O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: missa, inquisição e o déspota do mundo – o santo papa
A ordenança escriturística da ceia do Senhor fora suplantada pelo idolátrico sacrifício da missa. Sacerdotes papais pretendiam, mediante esse disfarce destituído de sentido, converter o simples pão e vinho no verdadeiro “corpo e sangue de Cristo.” — Conferências Sobre a “Presença Real”, do Cardeal Wiseman. Com blasfema presunção pretendiam abertamente o poder de criarem Deus, o Criador de todas as coisas. Aos cristãos exigia-se, sob pena de morte, confessar sua fé nesta heresia horrível, que insulta ao Céu. Multidões que a isto se recusaram foram entregues às chamas. [1]
No século XIII foi estabelecido a mais terrível de todas as armadilhas do papado — a inquisição. O príncipe das trevas trabalhava com os dirigentes da hierarquia papal. Em seus concílios secretos, Satanás e seus anjos dirigiam a mente de homens maus, enquanto, invisível entre eles, estava um anjo de Deus, fazendo o tremendo relatório de seus iníquos decretos e escrevendo a história de ações por demais horrorosas para serem desvendadas ao olhar humano. “A grande Babilônia” estava “embriagada do sangue dos santos.” Os corpos mutilados de milhões de mártires pediam vingança a Deus contra o poder apóstata.
O papado se tornou o déspota do mundo. Reis e imperadores curvavam-se aos decretos do pontífice romano. O destino dos homens, tanto temporal como eterno, parecia estar sob seu domínio. Durante séculos as doutrinas de Roma tinham sido extensa e implicitamente recebidas, seus ritos reverentemente praticados, suas festas geralmente observadas. Seu clero era honrado e liberalmente mantido. Nunca a Igreja de Roma atingiu maior dignidade, magnificência ou poder.
Mas “o meio-dia do papado foi a meia-noite do mundo.” — História do Protestantismo, de Wylie. As Sagradas Escrituras eram quase desconhecidas, não somente pelo povo mas pelos sacerdotes. Como os fariseus de outrora, os dirigentes papais odiavam a luz que revelaria os seus pecados. Removida a lei de Deus — a norma de justiça — exerciam eles poder sem limites e praticavam os vícios sem restrições. Prevaleciam a fraude, a avareza, a libertinagem.
Os homens não recuavam de crime algum pelo qual pudessem adquirir riqueza ou posição. Os palácios dos papas e prelados eram cenários da mais vil devassidão. Alguns dos pontífices reinantes eram acusados de crimes tão revoltantes que os governadores seculares se esforçavam por depor esses dignitários da igreja como monstros demasiado vis para serem tolerados. Durante séculos a Europa não fez progresso no saber, nas artes ou na civilização. Uma paralisia moral e intelectual caíra sobre a cristandade.
A condição do mundo sob o poder romano apresentava o cumprimento terrível e surpreendente das palavras do profeta Oséias: “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, … visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos.” Oséias 4:6. “Não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na Terra. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios.” Oséias 4:1, 2. Foram estes os resultados do banimento da Palavra de Deus.
Notas e referências:
[1] A Missa. – Acerca da doutrina da missa, ver a obra do Cardeal Wiseman: The Real Presence of the Body and Blood of Our Lord Jesus Christ in the Blessed Eucharist (A Presença Real do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo na Abençoada Eucaristia); também o Dicionário Enciclop. Hisp.-Amer., art. Eucaristia (último par.); Cânones e Decretos do Concílio de Trento, sess. 13, caps. 1-8; K. R. Hagenbach, Lehrbuch der Dogmengeschichte, vol. I, págs. 180-188, 331-336, e vol. 2, págs. 161-179 (2ª edição, Leipzig, 1827); J. Calvin, Institutes, liv. 4, cap. 17, 18; R. Hooker, Ecclesiastical Polity, liv. 5, cap. 67; Chas. Elliott, Delineation of Roman Catholicism, liv. 2, caps. 4 e 5.
Fonte: O Grande Conflito, p. 56-58, 689 e 690.
Confira toda a sequência desta pesquisa:
- Paganismo versus Evangelho: vitória do evangelho, embora sangrenta. Paganismo + Evangelho: vitória do paganismo e ascensão das crenças inventadas.
- Início das crenças inventadas pelo falso cristianismo institucionalizado: “o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo”.
- Origens das crenças inventadas pelo cristianismo apostatado: “culto a imagens” e “guardar domingos e festas”.
- Origens da crença “o papa é o mediador terrestre”; escritos forjados pelos monges e cada vez mais superstições em lugar da revelação bíblica.
- O papa Gregório VII e a irracional crença na inerrância da Igreja de Roma!
- O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: imortalidade da alma, invocação do santos, adoração da virgem Maria, tormento eterno, purgatório e indulgências.
- O sincretismo cristão-pagão e as crenças derivadas: missa, inquisição e o déspota do mundo – o santo papa.
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