca, fazendo Sua intercessão final por todos aqueles por quem a misericórdia ainda espera, e pelos que ignorantemente têm violado a lei de Deus.

“Esta expiação é feita tanto pelos justos mortos como pelos justos vivos. Inclui todos os que morreram confiando em Cristo, mas que, não tendo recebido a luz sobre os mandamentos de Deus, têm, por ignorância, pecado, transgredindo seus preceitos.

“Depois que Jesus abriu a porta do lugar santíssimo, viu-se a luz a respeito do sábado, e o povo de Deus foi provado, como o foram os filhos de Israel antigamente, para se ver se guardariam a lei de Deus. Vi o terceiro anjo apontando para cima, mostrando aos desapontados o caminho do lugar santíssimo do santuário celestial. Entrando eles pela fé no lugar santíssimo, encontram a Jesus e a esperança e alegria brotam de novo.

“Vi-os olhar para trás, revendo o passado, desde a proclamação do segundo advento de Jesus, através de sua experiência, até a passagem do tempo em 1844. Vêem eles seu desapontamento explicado, e a alegria e a certeza de novo os animam. O terceiro anjo iluminou o passado, o presente e o futuro, e eles sabem que na verdade Deus os tem guiado por Sua misteriosa providência” (WHITE, 2007c, p. 256 e 257).

“Depois da advertência contra o culto à besta e sua imagem, declara a profecia: ‘Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus.’ Visto os que guardam os mandamentos de Deus serem assim colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta. O característico especial da besta, e, portanto, de sua imagem, é a violação dos mandamentos de Deus.

“Diz Daniel a respeito da ponta pequena, o papado: ‘Cuidará em mudar os tempos e a lei.’ Daniel 7:25. E Paulo intitulou o mesmo poder ‘o homem do pecado’, que deveria exaltar-se acima de Deus. Uma profecia é o complemento da outra. Unicamente mudando a lei de Deus poderia o papado exaltar-se acima de Deus; quem quer que conscientemente guarde a lei assim modificada, estará a prestar suprema honra ao poder pelo qual se efetuou a mudança. Tal ato de obediência às leis papais seria um sinal de vassalagem ao papa em lugar de Deus” (WHITE, 2013, p. 388 e 389).

“Os adoradores de Deus serão distinguidos especialmente pelo respeito em que têm o quarto mandamento, visto ser esse o sinal do poder criador de Deus e a testemunha do Seu direito de reclamar a reverência e a homenagem do homem. Os ímpios serão distinguidos pelos seus esforços para demolir o monumento comemorativo do Criador e exaltar a instituição de Roma. Na conclusão do conflito toda a cristandade ficará dividida em dois grandes grupos: Os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem e recebem o seu sinal.

“Embora Igreja e Estado unam o seu poder para obrigar a todos, ‘pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos’, a que recebam o sinal da besta, o povo de Deus não o receberá. Apocalipse 13:16. O profeta de Patmos contempla ‘os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, … e o cântico do Cordeiro’. Apocalipse 15:2, 3” (WHITE, 1949, p. 259).

“Precisamente antes do grande dia de Deus, é enviada uma mensagem para exortar o povo a voltar à obediência à lei de Deus, quebrantada pelo anticristo. Por preceito e exemplo devemos chamar a atenção para a brecha feita na lei. Foi mostrado que o terceiro anjo, que proclama os mandamentos e a fé de Jesus (Apocalipse 14:9-14), representa o povo que recebe essa mensagem, e ergue a voz de advertência ao mundo para que guarde os mandamentos de Deus e a Sua lei como a menina dos olhos; e em resposta a esta advertência muitos abraçariam o sábado do Senhor” (WHITE, 1999, p. 79).

“O terceiro anjo a voar pelo meio do céu, e anunciando os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus, representa nossa obra. A mensagem não perde nada de sua força no vôo progressivo do anjo; pois João o vê crescendo em resistência e poder até que a Terra inteira seja iluminada por sua glória. A carreira do povo que guarda os mandamentos de Deus é para a frente, sempre para a frente. A mensagem de verdade que levamos precisa ir a nações, línguas e povos. Ela irá em breve com grande voz, e a Terra será iluminada com sua glória. Estamos nós nos preparando para este grande derramamento do Espírito de Deus?” (WHITE, 2008c, p. 158).

“Quando começamos a apresentar a luz sobre a questão do sábado, não tínhamos uma idéia bem definida da mensagem do terceiro anjo de Apocalipse 14:9-12. O peso de nosso testemunho enquanto nos achávamos perante o povo era que o grande movimento da volta de Cristo era procedente de Deus; que a primeira e a segunda mensagens haviam sido pregadas e que a terceira devia ser proclamada.

“Vimos que a terceira mensagem se encerrava com estas palavras: ‘Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.’ Apocalipse 14:12. E percebemos com a mesma clareza de agora, que essas palavras proféticas sugeriam a reforma do sábado; mas o que a adoração da besta mencionada na mensagem, ou sobre o que seriam a imagem e o sinal da besta, não tínhamos posição definida.

“Por Seu Santo Espírito, Deus verteu luz sobre Seus servos, e o assunto foi-lhes pouco a pouco aberto à mente. Sua pesquisa exigiu muito estudo e ansiosa atenção, ponto por ponto. Por meio de cuidados, ansiedade e incessante empenho o trabalho progrediu, até as grandes verdades de nossa mensagem, num claro, completo e consolidado todo, serem transmitidas ao mundo” (WHITE, 1999, p. 81).

“Triste é dizê-lo, porém muitos dos seguidores de Miller, crentes no advento, não prestaram atenção às passagens bíblicas que explicavam o seu desapontamento. Milhares decidiram, em vez disso, que haviam estado todos em erro. Desse grupo, alguns renunciaram a toda e qualquer fé, enquanto outros retornaram às suas igrejas de origem e passaram a esperar o regresso de Jesus para após o milênio, e não mais para o início desse mesmo período.

“Outros milhares de crentes do advento decidiram que o erro deles consistiu num erro quanto à forma de se obter o cálculo dos 2.300 dias. Estabeleceram, assim, muitas outras datas para o retorno de Cristo. Este grupo existe ainda hoje, composto por uns 30 mil membros, e é conhecido como Cristãos do Advento [em 2022, a IASD se aproximou dos 22 milhões de membros].

“Outros, entretanto, concluíram que sua compreensão dos 2.300 dias era inquestionável. Ela se achava mui firmemente entrelaçada com as setenta semanas e os eventos relacionados com o primeiro advento de Cristo, para que sequer se pensasse em erro. E este grupo estava com a razão. Os crentes desse terceiro grupo, rendo sua mente comprometida com um amplo estudo da Bíblia, dedicaram crescente atenção ao ministério de Cristo como sumo sacerdote. O movimento mílerita centralizara-se quase que inteiramente em Jesus Cristo — no segundo advento de Cristo, em Cristo como juiz, e em Cristo como nosso único Salvador. Nesse momento, a questão todo-absorvente passou a ser: ‘O que está Cristo fazendo agora?’

“Eles basearam principalmente suas conclusões no estudo de Levítico 16 e 23, e Daniel 8:14. Jesus afasta os pecados. Os crentes desse terceiro grupo tornaram-se mais e mais interessados e atraídos por duas declarações bíblicas referentes ao ministério sumo-sacerdotal de Cristo no lugar santíssimo. A primeira encontra-se em Levítico 16:30 – ‘E sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor.’

“O trabalho do sumo sacerdote durante o Dia da Expiação/Dia do Juízo relacionava-se primariamente com a purificação do povo de seus pecados. Esse conceito harmonizava-se perfeitamente com as palavras que há pouco examinamos, em que a noiva se prepara e é vestida com as obras de justiça dos santos.

“O outro texto que foi examinado é o de Apocalipse 11:19, a cena introdutória que focaliza o santuário na divisão que ora estamos estudando (Apocalipse 11:19 a 14:20). Díz este verso: ‘Abriu-se, então, o santuário de Deus que se acha no Céu, e foi vista a arca da aliança no Seu santuário.’ Os crentes refletiram quanto à viagem sumo-sacerdotal de Cristo em 1844, sobre as nuvens do Céu, em direção ao equivalente celestial do lugar santíssimo terrestre. O lugar santíssimo, no santuário do Velho Testamento, era o lugar de habitação da arca do concerto, a qual possuía em seu interior as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos gravados. ‘Pecado é a transgressão da lei.’ I S. João 3:4. A partir daí, esse grupo de crentes raciocinou nos seguintes termos: ‘Se Jesus acha-Se hoje realizando um trabalho especial para limpar Seu povo dos pecados deles, na verdade Ele está efetuando um esforço especial para renovar o nosso interesse por Sua lei!’

“Eles examinaram o texto de Apocalipse 12:17, e perceberam que o povo de Deus do tempo do fim, o verdadeiro ‘remanescente’ da semente da mulher, deveria guardar os mandamentos de Deus. […] Eles perceberam também, sob uma luz inteiramente nova, que os dois anjos eram sucedidos por um terceiro, e que este anjo adverte contra a marca da besta e também descreve os ‘santos’ de Deus do tempo do fim, exatamente da mesma forma como o faz Apocalipse 12:17, ou seja, como aqueles que guardam os mandamentos de Deus” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 382 e 383).

“Mais ou menos no tempo em que Bates e outros estavam chegando a uma nova compreensão a respeito do ministério de Cristo como Sumo Sacerdote, alguns Batistas do Sétimo Dia falaram com o capitão a respeito do sábado. Eles lhe explicaram que esse dia deve ser observado, não no primeiro dia da semana, como o observava a grande maioria de cristãos devotos, mas no sétimo dia, conforme é ordenado pelos Dez Mandamentos.

“Olhos arregalados de surpresa, José Bates tornou a ler o quarto mandamento. Ele, a exemplo de Miller e a maioria dos demais líderes adventistas, era um devoto observador do domingo. Na qualidade de capitão de navio, ele havia requerido de sua tripulação o descanso e a adoração durante o dia de domingo. Pareceu-lhe que jamais lera antes o mandamento com as seguintes palavras: ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar. … O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus.’ Êxodo 20:8-10.

“Sendo um homem decidido, Bates assentou em sua mente atender o mandamento, e em breve tornou-se o líder de um pequenino – porém crescente – grupo de adventistas que passaram a guardar o sábado. Ele escreveu um livreto de quarenta e oito páginas, um estudo bíblico intitulado ‘O Sábado do Sétimo Dia, um Sinal Perpétuo’. A publicação do mesmo ocorreu em agosto de 1846” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 383).

“Enquanto isso, Tiago White também se sacrificava para ajudar a difundir a verdade acerca do sábado. Seu sacrifício supremo foi a prematura deposição da própria vida (aos sessenta anos), como consequência de malária e excesso de trabalho. (A malária era comum na América do Norte durante o século passado.) Jesus dissera: ‘Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos.’ S. João 14:15. Tiago White, Ellen e José Bates certamente amavam a Jesus. Se Ele desejava que guardassem o sábado, eles o fariam sob qualquer custo pessoal.

“Uma das mais desanimadoras provas sobrevindas a Tiago White foi a acusação de que as suas crenças pessoais na verdade eram ‘herdadas’ de sua esposa. O certo é que ele era mais versado, suas bases eram outras. A evidência de que os 2.300 dias findaram em 1844, proveio-lhe de Guilherme Miller (e de muitos outros), com base na Bíblia.

“Evidências de que o juízo começou em 1844, foram captadas por Enoch Jacobs, José Turner e Apollos Hale, baseados na Bíblia.

“A conscientizaçao a respeito do sábado veio a partir de José Bates e dos Batistas do Sétimo Dia, baseados na Bíblia!

“Em 1863, Bates e os White eram líderes de aproximadamente 3.500 crentes irmãos, a maior parte dos quais haviam sido antes membros de outras denominações. Eles regozijavam-se no conhecimento das três mensagens angélicas e sentiam desejo de expressar seu amor a Deus e a Jesus através da guarda dos Dez Mandamentos de Seu Pai. Não fora inicialmente seu objetivo organizarem-se numa nova denominação, mas o número crescente de membros, as distâncias e a necessidade de possuir uma editora, tornaram a organização inadiável. No dia 21 de maio de 1863, eles constituíram oficialmente a Igreja Adventista do Sétimo Dia” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 385).

“À medida que os primeiros adventistas do sétimo dia prosseguiram estudando a Bíblia, encontraram evidências bíblicas adicionais que apontavam à guarda dos mandamentos e à observância do sábado.

“Por exemplo, eles perceberam (a) que sob o novo concerto, ratificado por Cristo mediante o Seu próprio sangue, o Espírito Santo vem e escreve as leis de Deus em nosso coração. ‘Nas mentes lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas inscreverei; Eu serei o Seu Deus, e eles serão o Meu povo.’ Jeremias 31:33. ‘Porei dentro em vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.’ Ezequiel 36:27.

“Eles também constataram (b) que no grande conflito entre Cristo e Satanás, este emprega o fogo cerrado de suas mentiras contra a lei de Deus. ‘Você não necessita guardar os mandamentos.’ ‘Para o seu próprio bem, você não deve guardá-los.’ ‘Você não é capaz de observá-los.’ Isto é o que o inimigo diz, valendo-se de todos os meios sutis. O dragão, a antiga serpente e Satanás, acha-se ainda plenamente vivo. Os primeiros adventistas do sétimo dia não desejavam ser enganados por ele.

“Eles meditaram muito acerca da morte de Cristo. A cruz não somente ratificou as promessas do concerto; ela também demonstrou (c) que Deus não teve meios para modificar Sua lei. No Getsêmani, Jesus – um homem vigoroso em Seus 33 anos – não sentia disposição natural para morrer. Por três vezes, mergulhado na mais profunda angústia, Ele implorou ao Pai – ‘se for de Tua vontade’ – que fosse removido o ‘cálice’ colocado em Sua presença para ser sorvido. S. Mateus 26:36-44; S. Lucas 22:44.

“Se houvesse qualquer outro meio de salvar-nos, em que não estivesse envolvida a morte de Cristo, Deus certamente teria utilizado tal meio. Se Ele tivesse podido dizer: ‘De qualquer forma, as Minhas leis não são absolutamente perfeitas; irei modificá-las de modo a que se adaptem aos Meus amigos humanos, e assim eles não mais serão culpáveis’, por certo o haveria feito. Nesse caso, não teria havido necessidade de Cristo morrer. Colocar de lado Suas leis teria sido uma forma extremamente mais fácil de Deus perdoar os pecadores, do que entregar Seu Filho à morte.

“Mas o mandamento é ‘santo, justo e bom’. Romanos 7:12. Modificá-lo, torná-lo-ia pecaminoso, injusto e mau. A lei de Deus é amor. Como poderia Ele havê-la modificado? A morte de Cristo ratificou o novo concerto e demonstrou de modo dramático e definitivo a impossibilidade de modificação da lei. A cruz confirmou os mandamentos. O sacrifício de Cristo ajudou a estabelecer o sábado do sétimo dia.

“Todos esses pensamentos perpassavam as mentes dos adventistas do sétimo dia e persuadiram-nos a guardar o sábado, a despeito de prejuízos e inconvenientes pessoais” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 386 e 389).

“Eles crêem que o movimento do advento é o cumprimento da mensagem dos três anjos de Apocalipse 14:6 a 12, e que essa mensagem está desenvolvendo os ‘santos’ ‘remanescentes’ que guardam os mandamentos de Deus. [Muito bom! ‘Desenvolvendo os santos remanescentes’, algo bem diferente de serem os próprios remanescentes.] Eles convidam qualquer pessoa, em qualquer lugar, a se unirem a este movimento. Sentem-se eternamente gratos a José Bates e outros que, em meados do século passado, realizaram grandes sacrifícios pessoais por amor a Cristo e em favor da manutenção do movimento” (MAXWELL; GRELLMANN, 2004, p. 390).

“Há muitas verdades preciosas contidas na Palavra de Deus, mas é a ‘verdade presente’ que o rebanho necessita agora. Tenho visto o perigo de os mensageiros se afastarem dos importantes pontos da verdade presente, para se demorarem em assuntos que não são de molde a unir o rebanho e santificar a alma. Satanás tirará disto toda vantagem possível para prejudicar a Causa. Mas assuntos como o santuário, em conexão com os 2.300 dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente apropriados para esclarecer o passado movimento adventista e mostrar qual é nossa presente posição, estabelecer a fé do vacilante e dar a certeza do glorioso futuro. Esses, tenho freqüentemente visto, são os principais assuntos sobre que os mensageiros se devem demorar” (WHITE, 2007c, p. 83).

“Estamos sob o risco de apresentar a mensagem do terceiro anjo de maneira tão indefinida, que ela não cause impressão sobre o povo. Tantos outros interesses aparecem, que a própria mensagem que deveria ser proclamada com poder torna-se insípida e sem expressão. Um equívoco tem ocorrido em nossas reuniões campais. A questão do sábado tem sido abordada, mas não tem sido apresentada como o grande teste para o presente momento. Ao passo que as igrejas professam crer em Cristo, estão violando a lei que o próprio Cristo proclamou no Sinai. O Senhor ordena: ‘Anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.’ Isaías 58:1. A trombeta precisa dar o sonido certo” (WHITE, 2004b, p. 60).

Citando Ellen, Nichol e Dorneles (2014, p. 1095 e 1096): “A terceira mensagem angélica cresce em importância ao nos aproximarmos do fim da história da Terra. […] Deus me apresentou os perigos que ameaçam aqueles a quem foi confiada a sagrada obra de proclamar a terceira mensagem angélica. Eles devem se lembrar de que esta mensagem é da máxima importância para o mundo todo. Precisam pesquisar as Escrituras diligentemente para que possam aprender como guardar-se contra o mistério da iniquidade, que desempenhará uma parte tão importante nas cenas finais da história da Terra.

“Haverá cada vez mais ostentação externa por parte das potências mundanas. Sob diferentes símbolos, Deus apresentou a João o caráter ímpio e a influência sedutora daqueles que se distinguiram pela perseguição a Seu povo. Apocalipse 18 fala da Babilônia mística, que caiu de sua elevada posição para se tornar um poder perseguidor. Aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus são objeto da ira desse poder [citado Ap 18:1-8] (Ms 135, 1902)”.

“O Senhor do Céu não enviará Seus juízos destinados a punir a desobediência e transgressão, até que Seus atalaias tenham proclamado Suas advertências. Não encerrará o tempo da graça até que a mensagem seja mais distintamente proclamada. A lei divina deve ser engrandecida; seus reclamos, expostos em seu caráter legítimo e sagrado, para que o povo seja induzido a decidir-se pró ou contra a verdade. Contudo, a obra será abreviada em justiça. A mensagem da justiça de Cristo há de soar desde uma até a outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Esta é a glória de Deus com que será encerrada a mensagem do terceiro anjo” (WHITE, 2008c, p. 340).

“Quando devidamente conduzida, a obra de saúde é uma cunha de penetração, abrindo caminho para que outras verdades alcancem o coração. Quando a mensagem do terceiro anjo for recebida em sua plenitude, a reforma de saúde terá o seu lugar nos concílios dos Campos, no trabalho da igreja, no lar, à mesa e em todos os arranjos do lar. Então o braço direito terá utilidade e protegerá o corpo. Mas embora a obra de saúde tenha o seu lugar na proclamação da mensagem do terceiro anjo, seus advogados não devem de maneira nenhuma procurar que ela tome o lugar da mensagem. Os livros sobre saúde têm sua importância, mas a circulação desses livros é unicamente um dos muitos ramos da grande obra a ser realizada” (WHITE, 2004b, p. 300).

“O terceiro anjo de Apocalipse 14 é representado como voando velozmente pelo meio do céu e clamando: ‘Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.’ Ali é mostrada a verdadeira natureza da obra do povo de Deus. Eles possuem uma mensagem de tão grande importância, que são vistos como voando em sua apresentação ao mundo. Têm nas mãos o Pão da vida para um mundo faminto. O amor de Cristo os constrange. Essa é a última mensagem. Não se lhe segue nada mais; não mais convites de misericórdia a serem dados após essa mensagem ter feito sua obra. Que fé! Que responsabilidade repousa sobre todos, a fim de levarem as palavras do gracioso convite!

“‘E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.’ Apocalipse 22:17. Quem ouve diga vem. Não apenas os pastores como também o povo. Todos devem unir-se no convite. Não somente por sua profissão, como também em seu caráter e vestuário, todos precisam exercer vitoriosa influência. Todos são provedores do mundo, executores da vontade de Alguém que tem legado sagradas verdades aos homens. Gostaria que todos pudessem sentir a dignidade e a glória do legado a eles dado por Deus” (WHITE, 2004, p. 195).

“Nossa batalha é agressiva. Desfechos tremendos estão perante nós; e mesmo iminentes. Ascendam a Deus as nossas orações para que os quatro anjos ainda retenham os quatro ventos a fim de que não soprem para danificar nem destruir sem que a última advertência haja sido feita ao mundo. Trabalhemos, então, em harmonia com as nossas orações. Que nada reduza a força da verdade para este tempo. A verdade presente tem que ser o nosso principal assunto. Deve a mensagem do terceiro anjo realizar a sua obra de separar das igrejas um povo que se decidirá em prol dos princípios da verdade eterna.

“Nossa mensagem é de vida ou morte, e devemos permitir que ela apareça como realmente é, o grande poder de Deus. Devemos apresentá-la em toda a sua força. O Senhor então a tornará eficaz. É nosso privilégio esperar grandes coisas, até mesmo a demonstração do Espírito de Deus. É esse o poder que convencerá e converterá a alma” (WHITE, 2004b, p. 61).

“Os agentes de Deus devem ter zelo santificado, que esteja inteiramente sob o Seu domínio. Tempos tempestuosos sobrevir-nos-ão impetuosamente, e não devemos agir espontaneamente para apressá-los. Sobrevirão tribulações de espécie tal que encaminharão para Deus todos quantos querem ser Seus, e Seus somente. Sem que sejamos provados na fornalha da provação, nós não nos conhecemos, e não se justifica que julguemos o caráter de outrem nem condenemos os que ainda não receberam a luz da mensagem do terceiro anjo” (WHITE, 1949, p. 43).

“Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. Recebeu a ‘chuva serôdia’, o ‘refrigério pela presença do Senhor’, e acha-se preparado para a hora probante que diante dele está. No Céu, anjos apressam-se de um lado para o outro. Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o selo do Deus vivo.’ Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos e com grande voz diz: Está feito; e toda a hoste angélica depõe suas coroas, ao fazer Ele o solene aviso. ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.’ Apocalipse 22:11.

“Todos os casos foram decididos para vida ou para morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos completou-se; ‘e o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu’, estão prestes a ser entregues aos herdeiros da salvação, e Jesus deve reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

“Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus: O mundo rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final.

“Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade. Um único anjo destruiu todos os primogênitos dos egípcios, enchendo a Terra de pranto. Quando Davi ofendeu a Deus, por contar o povo, um anjo fez aquela terrível destruição pela qual seu pecado foi punido. O mesmo poder destruidor exercido por santos anjos quando Deus ordena, será exercido por anjos maus quando Ele o permitir. Há agora forças preparadas, e que aguardam apenas o consentimento divino para espalharem a desolação por toda parte.

“Os que honram a lei de Deus têm sido acusados de acarretar juízos sobre o mundo, e serão considerados como a causa das terríveis convulsões da Natureza, da contenda e carnificina entre os homens, coisas que estão enchendo a Terra de pavor. O poder que acompanha a última advertência enraiveceu os ímpios; sua cólera acende-se contra todos os que receberam a mensagem, e Satanás incitará a maior intensidade ainda o espírito de ódio e perseguição” (WHITE, 2013, p. 535 e 536).

“A visão de Zacarias, relativa a Josué e ao Anjo, aplica-se com força particular à experiência do povo de Deus no remate do grande dia da expiação. A igreja remanescente será levada a grande prova e aflição. Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus, sentirão a ira do dragão e suas hostes. Satanás conta o mundo como súdito seu, ele adquiriu domínio sobre as igrejas apóstatas; mas ali está um pequeno grupo que lhe resiste à supremacia. Caso os pudesse desarraigar da Terra, completo seria o seu triunfo.

“Como ele influenciou as nações pagãs para destruir Israel, assim, em próximo futuro há de incitar os ímpios poderes da Terra para destruir o povo de Deus. De todos será exigido que prestem obediência a editos humanos em violação da lei divina. Os que forem fiéis a Deus e ao dever, serão ameaçados, denunciados e proscritos. Serão traídos ‘até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos’. Sua única esperança está na misericórdia de Deus, sua única defesa será a oração.

“Como Josué pleiteou diante do Anjo, assim a igreja remanescente, com coração quebrantado e fervorosa fé, pleiteará o perdão e livramento por meio de Jesus, seu Advogado. Acham-se plenamente cônscios da pecaminosidade de sua vida, vêem sua fraqueza e indignidade, e ao olharem a si mesmos, ficam a ponto de desesperar. O tentador está ao seu lado para os acusar, como esteve ao lado de Josué, para lhe resistir. Aponta às suas vestes imundas, seu caráter defeituoso. Apresenta sua fraqueza e descaminhos, seus pecados de ingratidão, sua dessemelhança de Cristo, a qual desonrou seu Redentor. Esforça-se por assustar a alma com o pensamento de que seu caso não tem esperança, que a mancha de seu pecado jamais será lavada. Tem esperança de assim destruir-lhes a fé, para que cedam a suas tentações, volvam costas à sua aliança com Deus e recebam o sinal da besta.

“Satanás insiste perante Deus com suas acusações contra eles, declarando que por seus pecados perderam o direito à proteção divina, e reclamando o direito de destruí-los como transgressores. Pronuncia-os tão merecedores como ele mesmo, de exclusão do favor de Deus. ‘São estas’, diz ele, ‘as pessoas que hão de tomar meu lugar no Céu e o lugar dos anjos que se uniram a mim? Embora professem obedecer à lei de Deus, têm porventura guardado os seus preceitos? Não têm sido amantes de si mesmos, mais do que de Deus? Não colocaram seus próprios interesses acima do Seu serviço? Não amaram as coisas do mundo? Eis os pecados que lhes assinalaram a vida. Eis o seu egoísmo, sua maldade, seu ódio uns para com os outros.’

“O povo de Deus tem sido, em muitos respeitos, muito faltoso. Satanás possui um exato conhecimento dos pecados que ele os tentou a cometerem, e apresenta esses pecados como exageradamente graves, declarando: ‘Há de Deus banir-me e aos meus anjos de Sua presença, e contudo recompensar os que são culpados dos mesmos pecados? Não podes, ó Senhor, isso fazer com justiça. Teu trono não se achará baseado em justiça e juízo. A justiça requer que seja pronunciada sentença contra eles.’

“Mas, conquanto os seguidores de Cristo tenham cometido pecado, não se entregaram ao domínio do mal. Abandonaram os pecados e buscaram o Senhor com humildade e contrição, e o Divino Advogado pleiteia em seu favor. Aquele que mais maltratado foi por sua ingratidão, que conhece os seus pecados e também seu arrependimento, declara: ‘O Senhor te repreende, ó Satanás’. Eu dei a vida por essas almas. Acham-se gravadas nas palmas das Minhas mãos.’

“Os assaltos de Satanás são fortes, terríveis os seus enganos; mas os olhos do Senhor estão sobre o Seu povo. Grande é sua aflição, as chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los; mas Jesus os fará sair como ouro provado no fogo. Tem de ser removida sua tendência terrena, a fim de que reflitam perfeitamente a imagem de Cristo; têm de vencer a incredulidade, e desenvolver a fé, esperança e paciência.

“O povo de Deus suspira e geme pelas abominações cometidas na Terra. Com lágrimas advertem os ímpios de seu perigo em pisar a pés a lei divina, e com indescritível pesar humilham-se perante o Senhor, por causa de suas próprias transgressões. Os ímpios escarnecem de sua tristeza, ridicularizam seus solenes apelos e zombam do que chamam sua fraqueza. Mas a angústia e humilhação do povo de Deus é inequívoca evidência de estarem recuperando a força e nobreza de caráter perdidas em conseqüência do pecado.

“É por se estarem aproximando mais de Cristo, e terem os olhos fitos em Sua pureza perfeita, que discernem tão claramente a grande malignidade do pecado. Sua contrição e humilhação própria são infinitamente mais aceitáveis à vista de Deus, do que o é o espírito presunçoso e altivo dos que não vêem motivo para lamentos, que escarnecem da humildade de Cristo e que pretendem ser perfeitos, ao passo que transgridem a santa lei de Deus.

“Mansidão e humildade de coração são as condições de força e vitória. A coroa de glória aguarda aos que se prostram ao pé da cruz. Bem-aventurados são esses que assim choram, porque serão consolados. Os fiéis e devotos estão, por assim dizer, com Deus, no mesmo recinto. Eles mesmos não sabem quão seguramente se acham escudados. Instados por Satanás, os governantes deste mundo procuram destruí-los; mas pudessem ser abertos os seus olhos, como o foram os do servo de Eliseu em Dotã, e veriam os anjos de Deus acampados em redor deles, e mantendo em xeque as hostes das trevas, por seu fulgor e glória” (WHITE, 2008c, p. 165 – 167).

“Nosso estudo das três mensagens angélicas de Apocalipse 14 salienta que, em vista de tudo que está para acontecer no futuro, nossa única segurança está na paciente confiança no Senhor Jesus Cristo e na rigorosa obediência a Sua vontade, ao vivermos diariamente pela fé nEle” (COFFMAN, 1989, p. 104).

“A Bíblia dá a entender que o julgamento dos vivos ocorrerá no auge do conflito final a respeito da lei de Deus – o conflito do selo de Deus contra o sinal da besta. Quando, diante de penalidades civis impostas pela confederação político-religiosa da terra, a última geração que viver no mundo deparar com a prova de desobedecer a Deus observando o sinal da besta, terão de ser tomadas decisões de vida ou morte. A última geração terá de escolher entre o Estado e Deus, entre os critérios dos homens e os critérios de Deus. Parece lógico que, então, os que optarem pelo sinal da besta serão julgados, com base nessa decisão. Os que decidirem permanecer leais a Deus serão selados no juízo como leais a Ele. O juízo terminará assim na última geração viva (Apoc. 22:11 e 12)” (COFFMAN, 1989, p. 105).

“Em um momento crítico da história, quando ‘a grande Babilônia’ prevalecer sobre o Estado para impor a obrigatoriedade da observância do domingo por meio de decretos e leis civis, o povo remanescente de Deus permanecerá leal aos mandamentos divinos. Como resultado da solene advertência das três mensagens angélicas, surgirá um remanescente fiel a Deus. Eles são ‘os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus’ (Apocalipse 14: 12).

“Por causa do pecado nos tornamos totalmente impossibilitados de alcançar o padrão de justiça divina (Romanos 8:7), porém, mediante a graça de Jesus e Sua obra recriadora (2 Coríntios 5:17), o homem é restaurado à imagem divina e habilitado a ser fiel e obediente a Deus (Filipenses 2:13). Portanto, o povo remanescente é caracterizado por sua fé inabalável em Jesus, perseverança e obediência aos Seus mandamentos” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 54).

14.13Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.Eu, João, também ouvi esses últimos mensageiros humanos comprometidos com a Bíblia e protegidos por Deus, inspirados pelo próprio Deus Espírito Santo. Eles garantiam aos filhos de Deus, mártires vítimas dos EUA “evangélico”, sósia do catolicismo romano medieval perseguidor, torturador e assassino, que eles estavam descansando pelo fato de terem cumprido fielmente sua missão em sua época! O terceiro anjo que representava esses mensageiros me pediu para escrever isto, e eu escrevi. O Espírito Santo também. Todos os que morrerem naquela época, sejam idosos que foram selados por Deus, fiéis ao sábado do 4º mandamento moral, ou criancinhas e outras pessoas que serão poupadas da terrível perseguição católico-evangélico-política munidal; bem como os que morrerem assassinados por essa coalizão, por não se deixarem levar pela pressão dominical, sim, eles descansarão e serão felizes por não receberem a marca dominical da rebelião! E mesmo mortos, seu comportamento fiel aos mandamentos de Deus e resistente ao sofrimento, influenciará a muitos que estavam para receber a marca dominical, mas escolherão acompanhar os mártires de Cristo! Eles são considerados felizes também porque serão ressuscitados, momentos antes da volta de Jesus, para verem o cumprimento da promessa pela qual preferiram morrer do que dar as costas.

Apocalipse 14:13 é uma das sete bem-aventuranças no livro do Apocalipse (1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7 e 14). Refere-se aos santos descritos no verso 12 e aponta para a ceifa nos versos que se seguem” (COFFMAN, 1989, p. 110).

desde agora. Aqueles que morrem neste contexto (14:6-12) não precisarão passar pelas provações dos eventos finais. Mas isso pode ser um reflexo da perseguição de 13:15” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“O contexto aqui é a proclamação da terceira mensagem angélica que será feita em meio à fúria do dragão, enfrentando perseguições e mesmo a morte. Os bem-aventurados do verso 13 são os mártires que fazem parte dos santos dos últimos dias descritos no verso 12, que ‘guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus’” (RAMOS, 2006, p. 338).

“‘Desde agora’ deve significar desde um momento particular. Que momento? Evidentemente desde o começo da mensagem em relação à qual se diz isso. Mas, por que são bem-aventurados os que morrem desde esse momento? Deve haver algum motivo especial para sobre eles ser pronunciada esta bênção. Não será porque escapam ao tempo de terrível perigo que os santos têm de enfrentar ao terminarem a sua peregrinação? Embora são assim abençoados em comum com todos os justos mortos, têm uma vantagem sobre eles por constituírem, sem dúvida, aquele grupo que ressuscitará para a vida eterna na ressurreição especial de Daniel 12:2” (SMITH, 1979, p. 292).

“Estas palavras identificam o período de tempo geral durante o qual morrem esses santos. É o mesmo espaço de tempo abrangido pelas mensagens dos três anjos, ou de 1844 em diante. Eles descansam até haver passado o tempo de angústia. […] Visto que essa bênção é proferida imediatamente após a mensagem do terceiro anjo, a expressão ‘desde agora’ parece referir-se aos que aceitam essa mensagem especial que os prepara para a vinda de Cristo, mas morrem antes de Seu advento” (COFFMAN, 1989, p. 111).

“‘O Senhor “não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens’. Lamentações 3:33. ‘Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem.’ Salmos 103:13. Conhece Ele o nosso coração, pois lê todos os segredos da alma. Ele sabe se aqueles em favor de quem se fazem petições seriam capazes de suportar a aflição e a prova que sobre eles viria caso vivessem. Conhece o fim desde o princípio. Muitos serão levados a repousar antes que a prova de fogo do tempo de tribulação venha sobre o nosso mundo. Essa é outra razão por que deveríamos dizer no fim de nossa fervorosa petição: ‘Todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua.’ Lucas 22:42. Tal súplica jamais será registrada no Céu como uma oração falta de fé.

“Ao apóstolo foi ordenado escrever: ‘Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.’ Apocalipse 14:13. De acordo com isso, podemos notar que nem todos devem restabelecer-se; e se não recobrarem a saúde, não devem ser julgados indignos da vida eterna. Se Jesus, o Redentor do mundo orou: ‘Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice’, e aduziu: ‘Todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres’ (Mateus 26:39), quão apropriado é que os seres finitos façam a mesma entrega à sabedoria e vontade de Deus!” (WHITE, 2007a, p. 407).

“Lembrai-vos da profecia: ‘Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles. … Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra do inimigo. E há esperança no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus termos.’ Jeremias 31:15-17. Esta promessa vos pertence. Podeis confortar-vos e confiar no Senhor. O Senhor muitas vezes me instruiu de que muitos pequeninos hão de ser removidos antes do tempo de angústia. Havemos de ver de novo nossos filhos. Havemos de encontrar-nos com eles e reconhecê-los nas cortes celestes. Ponde vossa confiança no Senhor, e não temais” (WHITE, 2008b, p. 255).

as suas obras os acompanham. Sua salvação está garantida (ver 1Tm 5:24, 25)” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“Os justos serão tidos em memória eterna. […] Os que morrem em Cristo antes de Sua volta experimentam um descanso temporário. Mesmo na morte, sua vida piedosa e boas obras continuam a dar testemunho da fé. Enquanto dormem tranqüilamente na sepultura, sua vida passada exorta muitos que ainda vivem a decidirem-se por Cristo e pela eternidade” (COFFMAN, 1989, p. 110).

“Quando um homem morre, com ele não morre sua influência; ela continua a viver, reproduzindo-se. A influência do homem que era bom, puro e santo, continua a viver depois de sua morte, como o brilho do sol poente lança as suas glórias através dos céus, iluminando os picos das montanhas muito depois de haver o Sol mergulhado atrás da colina. Assim refletirão sua luz as obras do que é puro, santo e bom, quando ele não mais viver para falar e agir por si mesmo. Suas obras, suas palavras, seu exemplo, viverão para sempre. ‘O justo ficará em memória eterna.’ [Sl 112.6].

“Mas que contraste com isto apresenta a vida dos que são terrenos, sensuais, diabólicos! Transigiu-se com o prazer sensual. À luz do Juízo, o homem aparece como é, despido das vestes do Céu. Aparece diante dos outros como é à vista de um Deus santo. Pense seriamente cada um de nós se as obras que nos seguirão serão a luz suave do Céu, ou as sombras das trevas, ou se o legado que transmitimos à posteridade é de bênçãos ou maldições” (WHITE, 2008c, p. 358 e 359).

“Deus diz em Apocalipse 6:11 que o número dos mártires ainda não se completou: ‘E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram’ (Apoc. 6:11). Os santos mártires formam uma classe distinta, o quinto selo, embora também pertençam ao grupo dos salvos representados pelo cavalo branco. Existe um selo exclusivo para eles e são colocados em destaque” (RAMOS, 2006, p. 338).

O autor acima, passa a citar Ellen G. White (2013, p. 579, negrito acrescentado):

“Mais próximo do trono estão os que já foram zelosos na causa de Satanás, mas que, arrancados como tições do fogo, seguiram seu Salvador com devoção profunda, intensa. Em seguida estão os que aperfeiçoaram um caráter cristão em meio de falsidade e incredulidade, os que honraram a lei de Deus quando o mundo cristão a declarava nula, e os milhões de todos os séculos que se tornaram mártires pela sua fé. E além está a ‘multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, … trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos.” Apocalipse 7:9.”

Samuel Ramos (2006, p. 339), então, prossegue: “Nesta descrição, Ellen G. White identifica alguns grupos especiais, entre eles, os mártires do quinto Selo. Os mártires serão os únicos a possuírem a cor vermelha na borda de suas vestes.”

“No trajeto encontramos uma multidão que também contemplava as belezas do lugar. Notei a cor vermelha na borda de suas vestes, o brilho das coroas e a alvura puríssima dos vestidos. Quando os saudamos, perguntei a Jesus quem eram eles. Disse que eram mártires que por Ele haviam sidos mortos. Com eles estava uma inumerável multidão de crianças que tinham também uma orla vermelha em suas vestes” (WHITE, 2007e, p. 42).

“Após o fechamento da porta da graça não haverá mais mártires, nenhum dos filhos de Deus morrerá no período das Sete Pragas. Todavia, no período de angústia que precede o fechamento da porta da graça, enquanto ainda existe graça e salvação, Deus permitirá que alguns dos santos selem a vida como mártires, para que, mediante o testemunho deles, outros ainda se salvem” (RAMOS, 2006, p. 339).

“Os dois exércitos permanecerão distintos e separados, e essa distinção será tão acentuada que muitos que estarão convencidos da verdade colocar-se-ão ao lado do povo que guarda os mandamentos de Deus. Quando essa grandiosa obra ocorrer na batalha, antes do conflito final, muitos serão encarcerados, muitos fugirão das cidades e vilas para salvar a vida, e muitos serão mártires por amor a Cristo, colocando-se em defesa da verdade. … Não sereis tentados acima do que sois capazes de suportar. Jesus suportou tudo isso e muito mais” (WHITE, 2007c, p. 374).

“A grande lista dos mártires começou com Abel, e se estende por toda a Bíblia, incluindo nomes como o de Isaías, Jeremias, João Batista, Pedro, Paulo, Tiago, Estevão, os milhares de cristãos lançados às feras, ou queimados vivos nos primeiros séculos. Fazem parte, também, desse grupo, nomes como os de João Huss, Jerônimo, milhares dos Lolardos, milhares dos Valdenses e Huguenotes, e outros milhares que ainda morrerão como mártires no período em que a besta de Apoc. 13:1-4 voltar a reinar sobre a terra” (RAMOS, 2006, p. 340).

“O cumprimento final do quinto Selo, o julgamento dos mártires, tem a ver com o período de perseguição e morte que virá após o Decreto Dominical, e, neste mesmo tempo, iniciar-se-á o Selamento do sexto Selo, isto é, o Julgamento dos Vivos. [O autor está correto, pois o selamento dos salvos ocorre no sexto selo! Basta perceber que Apocalipse 7 está no sexto selo.] Biblicamente, Selamento e Julgamento são equivalentes. No momento em que estiver sendo proclamado o Alto Clamor e a grande multidão, os conversos da hora undécima, estiver saindo de Babilônia e se posicionando ao lado dos que guardam os mandamentos de Deus, nesse tempo ainda existirão mártires. Deus não permitiria que seus filhos morressem como mártires se não fosse com o propósito de converter outros” (RAMOS, 2006, p. 341).

De fato, os bem-aventurados mortos ocorrem até certo momento, até após do decreto dominical e antes do decreto de morte. Após este último decreto demoníaco, não existirão mais mártires. Nenhum salvo morrerá! Estarão sentenciados à morte pela serpente e sua falsa Igreja, e pelo Estado. Mas, também estarão sentenciados pelo Juiz, cujo julgamento estará terminado, à vida eterna!

“Os olhos de Deus, vendo através dos séculos, fixaram-se na crise que Seu povo deve enfrentar quando os poderes terrestres contra ele se dispuserem. Como o exilado cativo, estarão receosos da morte pela fome, ou pela violência. Mas o Santo, que diante de Israel dividiu o Mar Vermelho, manifestará Seu grande poder, libertando-o do cativeiro. ‘Eles serão Meus, diz o Senhor dos exércitos, naquele dia que farei serão para Mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho, que o serve. Malaquias 3:17.

“Se o sangue das fiéis testemunhas de Cristo fosse derramado nessa ocasião, não seria como o sangue dos mártires, qual semente lançada a fim de produzir uma colheita para Deus. Sua fidelidade não seria testemunho para convencer outros da verdade; pois que o coração endurecido rebateu as ondas de misericórdia até não mais voltarem.

“Se os justos fossem agora abandonados para caírem como presa de seus inimigos, seria um triunfo para o príncipe das trevas. Diz o salmista: ‘No dia da adversidade me esconderá no Seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá.’ Salmos 27:5. Cristo falou: ‘Vai, pois, povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da Terra, por causa da sua iniqüidade.’ Isaías 26:20, 21.

“Glorioso será o livramento dos que pacientemente esperaram pela Sua vinda, e cujos nomes estão escritos no livro da vida” (WHITE, 2013, p. 552 e 553).

“Os bem-aventurados do verso 13 também podem ser vistos como todos os santos de Deus que morreram de 1844 em diante, estes alcançarão a bênção de uma ressurreição especial, antes da volta de Jesus. Eles verão a Lei de Deus estampada no céu, e ouvirão a voz de Deus declarando o seu concerto de paz com seus filhos. Eles também ouvirão a voz de Deus declarando o dia e a hora da volta de Jesus. Estes santos ressuscitados, glorificados, serão um conforto e apoio aos sofridos filhos de Deus que estão atravessando o período das Sete Pragas e estão sendo sentenciados à morte. Que glorioso momento será este quando os filhos de Deus na hora mais probante, tiverem a companhia dos pioneiros da igreja remanescente, para juntos aguardarem a manifestação de Jesus em glória e majestade” (RAMOS, 2006, p. 341 e 342).

O autor, adventista do sétimo dia, manifesta sua crença de que a IASD é a igreja remanescente, mesmo isso contradizendo o que ele mesmo escreveu antes, de que os 1440.000 são os remanescentes de Ap 12.17. Mas, a despeito disso, a outra crença a respeito de uma ressurreição prévia, como relatada pelo profeta Daniel 12.1 e 2, parece estar correta.

“Abrem-se sepulturas, e ‘muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.’ Daniel 12:2. Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. ‘Os mesmos que O traspassaram’ (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes” (WHITE, 2013, p 556).

“Houve um grande terremoto. As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da mensagem do terceiro anjo, guardando o sábado, saíram de seus leitos de pó, glorificados, para ouvir o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua lei. O Céu abria-se e fechava-se, e estava em comoção. As montanhas tremiam como uma vara ao vento, e lançavam por todos os lados pedras anfractuosas. O mar fervia como uma panela e lançava pedras sobre a terra. E, falando Deus o dia e a hora da vinda de Jesus, e declarando o concerto eterno com o Seu povo, proferia uma sentença e então silenciava, enquanto as palavras estavam a repercutir pela Terra.

“O Israel de Deus permanecia com os olhos fixos para cima, ouvindo as palavras enquanto elas vinham da boca de Jeová e ressoavam pela Terra como estrondos do mais forte trovão. Era terrivelmente solene. No fim de cada sentença os santos aclamavam: ‘Glória! Aleluia!’ Seus rostos iluminavam-se com a glória de Deus, e resplandeciam de glória como fazia o de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podiam olhar para eles por causa da glória. E, quando a interminável bênção foi pronunciada sobre os que haviam honrado a Deus santificando o Seu sábado, houve uma grande aclamação de vitória sobre a besta e sua imagem” (WHITE, 2008a, p. 322).

14.14Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada.Logo em seguida, eu, João, testemunhei a volta de Jesus, o cumprimento da mais aguardada de todas as promessas da Bíblia! Ele veio sobre uma nuvem do mesmo jeito que Ele subiu ao Céu (cf. At 1.11). Em lugar da coroa de espinhos que o dragão lhe impôs, Ele tinha sobre Sua cabeça uma coroa de vitória sobre a serpente! E O vi vindo cumprir Sua promessa de buscar Seus filhos fiéis, tanto os que haviam descansado quanto os vivos que ainda estavam sendo perseguidos pelo dragão. Mas, não somente isso. Vi o Senhor Jesus destruindo os falsos filhos de Deus, a descendência da serpente, usada por ela para maltratar Seus filhos legítimos.

A natureza das três mensagens angélicas e o fato de serem seguidas pelo retorno de Jesus mostram que elas consistem na mensagem final de Deus para advertir o mundo” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 924).

“A imagem da ceifa, como a da vindima (cf. vv. 18-20), é frequente para evocar o julgamento escatológico. Cf. p. ex., I63,3; Jl 4,13; Mt 13,39” (ECUMÊNICA, 1994).

“A fim de preparar um povo para estar em pé no dia de Deus, deveria realizar-se uma grande obra de reforma. Deus viu que muitos dentre Seu povo professo não estavam edificando para a eternidade, e em Sua misericórdia estava prestes a enviar uma mensagem de advertência a fim de despertá-los de seu torpor e levá-los a preparar-se para a vinda de Jesus. Esta advertência, temo-la em Apocalipse 14. Apresenta-se-nos ali uma tríplice mensagem como sendo proclamada por seres celestiais, e imediatamente seguida pela vinda do Filho do homem para recolher a colheita da Terra” (WHITE, 2013, p. 271).

“É chegada a hora da grande colheita da terra. Na seqüência das festas sagradas do Santuário (Lev.23:4-44) […], depois do Dia da Expiação, isto é, o Juízo Investigativo, vem a última e a mais jubilosa de todas as festas, a Festa da Colheita que durava sete dias. O Juízo Investigativo, que começou pelos mortos em 1844, passará para os vivos após a emissão do Decreto Dominical. Este é o tempo do Selamento do povo de Deus com o Selo do Deus Vivo, e o selamento dos ímpios com o selo da besta. […] A maior de todas as conversões ocorrerá exatamente neste tempo, quando a mensagem dos três anjos será proclamada de uma forma compacta e poderosa na voz do quarto anjo de Apocalipse 18:4 ‘Sai dela, povo meu.’

“Uma multidão que ninguém pode contar faz a sua decisão ao lado de Jesus e une-se aos que guardam os mandamentos de Deus, e então são selados. Somente então Jesus levantará Sua mão e lançará o incensário sobre a terra: ‘E o Anjo (Jesus) tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra’ (Apoc. 8:5). Finda-se assim a intercessão de Jesus e a porta da graça é fechada. Na visão dada a João no capítulo 14:14-20 de Apocalipse, a próxima cena é uma antecipação da grande Festa das Colheitas que vai ocorrer depois das pragas de Apocalipse 16, por ocasião da segunda vinda de Jesus” (RAMOS, 2006, p. 345 e 346).

“Os crentes fiéis olharão para cima, a fim de ver Jesus vindo nas nuvens. Atos 1:11 apresenta mais claramente o significado da expressão usada. As nuvens de Sua ascensão consistiram do ‘carro de nuvem de anjos’ (O Desejado de Todas as Nações, pág. 795). Dois desses anjos detiveram-se durante alguns momentos para dizer aos discípulos que olhavam para cima que Jesus ‘virá do modo como O vistes subir’.

“Cristo, o ‘Filho do Homem’ – Jesus é descrito como sendo semelhante a um membro da família humana. Embora tenha agora um corpo glorificado, Cristo ainda é reconhecido como membro da raça humana” (COFFMAN, 1989, p. 112).

“A mais bela descrição do segundo advento de nosso Salvador encontra-se em Apoc.14:14. Circundado por uma nuvem de anjos, a fronte adomada com uma coroa de ouro, tendo na mão uma foice aguda, Ele vem para ceifar a seara da Terra. Jesus, em Sua parábola do trigo e do joio (S. Mat. 13:24-30), deu ênfase a esta ceifa e declarou que a boa semente representava os filhos do reino” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 181 e 182).

“Só no Novo Testamento há 318 vêzes a promessa da segunda vinda de Cristo. Entre inúmeras vêzes referidas, afirma S. Paulo que Êle ‘aparecerá segunda vez, … aos que O esperam para a salvação’ (Hb 9:28). Sim, os que O esperam devem estar preparando-se acuradamente para a grande trasladação com Êle (Mt 24:31). Maravilhoso acontecimento; o mais estupendo da história” (MELLO, 1959, p. 449).

Coroa. Do gr. stephanos, ‘guirlanda’, ‘coroa’ de vitória, neste caso (ver com. de Ap 12:3). A coroa de ouro pode ser constrastada com a ‘coroa[stephanos] de espinhos’ (Mt 27:29)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 924).

“A ‘coroa de ouro’ é confeccionada com folhas de ouro (para uma comparação com a coroa do rei, ver notas em 2.10; 12.3). A foice israelita, usada para cortar os grãos, consistia numa lâmina de seixo ou de ferro fixada numa haste curva de madeira ou de osso (ver nota em Mc 4.29)” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

“A coroa de ouro que Lhe dera o Pai forma um flagrante contraste com a de espinhos que Lhe deram os homens, na terra, para zombarem de Sua futura realeza. Êstes mesmos vê-Lo-ão um dia vindo coroado com coroa de ouro e relembrarão pasmados o aviltante ato de O terem coroado com uma coroa de zombaria — de espinhos” (MELLO, 1959, p. 449).

“É chegada a hora da grande colheita da terra. Na seqüência das festas sagradas do Santuário (Lev. 23:4-44), depois do Dia da Expiação, isto é, o Juízo Investigativo, vem a última e a mais jubilosa de todas as festas, a Festa da Colheita que durava sete dias. O Juízo Investigativo, que começou pelos mortos em 1844, passará para os vivos após a emissão do Decreto Dominical. Este é o tempo do Selamento do povo de Deus com o Selo do Deus Vivo, e o selamento dos ímpios com o selo da besta” (RAMOS, 2006, p. 343).

“A maior de todas as conversões ocorrerá exatamente neste tempo, quando a mensagem dos três anjos será proclamada de uma forma compacta e poderosa na voz do quarto anjo de Apocalipse 18:4 ‘Sai dela, povo meu.’ Uma multidão que ninguém pode contar faz a sua decisão ao lado de Jesus e une-se aos que guardam os mandamentos de Deus, e então são selados. Somente então Jesus levantará Sua mão e lançará o incensário sobre a terra: ‘E o Anjo (Jesus) tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra” (Apoc. 8:5).

“Finda-se assim a intercessão de Jesus e a porta da graça é fechada. Na visão dada a João no capítulo 14:14-20 de Apocalipse, a próxima cena é uma antecipação da grande Festa das Colheitas que vai ocorrer depois das pragas de Apocalipse 16, por ocasião da segunda vinda de Jesus. Jesus aparece de forma majestosa e vitoriosa, assentado sobre a nuvem e tendo na Sua mão uma foice aguda. Este é um símbolo da colheita do último dia que separará o joio do trigo” (RAMOS, 2006, p. 344).

“Os 144.000 estavam todos selados e perfeitamente unidos. Em sua testa estava escrito: ‘Deus, Nova Jerusalém’, e tinham uma estrela gloriosa que continha o novo nome de Jesus. Por causa de nosso estado feliz e santo, os ímpios enraiveceram-se e arremeteram violentamente para lançar mão de nós, a fim de lançar-nos à prisão, quando estendemos a mão em nome do Senhor e eles caíram inermes ao chão. Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que Deus nos havia amado a nós, que lavávamos os pés uns aos outros e saudávamos os irmãos com ósculo santo; e adoraram a nossos pés.

“Logo nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois aparecera uma nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem. Todos nós em silêncio solene olhávamos a nuvem que se aproximava e se tornava mais e mais clara e esplendente, até converter-se numa grande nuvem branca.

“A parte inferior tinha aparência de fogo; o arco-íris estava sobre a nuvem, enquanto em redor dela se achavam dez milhares de anjos, entoando um cântico agradabilíssimo; e sobre ela estava sentado o Filho do homem. Os cabelos, brancos e anelados, caíam-Lhe sobre os ombros; e sobre a cabeça tinha muitas coroas. Os pés tinham a aparência de fogo; em Sua destra trazia uma foice aguda e na mão esquerda, uma trombeta de prata. Seus olhos eram como chamas de fogo, que profundamente penetravam Seus filhos.

“Todos os rostos empalideceram; e o daqueles a quem Deus havia rejeitado se tornaram negros. Todos nós exclamamos então: ‘Quem poderá estar em pé? Estão as minhas vestes sem mancha?’ Então os anjos cessaram de cantar, e houve algum tempo de terrível silêncio, quando Jesus falou: ‘Aqueles que têm mãos limpas e coração puro serão capazes de estar em pé; Minha graça vos basta.’

“Com isto nos iluminou o rosto e encheu de alegria o coração. E os anjos tocaram mais fortemente e tornaram a cantar, enquanto a nuvem mais se aproximava da Terra. Então a trombeta de prata de Jesus soou, ao descer Ele sobre a nuvem, envolto em labaredas de fogo. Olhou para as sepulturas dos santos que dormiam, ergueu então os olhos e mãos ao céu, e exclamou: ‘Despertai! despertai! despertai, vós que dormis no pó, e levantai-vos!’ Houve um forte terremoto. As sepulturas se abriram, e os mortos saíram revestidos de imortalidade.

“Os 144.000 clamaram ‘Aleluia!’, quando reconheceram os amigos que deles tinham sido separados pela morte, e no mesmo instante fomos transformados e arrebatados juntamente com eles para encontrar o Senhor nos ares. Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça” (WHITE, 2007e, p. 39 e 40).

14.15Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu!O julgamento no Santuário celestial já havia terminado, e os assessores judiciais, representados por um anjo, apoiavam a Jesus em Sua obra de resgate aqui na Terra, em Seu segundo advento. Todos eles já sabiam de antemão quem aceitou e quem rejeitou a graça de Deus. E eles pediram a Jesus para que a sentença do juízo seja executada à risca: aqueles que aceitaram a oferta de salvação divina, passaram pelo processo educacional, cresceram e amadureceram ao longo de suas vidas, e deram provas disso através de seus frutos – caráter e comportamento, os padrões de existência do Criador –, esses seriam colhidos pelo Senhor Jesus e recolhidos ao celeiro celestial, pois não pertenciam a esse planeta caído! Essa também é a oração, esse é o clamor dos 144.000, os salvos vivos, a igreja remanescente, que sobreviveu às sete últimas pragas e está sendo acossada pelos filhos do dragão.

Cristo está no centro da profecia das duas ceifas. Ele é o grande Ceifeiro na colheita final da Terra” (COFFMAN, 1989, p. 110).

“Deve notar-se que nessa cadeia profética três anjos precedem o Filho do homem na nuvem branca e três são apresentados depois daquele símbolo. Já expressamos a opinião de que anjos literais participam nas cenas descritas. Os primeiros três têm o encargo das três mensagens especiais. Eles podem também simbolizar um corpo de ensinadores religiosos. A mensagem do versículo 15 deve evidentemente ser proclamada depois de o Filho do homem, terminada a Sua obra sacerdotal, tomar o lugar sobre a nuvem branca, mas antes de aparecer nas nuvens do céu.

“Como a linguagem é dirigida Àquele que está assentado sobre a nuvem branca, tendo em Sua mão uma foice aguda pronta para ceifar, deve significar uma mensagem de oração por parte da igreja, depois de concluída a sua obra em favor do mundo e já acabou o tempo de graça, e só falta que o Senhor apareça e leve o Seu povo para Si.

“É este, sem dúvida, o clamor de dia e de noite, de que fala nosso Senhor em Lucas 18:7, 8 em relação com a vinda do Filho do homem. E esta oração será respondida. Os eleitos serão vingados, pois diz a parábola: ‘Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite?’ O que está assentado sobre a nuvem brandirá Sua foice, e os santos, sob a figura do trigo da terra, serão ceifados para o celeiro celeste” (SMITH, 1979, p. 292 e 293).

“Se Jesus ainda não veio, é porque a Sua seara ainda não está completamente madura” (MELLO, 1959, p. 450).

“Na Palestina, as chuvas temporãs preparam o solo para a semeadura, e as serôdias amadurecem o grão para a colheita. Assim, o primeiro derramamento do Espírito preparou o mundo para a extensa semeadura da semente evangélica, o derramamento final virá para amadurecer o áureo grão para a ceifa da Terra, que Cristo diz ser ‘o fim do mundo.’ S. Mat. 13:37-39; Apoc. 14:14 e 15” (ESTUDOS BÍBLICOS, 1984, p. 160).

“A chuva serôdia, amadurecendo a seara da Terra, representa a graça espiritual que prepara a igreja para a vinda do Filho do homem. Mas a menos que a chuva temporã haja caído, não haverá vida; a ramagem verde não brotará. Se a chuva temporã não fizer seu trabalho, a serôdia não desenvolverá a semente até a perfeição. Deve haver ‘primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga’ [Mc 4.28].

“Deve haver um desenvolvimento constante das virtudes cristãs, um avanço constante na experiência cristã. Isso devemos nós buscar com intenso desejo, para que possamos adornar a doutrina de Cristo, o nosso Salvador. Muitos têm em grande medida deixado de receber a chuva temporã. Não têm obtido todos os benefícios que Deus assim para eles tem provido. Esperam que as falhas sejam supridas pela chuva serôdia. Quando a maior abundância da graça estiver para ser outorgada, esperam poder abrir o coração para recebê-la. Estão cometendo um erro terrível.

“O trabalho que Deus começou no coração humano mediante Sua luz e conhecimento, deve estar continuamente avançando. Cada indivíduo deve estar cônscio de sua própria necessidade. Deve o coração ser esvaziado de toda a mancha, purificado para habitação do Espírito. Foi pela confissão e pelo abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega pessoal a Deus, que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

“O mesmo trabalho, apenas em grau mais elevado, deve ser feito agora. Então o agente humano só teve de pedir a bênção e esperar que o Senhor aperfeiçoasse a obra a seu respeito. Foi Deus que começou a obra, e Ele terminará Sua obra, tornando o homem perfeito em Jesus Cristo. Mas não se deve negligenciar a graça representada pela chuva temporã. Só os que estiverem vivendo de acordo com a luz que têm recebido poderão receber maior luz.

“A não ser que nos estejamos desenvolvendo diariamente na exemplificação das ativas virtudes cristãs, não reconheceremos as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode ser que ela esteja sendo derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a discerniremos nem a receberemos.

“Em nenhum ponto de nossa experiência podemos nós dispensar a assistência daquilo que nos habilita a fazer justamente o começo. As bênçãos recebidas sob a chuva temporã, são-nos necessárias até ao fim. No entanto só isso não nos basta. Embora acariciemos as bênçãos da primeira chuva, não devemos, do outro lado, perder de vista o fato de que sem a chuva serôdia, para encher a espiga e amadurecer o grão, a colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador terá sido em vão.

“Necessita-se da graça divina no começo, da graça divina em cada passo de avanço; só a graça divina pode completar a obra. Não há lugar para nós descansarmos em descuidada atitude. Nunca devemos esquecer as advertências de Cristo: ‘Vigiai em oração.’ ‘Vigiai pois em todo o tempo, orando.’ A ligação a cada momento com o Agente divino é essencial ao nosso progresso. Podemos ter tido uma medida do Espírito de Deus, mas tanto pela oração como pela fé devemos buscar continuamente mais do Espírito. Nunca dá resultado cessarmos os nossos esforços.

“Se não progredirmos, se não nos colocarmos na atitude em que tanto possamos receber a chuva temporã como a serôdia, perderemos nossa alma e a responsabilidade jazerá à nossa porta. ‘Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia.’ Não fiqueis satisfeitos, pensando que no curso ordinário da estação a chuva cairá. Pedi-a.

“O crescimento e a perfeição da semente não repousa sobre o lavrador. Só Deus pode amadurecer a colheita. Mas se exige a cooperação do homem. A obra de Deus por nós exige a ação de nossa mente, o exercício de nossa fé. Devemos buscar-Lhe os favores de todo o coração, se queremos alcançar os chuveiros da graça.

“Devemos aproveitar toda a oportunidade de nos colocarmos no conduto da bênção. Cristo disse: ‘Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles.’ As convocações da igreja, como nas reuniões campais, as assembléias da igreja local, e todas as ocasiões em que há trabalho pessoal em favor das almas, são oportunidades determinadas por Deus para dar tanto a chuva temporã como a serôdia.

“Mas ninguém pense que ao freqüentar essas reuniões, já fez o seu dever. A mera freqüência a todas as reuniões que se realizam não trará em si mesma uma bênção à alma. Não é lei imutável que todos os que assistam a reuniões gerais ou a reuniões locais recebam grandes recursos do Céu. Podem as circunstâncias parecer favoráveis a um abundante derramamento dos chuveiros da graça. Mas Deus mesmo deve ordenar que caia a chuva. Não devemos portanto ser remissos nas súplicas. Não devemos confiar na operação comum da providência.

“Devemos orar para que Deus descerre a fonte da água da vida. E nós mesmos devemos receber água viva. Oremos, pois, com coração contrito e com maior fervor, para que agora, no tempo da chuva serôdia, os chuveiros da graça sejam derramados sobre nós” (WHITE, 2008c, p. 420-422).

14.16E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada.E o Senhor Jesus fez exatamente assim, do jeito que Ele, enquanto Juiz no tribunal celestial, e Seus assessores angélicos e humanos, haviam decidido. E, graças a Deus, a grande colheita aconteceu! Mortos em Cristo ressuscitaram, e eles e os 144.000 vivos selados foram glorificados e arrebatados desse mundo de pecado.

Esta é a ocasião em que o Juiz (S. João 5:22 e 23) executa o juízo. Primeiro Ele salva os que Lhe são fiéis e amam a verdade (II Tess. 2:10), e cujo amor os impeliu e habilitou a guardarem os Seus mandamentos (S. João 14:15). Foram tão transformados pela graça que são ‘semelhantes a Ele’ (I. S. João 3:2). O trecho que vem em seguida retrata o juízo de Cristo sobre os que recusaram demonstrar sua lealdade adorando só a Ele” (COFFMAN, 1989, p. 112).

“A profecia da ceifa terrestre se baseia no ano agrícola da Palestina, o qual, em termos gerais, tinha duas importantes temporadas de colheita: A colheita dos cereais (a começar com a cevada, em abril, e terminando com a safra do trigo, em junho/julho); 2ª A colheita das frutas (uvas e azeitonas, no fim do verão e começo do outono). Assim, a colheita dos cereais e a colheita das uvas não ocorriam ao mesmo tempo, mas com um intervalo de vários meses.

“Este pormenor não deve, porém, ser salientado em demasia. Certamente não significa que o tempo da graça terminará mais cedo para os justos (o trigo), do que para os ímpios (as uvas)! Na realidade, a ceifa significa o fim do tempo da graça para todos os seres humanos. O Espírito Santo tinha outras razões para representar os justos pelo trigo e os ímpios pelas uvas, segundo indica a profecia” (COFFMAN, 1989, p. 114).

Interessante, pois, após o fechamento da porta da graça ou conclusão do julgamento, os justos vivos não morrerão mais – os “144.000” ou “os restantes”. Os ímpios não terão mais chances de salvação, e até a sua destruição (volta de Jesus), passarão algumas semanas (meses?).

“Os anjos de Deus recolherão a todos os escolhidos ou fiéis. Os que morreram amparados pela graça de Deus, havendo aceitado a Jesus como Seu Salvador e Mediador, ressuscitarão (I Tessalonicenses 4:13-16), e formarão um mesmo grupo com os fiéis crentes em Jesus que estarão vivos. Todos ascenderão nas nuvens para estar para sempre com o Senhor (I Tessalonicenses 4:17). A ascensão será possível porque o Senhor transformará nosso corpo à semelhança do que Ele tinha ao ascender ao Céu (I Coríntios 15:51-54; Filipenses 3:20, 21)” (BELVEDERE, 1987, p. 41).

“As Escrituras falam de uma colheita de pessoas simbolizada pela ceifa dos cereais. Estude estas passagens, e note a linguagem figurada em cada uma delas: Jer. 8:19 e 10; Joel 3:12 e 13; S. João 4:28-30 e 35; S. Mat. 13:30 e 39. Estas e outras passagens apontam para a colheita final, com recompensa para os bons e punição para os maus. Apocalipse 19 focaliza o mesmo assunto” (COFFMAN, 1989, p. 114).

“Segundo o Apocalipse, capítulo quatorze e versículos quatorze a vinte, há no mundo duas culturas distintas: A seara do Senhor e a vinha de Satanás. Ao ter cada súdito desta terra decidido seu destino ao lado do Evangelho de Cristo ou contra êle — chegará o fim; a seara do Senhor e a vinha de Satanás estarão simultâneamente maduras. Como o trigo da seara divina será segado, a vindima das uvas da vinha satânica também tomará lugar” (MELLO, 1959, p. 450).

“Na parábola ‘a boa semente são os filhos do reino’ (S. Mat. 13:38). Eles representam, portanto, a Igreja de Deus na Terra. O joio é semeado entre a boa semente (verso 25) e cresce no meio do trigo. Assim Cristo indicou figuradamente que a igreja se compõe de crentes genuínos e de falsos crentes [igreja no sentido templo, correto? Se não, além de haver uma contradição no que o autor disse sobre a ‘boa semente’, também teremos um problema com Apocalipse 12 – a mulher vestida de branco! Como ela representa trigo e joio/uvas, e ela é a própria noiva de Jesus?]. Essa condição continuará até que a colheita final os separe.

“A profecia do Apocalipse apresenta um quadro mais amplo. A ceifa do cereal simboliza todos os verdadeiros filhos de Deus (os mortos, bem como os vivos) que já viveram sobre a Terra. No simbolismo da colheita do Apocalipse, os que foram retratados como joio são considerados como fazendo parte da vindima dos perdidos, completamente separados do verdadeiro cereal, e identificados com os inimigos de Deus” (COFFMAN, 1989, p. 115).

14.17Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.Também eu vi sair do Santuário celestial outro assessor judicial, responsável pela execução da ordem do Juiz para destruir os pecadores que não quiseram a proposta divina, os padrões de existência legislados pelo Criador, e optaram por viver guiados pelo sistema de crenças falsas confeccionado pelo pai da mentira e seus fantoches.

Vi então o terceiro anjo. Apocalipse 14:9-11. Disse meu anjo acompanhante: ‘Terrível é sua obra. Tremenda sua missão. Ele é o anjo que deve separar o trigo do joio, e selar, ou atar, o trigo para o celeiro celestial. Essas coisas devem absorver toda a mente, a atenção toda’” (WHITE, 2007e, p. 118).

“Não é o Salvador que vai vindimar a vinha de Satanás. A profecia refere que um anjo meterá a sua foice na vinha satânica para vindimá-la. Aos anjos está entregue a execução dos juízos de Deus sôbre a vinha do inimigo do bem” (MELLO, 1959, p. 450).

“Parece haver acentuada distinção entre a representação da ceifa dos justos e a da ceifa dos ímpios. Jesus mesmo faz a colheita dos remidos (I Tess. 4:16), ao passo que um anjo é encarregado de fazer a colheita dos perdidos. É como se o Céu estivesse dizendo para eles: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade.’ S. Mat. 7:23” (COFFMAN, 1989, p. 117).

“Essa ‘foice’, em contraste àquela do v. 14, se refere à faca menor, com a qual o agricultor cortava da videira os cachos de uvas” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

14.18Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas!O arcanjo Miguel, ainda em Sua função de liderar os anjos de Deus contra as forças de oposição a Ele, antes de assumir Sua outra função de Resgatador do Remanescente, Ele, que tem autoridade sobre o fogo e que em Ap 8.5, em Sua outra função de Sumo Sacerdote, mediou entre Deus e Seus filhos suplicantes, recebendo destes suas orações e levando-as ao Pai; Ele também atendeu essas súplicas lançando fogo à Terra, simbolizando fazer justiça contra os que causavam as aflições dos filhos de Deus! Esse Anjo de Javé, havia dado a seguinte ordem ao assessor angelical responsável pela destruição dos humanos perseguidores e assassinos da Igreja de Deus: use sua autoridade e função para colher os falsos filhos de Deus, humanos ingratos e usados pelo pai da mentira; eles estão maduros para a destruição. O Senhor Espírito já não habita mais neles; eles não têm mais intercessor aqui no Tribunal, pois Seus nomes foram riscados do Livro da Vida!

Altar. Pode ser o altar mencionado em Apocalipse 8:3, 5; 9:13. […] Não se esclarece por que este anjo tem autoridade sobre o fogo. Talvez o fogo seja um símbolo de vingança (comparar com a expressão ‘anjo das águas’, em Ap 16:5)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

anjo […] fogo. É provável que seja o anjo de 8:3-5(BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“O anjo sai do templo, onde estão guardados os registros e onde está determinado o castigo. O outro anjo tem poder sobre o fogo. Isto pode ter alguma relação com o fato de que o fogo é o elemento pelo qual os ímpios serão destruídos por fim” (SMITH, 1949, p. 294).

“As uvas naturais eram levadas ao lagar imediatamente após o amadurecimento e logo eram espremidas e convertidas em vinho. O mesmo deve suceder com as uvas da vinha de Satanás. E que a maturação das uvas desta satânica vinha precederá imediatamente à segunda vinda de Cristo, é fora de toda a dúvida. Portanto, tudo indica que nesta ocasião é que serão espremidas no ‘lagar’” (MELLO, 1959, p. 451).

“Como os primeiros quatro anjos desta série representam um movimento da parte do povo de Deus, os últimos dois podem representar o mesmo, pois os santos hão de tomar alguma parte em distribuir e executar o castigo final dos ímpios (1 Cor. 6:2; Sal. 149:9)” (SMITH, 1949, p. 294).

O autor acima crê que, assim como as últimas três mensagens divinas à Terra serão dadas por pessoas, e não anjos literais, assim também a vindima de alguma forma poderá se cumprir por intermédio de mensageiros humanos. Mas, ele não explica seu ponto de vista mais do que isto.

“Outra colheita é posta em cena em Apoc. 14:18: a colheita das uvas maduras. Duas vinhas têm sido cultivadas na Terra, uma de origem celestial, e a outra da Terra, ou terrenal. Jesus disse: ‘Eu sou a videira verdadeira. e vós sois as varas.’ S. João 15:1, 5. As Escrituras falam do mal sendo destruído em em suas ‘raízes’ e ‘ramos’. Mal. 4:1. O diabo e seus seguidores são representados por esta outra vinha. Quando afinal os anjos de Deus reunirem os cachos maduros das uvas da ira e lançarem-nos no lagar dos juízos de Deus, terrível sem dúvida será o produto. Ver: Sal. 7:8” (ANDERSON; TREZZA, 1988, p. 182).

“A figura das duas colheitas vem do ano agrícola da antiga Palestina, que consistia de duas ceifas principais: a colheita dos grãos e a vindima […] Neste caso, a vindima representa os ímpios reunidos para a destruição” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

14.19Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus.Então, atendendo a ordem do Juiz Jesus em Sua função de guerreiro Miguel, o assessor judicial reuniu sua equipe de anjos e matou todos os seres humanos vivos desde a primeira praga até a volta de Jesus. Alguns foram mortos durante as sete últimas pragas, enquanto outros morreram no instante do retorno do Senhor Jesus. Assim, foi feita a justiça parcial sobre os que perseguiram o Remanescente, os 144.000, os que permaneceram fiéis a Deus no fim do tempo do fim. Deus é justo!

Na vinha natural, eram as uvas apanhadas e transportadas para fora dela, ao lagar onde eram amontoadas e exprimidas. Porém, nem todas as uvas da vinha eram levadas ao lagar. Boa porção ainda nela ficava que de qualquer modo era consumida. A figura tomada é indubitável, e os acontecimentos deverão cumpri-la com precisa exatidão. Parte dos ímpios, quais negras uvas, serão tomados para fora da vinha de Satanás, que é êste mundo, e arremessados ao ‘lagar’ que é um lugar à parte embora ainda neste mundo, para serem destruídos. Outra parte dos ímpios, porém, ficará na vinha ou no mundo onde estão, para serem destruídos doutro modo” (MELLO, 1959, p. 451).

lagar. Em geral, era escavado na rocha. Tratava-se de um cocho superior para pisar uvars com uma canaleta até um cocho inferior que coletava o suco. Cólera de Deus. Antecipa as sete pragas de 15:1 – 16:21” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“A imagem [do ‘lagar’] é apropriada no que se refere à cor da vinha, que lembra o sangue. A figura tem como pano de fundo Isaías 63:1 a 6 […]. Cólera de Deus. Esta deve ser uma referência às sete últimas pragas (Ap 15:1)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

“Outra evidência comprobatória de que a destruição das ímpias uvas no ‘grande lagar’ está ligada à segunda vinda de Cristo, a temos em duas outras profecias evidentes. A primeira, a de Isaías, onde reza enfaticamente que Cristo pisará sozinho o ‘lagar’, esmagando as uvas bravas e salpicando de sangue, com êsse ato, as Suas próprias vestiduras [Isaías 63.2-6].

“E a segunda, a do Apocalipse, que é o cumprimento da primeira, apresenta Cristo descendo à terra, em Sua segunda vinda, com uma veste salpicada de sangue, sendo dito que ‘Êle mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso’ (Ap 19:15). Além de tudo e para maior confirmação do exposto, temos o fato de que a inspiração apresenta a sega do trigo e a vindima das uvas como acontecimentos simultâneos por ocasião da segunda vinda de Cristo ao mundo” (MELLO, 1959, p. 451).

O próximo autor concorda parcialmente com o autor acima. Já o terceiro autor, discorda. Ele coloca o cumprimento dessa profecia para depois do milênio.

“As uvas são lançadas ‘no grande lagar da cólera de Deus’ (Apoc. 14:19). Isto se refere à execução da sentença contra os impenitentes no fim da fase executiva do juízo final. […] esse lagar da ira de Deus começa antes da Segunda Vinda, ao serem derramadas as sete últimas pragas” (COFFMAN, 1989, p. 117 e 118).

“Esta é a fase executiva do juízo. Assim como em Apocalipse 14:15, 16, no fim do juízo investigativo sai do santuário o anjo com a ordem de ceifar a messe (juntar os fiéis redimidos), nos versículos 17 a 20 sai do templo a ordem de completar a purificação pela erradicação do pecado (e dos pecadores rebeldes) para sempre. As uvas são lançadas no lagar da cólera de Deus, e o diabo, seus anjos e os seus adeptos são destruídos no lago de fogo, que é a segunda morte (Apocalipse 20:14). A promessa é que o mal não se levantará novamente (Naum 1:9; Apocalipse 21:1-6)” (BELVEDERE, 1987, p. 81).

“Alguns ficam perturbados com o pensamento de um Deus de ira e punição. Lembremo-nos, porém, do Dilúvio (Gen. 6:5-7 e 17), dos 185.000 assírios mortos por um anjo em uma só noite (II Reis 19:35), da história de Ananias e Safira por haverem mentido (Atos 5:1-11). E II Tessalonicenses 1:7-10 fala da punição dos ímpios em conexão com a colheita final da Terra. […]

“Há fatores que conduzem à destruição pela qual Deus não é responsável: […] Ele não causa arbitrariamente a perdição de quem quer que seja. Cada pessoa, usando seu livre-arbítrio, decide por si mesma se amará e servirá a Deus, ou se desobedecerá e se perderá eternamente. Sem dúvida, era isso que Ellen White queria dizer ao afirmar: ‘Deus não destrói a ninguém. Todo aquele que for destruído ter-se-á destruído a si mesmo.’ – Parábolas de Jesus, pág. 84.

“Deus não é responsável pelas conseqüências de um estilo de vida pecaminoso. Colhemos o que semeamos (Gál. 6:7). ‘O pecador mesmo acarreta sobre si a punição. Suas próprias ações dão princípio a uma cadeia de circunstâncias que trazem o resultado seguro.’ – Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 235.

“Deus não é responsável pela destruição causada por Satanás e seus seguidores. Quando as pessoas se afastam de Deus, Ele retira Sua proteção, e elas tornam-se vítimas daquilo que é praticado pelo diabo. O rei Saul é um exemplo deste fato.

“[…] Depois do fim do tempo da graça, o ‘estranho ato’ de Deus (Isa. 28:21) abrange a punição judicial de Satanás e dos ímpios. As sete últimas pragas ocorrerão por ação direta de Deus (nelas se consumirá a cólera de Deus. Apoc. 15:1; comparar com 16:5-7). A destruição dos ímpios que estiverem vivos por ocasião do Segundo Advento e a punição final de Satanás e de todos os seus seguidores, no fim do Milênio, também ocorrerão por ação direta da parte de Deus. Não devemos comparar Sua ira com a ira humana. A ira de Deus é Sua reação justa e santa contra o pecado” (COFFMAN, 1989, p. 116 e 117).

“O amor de Deus é santo. O amor divino e a justiça divina são dois lados da mesma moeda. Eles são atributos do mesmo Deus. A justiça requer adequada punição da transgressão, e não é invalidada pela verdade de que o pecado destrói a si mesmo. Um homem iníquo pode morrer do uso de drogas, contrair uma doença fatal por não cuidar do corpo, ou ser morto num tiroteio com a polícia. E diremos que ele destruiu a si mesmo. Mesmo assim, terá de enfrentar o julgamento no tribunal do Deus-Criador. Terá de prestar contas (Rom. 14:10-12; Atos 24:25). E será punido de acordo com as suas ações, e destituído então do dom da vida (II Cor. 5:10; Rom. 2:6; 6:23). A execução dos ímpios será um ato do Deus criador. De modo algum se pode dizer que será simplesmente a retirada de Sua bênção e proteção. A fase executiva do juízo final abrangerá tanto os anjos caídos como os seres humanos impenitentes” (COFFMAN, 1989, p. 118 e 119).

“Mil e seiscentos estádios seriam equivalentes a cerca de 295 km [..]. Não parece haver uma explicação para este número específico (1.600). Jerônimo achava que podia ser uma alusão ao tamanho da Palestina. No entanto, a hipótese não passa de especulação e pouco acrescentaria ao entendimento da passagem. A ideia principal é que os inimigos da igreja de Deus serão, afinal, derrotados por completo. Logo, a igreja pode esperar com expectativa o livramento pleno de todos os seus inimigos e o alegre triunfo do reino de Deus” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

14.20E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.Ninguém que teve seu nome inscrito no Livro da Vida foi destruído, somente os que não morariam na Nova Jerusalém celestial. As cenas de violência, morte e sangue foram terríveis e, assim como por muitos séculos e alguns milênios, desde Abel, os verdadeiros filhos de Deus foram perseguidos e cruelmente assassinados pelos filhos da serpente, a justiça parcial de Deus, em Seu retorno ao planeta Terra, correspondeu a cada metro quadrado de injustiça cometida contra um filho Seu. Na sexta praga, o Armagedom é esse lugar geográfico determinado e evento cronológico profetizado, onde alguns ímpios – os que ousaram compor exércitos de perseguição contra Deus e Seus filhos legítimos, serão esmagados ou queimados e mortos pelo fogo sob cuja autoridade está o anjo do verso 18. Nenhum caso ficou sem receber a vingança justa do Criador, mas essa justiça ainda irá se completar após os mil anos, quando todos os falsos filhos de Deus e os que nunca quiseram ser Seus filhos forem reunidos no lago de fogo que se instalará fora da Nova Jerusalém, a qual terá descido do Céu. Naquele instante, a justiça divina vingará e cobrirá não apenas uma parte da Terra, e uma parte dos ímpios, mas todo território do planeta fora da cidade Santa descida do Céu, e todos os que não quiseram os padrões de Deus.

No AT, pisar o lagar era figura comum da execução da ira divina (ver Is 63.3; Lm 1.15; J13.13)” (BÍBLIA, 2013, p. 2064).

“É provável que esta figura [‘fora da cidade’] seja extraída de profecias do AT que relatam a destruição dos inimigos de Deus fora de Jerusalém ([…] Jl 3:12, 13)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

“O extermínio das nações gentílicas deve ser efetuado fora de Jerusalém (segundo Zc 14,2s.12s; Ez 38-39; cf. Lv 4,12+; Hb 13,11-12)” (BÍBLIA, 2002, p. 2157).

A cidade é Jerusalém (ver Jl 3:12-17)” (BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“A alusão aqui é à destruição dos inimigos de Deus descrita pelos profetas do Antigo Testamento. Ela deveria ocorrer fora da cidade de Jerusalém. (Ver Joel 3:12 e 13)” (COFFMAN, 1989, p. 118).

“Aquele que pisa as uvas não é simbolizado em Apoc. 14:20. Mas Ele é mencionado em Apocalipse 19:11-16: Cristo, o Rei dos reis. ‘Pessoalmente pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso” (COFFMAN, 1989, p. 117).

“A enorme quantidade de ‘sangue’ que sai do lagar (Apoc. 14:20) acentua o deplorável fato de que ‘o número… [dos perdidos será] como a areia do mar’ (Apoc. 20:8). Todo esse quadro do esmagamento das uvas é extraído de Isaías 63:1-4, onde o Messias é retratado como poderoso guerreiro – poderoso para salvar e poderoso para pisotear os Seus inimigos no lagar do juízo” (COFFMAN, 1989, p. 117).

Urias Smith (1949, p. 294) crê que o cumprimento desse verso se dará somente após os mil anos, e não no segundo advento: “Não estaria aqui representada a ruína final daquela classe no fim do milênio, fazendo, assim, a profecia uma disposição final tanto dos justos como dos ímpios, os justos revestidos de imortalidade e seguramente estabelecidos no reino, e os ímpios perecendo em volta da cidade, no tempo da sua descida à Terra?

“Dificilmente se poderá aplicar isto ao tempo do segundo advento, porque os acontecimentos aqui apresentados estão em ordem cronológica, e a destruição dos ímpios seria contemporânea da reunião dos justos. Além do mais, os ímpios vivos na época da vinda de Cristo bebem do ‘cálice’ da Sua ira. Mas esta passagem nos apresenta o momento em que perecem no lagar de Sua ira, que se diz ser pisado ‘fora da cidade’, o que corresponde completamente à descrição de Apocalipse 20:9, onde se apresenta mais naturalmente a sua destruição completa e final.

“Sabemos que os ímpios hão de desaparecer, tragados por fim numa chama de fogo devorador, que descerá do Céu da parte de Deus, mas não sabemos que mortandade precedente deve ocorrer entre a hoste condenada. Não é improvável que esta linguagem se venha a cumprir literalmente” (SMITH, 1949, p. 294).

Observe como os autores seguintes divergem em relação à “cidade” mencionada neste versículo: a Nova Jerusalém ou Babilônia?

“Visto que são mencionadas só duas cidades no Apocalipse – A Grande Babilônia (Apoc. 16:19; 17:18) e a Nova Jerusalém (Apoc. 21:1) – o pisotear das uvas no lagar ‘fora da cidade’ (Apoc. 14:20) refere-se à destruição dos ímpios no fim do Milênio, fora da Cidade Santa (Apoc. 20:9 e 11-15). O esmagamento das uvas é uma metáfora que completa a figura da colheita. Descreve a mesma e triste realidade: a punição e destruição dos impenitentes” (COFFMAN, 1989, p. 117).

“[O Apocalipse] Convence-nos de que a destruição no ‘grande lagar’, trata de ímpios belicosos, em virtude da alusão feita ‘aos freios dos cavalos’ e com isso de cavaleiros montados. Se não se tratasse de guerreiros belicosos, a profecia excluiria completamente a referência ‘aos freios dos cavalos’, bem como à figura do ‘lagar’. Várias profecias das Sagradas Escrituras afirmam categoricamente que, ao aparecer Cristo segunda vez, o poder bélico das nações será alvo especial de Sua ira (Ap 11:18; 19:11-15). O que no mundo mais ofende a Deus e Lhe causa maior repulsa é exatamente o poder belicoso mundial. Indubitavelmente esta é a classe de uvas bravas da vinha de Satanás que será levada ao ‘lagar’ da grande destruição” (MELLO, 1959, p. 451 e 452).

“À cidade mencionada não pode ser a Nova Jerusalém cujo tamanho é de 12.000 estádios de perímetro e os efeitos da destruição, no ‘lagar’, atingirão 1.600 estádios apenas. A única relação que os ímpios terão com a Nova Jerusalém será no fim do milênio, aliás, mil anos depois da segunda vinda de Cristo, uma relação que será de cêrco total da cidade (e não só por 1.600 estádios), estabelecido o qual êles perecerão em tôrno de tôda ela (Ap 20:7-9).

“E, note-se bem, não serão êles vindimados da vinha de Satanás e arremessados como uvas bravas aos contornos da majestosa cidade, para serem ali aniquilados como se em seu redor deva estar o ‘grande lagar da ira de Deus’. Para ali, e somente no final do milênio, serão conduzidos sob a liderança de Satanás e com a intenção de guerra contra a santa cidade, e não como uvas vindimadas pelos anjos incumbidos da execução dos juízos divinos.

“Outro fato saliente que nos leva a crer que a profecia não aponta para a Nova Jerusalém e para o fim do milênio, é que ela alude a cavalos com freios, no lagar. Perguntamos: Haverá cavalos na terra no fim do milênio em posse dos ímpios? Continuarão os irracionais a se multiplicarem durante o milênio sob as caóticas condições em que se tornará a terra ou ressurgirão êles com os ímpios findo o tempo milenar? A cada uma destas perguntas respondemos com um categórico ‘não’.

“A cidade, fora da qual estará o ‘lagar’ é a mesma mencionada no mesmo capítulo catorze do Apocalipse, versículo oito — que é Babilônia. Esta Babilônia da profecia do Apocalipse é uma cidade espiritual constituída pelo paganismo e pelo falso e duplo cristianismo. E o ‘lagar’ da profecia deverá estar fora dos territórios de Babilônia, isto é, dos povos e nações que a constituem. E, o único território fora das possessões de Babilônia que se conhece, é a Palestina, a terra que Deus dera a Seu povo, denominada ‘terra gloriosa’ pelas profecias e ‘Terra Santa’ pelos cristãos, e, portanto ‘fora de Babilônia’ (Dn 11:41). É, pois, na Palestina, que deverá estar o ‘lagar’ à espera das uvas bravas da vinha de Satã” (MELLO, 1959, p. 452).

Aí nasce uma dúvida: estaria o autor acima querendo dizer que: ou na segunda vinda de Jesus ou após o milênio, o esmagamento das uvas ou lagar – a destruição dos ímpios –, ocorrerá num espaço geográfico limitado e, portanto, determinado? Na segunda vinda do Senhor isso não será possível, pois os ímpios estarão espalhados e os anjos são quem irá colhê-los como uvas, ou separá-los do trigo como joio, antes de esmagá-los/destruí-los no primeiro lago de fogo temporário.

Após o milênio, me parece, isso poderá ser possível se, e somente se, a Nova Jerusalém pousar literalmente sobre o Monte das Oliveiras. Daí, fora dela e fora de Babilônia espiritual, os ímpios serão definitivamente destruídos no segundo lago de fogo temporário, na região da Palestina, nos arredores do Monte das Oliveiras. Mas, esse monte ainda estará de pé após as sete últimas pragas, em particular após a sétima praga, onde ocorrerá um terremoto talvez de alcance global?

“As ímpias uvas serão lançadas no ‘grande lagar da ira de Deus’. No Apocalipse, capítulo quinze, versículo um, a ‘ira de Deus’ é alusiva às sete pragas no final da história do mundo, exatamente na iminência da segunda vinda de Cristo (Ap 16:1-21). E o único ‘lagar da ira de Deus’ de que temos notícia nos anais das profecias ligadas às sete pragas e à segunda vinda de Cristo, em que exércitos a Êle serão arremessados para a destruição, é o lugar denominado de ‘Armagedon’, a grande e histórica planície da Palestina central, a setenta milhas de Jerusalém. Ali o poderio bélicohumano internacional será esmagado como uva brava da vinha satânica, cujo conflito constitui a sexta praga da ‘ira de Deus’” (MELLO, 1959, p. 453).

O autor se detalha e elucida a dúvida acima. Para ele, o Armagedom da 6ª praga de Ap 16 e a vindima dos ímpios, são duas versões distintas do mesmo evento: a destruição de exércitos guerreando contra Deus e os 144.000 ou o Remanescente vivo.

Mas, sendo assim, quais dos ímpios estarão vivos na volta do Senhor, para serem destruídos? O mesmo autor havia explicado no verso19. Os ímpios que serão destruídos por ocasião da volta de Jesus não estavam fazendo parte dos exércitos de guerra. Para ele, o lagar é anterior à própria vinda de Cristo! Não se refere ao fim do milênio. E o fogo que estava sob a autoridade do anjo do verso 18 é explicado por essa destruição anterior ao retorno de Jesus: o Armagedom da 6ª praga seria o evento cronológico e lugar geográfico delimitado no qual aconteceria essa matança/vindima prévia dos ímpios!

O autor ainda enxerga um diálogo interessante entre profetas do AT e essa parte do Apocalipse de João.

“Antes de tudo urge dizer-se que não há nenhum antecedente profético na revelação de que um lagar comum tenha sido tomado como figura do mundo total. No atual estado de distribuição da humanidade no glôbo, é impossível que uma destruição geral repentina em todo êle, cause um imediato e abundante derramamento de sangue num espaço de 1.600 estádios, em algum território, como indicado nesta profecia do ‘lagar’. Isto, pois, exclui tôda a possibilidade de que o ‘lagar’ de nossa consideração seja a totalidade do mundo. Que o ‘lagar’ não é, em verdade, o mundo total, vemos ainda no fato de que os ímpios aludidos serão nêle lançados para a destruição; pois, se a profecia aludisse ao mundo em geral, seria supérflua a sua categórica expressão: ‘E lançou-as no grande lagar da ira de Deus’. […]

“Outra evidência temos igualmente nesta expressão profética: ‘E o lagar foi pisado fora da cidade’; que é mais um comprovante de que o ‘lagar’ desta profecia é um lugar à parte no glôbo. E, notemos outro fato ainda que fortalece o ponto de vista aqui defendido sobre o ‘lagar’. O anjo que ordena ao outro anjo que tinha a foice a vindimar as uvas, ‘tinha poder sôbre o fogo’. Por ocasião da segunda vinda de Cristo não haverá fogo sôbre o mundo em geral. Neste acontecimento os ímpios serão destruídos ‘pelo resplendor de Sua vinda’ (2ª Ts 2:8; Ap 6:16) e não por fogo total sôbre o mundo.

“E, no fim do milênio, o fogo que cairá sôbre o mundo, será sôbre o Diabo, seus anjos e todos os ímpios ressuscitados que estão em tôda a terra incluso os que cercarão a Nova Jerusalém. Nesta ocasião não é que serão vindimados para a destruição; pois durante os mil anos em que jazerão mortos, não estarão, é claro, em processo de maturação como uvas bravas para serem levados ao ‘grande lagar da ira de Deus’(Ap 20:9 e 10). Além disso, a vindima das uvas trata de ímpios e não de Satanás e seus anjos incluídos, como no final do milênio” (MELLO, 1959, p. 453 e 454).

Há uma outra divergência entre os estudiosos: quanto à relevância e ao significado da medida de comprimento mencionada pelo profeta João.

mil e seiscentos estádios. Cerca de 300 km. É o tamanho aproximado da Palestina, de norte a sul. O número é múltiplo de quatro, que representa eventos mundiais (Ap 7:1-3; 14:6)(BÍBLIA, 2015, p. 1668).

“Eis novamente comprovado que o ‘lagar’ da profecia entrará em função imediatamente antes da segunda vinda de Cristo e só pode ser aplicado à reunião bélica da sexta praga no Armagedon. Os 1.600 estádios correspondem ao perímetro do ‘lagar’ ou aos seus contornos. É o mesmo caso da Nova Jerusalém de 12.000 estádios de perímetro (Ap 21:15 e 16). Um estádio, medida itinerária antiga, equivalia a 185 metros e 25 centímetros. Assim o perímetro do ‘grande lagar’ alcança cêrca de 300 quilômetros. E tal é, aproximadamente, a extensão perimétrica da grande planície do Armagedon, na Palestina central, que se estende desde o Mediterrâneo ao Jordão e separa as serras do Carmelo e de Samaria das de Galiléia. E’ uma planície triangular, estendendo-se do Monte Carmelo, no noroeste, ao Monte Tabor, no oriente, e ao Monte Gilboa ao sul. Tem saída tanto para o ocidente pelo Mediterrâneo como para o oriente por ambos os lados do Monte Tabor, bem como para o norte e sul.

“Nenhum outro campo de batalha no mundo foi tão embebido em sangue em tôda a história como a planície do Armagedon e em tão numerosas vêzes. E não é estranho que, na sexta praga, êste campo de batalha venha a ser novamente teatro de derramamento abundante de sangue e se torne o ‘grande lagar da ira de Deus’. Imaginemos uma área perimétrica de 300 quilômetros embebida em sangue, sangue que chegará, possivelmente nalguns lugares, ‘até aos freios, dos cavalos’.

“Um dos profetas diz: ‘Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo’. ‘Proclamai isto entre as nações, santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra’. ‘Ajuntai-vos e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó Senhor, faze descer ali os Teus fortes); movam-se as nações, e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar tôdas as nações em redor. Lançai a foice porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão! porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão’ (Jl 3:2, 9, 11-14).

“Evidentemente êstes textos são uma categórica afirmativa de que Deus irá congregar o poder bélico do mundo, na planície do Armagedon, para juízo. Tão vasto será o número dos ímpios guerreiros que para ali serão conduzidos para a grande matança, que a revelação fala de ‘multidões, multidões no vale da decisão’. E o vale de Josafá é simbólico do vale do Armagedon.

“Um outro profeta refere que Deus ajuntará o poderio bélico internacional para derramar sôbre êle a Sua indignação e Sua ira (Sf 3:8).

“Todo o exposto harmoniza-se precisamente. A sexta praga fará a concentração de tropas bélicas no Armagedon e a vindima das uvas fará, igualmente, com que os ímpios beligerantes sejam jogados ao ‘grande lagar’. Os dois acontecimentos são um e o mesmo, apresentados diferentemente” (MELLO, 1959, p. 354 e 355).

“Uma metáfora [‘freios dos cavalos’] que expressa o grande e completo extermínio das hostes do mal. Uma imagem paralela é encontrada no livro apócrifo de 1 Enoque: ‘E naqueles dias, em um lugar, os pais, junto com seus filhos, serão feridos. E irmãos, uns com os outros, cairão mortos até fluírem torrentes com seu sangue. […] E o cavalo andará com sangue de pecadores até o peitoral e o carro submergirá em sua altura’ (1 Enoque 100:1-3; R. H. Charles, The Apocrypha and Pseudepigrapha of the Old Testament, vol. 2, p. 271)” (NICHOL; DORNELES, 2014, p. 925).

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