maio 15, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Apocalipse – possibilidades (capítulo 6)

 Apocalipse 6 

Ap

Texto (ARA, 3ª ed)

Leitura com a fundamentação das possibilidades que tentam alcançar a intenção do profeta João e a intenção do Revelador Jesus Cristo

6.1

Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem!

Eu, João, vi Jesus Cristo quebrando um dos sete selos, e nesse instante ouvi uma das quatro criaturas falando com voz imponente que eu a comparo ao som de um trovão! Ela disse: “Venham guerreiros!”

                     Possibilidades: 1) “A sequência profética-simbólica dos sete selos relaciona-se com a história missionária da igreja cristã, com os primeiros sinais anunciando o segundo advento de Cristo e o próprio aparecimento do Senhor Jesus em glória e terrível majestade” (MELLO, 1959, p. 141). “Há um princípio fundamental de repetição ao se estudar as profecias do Apocalipse. Elas não são sucessivas, mas repetitivas, isto é, elas refluem, cobrindo de novo os mesmos períodos de tempo. Os sete selos, por exemplo, bem como as sete trombetas, que ainda estudaremos, cobrem o mesmo período de tempo das sete igrejas. Enquanto as sete cartas das sete igrejas tratavam da situação interna das igrejas, os sete selos destacam aspectos externos da Igreja Cristã, seus triunfos e fracassos” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 17). “Apocalipse 6 abre outra ca deia profética de eventos que cobre o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando ênfase a diferentes eventos” (FEYERABEND, 2005, p. 51). “O Cordeiro toma o livro e procede imediatamente à abertura dos selos, e a atenção do apóstolo é chamada para as cenas que ocorrem sob cada selo. Já notamos que o número sete significa nas Escrituras plenitude e perfeição. Os sete selos representam acontecimentos de caráter religioso e abrangem a história da igreja desde o início da era cristã até a vinda de Cristo” (SMITH, 1960, p. 80).

                    2) “Se os selos fossem uma repetição histórica dos sete períodos da igreja qualquer ser angelical poderia ser escolhido para abrilos; ou então o próprio Pai teria tal autoridade. Se as sete cartas contando a história das Sete Igrejas não foram seladas num livro, por que o seria agora nesta parte do Apocalipse? Porém, se os Sete Selos se relacionam com o Juízo Celestial, e se eles têm a ver com a reivindicação do caráter de Deus diante de todo o universo, então justifica a seriedade e solenidade dos eventos registrados em Apocalipse cinco, onde diz que o Leão-Cordeiro é o Único digno de abrir os selos, e isto porque Deus o Pai O constituiu Juiz de toda a Terra” (RAMOS, 2006, p. 244).

                    3) “Se o tema básico dos capítulos 4 e 5 é o juízo, então, o dos capítulos 6 e 7 é o da guerra, e neste trecho Deus é apresentado como Juiz e Guerreiro. Em Sua obra de julgamento Ele justifica os justos e condena os ímpios. Em Seus atos guerreiros Ele batalha a favor dos justos e os salva, e batalha contra os ímpios e os destrói. Esta cena marcial é semelhante à de Habacuque 3:8-15, onde Deus é apresentado como guerreiro, montado em Seus cavalos ou avançando em Seus carros de salvação a fim de salvar Seu povo; ou, avançando em marcha com o arco, indignado contra os ímpios, primeiro em desagrado, depois em ira e finalmente em furor” (THIELE; BERG, 1960, p. 131, 132). 

                    “Todo este jogo e contra jogo das forças do bem e das forças do mal, acionam poderes de infinita magnitude, e neste grande conflito todas as forças do céu, – todo o infinito amor, sabedoria, justiça e poder de Deus e de toda a hoste angélica são levados à ação contra as forças de Satanás. Estas forças são tão amplas, tão complexas, tão abarcadoras, que é difícil serem compreendidas pelo homem, difícil de retratá-las nalgum quadro, num grau de simplicidade que permita ao homem ter uma compreensão adequada da cena. O quadro dos quatro cavaleiros que partem ao ser dada a ordem pelos dirigentes do céu é significante em sua complexidade e grandiosa em sua simplicidade.

                    “Haverá necessidade de uma eternidade para nos inteirarmos completamente de quadros complicados como estes, e a eternidade será despendida revendo as minúcias tremendamente interessantes deste tema sensacional” (THIELE; BERG, 1960, p. 153, 154).

                    “Algumas versões dizem: ‘Vem, e vê’, mas a tradução mais correta do texto grego é ‘Vem’ (ou ‘Vai’?)” (BATTISTONE, 1989, p. 86). “Deve-se notar que a palavra grega Erkou que aparece na versão do rei Tiago traduzida para „vem‟, também significa „vai‟. Está no imperativo presente, o qual assim indica ação contínua. O significado seria algo semelhante a “segue teu caminho”. Lenski traduz ‘vai indo’” (THIELE; BERG, 1960, p. 150). 

                    “Muitos copistas dos manuscritos gregos entendiam que isso era um convite para que João viesse contemplar a seqüência da abertura do selo, e acrescentaram portanto as palavras: ‘e vê’. A Versão Autorizada [em inglês] segue essa tradução incorreta. No entanto, os melhores textos gregos só contém o convite: ‘Vem’.” – George Eldon Ladd, Commentary on the Revelation of John (Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans, 1972), p. 96”, citado por Battistitone (1989, p. 86).

                            “Facina-nos a maneira notável como Deus escreveu o livro selado. Não notamos palavras nêle escritas. Sua confecção é no estilo de cenas vivas e animadas. Eis uma maneira gloriosa de Deus escrever a Seus filhos, para que êles somente entendam e seus inimigos ignorem” (MELLO, 1959, p. 141).

                    “Quando Jesus abre os primeiros quatro selos, cada um dos quatro seres viventes diz a João: “Vem!”. Isso indica que cada cavalo estava sob a orientação de um dos quatro seres viventes respectivamente. Quando o selo era aberto, cada cavalo, com seu cavaleiro, saía para cumprir sua missão” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 17). 

6.2

Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer.

Então eu vi a seguinte cena: pessoas movidas pelo evangelho eterno e bem preparadas para semeá-lo por onde passavam, a despeito da oposição que se levantava; elas receberam uma uma coroa de vitória antes mesmo do término de seu trabalho. E continuaram a guerra, obtendo vitórias.

                     “Cavalos e carros são tipos dos mensageiros da parte de Deus. Zac. 1:8-11; 6:2-5; Hab. 3:8; Joel 2:4, 11; Jer. 4:13; II Reis 6:16,17; Salmos 68:17; 18:10. […] A ordem, no caso do primeiro cavalo, partiu sem dúvida da primeira das criaturas viventes, pois na abertura do segundo, terceiro e quarto selos, a ordem foi dado pela segunda, terceira e quarta criatura vivente respectivamente (vv. 3,5,7). As indicações são de que cada cavalo estava sobre a orientação de uma das quatro criaturas viventes, e saiam para a missão que lhes cabia em resposta à ordem divina” (THIELE; BERG, 1960, p. 150).

                    “Os cavalos e cavaleiros retratados nos quatro primeiros selos representam a Igreja em suas várias etapas de desenvolvimento e declínio. […] O cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco e uma coroa saem ‘vencendo e para vencer’. Simbolicamente, isto descreve a Igreja em sua condição inicial de pureza quando, sob a liderança do Senhor ressurreto, ela levou o evangelho avante, a despeito da oposição dos poderes pagãos” (BATTISTONE, 1989, p. 85).

                    “A brancura do cavalo representa a pureza de fé daquele tempo” (SMITH, 1979, p. 80).

                    Devo entender a frase “pureza de fé daquele tempo” como “aproximação otimizada entre a Verdade e o que era crido e vivido, mas não necessariamente ausência de crenças falsas”? Por exemplo: na história do povo judeu também aparecem lapsos de tempo onde a teologia do povo é mais coerente com a Revelação, e sua obediência a Deus está em alta. No entanto, isto não é o mesmo que teologia e vivência completamente isentas de crenças falsas. 

                    “O branco representa a pureza. E por isso que as noivas vestem-se de branco. No primeiro seculo, as doutrinas da igreja eram perfeitamente puras [Como assim “puras”? Paulo e Pedro possuíam o mesmo exemplo “puro”? Ou a teoria era “pura” a despeito dos exemplos não-puros? A teoria é uma entidade à parte da vivência? Se a doutrina é Jesus, tudo bem. Ela de fato é pura. Mas se a doutrina são as teorias praticadas, não consigo ver pureza incontaminada no primeiro século d.C]. Elas vinham diretamente dos labios de Jesus e de Seus discipulos. Nao havia falsas doutrinas para confundir as pessoas” (FEYERABEND, 2005, p. 52). 

                            Mas, mesmo vindo dos lábios da Verdade, só o Espírito da Verdade dentro da alma para que haja a interpretação acertada da Verdade por parte de Seus ouvintes. 

                    “O arco que o cavaleiro trazia, nos dias antigos era uma arma de ataque e conquista no exército, um instrumento de vitória” (MELLO, 1959, p. 143).

                    “A época dos santos apóstolos (século I) coincide com a igreja de Éfeso. Eles receberam a doutrina pura da Bíblia para pregá-la (São Marcos 16:10-16)” (BELVEDERE, 1987, p. 53). 

                    Qual a fundamentação bíblica e extra-bíblica para essas alegaçoes de isenção de “contaminação doutrinária”? Será que os períodos de Éfeso e Filadélfia merecem esse rótulo? O praticar tudo o que aprendiam da revelação contínua de Deus não seria um emblema mais histórico/preciso e menos ideológico? A interpretação da doutrina também é “branca”? Será que todos os cristãos do 1° séc. entendiam ideias como a Trindade, a relação entre alimentação e mente, e a pessoalidade do Senhor Espírito Santo? Talvez não. Então, a cor branca não estaria associada com interpretação 100% correta dos ensinos de Jesus.

                    “Enfrentaram muitas lutas (Atos 4:1-3, 18-20, 24-30; 5:17-20, 26-29; 6:8; 7:60) mas não permitiram que a doutrina fosse maculada. Houve também grandes vitórias para Cristo: 3.000 conversos no Pentecostes; poucos dias depois já havia 5.000; a conversão de Saulo e o evangelho a todo o mundo conhecido (Colossenses 1:6, 23). Se queremos conhecer a doutrina pura de Cristo devemos estudar a Santa Bíblia, pois nela está escrita pelos apóstolos a época do cavalo branco. … Foi escrita pelos santos apóstolos, deixando-nos o registro dessa doutrina pura, branca de Jesus Cristo” (BELVEDERE, 1987, p. 53). 

                     “Esta imagem é um belo símbolo das vitórias do evangelho no primeiro século. Um cumprimento da profecia de Habacuque, que diz: ” … já que andas montado nos teus cavalos, nos teus carros de vitória? Tiras a descoberto o teu arco, e farta está a tua aljava de flechas… ” (Habacuque 3:8, 9). No Salmo 45:5 lemos: “As tuas setas são agudas, penetram o coração dos inimigos do Rei; os povos caem submissos a ti”. Estima-se que havia 5 milhões de cristãos, apenas dentro do Império Romano, no primeiro século da era cristã. Mas o progresso do cristianismo ultrapassou as fronteiras de Roma e fez prosélitos em todas as partes do globo (Colossenses 1 :5, 6, 23). Após o derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, a pregação expandiu-se de forma extraordinária” (OLIVEIRA et al. 2015, p. 18).

                    Por outro lado, RAMOS (2006, p. 245) entende que: “Os quatro primeiros selos são anunciados separadamente por cada um dos quatro seres viventes. Os seres viventes estão intimamente envolvidos na cerimônia de abertura do juízo (Apoc. 5) e no processo desse mesmo juízo (Apoc. 6:1-8). O primeiro ser vivente, semelhante ao Leão, anuncia a mensagem do primeiro selo, o cavalo branco. O Leão simboliza Judá, a tribo escolhida, a quem foi feita a promessa do Messias. Em Apoc. 19:11-13 o profeta tem uma outra visão onde aparece o mesmo cavalo branco, sendo montado pelo mesmo Cavaleiro.”

                    Por que “pelo mesmo cavaleiro”? O fato de o cavalo também ser branco constitui evidência cabal a respeito de quem o monta?

                    “O cavalo branco portanto, representa o povo de Deus; o primeiro selo aplica-se àqueles que são seguidores de Jesus; como Pedro escreveu, o juízo começa pela casa de Deus: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” (I Ped. 4:17)” (RAMOS, 2006, p. 246). 

                    “O Cavaleiro guia da Igreja era na verdade digno da coroa vitoriosa que recebera antes de encetar a batalha. Todo o triunfo da obra missionária da igreja foi a Êle devido. Ficou bem patente que, quando a igreja, em qualquer tempo, consente em ceder a liderança de sua existência e trabalho a Cristo como Supremo Guia, ela cresce em vigor espiritual e missionário” (MELLO, 1959, p. 144).

                            “Os obreiros de Deus precisam adquirir uma experiência muito mais profunda. Se a Ele entregarem tudo, Ele operará poderosamente por eles. Hastearão o estandarte da verdade sobre fortalezas até então retidas por Satanás e, com exclamações de vitória, tomarão posse delas. Levam as cicatrizes da batalha, mas a eles vem a confortadora mensagem de que o Senhor os guiará vitoriosos e para vencer” (WHITE, 2008, p. 124).

                            “O combate prosseguia. A vitória ia alternadamente de um para outro lado. Às vezes os soldados da cruz cediam terreno, “como quando desmaia o porta-bandeira”. Isaías 10:18. Mas a sua retirada aparente não o era senão para conquistar posição mais vantajosa. Ouviram-se aclamações de alegria. Ressoou um cântico de louvor a Deus, e a ele se uniram as vozes angélicas, quando os soldados de Cristo hastearam Sua bandeira sobre os muros da fortaleza, até então em poder do inimigo. O Príncipe da nossa salvação estava dirigindo a batalha, e enviando reforços para Seus soldados. Grandemente se manifestava o Seu poder, encorajando-os a levar o combate até às portas. Ele lhes ensinou coisas terríveis em justiça, enquanto passo a passo os guiava, vencendo e para vencer” (WHITE, 1949, p. 204).

                    A autora se refere ao 1° selo de Ap 6? Ou à Ap 19? Ou se refere à ambos? 

                    “O arco não era usado pelos soldados romanos, mas era efetivamente empregado pelos cavaleiros partas, e freqüentemente para o desastre das legiões romanas” (THIELE; BERG, 1960, p. 155). “A coroa dada ao cavaleiro e o seu avanço como vencedor e prestes a alcançar novas vitórias significam o sucesso com que a verdade foi promulgada pelos seus primeiros ministros. Por meio de que símbolos podia ser melhor representada a obra do cristianismo quando saiu como um agressivo princípio contra os vastos sistemas de erro com teve que contender no início? O cavaleiro que estava sobre o cavalo saiu – para onde? Sua missão era ilimitada. O Evangelho era para todo o mundo” (SMITH, 1979, p. 80). 

                    “Aquela igreja de puro branco foi em frente conquistando e para conquistar. Nada a detinha. Os primeiros cristaos nao tinham meios de transporte modernos, aparelhos eletronicos, sistemas de som, jornais informativos ou panfletos. Nao tinham radio e televisao, ou livros, ou literatura para distribuir, mas sairam de Jerusalem para conquistar. Havia poder na mensagem. A conquista nao era por meio de argumentos. Jesus nao lhes havia dito: “Voces sao Meus advogados.” Ele disse: “Voces sao Minhas testemunhas.” Nao demorou muito para que a mensagem que eles pregavam revolucionasse o mundo de entao. O cristianismo saiu de Jerusalem e foi para a Judeia, para Samaria, ate os confins da Terra, conquistando e para conquistar. Paulo podia dizer que o mundo inteiro do seu tempo tinha ouvido o evangelho. Os opositores diziam que os cristaos tinham virado o mundo de cabeca para baixo. Eles causaram tal impacto no mundo que atrairam perseguicao sobre si mesmos, trazendo o cumprimento do segundo selo” (FEYERABEND, 2005, p. 52). 

                    Mais uma vez, RAMOS (2006, p. 246) vê de modo diferente: “A coroa mencionada em Apoc. 6:2 cumpre a profecia de Zacarias com relação ao sacerdócio de Jesus. “Recebe, digo, prata e ouro, e faze coroas, e põe-nas na cabeça de Josué, filho de Jeozadaque, sumo sacerdote. E fala-lhe, dizendo: Assim fala e diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o Homem cujo nome é Renovo; Ele brotará do seu lugar, e edificará o Templo do Senhor. Ele mesmo edificará o Templo do Senhor, e levará a glória, e assentar-Se-á, e dominará no Seu trono, e será Sacerdote no Seu trono…” (Zac. 6:11-13). ‘A restauração do Santuário Celestial, a edificação do Templo do Senhor profetizada por Zacarias começou em 1844. A coroa dada a Jesus em Apoc. 6:2 no primeiro selo é o sinal de mudança em Seu ministério, quando Ele entra no Santíssimo para edificar o Templo, ou restaurar o Santuário à sua posição de direito (Dan. 8:14)’, Robert Hauser, Give Glory to Him, p. 42.” 

6.3

Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem!

Quando Jesus quebrou o segundo selo, eu escutei a segunda criatura também dizendo “venham”!

                             “Não devemos supor, entretanto, que a ação de um cessa interiormente antes do outro começar a aparecer em cena. São consecutivos ao surgir, ao exercer maior poder, e em algumas das suas circunstâncias mais marcantes, todavia são todos, em certa medida, contemporâneos. A ação do primeiro cavaleiro é, sem dúvida, contínua; pois ele começa de conquista em conquista e termina somente quando alcançar a vitória completa no finda [sic] abertura do [sic] selos. Sua carreira portanto, continua juntamente com a dos três sucessores e através de todos os selos restantes”, J.A. Seiss, The Apocalypse, vol. I, 328, citado por Thiele e Berg (1960, p. 156).

                            “Os primeiros quatro selos se distinguem principalmente pela parte que têm os quatro seres viventes na sua procedência, e em conexão com cada um, a aparição de um cavaleiro. Em todos eles a ação parte do céu, e procede dos poderes entronizados nas alturas. O efeito, contudo, é uniforme sobre a terra, ou naquilo que se relaciona à terra. Algumas das cenas são excessivamente desastrosas e revolucionárias. Quer parecer às vezes como se tudo estivesse caindo em total destruição. Contudo, por entre os extraordinários e assustadores abalos, levantes e comoções em Terra e céu, nosso planeta ainda continua rodando em seu lugar e reaparece após cada cena, ainda que terrível, ser ter sido despovoado de suas gerações, nem maculado na investidura própria dos elementos. Há alterações, sofrimento e um acúmulo de prodígios terríveis e destruidores; mas não há desencaminhamento da nossa orbe terrena e nenhuma interrupção na sucessão das estações, ou na continuidade das ordens de seres com os quais Deus os povoou”, J.A. Seiss, The Apocalypse, vol. I 306, 507, citado por Thiele e Berg (1960, p. 156). “O segundo ser vivente, semelhante a um bezerro, símbolo da tribo de Efraim, anuncia a mensagem do segundo selo, o cavalo vermelho” (RAMOS, 2006, p. 251).

6.4

E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.

Então eu vi também pessoas, mas estas eram agentes contrárias ao evangelho: opositores violentos e deturpadores; Deus permitiu que essas pessoas impusessem violência e morte sobre os que tinham contato com o evangelho de Cristo.

                             “O primeiro aspecto notável nestes símbolos talvez seja o contraste na cor dos cavalos. Este contraste tem, sem dúvida, um significado especial. Se a brancura do primeiro cavalo representava a pureza do Evangelho no período abrangido por aquele símbolo, a cor vermelha do segundo deve representar que neste período começava a corromper-se aquela pureza original. O mistério da iniqüidade operava já nos dias de Paulo, e ao iniciar-se o período simbolizado pelo segundo cavalo, a professa igreja de Cristo estava agora tão corrompida pelo mistério da iniqüidade que requeria esta mudança na cor do símbolo. Começaram a surgir erros e assomava o amor pelas coisas do mundo. O poder eclesiástico procurou aliança com o secular, resultando perturbações e comoções” (SMITH, 1979, p. 81). 

                            Os erros doutrinários sempre existiram, talvez até desde Adão e Eva no jardim do Éden, ainda. Perfeição no contexto bíblico das criaturas de Deus (não me refiro à toda-poderosa e abrangente perfeição de Deus), não deveria ser confundida com ausência de erros (crenças falsas, ideias errôneas a respeito de Deus, …). “Começaram a surgir erros” deveria ser sinônimo de “o cristianismo genuíno deu lugar ao nominal” e “a obediência às revelações proféticas começaram a ser substituídas pela tradição dos homens e suas ideologias antropocêntricas não-cristocêntricas”. Essa frase não pode ser literal. 

                            “O cavalo vermelho com o cavaleiro que carrega uma espada para tirar vidas humanas simboliza a perda da pureza espiritual na Igreja do período pós-apostólico. Cristãos apóstatas procuraram impor suas idéias aos outros pela conquista militar e perseguição religiosa, e não pela persuasão pacífica. […] Igreja de 100 a 313 A.D. A cor vermelha simboliza tanto perseguição como gradual corrupção da fé. […] “Se a mensagem do cavalo vermelho, assim como a do cavalo branco provém de Deus, como se explicam as palavras: ‘foi-lhe dado tirar a paz da Terra”? (Apoc. 6:4; comparar com S. Mat. 10:34-36.) […] O evangelho divide o mundo em duas partes: os que servem a Deus e os que se rebelam contra Ele” (BATTISTONE, 1989, p. 85, 86, 87).

                            “O primeiro sêlo revelou a igreja de Cristo em sua pureza virginal, simbolizada num cavalo branco. Mas, o novo símbolo apresenta a igreja em estado de corrupção. A côr vermelha, em se tratando da vida espiritual, é emblema de pecado: “Ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmezim…” [Is 1.18]. O pecado só é manifesto coletivamente pela igreja, quando corrompidos ou abandonados os princípios ou os alicerces da fé do evangelho. E foi isto o que mudou a condição da igreja cristã. Os sagrados princípios da pura fé do imaculado evangelho, foram corrompidos pela aceitação, por parte da igreja, de ensinos errôneos, de idéias e tradições humanas.

                            “[…] infelizmente as portas da igreja foram abertas aos mais degradantes e corruptos ensinos de homens que procuravam a preeminência em seu meio. O manancial da revelação divina foi abandonado em favor das criações filosóficas humanas. Os ensinos dos profetas e dos apóstolos inspirados foram trocados pelos ensinos de homens de mentes corruptas e falíveis. […] o cavaleiro não tinha mais o arco da conquista e as flechas do puro evangelho, mas uma “grande espada” nua e flamejante.

                            “A paz, semeada pela pregação incontaminada do evangelho apostólico, sob a liderança do Filho de Deus, e a convivência dos cristãos em perfeita unidade e amor, desapareceu da igreja. A espada simbólica das lutas internas fêz a sua nefanda obra e desacreditou diante dos pagãos as virtudes do evangelho da cruz. Terríveis controvérsias surgiram permeadas de odiosas excomunhões, e banições eram lavradas por inúmeros sínodos e concílios provinciais. As polêmicas ativaram os ânimos a ponto de as discussões serem mescladas com ataques pessoais e acusações da pior espécie. A lei de Deus, base do correto viver, foi relegada, e a paz; foi perdida de vista na igreja [Sl 119.165]. O próprio Príncipe da Paz foi afastado do trono da igreja e ela virou confusão. Estava dado o passo para a apostasia iminente. A profecia da decadência cumpriu-se perfeitamente — a paz foi afastada da terra dos povos cristãos e êstes mataram-se com as diabólicas armas do ódio e dos ataques e acusações pessoais, apenas para fundamentar a defesa de crassos erros que vituperavam o são cristianismo” (MELLO, 1959, p. 145, 146, 149). 

                            “O período do segundo selo se estende desde a morte de João, último dos apóstolos a morrer, por volta do ano 100 a.D., até a assinatura do Edito de Tolerância de Milão, pelo imperador Constantino, em 313 a.D. Esse edito declarava que o Império Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda perseguição e devolvendo os lugares de culto e as propriedades que tinham sido confiscadas dos cristãos. Assim, foi dado ao cristianismo estatuto de legitimidade e a igreja respirou um breve período de paz” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 18).

                            “A rejeição da mensagem de justiça de Deus traz guerra e derramamento de sangue – Isa. 57:20, 21; 19:2; Jer. 16:4,5; Ageu 2:22; II Crôn. 15:5, 6; Mat. 10:34, 35; 24:6,7. ‘As palavras do Senhor “não vim trazer paz a terra mas sim espada‟ são eminentemente aplicáveis aqui. O simbolismo do cavaleiro no cavalo vermelho pode ser tomado como denotando o cumprimento envolvido naquelas significativas palavras. … Compreende uma idéia completa do conflito entre os poderes da terra e os do reino de Cristo na humanidade, com as destrutivas guerras que o acompanham entre as próprias nações envolvendo em grau maior ou menor aquele conflito superior e mais elevado ou qualquer coisa nele envolvido. Olhando sob a superintendente providência de Deus e todos os seus ângulos formados de acordo com os seus objetivos e misericórdia e justiça, percebemos no cavaleiro do cavalo vermelho um símbolo de um grande fato, então profecia, agora história’, Justin A. Smith, Commentary on the Revelation, 96”, citado por Thiele e Berg (1960, p. 157).

                            “Deus usa a espada nos seus juízos contra as forças do mal – Isa. 26:21-27:2; 34:5, 6; 66:15, 16: Jer. 9:16; 11:22; 14:12-15; 25:13; 46:10; 50:35-37; Ezeq. 5:17; 6:11, 12; 21:3-5; 32:10; Mat. 10:34. ‘Muitos, vi eu, lisonjeavam-se de serem bons cristãos, que de Jesus não tinham nenhum simples raio de luz. … E vi que o Senhor no céu aguçava a espada para destruí-los’, Ellen G. White, Testemonies, v. 1, p. 190”, citado por Thiele e Berg (1960, p. 158).

                            “A obra julgadora do segundo selo. (1) O senhor envia juízos aos homens que erram no empenho de trazê-los ao arrependimento e vigilância. Jer. 5:17-25; Isa. 26:9. (2) O Senhor freqüentemente usa nações como instrumentos para cumprir seus propósitos. (a) Assíria – Isa. 10:5-7, 15. (b) Babilônia – Jer. 25:9, 27:5-8; 44:30; 46:2, 10, 13, 25, 26; Eze. 29:19,20;32:2,11. (c) Pérsia – Isa. 44:28; 45:1,2 (3) Entre os sinais que precedem a sua segunda vinda, Jesus enumera juízos que haveriam de cair sobre a terra. Mat. 24:6,7. ‘Cristo no Monte das Oliveiras enumerou os terríveis juízos que precederiam a sua Segunda vinda: ‘E ouvireis de guerras e rumores de guerras’. ‘Nação se levantará contra nação, reino contra reino’, E.G. White , R. & H., 11/1/1887” (THIELE; BERG, 1960, p. 158).

                            “Esse periodo corresponde a igreja de Esmirna” (FEYERABEND, 2005, p. 52). 

                            “Embora esses cristãos professem ser seguidores de Jesus, não são guiados por Jesus; o cavaleiro não é Jesus, é o próprio Satanás. O símbolo do bezerro é apropriado aqui porque relaciona o grupo do cavalo vermelho com a idolatria; pretendem adorar a Deus, mas, na realidade, entregam-se à idolatria; foram escolhidos como primogênitos para Deus, como Efraim, “Quando Efraim falava tremia-se, foi exalçado em Israel; mas ele fez-se culpado em Baal” (Ose. 13:1); não honraram o chamado de Deus e morreram. O cavaleiro do cavalo vermelho é descrito como aquele que “tira a paz da terra, para que os homens se matem uns aos outros, e foi-lhe dada uma grande espada” (Apoc. 6:4).

                            “Em Hebreus 2:14 Deus declara que o diabo é o “que tem o império da morte. […] Os dois primeiros selos aplicam-se a duas diferentes classes de cristãos que serão avaliados no Juízo Investigativo: os fiéis e obedientes filhos de Deus, e os cristãos nominais presentes em todas as igrejas evangélicas, que seguem as doutrinas e tradições de Babilônia, a Igreja Mãe; por isso tais igrejas são chamadas de filhas de Babilônia (RAMOS, 2006, p. 253, 257). 

6.5

Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão.

Quando Jesus quebrou o terceiro selo, eu ouvi a terceira criatura falar “venham!”. Então eu vi pessoas que se disfarçaram de cristãs, mas só para deturpar a justiça e ensinar mentiras em lugar da Verdade. Essas pessoas julgavam e condenavam os cristãos, mas o julgamento delas também seria julgado e condenado por Deus.

                    Cor e cavaleiro: “O cavalo preto com o cavaleiro que tem na mão uma balança representa a Igreja do começo da Idade Média, a qual se afastou da revelada vontade de Deus. A Igreja adotou os métodos do mundo para levar adiante sua missão, e ocasionou um período de intensa fome espiritual” (BATTISTONE, 1989, p. 85). 

                            ”A igreja que enfrentou lutas para manter a pureza de suas doutrinas e que viu ser derramado o sangue de seus membros por não renunciar a fidelidade, agora é representada pelo preto, antítese do branco. A negrura muitas vezes representa na Santa Bíblia as trevas, o pecado, a apostasia, ou o erro. Corresponde ao período que vai desde 313 a 538. São Paulo profetizou acerca do tempo em que se mudariam as doutrinas por um processo de paganização (Atos 20:27-31; II Tessalonicenses 2:3-6; II Timóteo 4:1-4). São Pedro também profetizou como um dia a igreja haveria de se corromper (II São Pedro 2:1-3)” (BELVEDERE, 1987, p. 54). 

                    “Referindo-se a esta etapa do terceiro sêlo e do cavalo prêto, que mediou desde o edito de tolerância de Constantino, em 313, até ao estabelecimento do papado, em 538, diz Mosheim o seguinte: ‘Aquelas vãs ficções, que uma inclinação à filosofia platônica e às opiniões populares haviam feito adotar pela grande maioria dos doutores cristãos antes do tempo de Constantino, foram agora confirmadas, ampliadas e ornadas de diversas maneiras. Daí nasceram aquela veneração extravagante pelos santos mortos, e aquelas absurdas noções de certo fogo destinado a purificar as almas desencarnadas, que agora prevaleciam e que deixavam por tôda parte indícios públicos.

                    “Daí também o celibato dos sacerdotes, o culto das imagens e relíquias que, com o transcurso do tempo quase destruiu a religião cristã, ou pelo menos eclipsou seu lustre e corrompeu sua própria essência da maneira mais deplorável. Um séquito enorme de diferentes superstições foi substituindo gradualmente a verdadeira religião e piedade. Esta odiosa revolução deveu-se a uma variedade de causas. Uma ridícula precipitação quanto a receber opiniões novas, um absurdo desejo de imitar os ritos pagãos, e de realizá-los com o culto cristão, e aquela ociosa propensão da humanidade em geral para buscar uma religião aparatosa, tudo contribuiu para estabelecer o reinado da superstição sôbre as ruínas do cristianismo’. ‘Necessitar-se-ia um volume inteiro para enumerar as diversas fraudes que astuciosos velhacos praticaram com êxito para enganar aos ignorantes, quando a verdadeira religião ficou quase completamente substituída pela horrível superstição’ [citado em Smith (1979, p. 83, 84)].

                            “Na carta dirigida à igreja de Pérgamo, a igreja cujo período corresponde ao do terceiro sêlo, que estamos considerando, o Senhor Jesus enfatiza, com evidência, que a igreja cristã estava habitando “onde está o trono de Satanás”. Habitar “onde está o trono de Satanás”, equivale a amparar-se em dito trono. Já o têrmo “Pérgamo” que significa “elevação”, é emblema da elevação da igreja pelo poder imperial, desde os dias de Constantino aos princípios do sexto século. Daí o cavaleiro não ser outro senão o imperador romano. A igreja, corrompida e apóstata, tornou-se “Igreja Imperial” em lugar de “Igreja Cristã”. Pela primeira vez verifica-se o odioso consórcio entre a Igreja e o Estado, considerado por Deus como ‘prostituição’” (MELLO, 1959, p. 150, 151).

                    “Preto, um presságio de tragédia, desastre e morte[:] (a) Trevas, a nona praga no Egito – Uma advertência final – Êx. 10: 21-23. ‘Nestas trevas misteriosas o povo e seus deuses foram de modo semelhante atingidos pelo poder que tomara a Si a causa dos escravos. Contudo, por medonho que tivesse sido, este juízo é uma prova da compaixão de Deus e de Sua indisposição para destruir. Ele dava ao povo tempo para refletir e arrepender-se, antes de trazer sobre eles a última e mais terrível das pragas.’ – Patriarcas e Profetas, p. 272. (b) O dia do Senhor, um dia de trevas – Jer. 4:20-28; Joel 2:1-10. (c) O escurecer do céu advertências solenes – Isa. 50:1, 3 Heb. 12:18,19” (THIELE, 1960, p. 158, 159).

                    “O cristianismo, agora, já não era mais ilícito. Era popular. De fato, as pessoas eram incentivadas a tornar-se cristas. Ate dinheiro e uma muda de roupa eram oferecidos a quem se tornasse cristão. Mas o cristianismo já não era mais puro. Não era mais branco. Era tão corrupto que foi representado por um cavalo preto. As doutrinas pagas tomaram o lugar das brancas e puras doutrinas da igreja primitiva. Infelizmente, ao longo do tempo, em vez de a igreja virar o mundo de cabeça para baixo, foi o mundo que virou a igreja de cabeça para baixo. Foi durante esse período que a igreja começou a dominar o Estado ou o governo. E agora não são mais os pagãos que perseguem os cristãos. São os cristãos que passam a perseguir os pagãos” (FEYERABEND, 2005, p. 53, 54). 

                            “A mensagem do terceiro selo é anunciada pelo terceiro servivente, que tinha o rosto como de homem. Este era o símbolo na bandeira de Rúben. Rúben, o primogênito, mas que também perdeu os direitos da primogenitura, porque se entregou à prostituição, um símbolo apropriado para a grande Prostituta, a grande Meretriz, com a qual se prostituiram todos os reis da terra (Apoc. 17:2); a igreja que deixou de confiar em Deus para confiar no Homem do Pecado, no Filho da Perdição, “o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Tess. 2:3, 4); mas ele não é Deus, é simplesmente um homem, chamado de o homem do pecado. A descrição do que fez Rúben é também uma descrição do que fez a Igreja Mãe (Apoc. 17). O terceiro cavalo é preto. Aqui o profeta Zacarias novamente ajuda a entender o significado da profecia. Em Zacarias 6:6 diz: “O carro em que estão os cavalos pretos sai para terra do Norte.” A profecia identifica o cavalo preto com o Norte, cujo rei é identificado em Daniel 11:40-45 como sendo o papado” (RAMOS, 2006, p. 256, 257). 

                            Mas, Rúbem não se prostituiu. Ele não foi “meretriz”, enquanto que isso é exatamente o que a igreja mãe faz. Rúbem traiu seu pai. O Romanismo mistura verdades e mentiras, e está bem caraterizado como “Babilônia”, tanto por se arrogar ser a porta do Céu quanto pela confusão doutrinária. O que Rúbem fez para também ser um símbolo de prostituição? 

                    Balança: “União da Igreja e do Estado; a Igreja volveu-se para o materialismo” (BATTISTONE, 1989, p. 85). “A balança, o espírito de comercialização e materialismo que penetraria na igreja” (BELVEDERE, 1987, p. 54).

                    “Já compreendemos que êste cavaleiro era o imperador. E êle, não contente em exercer o juízo no setor de sua alçada civil, alvorou-se em juíz na igreja. Uma balança é emblema de justiça real, e Constantino e seus sucessores, como já vimos, usurparam êste direito da igreja, que jamais foi conferido ao govêrno civil. Nos dias dêstes potentados da coroa cesariana era crime desprezar a ortodoxia oficial. Depois de cair o império do Ocidente, o imperador oriental pretendeu esta mesma supremacia, até que Justiniano a transferiu, em 533, ao bispo de Roma” (MELLO, 1959, p. 154).

                    “A balança indicava que a religião e o poder civil se haviam de unir na pessoa que administraria o poder executivo do governo, e que pretenderia ter autoridade judicial tanto sobre a Igreja como sobre o Estado. Assim sucedeu com os imperadores romanos desde Constantino até Justiniano, que deu o mesmo poder judicial ao bispo de Roma. – William Miller, Evidence From Scripture and History of the Second Coming of Christ, pág. 176” (SMITH, 1979, p. 84).

                    “Nesta visão, João viu uma balança na mão do cavaleiro. ‘Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro.’ Deus havia ordenado que o pão da vida devia ser de graça. Mas agora estava sendo vendido. A religão tornou-se um negócio e, em muitos casos, até hoje ela é um grande negócio. Pessoas e igrejas estao usando a Palavra de Deus para ganhar dinheiro” (FEYERABEND, 2005, p. 54).

                    “O cavaleiro trazia em sua mão uma balança. A balança na Bíblia é um símbolo de julgamento (Jó 31:6; Daniel 5:27). Ao tempo do cavalo preto havia uma mensagem de advertência do juízo vindouro, onde cada alma será pesada, e se não se arrepender, será achada em falta” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 19). “A balança mencionada em Daniel 5:27 e a balança de Apoc. 6:5 foram vistas também por Ellen G. White como sendo as balanças do Santuário. Essa é uma linguagem simbólica, puramente de juízo” (RAMOS, 2006, p. 259). 

6.6

E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.

Então eu ouvi alguém entre as quatro criaturas, ou fora delas, dizendo: enquanto durar a deturpação da Verdade, tanto o apego àquilo que não alimenta a alma como a fome do pão verdadeiro irão perdurar; mas não deixarei aqueles que se apegam a e se alimentam da Verdade serem destruídos, a despeito de tudo isso.

                            A medida era a “porção diária de alimento para o trabalhador comum. […] [O denário] era a remuneração de um dia de trabalho. O amor ao dinheiro tornou-se o espírito predominante. […] “É declarado o preço do trigo e da cevada em Apocalipse 6:6, mas não a renda média das pessoas. Essa informação é suficiente para deduzir que estava havendo fome ou carestia? Um denário foi o pagamento por um dia de trabalho na parábola contada por Jesus (S. Mat. 20:2, 9, 10 e 13)” (BATTISTONE, 1989, p. 86, 87).

                            “Um dinheiro era o salário de um dia de trabalho, com o qual comprariam apenas 654 g de trigo ou menos de 2 quilos (1.962 g) de cevada. Isto é o símbolo da tremenda escassez da Palavra de Deus, proibida nesse tempo (Amós 8:11, 12), que produziu fome de ouvir a Palavra. Muitas doutrinas começam a morrer e entram crenças pagãs (Ex.: Em 7 de março de 321, Constantino emite a lei dominical mais antiga que se conhece). A maioria acompanha o processo de deterioração doutrinal. Uns poucos fiéis (remanescentes) seguem respeitando a verdade bíblica” (BELVEDERE, 1987, p. 54).

                            “Como figuras do período do terceiro sêlo, o trigo representa a pura verdade do evangelho de Cristo, enquanto a cevada, as tradições e os erros que penetraram na igreja [Por quê? Qual a fundamentação dessa conclusão?]. O valor do trigo e da cevada — uma medida de trigo por um dinheiro e três de cevada pelo mesmo preço — indica que de fato havia escassez de trigo, pelo que era de mais valor, enquanto havia abundância de cevada, sendo esta três vêzes mais barata” (MELLO, 1959, p. 154).

                            “Um denário era o salário normal por um dia de trabalho. Com ele você poderia comprar uma medida de trigo (cerca de 650 gramas), ou três medidas de cevada (quase 2 kilos). A cevada era consumida apenas pelos mais pobres, um tipo de alimento bem inferior ao trigo. Em tempos normais, um denário comprava 24 medidas de cevada, mas aqui só se compram três, ou seja, estava havendo escassez de alimento. Isso representa fome espiritual, como nas palavras do profeta: “Disse-me ainda: Filho do homem, eis que eu tirarei o sustento de pão em Jerusalém; comerão o pão por peso e, com ansiedade, beberão a água por medida e com espanto” (Ezequiel 4:16).

                    O trigo é símbolo do evangelho puro, da Palavra de Deus e do povo de Deus (Mateus 13:24-30; 37, 38, 43). A cevada se parece com o trigo, mas é um alimento bem inferior. Nos tempos de Roma servia para alimentar os pobres, ao passo que o trigo era o alimento dos nobres. A cevada (doutrinas parecidas, mas falsas), havia em abundância, mas o trigo (doutrina pura) estava em escassez. Então havia uma escolha a ser feita entre o trigo e a cevada. O indivíduo está com o salário do dia nas mãos e pode comprar uma medida de trigo ou três medidas de cevada. Cada um deve fazer sua escolha. O terceiro selo encontra seu paralelo com a igreja de Pérgamo, que estava sofrendo ataques com as doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 19). 

                            “Tradução de Weymouth: ‘O salário de um dia inteiro por uma broa de pão, o salário de um dia inteiro por três bolos de cevada.’ Um dinheiro: O salário de um dia – Mat. 22:4, 9, 10. Trigo: O principal alimento do povo da Palestina. Cevada: Um alimento mais barato. “Ele era e ainda é um cereal destinado especialmente a cavalos e asnos (I Reis 4:28), a aveia é praticamente desconhecida mas era, como ainda é, num certo grau a alimentação dos pobres em certos distritos do país.” (Rute 2:17; II Reis 4:42; João 6:9,13). E.W.G. Masterman, Barley, International Standard Bible Encyclopedia.

                            “O significado desta frase tem sido discutido a [sic] muito. O fato de que o preço das três medidas de cevada é igual para uma de trigo parece estabelecer que há uma escolha a ser feita entre o trigo e a cevada. O indivíduo está com o salário do dia e está em condições de comprar seu alimento para aquele dia; ele pode se quiser, ter uma medida de trigo, ou se assim decidir, pode ter três medidas de cevada. Qual será a sua escolha, trigo ou cevada? Que escolherá a igreja e o mundo? Uma medida de alimento para gente ou três medidas de alimentos de cavalos e mulas? Não há dúvidas de que aqui se faz referência aos quatro cavaleiros e suas mensagens, – há uma escolha a ser feita entre a vitória certa do primeiro e as experiências amargas dos outros três. Quer queira ou não todo homem tem que escolher; a decisão é para a vida ou para a morte” (THIELE; BERG, 1960, p. 160, 161).

                            “As medidas de trigo e cevada por um dinheiro significam que os membros da igreja procurariam avidamente os bens mundanos, e que o amor do dinheiro seria o espírito predominante desses tempos, a ponto de se desfazerem de qualquer coisa por dinheiro” (SMITH, 1979, 84). 

                    “O azeite representa o Espírito Santo (Zacarias 4:2-6). O vinho representa o sangue de Cristo derramado pelos pecadores (São Mateus 26:27-29)” (BELVEDERE, 1987, p. 54).

                            “Líquidos comuns usados como alimento no mundo do Novo Testamento; representam a fé e o amor que deviam ser preservados em meio ao materialismo. […] O materialismo que impregnou o cristianismo na Idade Média encontra seu paralelo na igreja Laodicéia, que não reconhece sua grande necessidade espiritual, pois se considera rica e abastada e diz que não precisa de coisa alguma (Apoc. 3:17). O azeite e o vinho de genuína espiritualidade correm o risco de ser danificados. Mas a mensagem a Laodicéia indica que muitos na Igreja aceitarão os remédios de Cristo antes que seja tarde demais” (BATTISTONE, 1989, p. 86, 88). 

                    “A voz do trono que anunciava a condição da igreja em se tratando do alimento espiritual, ordenava aos cristãos a não danifica rem “o azeite e o vinho”. Nas Escrituras Sagradas o azeite é simbólico do Espírito Santo (Zc 4.1-6) e o vinho é emblema do sangue purificador de Cristo (Mt 26.27,28). A expressão: “Não danifiques o azeite e o vinho”, é uma declaração figurada de que o Espírito Santo e o sangue de Cristo não deviam ser invocados como graças purificadoras e santificadoras enquanto a igreja permanecesse naquele estado deliberado de corrupção da fé e dos princípios do são cristianismo” (MELLO, 1959, p. 154, 155). 

                            Por quê? Não houve fundamentação para esses resultados.

                            “O azeite é símbolo do Espírito Santo (Zacarias 4:2-6) e o vinho símbolo do sangue de Cristo (Mateus 26:27-29; 1 Coríntios 11:25). A despeito da fome espiritual, a obra do Espírito Santo em aplicar o sangue de Cristo aos corações sinceros deveria prosseguir. Este símbolo se estende ainda ao povo de Deus, que deveria ser protegido da corrupção e fome da Palavra de Deus” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 19). 

                            Por quê? Faltou embasamento. 

                            “Para o homem e fazer-lhe uma eternidade, Cristo abandonou um corte celestial e veio à Terra, onde por ele padeceu ignomínia, morrendo para libertá-lo. À vista do preço infinito que pagou pelo seu resgate, como alguém que, professa o nome de Cristo, tratar com indiferença ao mais humilde de seus discípulos? Quão circunspectos devem ser na igreja os irmãos e sisters, como nas palavras as actions, a fim de não prejudicar o azeite e o vinho! Com que paciência, bondade e carinho deve tratar os que foram remidos com o sangue de Cristo! Com que diligência e solicitude deve esforçar-se por realentar os abatidos e desanimados! Com que ternura devemos tratar os que se esforçam por obedecer a verdade, que não tem quem os anime em sua família, são obrigados a respirar uma atmosfera de incredulidade e trevas!” (WHITE, 2008b, p. 238, 239). 

                            “O fato de Deus dar aqui, através de Seus mensageiros, a ordem de que o azeite e o vinho, – Seu povo – não deve ser danificado, é uma indicação de que alguém está para receber sérios danos, mas que este não será Seu povo. Os ímpios serão danificados, mas não o povo de Deus. A instrução aqui é paralela àquela que foi dada aos mensageiros de Ezequiel que tinham as armas de destruição nas mãos: “Matai, velhos, mancebos e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo homem que tiver o sinal não chegueis.” Ezeq. 9:6. 

                            “[…] O preto foi a cor com a qual Deus vestia o céu e a terra no Egito num último juízo de advertência pouco antes do anjo da morte sair e ferir os primogênitos na terra de faraó. E o preto hoje é uma mensagem com a qual Deus ainda adverte o mundo de que a última hora está para se esgotar e de que o próximo movimento do relógio trará o cavaleiro amarelo da morte e o fim de tudo. Tal qual é a mensagem de Deus a um mundo não arrependido e pecaminoso através do preto. Ao tempo do cavaleiro preto, nenhuma outra mensagem poderia ser mais oportuna do que a solene advertência do juízo vindouro, nenhuma outra cena poderia ser mais apropriada do que a da balança de Deus em que se pesará em breve a alma perversa, e que, se não se arrepender, será achada em falta.

                            Na hora em que o anjo da morte está para destruir os rebeldes e não arrependidos, que mais pode Deus fazer, depois de ter mandado o cavaleiro vermelho, senão mandar o cavaleiro preto – dar ao homem toda a evidência possível de sua condenação vindoura, colocar diante dele nos mais vívidos tons a sombria escuridão de sua condição sem Deus e sem esperança, fazendo com que pese mais cuidadosamente a terribilidade da perdição que está para enfrentar, e trazer-lhe, embora por meios dolorosos, uma sensação da terrível condição em que se meteu por seus caminhos pecaminosos. A mensagem que o cavaleiro do cavalo preto tem de levar ao mundo pecaminoso não é uma mensagem agradável, mas é uma mensagem necessária” (THIELE; BERG, 1960, p. 161, 162, 163). 

                            “A frase ‘não danifiques o azeite e o vinho’ é usada em relação ao trigo e à cevada; representam os conversos da última hora, e esta será a maior de todas as colheitas. […] O azeite e o vinho, no contexto do terceiro selo, o qual se aplica especificamente à Igreja de Roma, representam os sinceros filhos de Deus que ainda estão em Babilônia, mas que são preciosos à vista de Deus. Através do Alto Clamor serão chamados a sair de Babilônia e se unirem ao remanescente fiel. Novamente é notável a forte relação entre o terceiro selo e a terceira mensagem angélica.

                            “Todos os preciosos à vista de Deus sairão de Babilônia antes do fechamento da porta da graça, e o remanescente de Deus, que teve tempo suficiente para aprender as verdades do Santuário, e as verdades relacionadas com os últimos acontecimentos desta terra, terão que instruir a grande multidão, que, em resposta ao Alto Clamor, uniu-se aos que guardam os mandamentos de Deus. Ellen G. White comenta este episódio quando diz: ‘Alguns de nós têm tido tempo de possuir a verdade e progredir passo a passo, e cada passo dado tem-nos propiciado força para o seguinte. Mas agora o tempo está quase findo, e o que durante anos temos estado aprendendo, eles terão de aprender em poucos meses. Terão também muito que desaprender e muito que tornar a aprender. Os que não receberam o sinal da besta e da sua imagem quando sair o decreto, terão que estar decididos a dizer agora: Não, não mostraremos estima pela instituição da besta’, Primeiros Escritos, p. 67” (RAMOS, 2006, p. 260-262). 

6.7

Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem!

Quando Jesus quebrou o quarto selo, eu escutei a voz da quarta criatura também dizendo “venham”!

6.8

E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.

Então eu vi, e ali estavam pessoas cuja profissão era matar cristãos e quem delas divergisse. A sentença divina sobre elas também seria a morte, pois mortas espiritualmente elas já estavam e matar era só o que sabiam fazer; e o fizeram sobre toda a Europa na Idade Média e imediatamente antes da volta do Senhor usando a autoridade político-religiosa que receberam do império romano e de Satanás; e o fizeram com variadas modalidades de crueldade.

                             “Isto representa as graças do Espírito, a fé e o amor. Havia grande perigo de serem danificados, sob a influência de tão grande espírito mundano. E está bem comprovado por todos os historiadores que a prosperidade da igreja neste tempo produziu as corrupções que finalmente terminaram com a apostasia e o estabelecimento de abominações anticristãs. Deve observar-se que a voz que atribui à medida de trigo o preço de um dinheiro e diz: ‘Não danifiques o azeite e o vinho’, não é proferida por alguém na Terra, mas vem do meio dos quatro seres viventes, significando que, apesar de os subpastores, os professos ministros de Cristo não cuidarem do rebanho, o Senhor não Se esquece dele neste período de trevas. Vem uma voz do Céu. Toma o cuidado de que o espírito de mundanismo não prevaleça de tal modo que o cristianismo se perca inteiramente, e que o óleo e o vinho – as graças da genuína piedade – desapareçam da Terra” (SMITH, 1979, p. 84, 85).

                            “Chegamos ao tempo de uma igreja morta. Não há mais vida na religião. O que poderia ser pior? Muitas igrejas estão completamente mortas hoje. Elas tornaram-se clubes sem nada para oferecer ao mundo. Nem Bíblia, nem mensagem, nem missão! Foi durante os 1.260 anos de perseguição que os templos pagãos viraram igrejas cristãs. Mas a povo verdadeiro de Deus teve que fugir para as montanhas a fim de adorar o seu Deus. Não eram mais pagãos perseguindo cristãos. Não eram mais cristãos perseguindo pagãos. Agora eram cristãos perseguindo e matando outros cristãos. A Roma cristã não crucificava as pessoas como a Roma pagã fazia. A Roma cristã as queimava vivas. A Roma pagã torturava criminosos por roubarem, mas a Roma cristã torturava cristãos por lerem a Bíblia do seu próprio jeito.” (FEYERABEND, 2005, p. 54, 55).

                            “O cavalo amarelo, cujo cavaleiro se chama ‘Morte e Hades’, representa a Igreja da Idade Média. A fome espiritual resultou em morte espiritual. A Igreja se afastara tanto do amor e humildade de Jesus, que deixou de ser a Sua Igreja. Cristãos apóstatas perseguiram os cristãos fiéis. A morte e o inferno representam a sentença divina sobre a Igreja apóstata” (BATTISTONE, 1989, p. 85).

                            “A simbologia expressa a aflição espantosa da época da inquisição predita por Jesus (São Mateus 24:21), também profetizada por Daniel (Daniel 7:21, 25; 12:7) e que será estudada em Apocalipse 13:5. Corresponde ao período que vai de 538, quando entra em vigência o decreto de Justiniano, até 1517, o começo da reforma. As doutrinas puras são pisoteadas cada vez mais e os cristãos paganizados perseguem implacavelmente o pequeno remanescente fiel à doutrina bíblica” (BELVEDERE, 1987, p. 55). 

                            “Na abertura do quarto selo surge o último cavalo. Sua cor é pálida. A palavra grega aqui usada é Cbloros, traduzida em outros lugares como verde (Marcos 6:39; Apocalipse 8:7 e 9:4). […] Este período coincide com a igreja de Tiatira, quando o bispo de Roma chega ao poder. A profecia apontava um domínio do papado por 1260 anos (Daniel 7:25; Apocalipse 12:6, 14; 13:5).

                            Este período cumpre-se na história dos anos 538, quando é expulsa de Roma a última tribo ariana, os Ostrogodos, até 1798, ano da prisão do papa Pio VI, por ordem de Napoleão Bonaparte. Nestes 12 séculos, fiéis filhos de Deus (Valdenses, Albigenses, Huguenotes etc) foram mortos pela espada, fome e através de animais selvagens. […] Jesus fez menção a este período: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mateus 24:22). O arrefecimento das perseguições só ocorreu em virtude do grande movimento da Reforma Protestante. Quando Martinho Lutero afixou, no dia 31 de outubro de 1517, as 95 teses contra a venda de indulgências, ele estava dando início a uma ferrenha luta contra os poderes das trevas e promovia um retorno à Bíblia como única autoridade de fé e prática para o cristão.” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 20).

                            “’E foi-lhes dada autoridade’ – quer dizer, ao poder personificado pela Morte sobre o cavalo pálido – o papado. Pela quarta parte da Terra é sem dúvida representado o território sobre o qual este poder teve jurisdição. As palavras “espada”, “fome”, “mortandade” (ou quaisquer tormentos causadores da morte), e “feras da Terra”, são figuras que representam os meios pelos quais levou à morte milhões de mártires ” (SMITH, 1979, p. 85). 

                            “Este é o último cavalo da visão dos sete selos. O vocábulo grego que designa a côr dêste cavalo é ‘chloros’, que em si mesmo é um corpo simples, gasoso, de côr esverdeada pálida. ‘Em dissolução ou em estado gasoso, cloro destrói a parte corante das substâncias vegetais e animais, razão por que “a indústria emprega-o em branquear tecidos”. Neste símbolo a igreja aparece com sua côr mudada. Sua côr é agora a pálida côr esverdeada do cloro, a côr da morte. Que esta côr do quarto cavalo indica seguramente morte na igreja, é confirmado pelo nome do cavaleiro que em verdade é chamado ‘morte’.

                            “O cavaleiro que agora monta o cavalo ou tem as rédeas da igreja em suas mãos, não mais é o imperador romano do Ocidente cujo império ruiu com as invasões dos bárbaros; não é nem mais o imperador romano do Oriente. E muito menos poderá ser Cristo. O cavaleiro que, no período do quarto sêlo, correspondente aos séculos sexto a dezesseis ou que desde o ano 538 a 1517 desempenhou seu funesto papel na igreja, é aquele a quem o imperador Justiniano transferiu as insígnias do poder sôbre a igreja, isto é, o papado. Seu nome de “Morte” é representativo de sua obra nefasta realizada na igreja ou contra a igreja de Cristo, durante os chamados séculos escuros da Idade Média.

                            “Como uma prova inconteste de que êste hediondo cavaleiro ia efetuar uma obra de carnificina real na igreja, é referido que o Hades o seguia. Hades é o têrmo grego que designa o ‘lugar dos mortos’ ou a ‘sepultura’. O papado, pois, ia efetuar uma obra de chacina na igreja e levar multidões de seus membros à sepultura; ia desembainhar a espada contra os que, na igreja, ainda mantinham sua sinceridade a Cristo e ao evangelho apostólico. Os homens, que pretendiam ser os ministros da palavra da vida, são acusados na profecia como ministros da “morte”. Dezenas de milhões de santos inocentes e verdadeiros seguidores do Filho de Deus, pagaram com a vida a sua fidelidade à verdadeira fé.

                            “[…] A quarta parte da terra foi ensanguentada de sangue inocente e santo. As profecias das trombetas fazem referência apenas à terça parte da terra conhecida, que eram a Europa, a Ásia e a África. Nos dias, porém, em que a espada papal fazia as suas vítimas na igreja de Cristo, Colombo descobriu mais uma parte da terra, até então desconhecida — a América. Assim as carnificinas daqueles homens-feras eram efetuadas na quarta parte da terra — a Europa.” (MELLO, 1959, p. 155, 156, 158). 

                            ”Espada, fome, peste e feras da terra são as armas destruidoras usadas pelo papado contra as testemunhas de Jesus. A espada das cruzadas contra os Valdenses, Albigenses, Huguenotes e outras vívidas testemunhas do Senhor Jesus, tem muito a dizer nas páginas da história de Roma. Os satânicos cárceres dos tribunais da inquisição papal têm também muito a dizer sôbre a terrível fome e as assoladoras epidemias que levaram multidões de santos encarcerados à morte. Homens quais “feras da terra” ou piores que elas, — prelados, bispos, cardiais, papas, — não se saciavam nunca de carnagens e do sangue dos seguidores do Filho de Deus.

                            “[…] E parece incrível, que em pleno século XX, a igreja papal ainda arrogue as mesmas pretensões de matar os por ela considerados heréticos. Numa obra católica, publicada em 1911, é audazmente pretendido que a igreja tem o divino direito de “confiscar a propriedade dos heréticos, aprisioná-los, e condená-los às chamas”. “Em nosso século o direito de infligir as mais severas penalidades, mesmo a morte, pertence à igreja porque a experiência nos ensina que não há nenhum outro remédio”, pois, “o último recurso é a pena de morte”. E o mesmo autor continua: “Não há ofensa mais grave do que a heresia…, e portanto ela deve ser desarraigada com fogo e espada. E’ um dogma católico o que deve ser fielmente crido, que a pena extrema não somente pode, mas deve ser infligida sôbre os obstinados eréticos”. Esta confissão evidencia o totalitarismo da igreja católica nos séculos passados e suas pretensões ao mesmo poder no século atual. Institutes of Public Ecclesiastical Low (Signs of the Times, 4-2-1947)” (MELLO, 1959, p. 157, 597). 

                            “O quarto selo é anunciado pelo quarto ser vivente, semelhante a uma águia. Esse era o símbolo na bandeira da tribo de Dã, aquele que na profecia de Jacó já foi condenado por ser a serpente junto ao caminho. “Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás” (Gen. 49:17). Não é preciso muito esforço para reconhecer semelhanças entre a descrição de Dã e o quarto cavalo, pois a descrição de Dã é a própria descrição de Satanás, a serpente, o falso, o que morde por trás, o que derruba, o que mordeu o próprio calcanhar do Messias, “e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gen. 3:15). A figura da águia como símbolo de Dã ajusta-se muito bem ao grupo dos perdidos e condenados na mensagem do quarto selo.

                            “[…] Sem dúvida alguma, o cavaleiro é Satanás, e o cavalo representa todos aqueles que estão sob o seu controle e liderança e que terão o mesmo fim dele, a mesma condenação, a morte no inferno, isto é, a morte no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte (Apoc. 21:8). Os três primeiros selos e as três mensagens angélicas estão relacionados às três diferentes classes de pessoas que professam fé em Jesus, a saber: o remanescente fiel; o falso protestantismo; e a Igreja Católica. O quarto cavalo liga-se à grande classe dos perdidos, de onde já saíram o trigo, e a cevada, o azeite e o vinho.

                            “Quando os sinceros filhos de Deus que ainda estão em Babilônia, nas igrejas caídas, em resposta à proclamação do Alto Clamor, deixarem suas igrejas, restará nas igrejas caídas somente o joio pronto para ser destruído. A natureza da mensagem do quarto selo é de condenação e morte, não mais juízo, no sentido de avaliação, mas juízo no sentido de condenação. […] O juízo pré-advento condenará a classe representada pelo quarto cavalo, que segue o mesmo destino do seu cavaleiro, cujo nome é morte e inferno. Quando Jesus voltar, Ele voltará já sabedor do nome dos salvos e dos perdidos. O quarto cavalo, portanto, representa a grande massa dos perdidos, representada na mensagem do quarto anjo de Apoc. 18, como a queda final, ou seja, a condenação da grande Babilônia […] (Apoc. 18:2, 5, 6, 8).

                            “[…] A profecia bíblica é bem consistente. Se os três primeiros selos e as três mensagens angélicas se correspondem, seguramente, o quarto selo também se corresponde com a mensagem do quarto anjo. […] O profeta Zacarias também lança luz sobre a natureza e o significado do quarto cavalo. Zacarias 6:6 diz que os cavalos baios dirigem-se ao Sul. Não é preciso grande esforço para entender que os cavalos baios correspondem ao cavalo pálido, ou cinza.

                            [Quais os links entre os profetas João, Ezequiel, Zacarias e Daniel?? Você deixa lacunas enormes em seu texto, nesse aspecto].

                            “O rei do Sul de Daniel 11:40 é identificado como em oposição ao rei do Norte. Em tempos antigos o rei do Sul era o Egito. Nenhum monarca na terra já se aventurou a desafiar a Deus como fez o rei do Egito. “Quem é o Senhor cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel” (Exo. 5:2). Isto é Ateísmo. Ellen G. White compara a arrogância de Faraó com a presunção da França na Revolução Francesa, ao anular a religião. Ela então diz: “Isto é Ateísmo” (O Grande Conflito, 269.) Desta forma o rei do Sul representa o ateísmo em todas as suas formas, incluindo todo sistema babilônico representado pela Igreja de Roma, Protestantismo apostatado e Espiritismo. Este aspecto do quarto cavalo, que se dirige para o Sul, vem fortalecer a sua identidade e ligação com o ateísmo declarado de todos aqueles que anularam Deus de suas vidas e escolheram “adorar o dragão que deu à besta o seu poder… esses cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro…” (Apoc. 13:4, 8)” (RAMOS, 2006, p. 264-271). 

6.9

Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam.

Quando Jesus quebrou o quinto selo, eu vi os registros minuciosos das almas mortas nos altares terrenos, como sacrifícios vivos a Deus, por terem sido fiéis à revelação de Deus e por causa de seu estilo de vida limpo.

                             “A expressão “almas” não deve ser compreendida à luz da crença popular, como algo imaterial, que se separa do homem em sua morte. A palavra grega aqui é Psyche, que aparece 102 vezes no Novo Testamento, e equivale a ser vivente, ou mais apropriadamente a uma pessoa (ver Atos 2:41; 7:14; 1 Pedro 3:20). De fato, em toda a Bíblia, a expressão alma nunca se refere a uma entidade fora e independente do corpo.

                            “E quanto a este altar? No santuário dos hebreus havia dois altares, o altar de incenso, no primeiro compartimento do santuário, ou lugar santo, e o altar de holocausto, que ficava no pátio, fora do santuário, onde os animais, após serem sacrificados, eram queimados e seu sangue derramado debaixo do altar (Levítico 4:18, 25, 30 e 34). A cena do quinto selo não é literal. Não existem pessoas reais clamando debaixo de um altar, mas estas almas (pessoas) foram mortas por seu fiel testemunho, como “sacrificadas” em nome de Cristo. O próprio Paulo usou terminologia parecida para falar de seu martírio: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação (sacrifício), e o tempo da minha partida é chegado” (2 Timóteo 4:6). Este clamor simbólico tem a ver com os martírios ocorridos na Idade Média, conforme visto na abertura do quarto selo” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 20).

                            “Aqui a ilustração de Deus dá voz ao sangue de mártires inocentes. Eles morreram por sua fé e, de acordo com todas as aparências humanas, Deus nada fez para protegê-los. Um dia, porém, as contas serão acertadas.  

                            “[…] Será que isso ensina que as almas desencarnadas dos mortos estão conscientes no Céu? Se não é assim, por que não?

                            “1. O altar do sacrifício no qual eles foram imolados e sob o qual eles são vistos não está no Céu, mas na Terra. O único altar no Céu é o altar do incenso.

                            “2. Não podemos imaginar que o espírito de vingança pudesse dominar de tal maneira as mentes das almas no Céu a ponto de fazer com que, a despeito da alegria e da glória do Céu, elas não ficassem satisfeitas e à vontade até que vissem a vingança sendo infligida sobre seus inimigos.

                            “3. Se a idéia popular que coloca essas almas no Céu fosse verdade, seus perseguidores estariam queimando no inferno. Por que essas almas estariam clamando por vingança? Que vingança maior poderiam querer?  

                            “4. Alguns argumentam que elas devem estar conscientes, pois clamam a Deus. Devemos entender que a personificação atribui vida, ação e inteligência a objetos inanimados. O sangue de Abel clamava a Deus desde a Terra (Gênesis 4:9 e 10). A pedra clamava da parede e a trave respondia do madeiramento (Habacuque 2:11). O salário dos trabalhadores que fora diminuído clamava, e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos (Tiago 5:4).” (FEYERABEND, 2005, p. 55, 56).

                            “No altar de bronze do santuário do Antigo Testamento se ofereciam os sacrifícios de animais. O sacrifício era queimado e o sangue era derramado na base do altar (Levítico 4:7). A vida ou a alma está no sangue (Levítico 17:11; Deuteronômio 12:23). O símbolo é claro: O sangue dos mártires do pequeno remanescente fiel que não aceitou a paganização doutrinal é derramado como um sacrifício ao pé do altar. Esse sangue simbolicamente clama a Deus, como o fez o sangue de Abel que foi morto por seu irmão (Gênesis 4:10)” (BELVEDERE, 1987, p, 55).

                            “[…] a visão dos sete selos compreende cenas que se desenrolariam na terra, com referência à igreja de Cristo, e não no céu. A expressão de S. João de que viu “debaixo do altar as almas dos que foram mortos” no período da opressão despótica do papado, deve ser entendida como uma afirmativa de que êles estão debaixo da terra, o altar em que os sacrificaram ou que estão em seus sepulcros e não no céu onde não há nenhum altar para tal.” (MELLO, 1959, p. 159, 160). 

6.10

Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

Jesus deu completa atenção àqueles registros, como se os mesmos gritassem representando a dor do sofrimento cruel e da injustiça acarretados aos mártires; tais arquivos escancarados diante de Jesus exigiam o julgamento divino no Céu sobre os algozes das vidas inocentes cujo sangue havia sido derramado aqui na Terra.

                             “’Sob este selo não há vozes de comando do céu, e mensageiro nenhum é enviado do trono; indicando por esta razão que as sanguinolentas perseguições aos servos de Deus vieram de baixo – não de cima. … O Ser vivente não diz, vai! Pois eles, nem direta nem indiretamente, estão incumbidos de trazer sofrimentos aos servos de Deus por causa de sua fidelidade à verdade. Nenhuns cavalos se precipitam na cena, pois nenhuns poderes divinos são empregados no martírio dos santos.’ – J.A. Seiss, The Apocalypse, VI, 349, 350.

                            “[…] ‘Chegará uma crise no domínio de Deus. A Terra enchera-se de transgressão. As vozes daqueles que tinham sido odiados e sacrificados pela inveja humana clamavam por retribuição debaixo do altar. Todo o céu estava preparado para, mediante a palavra de Deus, agirem em favor dos eleitos. A uma palavra Sua, as tochas do céu teriam caído sobre a Terra, enchendo-a de chamas de fogo. Tivesse Deus ao menos falado, e teria havido relâmpagos, e trovões, e terremotos e destruição. … Os anjos esperavam por Deus para punir os habitantes da Terra. Mas ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna’ – E.G. White, R & H, 17-7-1900.

                            “Quando a provocação à lei de Deus for quase universal, quando Seu povo for esmagado em aflição pelos seus compatriotas, Deus Se interporá. Então se ouvirá a voz das sepulturas dos mártires, representadas pelas almas que João viu mortas pela palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.” – E.G. White, R & H., 21-12-1897. […] ‘Ao se abrir o quinto selo, João o Revelador viu em visão debaixo do altar a multidão que fora morta pela palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo. Depois disto veio a cena descrita em Apoc. 18, em que aqueles que são fiéis e verdadeiros são chamados a sair de Babilônia.’ – E.G. White, Manuscrito 39, 1906.” (THIELE; BERG, 1960, p. 169-171).

                            “’Não devemos supor que isto sucedeu literalmente, e que João realmente viu em realidade as almas dos mártires debaixo do altar, porque toda a representação é simbólica. Nem devemos supor que os maltratados que estejam agora no Céu oram pedindo vingança para os que os maltrataram, ou que os remidos no Céu continuem a orar com referência às coisas da Terra. Mas desata passagem pode concluir-se que haverá uma lembrança tão real dos sofrimentos dos perseguidos, injuriados e oprimidos, como se fosse feita ali semelhante oração, e que os opressores têm tanto a temer da vingança divina como se aqueles a quem prejudicaram clamassem no Céu ao Deus que ouve as orações e que toma vingança.’ – Albert Barnes, Notes on Revelation, págs. 190, 191, Comments on Rev. 6:9-11” (SMITH, 1979, p. 88). 

                            “No quinto e sexto selos não existem mais cavalos para representar diferentes classes de pessoas, pois os quatro cavalos cobrem toda a humanidade. O quinto e sexto selos, porém, continuam falando de duas outras diferentes classes de pessoas no juízo, usando uma linguagem bem explícita. Por que a profecia deixou de usar o simbolismo de cavalos para as últimas duas classes? A resposta é que os dois grupos mencionados no quinto e sexto selos, ambos pertencem ao cavalo branco, o povo de Deus. O quinto selo diz respeito a uma classe especial de salvos, os mártires. Não se aplica somente aos mártires do passado, mas também aos mártires que ainda derramarão o sangue no conflito entre Cristo e Satanás, antes do fechamento da porta da graça” (RAMOS, 2006, p. 271, 272). 

6.11

Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.

Então, a cada um dos mártires ainda mortos foi dada a garantia de que seriam ressuscitados salvos pela graça e justiça divinas. Quanto à cruel injustiça inflijgda a eles na Terra, também eu ouvi alguém dizer que isso não ficaria impune; outros passariam pelas mesmas injustiças e o caso destes seria resolvido juntamente com o daqueles, enquanto aqueles descansavam o sono da morte. Mas isto tudo por pouco tempo.

                             “As vestiduras brancas simbolizam a dignidade que lhes confere a justiça de Cristo (Apocalipse 19:8; 3:5; 7:14). Mas, embora tivessem ganho a vitória em Cristo, deviam descansar na tumba um pouco de tempo até que Jesus venha e lhes dê a recompensa (Heb. 11:39, 40)” (BELVEDERE, 1987, p. 55). “As ‘vestes brancas’ simbolizam sua vindicação [dos mártires justos] no julgamento celestial que precede o Segundo Advento. Visto que eles morreram possuindo a justiça de Cristo, podem ser julgados dignos da vida eterna” (BATTISTONE, 1989, p. 90).

                            “Pelo poder do Espírito Santo, o povo de Deus do tempo do fim será feito completamente vitorioso em Cristo, durante ‘as bodas do Cordeiro’, o juízo pré-advento (Apoc. 19:2, 7 e 8). Então, eles são selados em suas frontes. Seus nomes serão conservados para sempre no livro da vida e Satanás não terá mais poder sobre eles. (Ver Primeiros Escritos, págs. 270 e 271.)” (GULLEY, 1996, p. 5).

                            Confira o livreto “O Juízo” (Disponível em: https://blogdoprofh.com/2018/11/03/livro-o-juizo/). Breve explicação: 

                            a. os mortos que foram julgados e declarados salvos; de fato, desde a morte deles Satanás não pode mais importuná-los;

                            b. os vivos que forem julgados no Santuário; certamente, minutos, horas, dias, talvez semanas (meses??) antes do retorno de Jesus. Basta comparar a quantidade de seres humanos que já existiu (x), desde Adão, e a quantidade de seres humanos vivos (y), com o tempo transcorrido de 22/10/1844 até o fim do julgamento (t), (hoje é 28/7/2018). Ou seja, a razão y/t é muito menor do que x/t. Seja qual for a velocidade média do julgamento (pessoa/período de tempo), sempre sobrará pouco tempo entre o ser humano vivo selado e a volta de Jesus, o que garante a diminuição das chances de Satanás. Mas, o fato é que, se Deus selou, as tentações do mal sobre o selado não mudarão o futuro já previsto pelo Juiz e refletido no selo dado ao vivo selado.                             

                            “Desceram à sepultura do modo mais ignominioso. Os motivos de suas vidas foram falsificados, suas reputações denegridas, difamados os seus nomes, e suas sepulturas cobertas de vergonha e opróbrio, como se encerrassem as desonradas cinzas das pessoas mais vis e desprezíveis. Assim, a Igreja de Roma, que então moldava o sentimento das principais nações da Terra, não poupava esforços para tornar as suas vítimas um objeto de aversão para todos.

                            “Mas a Reforma protestante começou a sua obra. Começou a ver-se que a Igreja era corrupta e desprezível, e aqueles contra quem desabafara a sua ira eram os bons, os puros e os verdadeiros. A obra continuou entre as mais ilustradas nações da Terra, e a reputação da Igreja foi caindo enquanto a fé dos mártires foi subindo, até que ficaram plenamente expostas todas as corrupções e abominações papais. Então foi realçado este gigantesco sistema de iniqüidade perante o mundo em toda a sua deformidade, enquanto que os mártires foram vindicados de todas as calúnias sob as quais a Igreja perseguidora procurou sepultá-los. Viu-se então que sofreram, não por ser vis e criminosos, mas “por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentaram.” Então seus louvores foram cantados, admiradas suas virtudes, sua fortaleza aplaudida, seus nomes honrados, e respeitadas suas memórias. Foram assim dadas vestes brancas a cada um deles” (SMITH, 1979, p. 89, 90). 

                            “Até que o caráter de Deus seja vindicado no juízo e os santos possam receber sua recompensa. […] A maioria das traduções de Apocalipse 6:11 parecem indicar que os mártires não poderão ser ressuscitados até que certo número de pessoas tenham sido mortas por sua fé. … O verbo grego para ‘sejam completados’ não denota necessariamente a completação de determinado número de mártires” (BATTISTONE, 1989, p. 89, 90).

                            “Apocalipse 6:11 pode ser traduzido: ‘E foi dada a cada pessoa uma roupa branca, e dito que deveria esperar um pouco mais, até que seus companheiros e irmãos, que estavam para ser mortos como eles o foram, pudessem ser completos (chegassem à perfeição).’ Os que morreram salvos serão vindicados no juízo pré-advento. Seus irmãos vivos serão feitos completos em Cristo antes de receberem o selo de Deus no tempo do fim (Apoc. 7:1-3)” (GULLEY, 1996, p. 4).

                            “Outro detalhe que chama a atenção é que muitos ainda morreriam como mártires. Em paralelo com a abertura do quinto selo está a quinta igreja, Sardes. Na carta a esta igreja vemos uma mensagem semelhante: ‘Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer… ‘ (Apocalipse 3:2). Mesmo a Reforma Protestante não conseguiu frear completamente as perseguições, pois o período de domínio papal se estendeu ainda até 1798” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 20).

                            “Ao decorrer o tempo, pelo aumentar a iniqüidade, ao os servos de Deus serem perseguidos e buscados em terra e mar, atinge-se um período em que parece aos filhos de Deus ter chegado a hora da vingança em que Deus deve intervir para pôr fim ao pecado e à opressão, trazer a paz e a justiça eternas. Mas Deus em Sua infinita sabedoria compreende o que é melhor, e pede aos Seus santos que esperem um pouco mais até que chegue o tempo, o tempo de Deus e dos ímpios. O tempo e a obra está nas mãos de Deus. O relógio de Deus marca o tempo com exatidão, e no seu tempo o livro do destino fatal será desselado” (THIELE; BERG, 1960). 

                            “Deus explicou a razão por que eles ainda não tinham sido julgados, e o fez de uma forma muito explícita. A classe dos mártires ainda não estava completa. Quando se completará o número dos mártires? No tempo em que a mensagem do terceiro anjo se cumprir e o Decreto Dominical for finalmente imposto como a “abominação desoladora da qual falou o profeta Daniel” (Mat. 24:15), então terá chegado o tempo em que muitos filhos de Deus serão chamados para morrer como mártires; o sangue deles jorrado na terra, como no passado, se transformará em sementes que produzirão abundante colheita para o reino de Deus, exatamente na hora undécima da história desta terra.

                            [O Senhor Jesus citou Daniel Se referindo à destruição de Jerusalém pelos romanos, certo? Ele não Se referiu ao decreto dominical nem ao de morte. Por outro lado, a sequência de Mt 24.15 fala sobre “abreviação da angústia”. Isso pode sim se referir ao fim do tempo do fim].

                            “Ellen G. White declara que, quando a anulação da Lei de Deus for quase universal, então ouvir-se-ão as vozes que João ouviu no quinto selo: ‘Quando a oposição à Lei de Deus for quase universal, quando Seu povo for acossado em aflição por seus semelhantes, Deus intervirá. Então ouvir-se-ão as vozes dos túmulos dos mártires representadas pelas almas que João viu mortas por causa da Palavra de Deus, e por causa do testemunho de Jesus Cristo, que eles mantiveram, então as orações ascenderão de todo verdadeiro filho de Deus: ‘É tempo, Senhor, de agir, porque eles têm anulado Tua lei.” Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 6, 1081’” (RAMOS, 2006, 273, 274). 

6.12

Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue,

Eu vi quando Jesus quebrou o sexto selo. Isso desencadeou uma série de eventos catastróficos na Terra: um grande terremoto; em pleno dia o sol deixou de iluminar; a lua apareceu vermelha,

                             “O sexto selo culmina com a segunda vinda de Cristo. Por isso podemos adequadamente chamá-lo o tempo do fim” (BELVEDERE, 1987, p. 55).

                            “O sexto selo representa a Segunda Vinda de Cristo (Apoc. 6:15-17). O sétimo selo só será rompido depois que Cristo vier” (BATTISTONI, 1989, p. 72).

                            “Os eventos dêste sexto sêlo não se acham em nada relacionados com a história da igreja cristã como os anteriores. Não há nêle nenhuma linguagem figurada como nos antecedentes, senão extritamente [sic] literal. Os portentosos acontecimentos revelados neste sêlo prenunciam o maior acontecimento dos séculos: O Segundo Advento de nosso Senhor Jesus Cristo em grande glória e suprema Majestade” (MELLO, 1959, p. 165).

                            “O sexto selo inicia em Apoc. 6:12 e se estende até o fim do capítulo sete. Apoc. 7 é a seqüência do sexto selo, revelando o Julgamento dos Vivos. Novamente aqui o ponto central do selo é um grupo de pessoas no juízo. O sexto selo começa falando de alguns eventos que devem acontecer no mundo físico: um grande terremoto, escurecimento do sol e da lua, e queda das estrelas. Esses mesmos sinais também são mencionados em Mateus 24:29 e Lucas 21:11, 25.

                            “Existem dois períodos de aflição mencionados na profecia, o primeiro de 1260 anos (538 – 1798), foi a primeira supremacia papal. Tudo indica que Jesus esteja falando desse período de aflição em Mateus 24:29 quando diz: “Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu.” Esses sinais no mundo físico ocorreram em seqüência: o terremoto de Lisboa em 01/11/1755; o escurecimento do sol e da lua em 19/05/1780; a queda das estrelas em 13/11/1833. Esses sinais proféticos chamaram a atenção do mundo para a proximidade da volta de Jesus, porém, mais que isso, chamaram a atenção do mundo para o início do Juízo Celestial, para a Vinda de Jesus ao Pai no Santíssimo do Santuário Celestial, para receber o Livro Selado e dar início ao Juízo Celestial. Na Bíblia existem três referências a este evento (Daniel 7:13-14; Mal. 3:1-3; Apoc. 5:7).

                            “Assim como no Santuário Terrestre, o Dia da Expiação era precedido pela Festa das Trombetas que advertia o povo de Deus de que o dia do juízo estava chegando, assim também, antes que o grande Dia da Expiação no Santuário Celestial chegasse, Deus advertiu o mundo, usando pregadores como Guilherme Miller, Manuel Lacunza, José Wolff, Edward Irving e outros para pregarem a mensagem do juízo vindouro; usou também no mundo físico os sinais no sol, na lua e nas estrelas. Deus não inciaria o Juízo Celestial sem nenhuma advertência ao Seu povo.

                            “Não é interesse de Deus deixar Seu povo às escuras. Do mesmo modo como foi anunciado ao mundo o início do Juízo Celestial (1844), que começou pelos mortos, também Deus anunciará ao mundo a proximidade do Juízo dos Vivos. Os últimos três selos revelam claramente a parte final do ministério de Jesus no Santíssimo: o quinto selo: o juízo dos mártires; o sexto selo: o juízo dos vivos; o sétimo selo: o fim do juízo e o fechamento da porta da graça. A profecia menciona os sinais no mundo físico, pela segunda vez, no contexto do Juízo dos Vivos indicando que esses sinais deverão ocorrer novamente” (RAMOS, 2006, p. 281-283). 

                            “A profecia estabelece “um grande tremor de terra” como marco inicial do sexto sêlo. E o grande terremoto a primeiro de novembro de 1755, preenche absolutamente os requisitos da profecia. Evidentemente não fôra Lisboa a vítima única do tremendo abalo daquele ano. Porém, foi a velha capital portuguêsa a maior vítima do grande cataclisma, pelo que êle é denominado de — Terremoto de Lisboa.” (MELLO, 1959, p. 165).

                            “Estes sinais foram testemunhados antes do início do século XIX. Em cumprimento desta profecia ocorreu no ano 1755 o mais terrível terremoto que já se registrou. Posto que geralmente conhecido por terremoto de Lisboa, estendeu-se pela maior parte da Europa, África e América do Norte. Foi sentido na Groenlândia, nas Índias Ocidentais, na Ilha da Madeira, na Noruega e Suécia, Grã-Bretanha e Irlanda. Abrangeu uma extensão de mais de dez milhões de quilômetros quadrados” (WHITE, 2013, p. 265). 

                             Para efeito de comparação: o Brasil possui 8.516.000 km²! 

                            “Antes desta anunciação apocalíptica do escurecimento do sol, outras profecias muito anteriores fizeram a mesma referência como um sinal do fim do mundo ou da Segunda Vinda de Cristo (Is 13.10, 11; Jl 2.31, 3.15, 16). O Senhor Jesus, referindo-se, pessoalmente, aos sinais de Seu segundo Advento, aludiu ao escurecimento do sol, salientando o tempo exato dêsse acontecimento, isto é, “logo depois” da grande aflição ou perseguição contra os cristãos na Idade Média, movida pelo papado (Mt 24.21, 22, 29).

                            “E, segundo atesta a história, as perseguições ou a “grande aflição”, causada pela espada de Roma, cessou cêrca do ano de 1773. Logo depois deveria ocorrer o grande fenômeno. Foi precisamente a 19 de maio de 1780 que tomou lugar o sobrenatural escurecimento do sol, apenas sete anos depois da cessação das perseguições contra os santos. As narrativas que até nós chegaram do grande escurecimento, são perfeitamente comprobatórias da profecia. O continente Americano foi o primeiro a ser envolto pelas densas e estranhas trevas, pois que se manifestaram nos Estados Unidos, desde cêrca das dez e meia hora da manhã até ao pôr do sol.” (MELLO, 1959, p. 166, 167). 

                            “A Lua tornou-se como sangue. – A escuridão da noite seguinte a 19 de maio de 1780 foi tão invulgar como tinha sido a do dia. A escuridão foi tão densa como talvez não se tenha ainda observado desde que a ordem do Todo-Poderoso deu origem à luz. Não pude resistir à idéia de que se todos os corpos luminosos do Universo estivessem envoltos em trevas espessas ou tivessem desaparecido totalmente, a escuridão não podia ter sido mais completa. Uma folha de papel branco a poucos centímetros dos olhos era tão invisível como o mais negro veludo.” – Samuel Tenny, in Collections of Massachusetts Historical Society for the Year 1792, vol. I, págs. 97, 98. Aquela noite . . . não foi talvez mais escura desde que os filhos de Israel saíram da casa da servidão. A escuridão permaneceu até a uma, embora no dia anterior tinha começado a fase da Lua cheia.‖ – Gazette de Boston, de 29 de maio de 1780″ (SMITH, 1979, p. 96). 

6.13

as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes,

objetos do espaço entraram na atmosfera terrestre e caíram no chão, do mesmo jeito que figos mesmo verdes caem da figueira quando esta é balançada por um vento forte,

                             “Em 1833, dois anos depois que Miller começou a apresentar em público as provas da próxima vinda de Cristo, apareceu o último dos sinais que foram prometidos pelo Salvador como indícios de Seu segundo advento. Disse Jesus: “As estrelas cairão do céu.” Mateus 24:29. E João, no Apocalipse, declarou, ao contemplar em visão as cenas que deveriam anunciar o dia de Deus: “E as estrelas do céu caíram sobre a Terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.” Apocalipse 6:13.

                            “Esta profecia teve cumprimento surpreendente e impressionante na grande chuva meteórica de 13 de novembro de 1833. Aquela foi a mais extensa e maravilhosa exibição de estrelas cadentes que já se tem registrado, “achando-se então o firmamento inteiro, sobre todos os Estados Unidos, durante horas, em faiscante comoção! Neste país, desde que começou a ser colonizado, nenhum fenômeno celeste já ocorreu que fosse visto com tão intensa admiração por uns ou com tanto terror e alarma por outros.”

                            “Sua sublimidade e terrível beleza ainda perdura em muitos espíritos. … Raras vezes caiu chuva mais densa do que caíram os meteoros em direção à Terra; Leste, Oeste, Norte e Sul, tudo era o mesmo. Em uma palavra, o céu inteiro parecia em movimento. … O espetáculo, como o descreveu o diário do Prof. Silliman, foi visto por toda a América do Norte. … Desde as duas horas até pleno dia, estando o céu perfeitamente sereno e sem nuvens, um contínuo jogo de luzes deslumbrantemente fulgurantes se manteve em todo o firmamento.” — Progresso Americano, ou Os Grandes Acontecimentos do Maior dos Séculos, R. M. Devens” (WHITE, 2013, p. 290, 291).

6.14

e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos

e então, a abóbada celeste se encolheu como um pergaminho quando é enrolado. E as montanhas da Terra começaram a se mexer e todos os continentes e as pequenas ilhas também saíram do seu lugar.

                             “Nuvens negras e densas subiam e chocavam-se entre si. A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus. A santa cidade descerá por aquele espaço aberto” (WHITE, 2007b, p. 86).

                            “Nuvens negras e pesadas se acumularam e se chocavam umas contra as outras. Mas havia um espaço claro de glória indescritível, de onde veio a voz de Deus como de muitas águas, a qual fez estremecer os céus e a Terra. O céu se abria e se fechava e estava em comoção” (WHITE, 2007, p. 55). 

                            “O que foi descrito no verso 14 ainda não aconteceu. Os eventos do verso 13 já ocorreram. Você e eu estamos vivendo entre os versos 13 e 14 de Apocalipse 6. O próximo evento no programa de Deus está descrito no verso 14. O céu se retira como um rolo. Cada montanha e cada ilha serão removidas: as majestosas Montanhas Rochosas canadenses, os Andes da América do Sul, os Alpes Suíços, o Monte Evereste, e Bermudas, Jamaica e as ilhas havaianas” (FEYERABEND, 2005, p. 60).

                            “Esta retirada do céu está incluída no que os evangelistas chamam, na mesma série de acontecimentos, o abalo das potências do céu. Outras passagens apresentam-nos mais pormenores acerca desta predição. Por Hebreus 12:25-27; Joel 3:16; Jeremias 25:30-33; Apocalipse 16:17, sabemos que é a voz de Deus, falando com terrível majestade desde os céus que causa esta formidável comoção da Terra e do céu. Outrora o Senhor falou, quando com voz audível deu a Sua eterna Lei no Sinai. Então a Terra tremeu. Ele há de falar de novo, e não somente a Terra há de tremer, mas os céus.

                            Então a Terra “vacilará como ébrio”, “se romperá” e “de todo será quebrantada” (Isaías 24). Os montes se removerão de suas firmes bases, as ilhas mudarão subitamente de lugar no meio do mar. Da planície se levantará a escarpada montanha. As rochas erguerão suas escabrosas formas da fendida superfície da Terra. Enquanto a voz de Deus repercute sobre a Terra, reinará a mais terrível confusão sobre a face da Natureza.

                            [No entanto, o monte das Oliveiras será conservado, até o Senhor tocar nele 1000 anos após a Sua segunda vinda, correto?]

                            “Para mostrar que isto não é mero produto da imaginação, pedimos ao leitor que observe a fraseologia exata usada por alguns dos profetas com referência a este tempo. Isaías diz: “A Terra está de todo quebrantada, ela totalmente se rompe, a Terra violentamente se move. A Terra cambaleia como um bêbado, e balanceia como rede de dormir; a sua transgressão pesa sobre ela, ela cairá e jamais se levantará.” (Isaías 24:19, 20). Jeremias em vibrante linguagem descreve a cena nos seguintes termos: “Olhei para a Terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido… Pois assim diz o Senhor: Toda a Terra será assolada” (Jeremias 4:23-27)” (SMITH, 1979, p. 98, 99). 

6.15

Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes

Líderes políticos deste mundo, celebridades, generais sobre o comando de enormes exércitos, pessoas riquíssimas e influenciadoras na economia mundial, gente muito inteligente e capaz, e também pessoas muito pobres e outras das variadas classes sócio-econômicas, todos eles tentaram se esconder em lugares subterrâneos de seus países destruídos e em estado geomorfológico caótico; outros procuraram despenhadeiros

6.16

e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro,

e lá disseram às rochas e aos destroços: caiam sobre nós e nos escondam da face Daquele que está chegando em Seu trono e da face de Jesus Cristo que está ao Seu lado, pois Eles enfim apareceram e estão cumprindo o que os profetas predisseram;

6.17

porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?

sim, chegou o desacreditado fantástico dia Deles e Eles começaram a dar a sentença da destruição para todos os que Os desprezaram! Quem escapará dessa condenação?

                             “Afinal o céu retirar-se-á para que o pecador impenitente contemple a majestade do Todo-poderoso dirigindo-se à terra. Tôdas as classes estarão em franco desespêro, excepto os verdadeiros cristãos. Os reis da terra ver-se-ão despojados da autoridade terrena que os entoxica e verão a majestade da supremacia de um Monarca que reina sôbre todos êles, mas cujo poder jamais acataram. Os ricos que ajuntaram tesouros na terra e não no céu, verão sem valor algum os seus bens, e perder-se-ão porque confiaram nas suas riquezas e não em Deus (Ez 7.19).

                            “Os tribunos e os poderosos também se verão despojados de suas dignidades e autoridades de que agora gozam com prejuízo de seus deveres para com o céu. Servos e livres, conjuntamente com os grandes e poderosos serão surpreendidos naquele tremendo dia em que seus pecados e descréditos contra a lei de Deus os conduzirão a um fatal desenlace. Debalde tôdas estas classes procurarão esconder-se da presença do supremo Juiz nas rochas e rogarão aos montes que os cubram da espantosa presença do Todo-poderoso. “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não o veja? diz o Senhor; porventura não encho Eu os céus e a terra? diz o Senhor” (Jr 23.24).

                            “Não poderão ocultar a culpabilidade de que são alvos nem jamais escapar à demorada vingança que por fim se manifestou. Terão de confessar ter chegado o “grande dia da Sua ira”, da qual foram notificados mas dela zombaram. Não subsistirão ante a face do Rei do universo (Êx 33.20)” (MELLO, 1959, p. 171, 172).

                            “A ira de Deus sobre os ímpios – Apoc. 6:15-17. (1) Grandes homens escondem-se nas rochas e montanhas – Apoc. 6:15; Isa. 2:19-21. (2) Clamam para ser escondidos da ira do Cordeiro – Apoc. 6:16; Osé. 10:8; Luc. 23:30; Mat. 24:30; Sof. 1:14-18. (3) É vindo o grande dia da ira de Deus – Apoc. 6:17; 16:19; Isa. 13:11, 13; Ezeq. 38:19, 22” (THIELE; BERG, 1960, p. 175).

                            “E então acontece uma grande reunião, quando as pessoas que não têm tempo para freqüentar os cultos de oração vão acabar orando – não para Deus, mas para que as rochas e montanhas caiam sobre elas. Eu não quero estar nessa reunião de oração” (FEYERABEND, 2005, p 60). 

                            “Então será eficazmente desfeito o sonho mundano de segurança carnal. Reis que, intoxicados com a sua própria autoridade terrena, jamais sonharam com um poder mais alto do que o seu, reconhecem agora que há Alguém que reina como Rei dos reis. Os grandes homens contemplam a vaidade de toda a pompa terrena, porque há uma grandeza acima da Terra.

                            “Os ricos lançam sua prata e seu ouro às toupeiras e aos morcegos, porque não os podem guardar naquele dia. Os grandes chefes esquecem a sua pequena e efêmera autoridade, e os poderosos o seu poder, e todo preso que está na prisão ainda pior do pecado, e todo livre, isto é, todas as classes dos ímpios, desde a mais alta à mais baixa, unem-se ao pranto geral de consternação e desespero.

                            “Os que nunca oraram Àquele cujo braço podia trazer salvação, levantam agora uma prece angustiosa às rochas e montanhas para que os ocultem para sempre da vista dAquele cuja presença lhes traz a destruição. Bem desejariam então deixar de colher o que semearam por uma vida de luxúria e pecado. De boa vontade evitariam então o terrível tesouro de ira que contra si acumularam para esse dia. Bem quereriam sepultar-se, com a sua lista de crimes, em trevas eternas. E por isso fogem para as rochas, subterrâneos, cavernas e fendas, que a quebrantada superfície da Terra então apresenta diante deles. Mas é demasiado tarde. Não podem esconder a sua culpa, nem fugir à retardada vingança. O dia que pensaram nunca chegaria apanhou-os por fim numa armadilha.

                            “A linguagem involuntária dos seus angustiados corações será: “É vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?” Antes que você seja surpreendido pelas terríveis cenas desse tempo, pedimos, leitor, que preste a mais séria e sincera atenção a este assunto. Muitos mostram hoje desprezar a oração, mas num tempo ou noutro todos hão de orar. Os que não oram agora a Deus em penitência, hão de orar então às rochas e montanhas, em desespero. Essa será a maior reunião de oração jamais realizada.” (SMITH, 1979, p. 99, 100).

                            “O capítulo 6 termina com uma pergunta e há apenas uma resposta para ela: os 144 mil selados (Apocalipse 7). Só eles subsistirão neste tempo de prova” (OLIVEIRA et al., 2015, p. 21).

 

Referências:

BATTISTONE, Joseph J. Lições da Escola Sabatina, 2º Trimestre de 1989, nº 374, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

BELVEDERE, Daniel. Seminário: As Revelações do Apocalipse. Edição do Professor, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2ª ed., 1987. 

FEYERABEND, Henry. Apocalipse, Verso por Verso: Como entender os segredos do último livro da Bíblia. 1. ed. Tradução de Delmar F. Freire. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

GULLEY, Norman R. Lições da Escola Sabatina, 3º Trimestre de 1996, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP.

MELLO, Araceli S. A Verdade Sôbre As Profecias Do Apocalipse, 1959.

OLIVEIRA, Arilton; BRANCO, Frederico; SOUZA; Jairo; QUEIROZ, Manassés; ANDRADE, Milton; IRAÍDES, Társis. Apocalipse. Escola Bíblica, Novo Tempo. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, SP, 2015.

RAMOS, Samuel. As Revelações do Apocalipse, v. 1, 2006.

SMITH, Urias. As profecias de Daniel e Apocalipse, vol. 2. O livro de Apocalipse, 1979.

THIELE, Edwin R.; BERG, Henrique. Apocalipse – esboços de estudos, 1960. Disponível em: <http://www.iasdsapiranga.com.br/assets/esbo%C3%A7os-do-apocalipse.pdf>. Acesso em: fev. 2017.

WHITE, Ellen G. Colportor Evangelista, 2008. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/O%20Colportor%20Evangelista.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. O Grande Conflito, 2013. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/O%20Grande%20Conflito.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. Primeiros Escritos, 2007. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Primeiros%20Escritos.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. Testemunhos Seletos, v. 2, 2008b. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos%20Seletos%202.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. Testemunhos Seletos, v. 3, 1949. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Testemunhos%20Seletos%203.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

______, Ellen G. Vida e Ensinos, 2007b. Disponível em: <http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Vida%20e%20Ensinos.pdf>. Acesso em: dez. 2018.

 

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