novembro 21, 2024

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O papa Gregório VII e a irracional crença na inerrância da Igreja de Roma!

Outro passo ainda deu a presunção papal quando, no século XI, o Papa Gregório VII proclamou a perfeição da Igreja de Roma. Entre as proposições por ele apresentadas uma havia declarando que a igreja nunca tinha errado, nem jamais erraria, segundo as Escrituras. Mas as provas escriturísticas não acompanhavam a afirmação. O altivo pontífice também pretendia o poder de depor imperadores; e declarou que sentença alguma que pronunciasse poderia ser revogada por quem quer que fosse, mas era prerrogativa sua revogar as decisões de todos os outros. [1]

Uma flagrante ilustração do caráter tirânico do Papa Gregório VII se nos apresenta no modo por que tratou o imperador alemão Henrique IV. Por haver intentado desprezar a autoridade do papa, declarou-o este excomungado e destronado. Aterrorizado pela deserção e ameaças de seus próprios príncipes, que por mandado do papa eram incentivados na rebelião contra ele, Henrique pressentiu a necessidade de fazer as pazes com Roma.

Em companhia da esposa e de um servo fiel, atravessou os Alpes em pleno inverno, a fim de humilhar-se perante o papa. Chegando ao castelo para onde Gregório se retirara, foi conduzido, sem seus guardas, a um pátio externo, e ali, no rigoroso frio do inverno, com a cabeça descoberta, descalço e miseravelmente vestido, esperou a permissão do papa a fim de ir à sua presença. O pontífice não se dignou de conceder-lhe perdão senão depois de haver ele permanecido três dias jejuando e fazendo confissão.

Isso mesmo, apenas com a condição de que o imperador esperasse a sanção do papa antes de reassumir as insígnias ou exercer o poder da realeza. E Gregório, envaidecido com seu triunfo, jactava-se de que era seu dever abater o orgulho dos reis.

Quão notável é o contraste entre o orgulho deste altivo pontífice e a mansidão e a suavidade de Cristo, que representa a Si mesmo à porta do coração a rogar que seja ali admitido, a fim de poder entrar para levar perdão e paz, e que ensinou a Seus discípulos: “Qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo.” Mateus 20:27.

Notas e referências:

[1] Ditames de Hildebrando (Gregório VII). – Ver Baronius, Annales Ecclesiastici, ano 1076 (ed. de Antuérpia, 1608, vol. XI, pág. 479). Um exemplar dos “Ditames”, no original, pode encontrar-se também em Gieseler: Lehrbuch der Kirchengeschichte, período 3, cap. 1, sec. 47, nota e (3a edição, Bonn, 1832, vol. 2 B, págs. 6-8).

Fonte: O Grande Conflito, p. 55 e 689.

Confira toda a sequência desta pesquisa:

  1. Paganismo versus Evangelho: vitória do evangelho, embora sangrenta. Paganismo + Evangelho: vitória do paganismo e ascensão das crenças inventadas.
  2. Início das crenças inventadas pelo falso cristianismo institucionalizado: “o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo”.
  3. Origens das crenças inventadas pelo cristianismo apostatado: “culto a imagens” e “guardar domingos e festas”.
  4. Origens da crença “o papa é o mediador terrestre”; escritos forjados pelos monges e cada vez mais superstições em lugar da revelação bíblica.
  5. O papa Gregório VII e a irracional crença na inerrância da Igreja de Roma!
  6. O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: imortalidade da alma, invocação do santos, adoração da virgem Maria, tormento eterno, purgatório e indulgências.
  7. O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: missa, inquisição e o déspota do mundo – o santo papa.
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