maio 9, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Patrística: a palavra que Deus não disse (Clemente de Alexandria)

INTRODUÇÃO

Jeremias, o profeta, falando das falsas fontes de ensino, chama-as de “cisternas rotas, que não retêm as águas” (2:13). Deixar as Escrituras – infalível Palavra de Deus – para escorar-se nos chamados Pais da Igreja é, sem dúvida, abeberar-se nas cisternas rotas da confusão, da dúvida, da incerteza e da incoerência. Embora alguns desses homens tenham sido piedosos, a verdade é que não eram inspirados, e seus escritos não são infalíveis. Pelo contrário, há neles uma eiva tremenda de absurdos e ilogismos insanáveis. Eis uma amostra:

CRENÇAS DE CLEMENTE QUE CONFLITAM COM A PALAVRA DE DEUS E O BOM SENSO

Clemente de Alexandria sustenta que

a. os gregos se salvam pela sua sabedoria (Clemente, Stromata, Livro 6, cap. 11.);

b. Abraão era sábio em astronomia e aritmética, e que Platão era profeta evangélico (Clemente, Stromata, Livro 5, cap. 14).

Em sua literatura, esse “pai da igreja” erra demasiada e crassamente nas citações que faz da Bíblia, como veremos a seguir.

ERROS BÍBLICOS E HISTÓRICOS

Os escritos de Clemente são uma mescla de filosofia pagã com cristianismo. Schaff e Herzog (1952, p. 660) afirmam que Clemente era inepto para discernir entre o bem e o mal.

Farrar (2003, p. 165) menciona que ele punha em pé de igualdade livros apócrifos e livros canônicos. Afirma que ele não conhecia bem as Escrituras, pois citava versículos que não existem.

Seus livros Stromata constituem um amontoado de coisas inaproveitáveis:

  1. Afirmou Clemente que Jeremias era o autor dos livros apócrifos Sabedoria de Salomão e o de Baruque.
  2.  Cria que a versão Septuaginta era inspirada, bem como a Sibila.
  3. Diz que Platão era profeta e predisse o estabelecimento do domingo como dia santo, no décimo capítulo da “República”.

SUPOSTA CITAÇÃO DE CLEMENTE CONTRA O SÁBADO BÍBLICO

Uma citação de Clemente usada por cristãos que desobedecem ao 4° mandamento moral, o sábado bíblico, e pleiteiam pela santificação do sábado espúrio dominical, é a seguinte:

Clemente de Alexandria, no Egito, A. D. 194:

“Ele cumprindo o preceito, conforme o Evangelho, guarda o dia do Senhor, quando abandona uma disposição má e assume aquela do gnóstico, glorificando em si a ressurreição do Senhor”.

Clemente, sem dúvida, refere-se ao festival da ressurreição que se celebrava no primeiro dia da semana, mas que ainda não era dia de guarda, porquanto, depois da cerimônia, os crentes retornavam às suas ocupações. Era, sem dúvida, o “costume” que, com o correr do tempo, determinou a observância oficial do domingo, sem, contudo, amparar-se em qualquer base das Escrituras.

Há no trecho citado de Clemente alusão a um inexistente “preceito do evangelho”. Qualquer leitor da Bíblia mediano enxergará essa invencionice de Clementino e seus seguidores. Mas se seus seguidores dominicais reconhecerem que tal “preceito” não existe, então esses gratuitos opositores ao sábado bíblico apelam para a fantasia.

Um exemplo de resultado em se seguir fantasias pode-se ver na obra O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus. A desculpa dos autores, e de sua imaginação, é: a citação de Clemente “parece indicar [tudo é vago, nebuloso, hipotético, “parece”] que Jesus, entre a ressurreição e a ascensão deu mandamento a respeito do primeiro dia da semana”.

A falta de Bíblia desconta na soma de fantasias.

Tudo inócuo. Tudo sem o menor valor probante, e só prova a insustentabilidade de uma posição antibíblica. E é com tais expedientes indignos que os adversários dos sabatistas justificam a deliberada transgressão do quarto mandamento da Lei de Deus.

Referências

FARRAR, Frederic W. History of Interpretation: Bampton Lectures, ed. 1886. Wipf and Stock Publishers, 2003.

SCHAFF, Philip. The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, Vol. III: Chamier–Draendorf. Grand Rapids: Baker Book House, 1952.

A VISÃO DE ESTUDIOSOS SOBRE OS “PAIS” DA IGREJA

Mais abaixo alongamos esta relação citando outros “pais” e seus despautérios. Por aí se vê o absurdo de citá-los para comprovar doutrina. Enquadram-se perfeitamente na conceituação do profeta Jeremias: são verdadeiras cisternas rotas.

Adão Clarke, abalizado comentarista bíblico, depois de considerar a obscuridade dos escritos destes “pais,” conclui: “Em ponto de doutrina a autoridade deles é, a meu ver, nula” (Clarke’s Commentary, on Proverbs 8).

Eduardo Carlos Pereira, douto escritor, disse que a patrística além de constituir-se “testemunha falível de autoridade humana,” era “tradição que a crítica não pode sequer firmar no terreno digno da História”. Diz ainda que se trata de “tradição confusa e contraditória”. E remata: “Pululam, nos anais primitivos da Igreja, escritos espúrios ou apócrifos, que revelam a tendência perigosa para a ficção e para as lendas, que degeneraram largamente nas fraudes pias dos tempos medievais”. (E. C. Pereira, O Problema Religioso na América Latina, págs. 215, 219 e 227).

O Arcediago Farrar acrescenta: “Há pouquíssimos deles cujas páginas não estejam repletas de erros, erros de método, erros de fatos, erros históricos, de gramática, e mesmo de doutrina” (Farrar, The History in Interpretation, págs. 162, 163 e 165, ed. 1886).

Mosheim, afamado historiador eclesiástico confirma: “Não é de admirar que todas as serras dos cristãos podem encontrar nos chamados pais algo que favoreça sua própria opinião e sistemas” (Mosheim, Ecclesiastical History, Liv. 1, part. 2, cap. 3, seção 10).

Sim, os escritos patrísticos provam tudo, amparam a maior heresia. O leitor agora vai ter um choque ao ler estas estarrecedoras declarações, extraídas de uma publicação batista, antiga mas autêntica. Em resposta um jovem ministro que perguntara ao jornal como poderia provar a sua congregação uma coisa, quando nada encontrasse com que prová-la, na Bíblia, o pastor Levi Philetus Dobbs D. D. escreveu o seguinte:

“Recomendo, no entanto, um judicioso emprego dos Pais em geral, da mais alta confiança para qualquer pessoa que esteja na situação do meu consulente. A vantagem dos Pais é dupla: em primeiro lugar porque exercem grande influência sobre as multidões; em segundo lugar porque você poderá encontrar o que quiser nos Pais. Não creio que haja opinião mais tola e manifestamente absurda, para a qual você não possa encontrar passagens para sustentá-la nas páginas daqueles veneráveis homens de experiência. E para a mente comum, tanto vale um como outro. Se acontecer que o ponto que você quer provar nunca tenha ocorrido aos Pais, então você pode facilmente mostrar que eles teriam tomado seu lado se apenas tivessem pensado no assunto. E se, por acaso, nada há para sustentar, mesmo remotamente, de maneira favorável o ponto em questão, não desanime: faça uma boa e vigorosa citação e coloque nela o nome dos Pais, e pronuncie-a com ar de triunfo. Ela será igualmente valiosa. Nove décimos do povo não se detém a indagar se a citação apóia a matéria em debate. Sim, irmão, os Pais são a sua fortaleza. Eles são a melhor dádiva do Céu ao homem que tenha uma causa que não possa ser amparada por nenhum outro modo” (Jornal National Baptist, march 7, 1878, Dr. Wayland, redator).

Duvidaríamos dessa monstruosidade se a ela não tivéssemos acesso.

Causa pena a insegurança dos que se agarram à patrística para salvar uma causa perdida. Os chamados pais da igreja, como podemos ver nesta série de estudos, também ensinaram os maiores dislates e absurdos, e as mais desbragadas heresias. Replicam, romanistas e “protestantes”, oponentes à Palavra de Deus, que, se os citam, fazem-no apenas como referência histórica para provarem que os pais se referiam a um “costume já implantado na igreja subapostólica”. Ora, se isto é verdade então, todos os que se dizem cristãos, forçosamente, por coerência e honestidade mental, terão que admitir que o batismo de afusão, o purgatório, os jejuns cerimoniais, fórmulas, orações pelos mortos e outros disparates eram “costumes” da igreja e, como tais, devem ser aceitos e praticados em nossos dias – embora tais costumes contrariem os claros ensinos dos livros canônicos!

Se eram exatas as informações que davam de um fato, por que o seriam menos em relação a outros fatos? Vamos continuar nossa análise das outras cisternas rotas onde se abeberam autores anti sabatistas, para basear uma “prova” em favor da guarda do domingo, já que não a encontram nas páginas inspiradas da Bíblia.

Fonte: Arnaldo B. Christianini (Subtilezas do Erro, p. 232 – 248) e Hendrickson Rogers.

Confira outros “pais” da igreja cristã:

Inácio de Antioquia

Barnabé

Justino Mártir

Clemente de Alexandria

Tertuliano

Cipriano, Eusébio de Cesareia e Irineu

Gostou da leitura? Você gostaria de não apenas ler, mas estudar profundamente a Bíblia, ciência, política e atualidades via WhatsApp e Inteligência Artificial, gratuitamente?? Basta apertar AQUI pra gente começar. Te aguardo, em especial se você for um irmão católico! Há muito a ser aprendido. (Hendrickson Rogers)

   Send article as PDF   

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: