maio 8, 2024

Blog do Prof. H

Adaptando conhecimento útil às necessidades da humanidade

Por que no fim do livro de Jó Deus faz tantas perguntas?

A compreensão tradicional é de que Deus estava mostrando a Jó que Ele, e não Jó, é o Senhor do Universo. O problema dessa resposta é que Jó nunca pretendeu competir com Deus pela soberania cósmica. Permita-me apresentar algumas possíveis explicações.

1. Perguntas e o prólogo. A fim de obter melhor compreensão dos dois discursos feitos por Deus (Jó 38–39; 40–41), devemos nos lembrar de que Satanás acusou o Senhor de não governar o cosmos com justiça e amor. Argumentou ainda que, como Provedor, Deus comprava o serviço dos seres humanos que Lhe obedeciam por egoísmo (Jó 1, 2). No Seu primeiro discurso, Deus discutiu a criação em geral, falando pouco sobre a humanidade. Ele Se apresentou como Criador de todas as coisas: da terra (38:4), do mar (v. 8-11) e de todos os fenômenos naturais (v. 12). Ele estabeleceu limites para a criação inanimada, de modo que ela funcionasse de maneira ordenada (v. 4-8, 10, 11, 25) e determinou o comportamento animal (Jó 39:1, 2, 17). Ele criou também as leis que governam o espaço sideral (Jó 38:31-33). Deus estabeleceu a criação não sobre o caos, mas sobre a ordem, e continua preservando e sustentando tudo, mesmo num contexto de pecado e morte (cf. 38:17, 39-41; 39:27-30).

2. Deus é amoroso e justo. Por que Ele Se importa tanto com o mundo natural? O texto de Jó sugere que Deus faz isso porque Sua natureza é cuidar. Certamente, Jó não podia fazer a mesma coisa, pois não estava presente no início da criação (Jó 38:4) nem tinha poder para manter o mundo natural (38:34-38; 39:9, 10, 19). Somente o Criador, que é sábio e amoroso, pode cuidar do cosmos e, ao contrário da acusaçãode Satanás (1:9), Ele não faz isso para obter benefício pessoal. Bondade e cuidado fazem parte da lógica do Seu governo. Ele cuida do deserto, onde não vive ninguém (Jó 38:26). Quando os corvos suplicam por alimento, Ele provê (38:41). Para Jó, a implicação teológica era que, mesmo em meio às suas provações, Deus ainda Se importava com ele tanto quanto Se preocupava com o mundo natural. A dor e o sofrimento não poderiam separá-los. Por outro lado, Jó demonstrou que amava a Deus incondicionalmente.

3. A vitória final de Deus sobre Satanás. Deus desmascara o diabo por meio de uma abundância de perguntas retóricas, mostrando que Ele Se importa genuinamente com Sua criação. Deus não tem motivos escusos nem ocultos, apenas puro amor. É por isso que os amigos de Jó são acusados de distorcer o caráter de Deus quando argumentam que Ele é praticamente indiferente ao sofrimento humano, que só Se importa com aqueles que Lhe obedecem e que Se ira contra os que se opõem a Ele. É verdade que, às vezes, durante o conflito cósmico entre o bem e o mal, Deus usa a força da natureza para vencer os ímpios (Jó 38:22, 23), mas a Bíblia afirma que um dia a luz revelará quem são os inimigos de Deus (v. 13) e a derrota final deles será declarada (v. 15). Essas ideias são desenvolvidas mais amplamente no segundo discurso de Deus (Jó 40, 41), no qual Ele descreve Seu controle sobre Beemote e Sua vitória sobre o Leviatã, que simbolizam o mal que invadiu Sua criação.

Fonte: Ángel Manoel Rodrígues, Revista Adventista, Ago./2019, p. 33.


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